Estava de noite...

Tudo que eu conseguia pensar é, “eu tenho que sair daqui”, fui ingênua o suficiente para me meter nesta roubada, eu não sei a onde estou, mas sei de uma coisa, ele está atrás de mim...

Para que possam entender melhor vou contar o que aconteceu comigo.

11 horas atrás...

Eu estava no jardim de casa plantando minhas amadas tulipas, (são minhas flores preferidas, no meu jardim tem tulipas de diversas cores, amarelas, vermelhas, rosas e agora brancas também) estava plantando tulipas brancas desta vez até que um homem parou na minha frente.

- Você gosta de tulipas não é? –

Olhei para cima para ver o rosto de quem tinha falado comigo, o homem aparentava ter 40 anos, cabelos pretos com fios grisalhos, olhos verde misturado com castanho, um pouco narigudo.

- Gosto sim, são minhas flores preferidas – sorri para ele, esse homem caminhava muito na vizinhança, mas ele não morava lá, já falei com todos os meus vizinhos e ele não era um deles. Eu deveria obedecer mais a minha mãe e não falar com estranhos, mas não! Eu tinha que ser ingênua ao ponto de confiar em qualquer um?

- Eu tenho umas sementes de tulipas no meu carro, você quer? –

- Você me daria mesmo? – perguntei animada.

- Claro, venha comigo, meu carro está logo ali na esquina. –

- Esta bem. – o segui. Foi a pior coisa que eu podia ter feito, confiei em um homem que nem conhecia, sabia que era errado, mas eu queria as malditas sementes. Paramos em frente o seu carro, fiquei esperando ele pegar a semente, mas quando ele parou na minha frente ele não estava com as sementes, não... Ele estava com um frasco de vidro e um pano na mão, ele derramou um pouco do conteúdo que no frasco continha no pano e andou na minha direção, ai que minha ficha caiu, foi neste exato momento que eu soube que tinha sido muito idiota. Tentei correr, mas ele me segurou e pôs o pano em meu rosto e tudo ficou escuro.

Quando eu acordei estava dentro do porta mala do carro, entrei em pânico olhava para todos os lados mas não via nada, passei a mão pelo teto do porta malas na esperança de ter aquela cordinha para saída de emergência, mas ele já tinha arrancado, ele tinha pensado em tudo, eu estava em desvantagem.

Horas se passaram, eu sabia que já estava bem longe de casa, procurei manter a calma, eu já tinha um plano. Depois de mais algumas horas o carro começou a parar, escutei ele fechando a porta e indo em direção à porta mala, no mesmo instante fingi que eu estava desacordada, ele abriu e deu um suspiro, me pegou no colo, antes que ele pudesse fazer algo enfiei o dedo no olho dele, ele me deixou cair no chão e eu corri, estava no meio do nada, só tinha mato em volta, com certeza não estava mais na minha cidade. Ele correu atrás de mim, mas eu fui mais rápida, corri até ver uma placa “bem vindo a Lins vill”. Ótimo além de estar longe de casa estava perdida também.

Andei um pouco até que vi seu carro de longe e me escondi no meio do mato, ele não me viu, pois passou direto, para evitar ser pega fiquei lá algumas horas.

Agora...

Agora estou aqui, em uma cidade que não conheço. Sabia que eu ainda não estava segura, minhas roupas estavam acabadas, minha calça jeans agora estava suja de terra por eu ter me escondido no mato e minha blusa com o desenho do Garfield estava rasgada nas pontas, não sei por que ainda usava aquela blusa, fala sério eu já tinha 15 anos.

Estava cansada de andar, porem algo me chamou a atenção, um homem apontava uma arma para dois outros homens que seguravam facas. A aflição me possuiu. Eu tinha que sair dali. É claro, se eu ficasse ali eu ia morrer. Andei bem de vagar para poder virar na primeira rua que eu visse, enquanto andava tropecei em uma latinha, ela rolou fazendo muito barulho.

- Ei, Você. – o homem com a arma gritou para mim e me apontou a arma. Corri o mais rápido possível, agora eu não tinha que ficar em silêncio, senti lagrimas escorrendo pelas minhas bochechas, eu não conseguia mais me conter, quanto mais eu corria mais eu chorava, quando percebi eu já estava em um parque, parei e sentei no chão, isso não podia estar acontecendo, era demais para mim.

- Você está bem? – Olhei para cima e vi um garoto, ele tinha cabelos negros, lisos e curtos, olhos negros, pele morena bem clara. Percebi que tinha que dar uma resposta a ele.

- Eu... Eu... – Comecei a chorar novamente. Ele sentou do meu lado e me abraçou, não sei porque , mas o calor do seu corpo me acalmou.

- Está tudo bem, eu estou aqui –.

- E... Eu tenho que sair daqui ou ele vai me encontrar –

Sua expressão ficou séria, então der repente ele me tinha em seus braços, carregou-me até um carro preto, me colocou no banco da frente e colocou meu cinto de segurança, mas eu não fiquei com medo, por mais que eu não o conheça sentia que ele era confiável. Ele foi para o acento do motorista e ligou o carro.

- Para onde nós vamos? – perguntei.

- Para um lugar seguro. – ele sorriu para mim. – Qual é o seu nome? –

- Scarlet White –

- Meu nome é Jason, posso te chamar de Sky? –

- Pode – Sorri.

- Você parece cansada porque não dorme um pouco? –

- Mas... –

- Pode dormir, estou te levando para a minha casa, e você é leve, quando chegarmos posso te carregar. – Ele sorriu, suas palavras ecoaram em minha mente e eu apaguei.