New York City 2 escrita por Raiane C Soares


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Este está grande, e o drama está nele.. Espero que faça sentido..



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Eu estava na cozinha terminando de lavar as louças, as coloquei na secadora e peguei uma caneca limpa, em seguida enchendo-a com leite. Duas semanas já haviam se passado, Britt estava melhorando. Ainda fumava, o que ainda me deixava triste, mas já cuidava muito bem de sua alimentação, com a ajuda da nutricionista da Rachel.

– Mamãe! – ouvi Megan gritar.

Às vezes eu não sabia se ela chamava a mim ou a Rachel, pois ela nos chamava do mesmo modo.

– Mamãe, venha aqui! Me aproximei da porta e vi Rachel descer as escadas com uma mão na cabeça.

– Amor, você pode ver o que ela quer? – ela perguntou, se aproximando de mim.

– Posso sim. Você está bem?

– Estou sim. – ela respondeu forçando um sorriso. – É apenas uma dor de cabeça, logo passará.

– Tome um comprimido. – eu disse, lhe dando um beijo e lhe entregando a caneca. – Se precisar, estarei lá em cima.

– Está bem.

Fui até o quarto do Joseph e vi Megan pulando em sua cama.

– Chamou, canguru?

– Seu celular estava tocando, então eu atendi. – ela respondeu, entregando-o para mim.

– Quem é, Megan?

– Não sei. Ela disse apenas que queria falar com você.

Peguei meu celular e fui para o meu quarto.

– Santana? – ouvi a voz do outro lado. Estava diferente, quase não reconheceria, mas eu sabia quem era.

– Madre? – perguntei um pouco assustada, me sentando em minha cama.

– Mi hija... senti tanto a sua falta.

– Hum... acho que se sentisse, teria me ligado a um tempão atrás. – respondi, tentando ser rude.

– Você sabe porque eu não liguei, Santana.

– Abuela... – respondi, quase em um sussurro.

– Sim. E é por isso que te liguei.

– O-o que aconteceu?

– Ela faleceu, Santana.

Aquelas palavras me cortaram por dentro. Minha abuela estava morta, eu não tinha a visto por anos e agora...

– Está ai, Santana?

– Eu... Como...

– Ela já estava bem velha, sua saúde não estava boa, depois de...

– Sim, sim...

Pequenas lágrimas começaram a cair dos meus olhos, Megan apareceu na porta e seu rosto deixou de estar feliz, para preocupada.

– Madre... já...

– Ainda não. Su padre achou melhor ligar para você primeiro, e saber se você virá para o enterro.

– Eu... eu não sei...

– Mamãe, você está chorando? – Megan perguntou.

– Hum... Megan, vá para o seu quarto.

– Mas você está chorando.

– Você tem una hija, Santana?

– Sim. Não. Não exatamente. Ela é da Rachel, mas...

– Entendi.

– Eu tenho um filho e... madre.

– Sim?

– Você ficaria triste se eu não fosse?

– Claro que não, amor. Você decide o que quiser.

– Então... eu não vou.

– Está bem. Daqui à dois dias, o advogado dela irá ler o testamento. Qualquer coisa eu lhe informo, está bem?

– Sim. Gracias, madre.

– Pelo que?

– Por ter me ligado.

– Que nada, amor.

– Quem é, mamãe? – Megan finalmente perguntou.

– É... sua abuela, amor.

– Quem?

– Sua avó.

– Eu... posso conversar com ela, Santana? – mi madre perguntou.

– Pode sim.

Dei o celular para Megan, a empurrei lentamente para fora do quarto e fechei a porta, me deitei lentamente na cama, me encolhi e deixei as lágrimas caírem, sem previsão de parar. Em apenas alguns minutos, peguei no sono.

***

– Santana, acorde.– ouvi Rachel chamar.

Abri meus olhos lentamente, minha cabeça doía, meus olhos ardiam de tanto chorar, eu tinha certeza que não cheirava muito bem. A vi com os olhos fixos em mim, estava preocupada.

– Você precisa levantar, amor. Está deitada nessa cama à dois dias.

Fechei meus olhos novamente e as lágrimas teimaram em voltar. Eu não sabia que uma morte causaria isso em mim, ainda mais de uma mulher que me rejeitou por 20 anos. Mas era minha abuela, quem me ensinou muitas coisas, principalmente a sobreviver sozinha, sem precisar de ajuda.

– Santana, olhe para mim.

Abri novamente meus olhos, ela os encarou como se fosse a última vez que os visse, acariciou meu rosto e suspirou.

– Levante, amor. Eu te ajudo a se levantar, se quiser.

– Não. – sussurrei.

– Santana...

Fechei meus olhos novamente, não querendo mais me manter acordada.

– Hey, Sant.

Abri meus olhos, torcendo para que fosse sonho. Britt estava ali, sentada na minha frente. Quantas horas haviam passado?

– Levanta, por favor. – ela pediu. – Você precisa levantar. Rachel está preocupada.

Continuei calada, não chorava mais, talvez não tinha mais água no corpo para isso.

– Você não come à sete dias, Sant. Está desidratada e só fica deitada.

Pisquei lentamente, meu corpo não aguentava mais, estava cansado, assim como meus olhos, que ardiam demais.

– Se eu trouxer uma sopa, você come?

Novamente fiquei calada. Meu corpo não tinha forças para se mexer, nem ao menos responder.

– Sant...

Fechei meus olhos. Agora eu já não queria mais ser incomodada, e bateria em qualquer um que me acordasse novamente.

– Santana Berry Lopez, levante daí agora!

Que droga! Não se pode mais dormir nessa casa? Abri meus olhos e vi Nick em pé, olhando para mim como Britt.

– Tire esse corpo dessa cama e vá cuidar da sua família, antes que eu te arraste! – ela disse em tom autoritário.

Confesso que me deu vontade de rir, mas não fiz.

– Rachel não está bem, Santana. Ontem ela vomitou, talvez por preocupação.

Ok. Rachel realmente estava preocupada, mas ela sabia se cuidar sozinha. Ficou bem durante oito anos antes de eu voltar, por que não pode se cuidar em apenas... quantos dias estou dormindo?

– Você precisa ao menos comer, ou beber um pouco de água. Sabe quanto tempo você está nessa estúpida cama? Por duas semanas. Duas semanas, Santana!

Eu realmente precisava levantar. Preciso superar essa morte. É apenas uma morte! Uma morte de uma pessoa muito especial para mim que me rejeitou ao descobrir que sou lésbica. Senti uma lágrima cair do meu olho. De onde ela veio?

– Pelo amor de Deus, Santana! Saia daí! Vai brincar com Maggie, vá transar com Rachel, faça o que quiser, mas saia dessa cama!

Meus olhos novamente pesados se fecharam, eu precisava dormir.

– Mamãe?

Eu realmente não estava mais aguentando. Todos me acordavam e tinha os mesmos olhares, de pena. Abri meus olhos, com medo de ser Megan. Não queria vê-la triste. Por azar, era ela mesma.

– Podemos comprar sorvete, mamãe?

Tentei responder, mas nada saía, nem mesmo conseguia mexer minha boca.

– Mamãe, não quero mais ver a mamãe e a tia Britt chorando. – ela choramingou.

Vou me levantar. Espero conseguir me levantar. Não conseguia me levantar. Fechei meus olhos, mas tentei os abrir novamente.

– Santana, abra os olhos. – ouvi a voz.

Não conseguia distinguir de quem era, então abri meus olhos, mesmo com um pouco de esforço. Espere! Puck? O que ele fazia aqui?

– Hey, gostosa. – ele disse em um tom brincalhão. Talvez para tentar me fazer rir. – Eu soube o que aconteceu, então resolvi saber como você está.

Isso era estranho. Depois de anos, Puck veio me ver?

– Se casou com a Rachel, hem... Achei que faria isso com a Brittany. – ele sentou na cama, ainda olhando para mim. – Sabia que está em todos os jornais?

O que? Como assim? Eu nos jornais?

– A sala da sua casa está cheia de flores, bichinhos de pelúcias, entre outras coisas. Rachel está louca. Seus fãs te amam, e estão preocupados, assim como sua família.

Mesmo achando que não podia, senti meus olhos se encherem de lágrimas. Haviam poucas, mas haviam.

– Rachel disse que você está ai à três semanas. Não sei como consegue...

T-t-três semanas? Devem estar exagerando.

– Levanta daí. Você tem uma mulher gostosa em casa, dois filhos que te amam, Brittany parou de comer, assim como Rachel e uma tal de Sarah... Megan disse que você também não come. – ele suspirou. – Acredita que, assim que Rachel abriu a porta para mim, começou a chorar e me abraçou? Se você não levantar daí, vou roubar ela de você.

Meus olhos cansados se fecharam, mesmo querendo os manter abertos. Eu já não queria mais me manter deitada, mas meu corpo não se mexia.

– Sant... – ouvi Sarah sussurrar.

Com bastante esforço, consegui abrir meus olhos e a ver deitada ao meu lado, acariciando meus cabelos.

– Estou com medo, Sant.

Por um momento não a vi como Sarah a adulta, mas sim Sarah a pequena de dez anos.

– Posso perguntar uma coisa? Você quer morrer? Porque é isso que vai acontecer, se você continuar deitada e não comer.

Seus olhos estavam marejados, vermelhos e inchados. Me senti culpada por deixá-la assim.

– Um mês, Santana. Está ai durante um mês.

Ela continuava acariciando meus cabelos, o que me fez dormir novamente. Eu estava bastante cansada, talvez acordasse no dia seguinte. Eu ia levantar, assim que acordasse, ia levantar.

– Hey, idiota! – gritaram.

A voz era familiar, até demais.

– Abre esse olhos, ou terei que te jogar pela janela!

Não podia ser... abri meus olhos e a vi. Sentada em minha cama, com o rabo de cavalo perfeito, o uniforme das Cheerios e o olhar bitch.

– Qual é o seu problema, hem?

Snixx estava ali, na minha frente, com a aparência da Santana de 20 anos atrás, o que me assustou.

– Você é surda ou o que? Não vê o que está fazendo com a sua estúpida vida? Eu vivo nela! Quer me matar?

Meu corpo se arrepiou, consegui me sentar, o que eu não fazia por um mês, pelas contas da Sarah.

– Olhe o que está fazendo! Acabando com sua vida, por causa de uma mulher estúpida e vadia que morreu.

– Não fale assim da minha abuela!

– Não? Ela merece o pior! Olhe o que te fez fazer!

Ela apontou para o meu lado, vi meu corpo deitado como eu estava antes. Deduzi que minha alma estava conversando, ou melhor, discutindo com meu alter ego.

– Eres muy estúpida! Sal de la cama, se hará cargo de su hijo! Rachel no puede dejar de llorar, y es tu culpa!

– Me deixe em paz! – gritei.

– Qué tienen en mente? Quieres ver a Dios antes de tiempo? Si usted va al cielo.

– Cale a boca, Snixx!

– Yo no calo! Usted debe tener cuidado de Rachel, no es así!

Snixx se levantou e caminhou até a porta, com a mesma pose bitch. Eu também me levantei, olhei novamente para o meu corpo, estava me assustando.

– Sígueme.

Ela desceu as escadas, eu a segui, vi Megan sentada no sofá assistindo televisão. Snixx caminhou até a porta do banheiro, que estava fechada, e a atravessou. Fiquei confusa. Devia abrir?

– Você não vem? – ela perguntou, com a cabeça para fora.

Passei pela porta, me deixando mais assustada, vi Rachel sentada no chão chorando.

– Mira! Rachel não está nada bem.

Me ajoelhei, seus olhos fechados e a cabeça baixa, coloquei minha mão em seu rosto, mas essa a atravessou, fazendo-a abrir os olhos.

– Santana... – ela sussurrou.

– Ela sente? – perguntei, ainda olhando para Rachel.

– Claro. Vocês têm uma ligação juntas.

Aproximei meu rosto ao dela e lhe dei um selinho, o que a fez suspirar. De repente ela se ajoelhou, me atravessando, e começou a vomitar no vaso sanitário.

– Ela...

– Não está bem. – Snixx completou.

Rachel se levantou, se olhou no espelho e eu me levantei.

– Que merda! – Rachel murmurou.

Olhei para o seu rosto, seu nariz estava sangrando. Droga! Ela o limpou com lenço por um tempo, em seguida saiu do banheiro.

– Rachel... – sussurrei.

– Está voltando, Santana. Depois de anos, está voltando.

– Mas...

– Você sabia que poderia voltar, mesmo que tenha durado anos.

Meus olhos se encheram de lágrimas, fui até a cozinha, onde Rachel estava, a vi comer uma cenoura a contra gosto, corri para o quarto e me deitei na cama, junto ao meu corpo.

– O que está fazendo? – Snixx perguntou.

– Eu preciso acordar! Preciso salvar minha estrelinha.

– Não agora, Santana.

– Por que não? – perguntei me sentando.

– Ainda não acabei.

– Como assim?

Ela segurou minha mão e, de repente, estávamos na sala da casa da Nick.

– O que estamos fazendo aqui? – perguntei, olhando para Snixx.

– Você vai ver.

Snixx caminhou até a cozinha e eu a segui, Sidney estava à mesa com Joseph e Susan, os três comiam.

– Estão almoçando. – ela explicou.

– Onde estão Nick e Britt?

– Nick saiu, não sei onde ela está, na verdade ninguém sabe.

– E Britt?

– Britt-Britt está no quarto.

Eu sai da cozinha, deixando Snixx para trás. Fui até o quarto da Britt e a vi apoiada na janela fumando. Me aproximei, seu rosto estava corado, talvez de tanto chorar, seus lábios ressecados e um maço de cigarro na mão.

– Britt...

– Ela não consegue parar. – Snixx disse, atrás de mim.

– Ela estava parando. – murmurei.

Britt abaixou a cabeça e começou a chorar.

– Droga, Santana! – ela murmurou. – Eu paro de fumar, se você levantar da cama.

Me aproximei mais dela, aproximei minha mão de seu rosto e ela sumiu. Na verdade já estávamos na casa da Sarah.

– O que...

– Tem mais pessoas. – Snixx disse.

Ela apontou para trás de mim, me virei e vi Sarah deitada em sua cama.

– Ela...

– Está dormindo. Passou a noite toda acordada, deitada ao seu lado esperando você acordar.

Me aproximei da Sarah, acariciei seu rosto e suspirei.

– Não quero mais ver isso. Me leve de volta.

– Tem certeza?

– Sim. Me leve para casa, eu vou me deitar e acordar.

– Mas não precisa disso.

– Por quê?

Ela sorriu, se aproximou de mim e segurou minha mão.

– Basta abrir os olhos.

– Mas meus olhos estão abertos.

– Não Santana, abra os olhos.

Snixx começou a sumir, logo tudo também sumia. Não via mais nada, apenas uma grande luz branca. Será que eu...

– Santana. – olhei para o lado e encarei os olhos verdes.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Hum?
Ice Queen aparece de novo.. *--*
Prevejo muitas me matando.. kk
PS.: Ideia do cap. veio da minha amiga.. kkkk Matem ela.



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