Igreja Kotomine, dez anos atrás.

O garotinho ruivo olhava para o padre de cabelos castanhos, a expressão de ambos era séria. O que mais deixava Shirou impressionado eram aqueles olhos, olhos profundos que pareciam julga-lo a cada piscada e de certa forma pareciam bem frios.

- Eu lhe salvei daquele inferno- começou a falar o padre- Devia ser grato a mim e ao senhor por isso.

O garoto não respondeu, apenas encarava Kirei em extremo silencio, depois de tudo, ainda tinha algo que incomodava Shirou em relação aquele homem. O padre simplesmente sorriu diante do silencio do garoto, algo que deixou Shirou bastante impressionado, pois tinha certeza que a face daquele padre era inexpressiva. Aquele sorriso de certa maneira era bem diabólico e fez o garoto ter calafrios na espinha.

- Servir a mim e a Deus seria uma maneira bem adequada de recompensar a sua salvação- fala Kotomine Kirei.

- Servir a Deus? Ele que me fez passar por tamanha dor, se Deus realmente me amasse, ele não teria tirado tudo que eu amava de mim... Não teria deixado ninguém morrer... – responde Shirou.

- Talvez aquela explosão tenha sido uma punição divina, semelhante ao que Senhor fez no grande diluvio e você teve a sorte de ser o sobrevivente... Você talvez seja o Noé... O escolhido de Deus para agir nesse plano terreno... – Retruca Kirei.

- O escolhido por Deus...?- pergunta Shirou confuso.

- Sim, se vir comigo eu o guiarei e você conseguirá desvendar todos os mistérios desse mundo e descobrir todas as verdades através do Senhor- Responde Kotomine Kirei estendendo sua mão para o garoto.

- Eu... Eu irei com você... Por favor, me guie e cuide de mim senhor Kotomine- Fala Shirou pegando a mão do padre que alargou seu sorriso depois de tal ato.

- Não me chame mais de senhor Kotomine... Me chame agora de “pai”... Kotomine Shirou- Responde o Padre.

O rei loiro de olhos avermelhados observava a cena em sua forma espiritual, um sorriso diabólico semelhante à de seu distorcido mestre preencheu seu rosto, “Isso será bastante interessante” pensa Gilgamesh.

Igreja Kotomine, dias atuais.

Kotomine Shirou orava em direção ao altar daquela igreja sombria, o lugar estava bastante calmo e sereno. Após terminar sua cerimonia olhou para um canto do estabelecimento aparentemente vazio.

- Desde quando está aí Gilgamesh?- pergunta Shirou.

- Isso não te interessa... - responde o rei dourado aparecendo em uma linda luz dourada- Além disso, você deveria se dirigir a palavra até mim com extremo respeito.

- Só respeito meu pai e ao Senhor- Retruca Shirou beijando o crucifixo dourado que fazia parte de seu colar.

- Ainda continuo achando muita tolice você e o Kirei ficarem venerando esse Deus e não a mim... – Fala Gilgamesh antes que fosse interrompido por Kirei entrando junto com outra pessoa que carregava uma bizarra lança avermelhada.

- Shirou, venha até aqui, tenho uma pequena surpresa para você... - fala Kirei com o pequeno sorriso no rosto.

O jovem ruivo caminhou até o padre que pegou sua mão direita, encostou na costa dela e começou a surgir uma tatuagem de duas marcas de cor rubra. Após esse feito, Shirou começou a admirar as duas marcas com bastante curiosidade enquanto o homem de cabelos azuis e olhos avermelhados caminhou até a sua direção.

- Então esse aí é meu novo mestre?- pergunta Lancer na direção de Kirei.

- Um mestre né... – Fala Shirou.

- Sim, meu caro filho, você se tornou alguém que mata e morre... A partir de agora você se tornou um mestre, mostre aos seus adversários que apenas você é um ser digno de possuir o cálice sagrado, um verdadeiro milagre de Deus que não deve ser tocado por impuros- fala Kotomine Kirei.

- Com prazer... Meu pai... - responde Kotomine Shirou com um cruel sorriso no rosto.

Uma certa rua de Fuyuki, dias atuais.

A pequena Illyasviel caminhava de madrugada nas frias ruas de Fuyuki, ela de repente parou de andar e se virou para o lado. Seus olhos cor de sangue se fixaram em um ponto a sua direita, para simples olhos mortais não devia ter nada ali, mas na visão dela havia um homem alto, de cabelos negros, musculoso, usando uma armadura grega e com um sorriso carismático no rosto.

- O que foi minha pequena senhorita?- pergunta o jovem alto e musculoso.

- Nada Archer... É só que... - fala a homúnculo.

- Você ainda não superou o fato de eu não ter sido convocado Berserker não é?- Fala Herácles.

- Sim, em parte é isso... Fico imaginado quem teria convocado o Berserker... - Responde Illya.

Mansão dos Matous, cinco dias atrás.

Sakura caminhava séria em direção ao lugar onde seu avô havia combinado que seria a convocação do servo. Ela era uma garota fria, sem sentimentos, permanecia séria o tempo todo, ela não havia motivo para sorrir, apenas seguia as instruções de Zouken sem ao menos hesitar, afinal, nunca encontrará um motivo para não obedece-lo.

Chegou até o local, uma sala escura de puro concreto que serviu para o representante da guerra anterior invocar seu poderoso servo. Na sala o seu avô a esperava com um sorriso sarcástico estampado no seu terrível rosto.

- Vovô... Onde está o Shinji...?- pergunta Sakura.

- Aquele verme inútil? Livrei-me dele, ele apenas servia de peso morto... - responde Zouken.

- Entendo... - fala Sakura neutra afinal não sentia absolutamente nada pelo seu “irmão”.

Sakura então se depara com a caixa de metal negra em cima do banco que agiria como altar para a cerimonia de conjuração. Abre ela e para sua surpresa lá se localizava o fóssil de uma folha molhada de sangue.

- Vovô... Que catalisador é esse? Achei que o lendário monstro Medusa que séria perfeito para mim... - Fala Sakura.

- Desistir dessa ideia, essa antiga folha molhada de sangue de dragão da Noruega será o catalisador perfeito para invocar o mais poderoso dos Berserkers- retruca o idoso- Ou tem alguma objeção quanto a isso?

- Nenhuma, obedecerei ao senhor sem hesitar... - Responde Sakura

- Muito bem então... Pode começar a cerimonia!- Fala o velho Matou.

A maga então começou a entoar: “Responda ao meu chamado e renegue sua sanidade, use sua espada sagrada para se banhar do sangue dos meus inimigos, venha guerreiro louco matador de dragões e juntos... Buscaremos a salvação dos nossos terríveis pecados!”.

Toda sala foi tomada por uma luz extremamente ofuscante, Sakura teve que fechar os olhos devido à tamanha iluminação. Quando os abriu se deparou com um estranho homem de armadura meio enferrujada, portava uma espada demoníaca negra como a noite, seus cabelos ruivos estavam extremamente sujos e seus olhos eram esbranquiçados devido à insanidade.

- o Berserker perfeito Sakura, ninguém vencerá Sigurd, o descendente de Odin e matador de Dragões- fala Zouken com um terrível sorriso.