Eles chegaram às nuvens, porém não houve tempo para comemoração, um som de tiro de canhão assustou a todos.

—Eu disse, eu disse que aqui era perigoso!—Usopp choramingava.

Todos olharam para frente do navio, estava realmente vindo em direção do navio, com força assustadora atravessando as nuvens pesadas como se fossem nada.

—Deixa comigo. —Zoro vociferou colocando a mão no punho da espada. Porém notou algo de estranho, um Haki.

—Tem alguém dentro daquilo!—Luffy gritou.

Zoro correu em direção da proa, saltou na frente do navio cortando a esfera de ferro ao meio, ricocheteando um homem para fora, jogando o para o lado. No mesmo instante Nami correu para a borda do navio e jogou bastante nuvem em direção do sujeito, que o segurou como uma luva. Porém, ainda estava longe do navio.

—Ei, senhor! Está bem?—Chopper gritou, preocupado com o homem que estava a metros do navio em um pedaço minusculo de nuvem.

Não recebeu nenhuma resposta, estava desmaiado.

—Alguém tem que buscar. —Robin sugeriu.

—Vamos tirar no “dois ou um”... Quem ganhar vai buscar, ok?—Luffy propôs.

—Ok—Sanji e Zoro aceitaram.

—Isso mesmo, é uma boa ideia. —Usopp falou e já estava do outro lado do convés com as pernas bambas.

—Como assim “Isso mesmo”? Você também. —Nami puxou-o pelo nariz e o arrastou até o circulo. —Até mesmo Chopper está no meio, porque você não?

—Mas e o Franky? Ele não participa?—respondeu indignado.

—Ele é quem está guiando o Sunny... Você vai ter que jogar.

Usopp já estava chorando de medo, engolindo seco. Olhou para todos, estavam com os dedos levantados para cima, porém Usopp reparou que todos estavam mostrando dois, se usasse o mesmo numero que eles poderia se safar dessa. “Beleza, colocarei dois”

—Dois ou um?—Luffy cantarolou, descendo a mão junto dos outros.

Usopp foi enganado, todos mudaram o numero na descida para um, e ele foi o único a colocar dois.

—Eeeeeei! Vocês roubaram!—se irritou.

—Não tem como roubar nesse jogo, a não ser combinar números, e nós nunca faríamos isso.—Disse Zoro cruzando os dedos atrás das costas.—Vai lá Usopp.

Nami pegou o bastão e usou a reserva da reserva para fazer um caminho até o homem.

—Vai Usopp. Aqui em cima as nuvens não aguentam muito tempo.

—Se eu morrer, vocês... Vocês... Vão pagar caro, MUITO CARO!—Balbuciou com muita raiva junto a medo. E Robin respondeu:

—Depois de morrer você não vai poder...

—Dane-se!!! Puxo seu pé de noite.—gritou sobre o pescoço.

—Tocante!—repondeu rindo.

—Não tem graça! Nenhuma!—Usopp gritou com raiva, até empurrarem ele pra cima da nuvem. Gelou da cabeça até as unhas dos pés. Foi engatinhando pelo caminho estreito de nuvens, a cada vento que recebia faltava ter um infarto.

—♪♫“Ele é Usopp e vai voar/ Vai até lá por azar/ Cuidado para não se matar...” ♫♪

—Ei! Brook o seu SOUL não está ajudando, em nada!

—Foi mal YOHOHOHO!

—Usopp olhe pelo lado bom...

—NÃO TEM LADO BOM!!!—Respondeu com raiva sobre os ombros novamente.

—Realmente... Não tem nada de bom em cair dessa altura, provavelmente seu corpo se espatif...

—PARE DE SER FRIA ROBIN!!

—Ei Usopp a nuvem vai se desmanchar, VAI LOGO!—disse Sanji.

—ESPERA CACETE!—berrou—Tá, ok, ok, calma, calma... Eu vou conseguir.

Usopp continuou com as pernas estremecidas, e todos do navio riam. Sabia que não podia, mas sempre olhava para baixo. Estava quase chegando, faltavam apenas alguns metros.

O homem começou a acordar, olhou para baixo, viu que estava muito alto. Nesse instante um vento muito forte bateu na nuvem, e a mesma começou a se desmanchar. O homem entrou em desespero.

—Segure na minha mão senh...—Mal terminou de falar e Usopp já se viu sendo atropelado pelo homem que passou por cima de sua cabeça pisando forte, e chegou ao navio.

—Droga, volte Usopp!!—Nami pediu.

Toda a nuvem que estava a sua frente sumiu, e se pôs a voltar escorregando até o navio, mas na metade do caminho não havia mais para onde fugir, ficou ilhado em cima de um pedaço de nuvem.

—Droga! Droga! Droga... Vento, Vento, vento!—começou a chorar.

Bateu um ultimo vento e Usopp começou a cair, olhou para baixo já imaginando sua morte.

—SOCORRO!!!—Gritou

O narigudo estava caindo, e não soube o que fazer, pensou em rezar... Então olhou para cima e viu apenas a mão de Luffy, que o pegou e o esticou de volta, para dentro do navio a salvo.

—Porque não fez isso para salvar o homem?

—Shishishishi... Porque você ganhou o “dois ou um”.

* * *

Interrogaram o homem, e a única informação que obtiveram foi a que já tivera. Ele ganhou um paraquedas feito por Usopp e se salvou de ter que voltar à Heaven Base. Porém uma dica foi importante para todos, de que havia um canhão gigante que atiraria neles caso encontrasse o navio pairando no ar. Trataram logo de recolocarem as velas para trabalharem.

O vento do céu, especificamente daquele lugar, era realmente forte, ganharam velocidade extra, o navio estava 5 vezes mais rápido, e o timão travado, não dava para mudar a direção.

—Olhem, estamos chegando. —disse Franky.

Sunny foi cortando o ar estava ainda mais rápido. Ainda estavam longes do castelo.

Para surpresa de todos, uma enorme erupção de nuvens se deu de baixo do navio, e um enorme balão, cinco vezes maior que o navio, subiu e entrou na frente do mesmo.

—Franky, vira o navio!—Usopp gritou.—Vamos bater!

Ele virou com toda força o timão, uma das velas rasgou, e fez com que o navio virasse com muita força. Todos os tripulantes se seguraram em cordas e quase caíram do navio que estava contornando o enorme obstáculo.

Eis que então Sunny começa a descer com muita força, a vela rasgada fazia uma enorme diferença. Franky avista um lugar no meio das nuvens e começa a virar com muita precisão , para que o navio entrasse por lá e não batesse.

Havia dois canhões normais apontados para eles, começaram a atirar contra o navio.

Luffy deu socos e se inchava para desviar a direção dos tiros, enquanto Zoro cortava e Sanji chutava.

—Parem!!—um dos atiradores implorou—Por favor, não façam isso, pelas nossas vidas...

O navio entrou descontrolado, os atiradores correram e o Sunny entrou passando por cima de todo o cais-aéreo, destruindo-o e esmagando todos os homens que estavam ali, voou destroços de madeira e ferro para todos os lados e levantou uma enorme poeira que foi varrida pelo forte vento. O navio parou no meio de uma espécie de praça enorme, e não podia ser visto nada além de 3 metros, estavam cercados por nuvem.

Todos começaram a descer um a um do navio.

—Foi um pouso perfeito, eu diria. —disse Franky calmo, até olhar para o casco do navio, agora encalhado e destruído: —O casco foi todo... Aaaarghr!

—No final aquela madeira cara não serviu de nada. —Nami resmungou.

—Agradeça à madeira, se não fosse ela você provavelmente já teria morrido. —respondeu.—Foi uma pancada e tanto.

—CHEGAAAAAAAAAAMOS!—gritou Luffy em tom de vitória.

Luffy olhou bem sua volta, não conseguia ver nada, entretanto por cima de todo aquele branco ele via o topo do castelo. Passou alguns minutos e aquela nuvem foi levada, foi ai então que ele notou que aquilo não era somente um castelo, mas sim todo um reino, uma cidade para ser preciso, com um castelo de ferro ao centro. Heaven Base agora não estava mais em uma zona de tempestades ou parecido, agora estavam um lugar limpo.

—É uma ilha inteira... —todos ficaram boquiabertos, surpresos e assustados.

—Olha!—Usopp avisou olhando para trás, e se deparando com uma enorme cortina de branca, parecia até uma orla de floresta branca. —Ainda bem que saímos de lá de dentro.

—Isso dá arrepios. —concluiu o pequeno Chopper. —Isso estava acima de nós todo esse tempo.

Era uma ilha normal, com casas, comércio e tudo mais, porém desértico.

—Bem, eu vou ver o que eu faço com o Sunny...

—Não acredito... Ele está aqui!—gritou Luffy, com alegria. —Eu senti.

—De quem você está falando?—Usopp perguntou.

Em um mercado ali próximo, ouviram sons de golpes, então com um som ainda maior, uma pessoa foi arremessada estraçalhando a porta do lugar, e jogada como um boneco de pano arrastando a cara no chão, e indo parar uns vinte metros de distância dali todo desconcertado.

—JINBE!!!—confirmou.

E de dentro do estabelecimento, saiu o próprio, um pouco machucado, mas firme como uma rocha olhando para o homem que acabara de nocautear.

—Esperai... O que você está fazendo aqui?