Como Se Livrar De Uma Vampira Apaixonada escrita por Rafa


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi galera. Mais um capítulo para vocês e muito obrigada por estarem participando.



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- Você vai fazer uma ótima exibição, filha – prometeu mamãe, usando um alfinete para prender meu número nas costas do blazer de montaria.

- Vou vomitar – gemi. – Por que me inscrevi nisso?

- Porque os desafios nos fazem crescer – respondeu mamãe.

- Se você diz...

Dentro de alguns minutos seria a minha vez. Eu montaria Bela, na arena do Clube da Juventude e nós saltaríamos uma série de obstáculos.

A coisa toda duraria uns 3 minutos, no máximo.

Então por que eu estava tão nervosa?

Porque você pode cair. Bela pode refugar. Você não é uma atleta, é só uma matematleta.

- Eu deveria ter trazido um bezerro, como no ano passado – resmunguei. – Tudo o que a gente precisa fazer é entrar na arena e esperar para ver se ganha um prêmio.

- Rachel, você é uma ótima amazona – insistiu mamãe, me girando pelos ombros para olhar em meus olhos. – E até parece que nunca competiu.

- Mas aquilo era matemática – protestei. – Eu sou boa em matemática.

- Você é boa saltadora também

Pensei em Kitty e Quinn.

- Mas não sou a melhor.

- Então hoje é uma excelente oportunidade para testar seus limites. Arriscar-se a um segundo ou até mesmo um terceiro lugar.

Olhei para o outro lado do campo, onde Quinn estava a meio galope com sua égua, que ela havia batizado como Fera. Rá-rá-rá.

- Correr riscos nem sempre é uma boa coisa – retruquei, olhando Quinn lutar para controlar o animal ainda meio selvagem. Quinn era a única que conseguia encostar em Fera. Ela insistia em dizer que ela era incompreendida, mas eu achava a égua simplesmente maligna.

- Aquilo é um pouco arriscado demais – admitiu mamãe, acompanhando meu olhar. Em seguida suspirou. – Espero que ela fique bem.

Pelo modo como ela disse, tive a estranha sensação de que minha mãe não falava apenas da competição de saltos.

- Ela também precisa colocar o número – acrescentou mamãe, e acenou para Quinn.

Ela ergueu a mão cumprimentando-a, e veio trotando, saltando da sela e enrolando as rédeas numa estaca de cerca. Fera jamais seria o tipo de animal capaz de esperar sem estar amarrada.

Quinn fez uma pequena reverência.

- Dra. Corcoran. Rachel.

- Oi, Quinn – respondi, pouco à vontade.

Ela se virou e minha mãe prendeu o número. Para minha surpresa, em seguida minha mãe girou Quinn, como tinha feito comigo, e a abraço. A surpresa se transformou em choque quando Quinn a abraçou de volta.

Quando foi que essas duas se aproximaram? Em algum momento depois do Halloween, talvez. Quinn eu estávamos nos evitando desde aquele encontro estranho no terraço.

- Boa sorte – disse mamãe, espanando uma sujeira imaginária no blazer impecável dela, de caimento perfeito. – E use o capacete – acrescentou. – É obrigatório.

- É, é, a segurança em primeiro lugar – disse Quinn, sarcástica. – Vou procura-lo. – Ela virou para mim com um olhar neutro. – Boa sorte.

- Pra você também.

Quinn desamarrou a égua e a conduziu para longe. Mamãe a observou com um rosto tenso.

- Ela vai ficar bem – garanti.

Assim espero.

- Eu sou a segunda, certo? – perguntei.

- É. Depois de Kitty.

Maravilha. A pior apresentação que poderia vir antes de mim. Kitty não competia apenas na exposição do Clube da Juventude. Montava nas exposições mais importantes em seu capão caríssimo. Meu estômago ficou embrulhado de novo.

- Você vai se sair muito bem – afirmou mamãe, e me abraçou.

O alto-falante começou a berrar. Estava na hora.

Vamos lá.

Obviamente Kitty completou o circuito sem falhas com seu puro-sangue Dança Lunar. Dominou o percurso com as pernas ágeis, de ossos finos, do animal, superando qualquer obstáculo, até mesmo o quinto, uma torre que, de onde esperava, na lateral, parecia ter uma altura intransponível.

Eu precisava fazer xixi, um xixi de nervosismo, mas não havia tempo. Montei, enquanto os cascos de Dança Lunar passavam na parte final do circuito.

A seguir, Rachel Berry, da Escola Woodrow Wilson, montando Bela, uma appaloosa de cinco anos.

Eles anunciaram meu nome.

Respirei fundo e localizei Brody, que assistia da arquibancada. Ele sorriu, me encorajando com os polegares para cima. Sorri de volta, quase por obrigação.

Quinn também estava lá, observando, encostada na cerca. Droga. Como se eu precisasse dos seus olhos hipercríticos para me julgar.

Olhei por cima do ombro, imaginando o que aconteceria se minha égua e eu simplesmente desistíssemos. Mas era tarde. Não havia como dar para trás.

Respirei fundo outro vez, fui em frente. Os cascos de Bela, faziam pouco barulho na terra densa da arena quase silenciosa. Sentindo a força do animal, seus passos familiares sob meu corpo, comecei a me concentrar. O primeiro obstáculo se aproximava. Uma cerca. Entramos em meio galope, saltamos e ultrapassamos sem erro. Você está só saltando com Bela. Exatamente como faz em casa. Passamos então com facilidade pelas traves baixas e o nervosismo foi sumindo, sendo substituído pela empolgação.

Todas aquelas pessoas nos observavam e estávamos conseguindo.

Bela passou pelas duas cercas seguintes, e seus cascos se quer roçaram as traves.

A quinta cerca, a mais alta, se aproximou e meu coração quase pulou pela boca. Mas Bela se ergueu, voou e nós passamos.

Um circuito perfeito. Sem faltas. No final das contas havíamos feito uma passagem impecável. Um sorriso enorme, vitorioso, rasgou meu rosto.

Engole isso, estrelazinha romena.

Enquanto ia a meio galope para saída, acenei para os meus pais, que aplaudiam, e para Brody, que estava com dois dedos na boca, assobiando. Procurei Quinn e vi que ela batia palmas com energia, as mãos levantadas. Ela moveu os lábios sem emitir som: “Boa apresentação”. O que quer que tivesse se partido entre nós havia acabado de ser um pouco consertado.

Voltei, depois de levar Bela, bem a tempo de ver a exibição de Quinn.

Ela montava com facilidade, majestosa, como se tivesse nascida sobre o lombo da Fera. A égua negra como a noite também parecia estranhamente calma. Cutucando os flancos, Quinn a instigou num meio galope, chegando quase ao galope total. A velocidade era insana para o percurso pequeno, mas Quinn não parecia notar. Havia um pequeno sorriso em seus lábios enquanto se aproximava da primeira cerca, e percebi que aquele era um animal nascido para saltar. As duas pareciam fundidas uma a outra, égua e amazona, tomando conta do circuito. Fera chegava ao dobro da altura necessária e de repente os espectadores estavam gritando e aplaudindo.

Era uma coisa imprudente. Imprudente demais. Olhei para os meus pais na arquibancada. Pareciam aterrorizados e logo fiquei também.

Enquanto Quinn voava por cima do quinto obstáculo, alguém apertou meu pulso, fazendo-me pular de susto.

- Olha só pra ela – sussurrou Kitty Wilde para ninguém em particular. Tive quase certeza de que ela nem notara quem estava segurando, tamanha a intensidade com que olhava Quinn. Kitty bateu com o chicote de montaria no tornozelo, distraidamente, no mesmo ritmo dos cascos. Puxei o braço para longe.

- Desculpa – murmurou ela, sem desviar os olhos de Quinn.

Fera ultrapassou o último obstáculo e o locutor anunciou um novo recorde de tempo na competição.

Quinn e a égua pararam diante do portão e ela desceu, tirando as luvas de montaria com ar tranquilo, como se tivesse acabado de dar um passeio no parque alheia aos aplausos.

Sempre metida a besta.

- Vou dar os parabéns a ela – disse Kitty.

Captei uma expressão peculiar nos olhos da futura rainha do baile de formatura.

Kitty desapareceu na multidão, em direção à saída, seguindo Quinn atrás da arena. Foi então que pensei no chicote de montaria. Fera não gostaria de ver o chicote. Quinn chegara até a pôr um cartaz de aviso no estábulo – um cartaz que eu via quase todo dia.

- Kitty, espera – gritei indo atrás dela.

Mas não fui rápida o bastante. Quando a alcancei atrás da estrebaria, Kitty se aproximara da égua e da amazona e estava balançando o chicote, chamando a atenção de Quinn. O chicote roçou o flanco do animal e Fera girou furiosa, recuando, quase arrancando as rédeas das mãos de Quinn antes que ela percebesse o que estava acontecendo.

Ouvi Quinn ordenar que Kitty largasse o chicote, mas era tarde demais.

A égua empinou, dando com as patas no ar, perto demais de Kitty. Gritei, vendo o que iria acontecer, e então Quinn empurrou a garota, colocando-se na frente dos cascos e depois caindo debaixo deles.

Houve um estalo horrível quando a força dos cascos de Fera, impelidos por uma tonelada de cartilagens e músculos, colidiu com as pernas e as costelas de Quinn. Tudo acabou em segundos, antes que eu pudesse se quer gritar de novo, e de repente Quinn estava caída, o corpo dobrado, quebrado, sobre a grama. Havia sangue na camiseta branca dela, sangue escorrendo da bota de cano alto e manchando a calça cáqui.

- Quinn!

Finalmente encontrei minha voz e gritei, correndo, me abaixando ao lado dela. Estava tão apavorada que me esqueci do monstro perigoso que se erguia ainda solto perto do meu ombro.

- Pegue-a – pediu Quinn, com os dentes trincados enquanto tentava rolar de lado, indicando a égua que estava parada, arfando, com medo e ainda cautelosa. – Você consegue. Antes que ela...

Kitty começou a chorar aos berros, mas ninguém nos ouvia atrás da estrebaria. Todos estavam lá dentro, assistindo a competição. Fera tinha parado, com a cabeça baixa, fungando como uma sentinela furiosa acima de Quinn. Eu podia sentir seu hálito quente em meu pescoço e então fiquei apavorada por mim também. Nada de movimentos bruscos...

- Ela precisa ser amarrada, Rach – implorou Quinn, contraindo-se com o esforço das palavras.

Assenti em silêncio, pois sabia que ela estava certa. Levantando-me bem devagar, o mais lentamente possível, me virei.

- Calma, garota.

Mantive os olhos fixos nos dela e localizei as rédeas com as pontas dos dedos. A respiração da égua continuava pesada e rápida, mas ela ainda estava parada. Quinn gemeu. Eu precisava agira depressa. Movendo-me com mais segurança, porém com os dedos trêmulos, enrolei as rédeas numa estaca presa no chão.

Graças a Deus. Ela estava sob controle.

Corri de volta para Quinn, que apertava as costelas por cima da camiseta ensanguentada. Fiquei de joelho e segurei sua mão livre.

- Está tudo bem – prometi. Mas não conseguia desviar os olhos de sua perna. Havia uma fratura na metade da canela e a bota de couro estava dobrada. – Chama alguém para ajudar – gritei para Kitty, que parecia paralisada.

- Foi um acidente – ela choramingava sem parar.

- Vai chamar alguém! – gritei com ela de novo. – Agora!

- Não! – rosnou Quinn, mais alto do que eu imaginaria ser possível, dada a posição retorcida de seu corpo. Mas algo em seu tom interrompeu Kitty e ela se virou. – Chame os pais da Rachel. Mais ninguém.

Kitty hesitou, em pânico, perplexa, incerta. Olhou para mim.

- Chama os médicos de plantão – implorei a Kitty. O que Quinn estava fazendo? Ela precisava de uma ambulância.

- Só os pais de Rachel – disse Quinn, cuja voz se sobrepôs à minha em seu tom mais autoritário. E me segurou pela mão para que eu não pudesse ir.

- Eu... Eu... – Kitty começou a dizer alguma coisa.

- Vá! – ordenou Quinn.

Kitty saiu correndo. Rezei para que ela trouxesse os médicos.

- Droga, isso dói – gemeu Quinn, o rosto se retorcendo, enquanto uma onda de dor a atravessava. Ela apertou a minha mão. – Fique aqui, está bem?

- Não vou a lugar algum – respondi num esforço para que a voz não falhasse. Estava aterrorizada e lutava para não deixar que Quinn visse meu medo. Um fio de sangue escorria de sua boca e eu contive a ânsia de gritar. Isso devia ser mau sinal. Poderia indicar uma hemorragia interna. Limpei o líquido vermelho com os dedos trêmulos e uma lágrima caiu no rosto dela. Eu nem tinha percebido que estava chorando.

- Por favor, não faça isso – ofegou Quinn, me encarando. – Não desmorone por minha causa. Lembre-se: você é da realeza.

Apertei sua mão com mais força.

- Não estou chorando. Aguenta firme aí.

Ela se remexeu um pouco, encolhendo-se.

- Sabe... Isso não pode matar um...

Meu Deus, ela ainda ia falar naquela palhaçada de vampiro? Nunca acreditei nem por um segundo que ela não poderia morrer.

- Fica parada.

- Essa perna... Porcaria.

Seu peito arfava e ela tossiu. Mais sangue. Um monte de sangue. Sangue demais. Saía de seus pulmões. Provavelmente haviam sido perfurados. As aulas de primeiros socorros na escola tinham sido em números suficiente para que eu soubesse um pouco sobre acidentes. Limpei seus lábios com a manga da minha blusa, mas isso só espalhou mais sangue em nós.

- Os médicos já estão vindo – prometi. Mas será que chegarão tarde demais?

Por instinto, alisei o cabelo de Quinn com minha mão livre. Seu rosto relaxou só um pouquinho e a respiração se acalmou de leve. Mantive a mão ali, pousada em sua testa.

- Rach?

Ela procurou meu rosto com os olhos.

- Não fale.

- Eu... Eu acho que você merece... Um prêmio.

Mesmo contra a vontade eu ri, um riso áspero, tenso, e me abaixei para beijar sua testa. Aquilo simplesmente aconteceu. Pareceu a coisa mais certa a fazer.

- Você também.

Seus olhos se fecharam. Senti que sua consciência estava se esvaindo.

- E... Rach.

- Fica quieta.

- Não deixe que façam nada... com minha égua – conseguiu dizer com a respiração difícil. – Ela não quis fazer mal. Foi só o chicote, você sabe...

- Vou tentar Quinn – prometi. Mas sabia que não adiantaria. Os dias de Fera estavam contados.

- Obrigada, Anastácia... – Sua voz era quase inaudível.

Vindo da lateral da estribaria, ouvi o som de pneus de carro na grama. Soltei o ar com alívio. Kitty havia chamado a ambulância.

Mas me enganei. Quando o veículo virou a esquina, identifiquei a velha Kombi com Leroy Barry ao volante. Meus pais saltaram, o medo estampado no rosto, e me tiraram do caminho.

- Levem-me para sua casa – implorou Quinn, voltando um pouco a si. – vocês sabem...

Mamãe girou para me encarar.

- Abra a traseira da Kombi – ordenou.

- Mamãe, ela precisa de uma ambulância.

- Faça o que eu digo Rachel.

Comecei a chorar de novo porque não entendia o que estava acontecendo e não queria contribuir para a morte de Quinn. Mas obedeci.

Meus pais colocaram Quinn na Kombi com o máximo de delicadeza possível, mas ela continuou a gemer, mesmo inconsciente. A dor era tão grande que devia ter passado pelo seu cérebro entorpecido. Comecei a ir atrás dela, mas papai me impediu com a mão firme no meu ombro. Em vez disso mamãe entrou, agachando-se ao lado de Quinn.

- Fique aqui e explique o que aconteceu – disse papai. – Diga a eles que levamos a Quinn para o hospital.

Vi a mentira no rosto de papai e meus olhos se arregalaram.

- Vocês vão leva-la para lá?

- Só diga a todo mundo que ela está bem – retrucou papai, sem responder a minha pergunta. – Depois, cuide da égua.

O que eles me pediam era demais para mim. E se não levassem Quinn para o hospital e ela morresse? Seriam responsáveis! Talvez acusados de negligência ou alguma modalidade de homicídio. Kitty tinha visto que Quinn não estava bem. Sabia que ela precisava de cuidados médicos. E o Clube da Juventude verificaria se ela fora hospitalizada. Afinal de contas, o haras poderia ser processado. Que diabo meus pais estavam fazendo? Eles poderiam ir para a cadeia. E por quê? Não fazia sentido manter Quinn fora de um hospital.

Mas não havia tempo para protestar nem pedir orientação. Quinn precisava ir para algum lugar quente, pelo menos. Algum lugar onde as pessoas soubessem cuidar de ossos quebrados e pulmões sangrando. Desde que não fosse a nossa cozinha, onde papai poderia tentar alguma cura com ervas...

Meu peito arfou de novo. Eu estava apavorada. Se meus pais fossem tentar algum tipo de “cura natural” em Quinn seriam mais sem-noção do eu pensava. Tudo isso passou pela minha cabeça enquanto eu seguia a pé atrás da velha Kombi, olhando desamparada o veículo sacolejar pela área gramada e pelo estacionamento de cascalho, o mais rápido que papai conseguia dirigir sem, aparentemente, levantar suspeitas ou sacudir muito Quinn.

Eu ainda estava ali, parada, olhando uma nuvem de poeira que se afastava, quando Kitty reapareceu ao meu lado, mais recomposta. Seus olhos estavam vermelhos, mas os ombros haviam voltado a ficar alinhados. Mesmo assim sua voz ficou um pouco embargada quando perguntou:

- Você acha que ela... Vai ficar...?

- Ela vai ficar bem – prometi, mentindo com mais facilidade do que achava possível. Precisava soar convincente. A sobrevivência da minha família, não somente a de Quinn, estava em jogo. – Acho que os ferimentos não foram tão ruins como pareceram de início.

- Não?

Kitty me lançou um olhar cético. Mas também era um olhar de esperança. Percebi que ela preferia acreditar na mentira. Afinal, não queria ser responsável pelos ferimentos de Quinn, muito menos por sua morte.

- Ela se sentou um pouco – contei, obrigando-me a olhar os olhos de Kitty. – E fez uma piada.

A tensão no rosto de Kitty se aliviou e eu soube que ela havia se obrigado a acreditar no que eu disse. Estava desesperada demais por ser absolvida.

- Deve ter parecido tão ruim porque aconteceu rápido demais.

- É, provavelmente – concordei. – Foi apavorante mesmo.

O olhar de kitty se desviou na direção do estacionamento, como se ainda esperasse ver a Kombi se afastar. Então notei que ela continuava com o chicote nas mãos, batendo-o distraída na bota. Eu teria jogado aquela coisa no lixo. Como é que ela não havia enxergado a placa no estábulo?

A resposta era tão óbvia que chegava a ser ridícula. Kitty Wilde não via nada além de sua pequena esfera de interesse. Simples assim.

- Mesmo não estando tão ruim como a gente pensava, por que ela não quis que eu chamasse os médicos? – perguntou ela pensativa.

Eu também não tinha certeza, mas fiquei com a sensação de que teria a ver com as ilusões de Quinn sobre ser uma vampira. Mas essa definitivamente não era uma resposta adequada para Kitty, por isso sugeri:

- Acho que ela é orgulhosa demais. Corajosa demais para ser carregada ao som de sirenes e com pessoas olhando.

Na verdade, conhecendo Quinn, isso também poderia ser verdade.

Kitty sorriu um pouco, ainda olhando a distância. O chicote batia a um ritmo constante em sua bota. Estava calma agora, quase relaxada.

- É – disse ela, mais pra si do que pra mim. – Quinn Fabray parece não ter medo de nada. E ela sabe mesmo o que quer, não é?

Você não faz ideia, senti vontade de dizer. Nesse instante, porém, um bando de juízes da competição marchava em direção a nós duas. Eu me virei para encará-los, pronta pra contar mais mentiras.


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Notas finais do capítulo

E agora? O que será que vai acontecer com a Quinnie???
Galera acho que vocês ainda vão ficar com pena da Rachel em algum momento.



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