The Ice Queen escrita por Kori Hime


Capítulo 1
A muralha de gelo


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho muita dificuldade de escrever sobre coisas que eu acho que são perfeitas. Mas a Nathanella me deixou empolgada depois que fez a fic dela sobre meu casal lindo do coração

Eu ainda não consegui desenvolver como desejava a Olivier, ela é uma mulher poderosa, altruísta e temida. Seus sentimentos estão embaixo de uma muralha de gelo, por isso achei adequado o tema.

Está marcado como +18 anos, mas não se empolguem.



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The Ice Queen

Ao fechar a porta de seus aposentos, Olivier foi abraçada pelo silêncio que aquelas paredes de aço lhe proporcionava. Ela caminhou sem pressa pela penumbra, familiarizada com a disposição dos móveis. Embora fossem poucos naquele espaço exagerado. Acreditava que um colchão era mais do que o suficiente para descansar o corpo. Não precisava de nada caro ou extravagante, como por exemplo os adornos do dossel da cama que dormiu por alguns anos na mansão de seus pais, até completar a idade para se alistar no exército.

Não pense errado ou tome conclusões precipitadas. A Major General Olivier Mira Armstrong é uma mulher exigente e de pulso firme. Ela não se venderia por um quarto requintado com conforto abastado, enquanto seu subordinados mantinham suas bundas congeladas nos colchões das beliches de seus dormitórios. Ao contrário de alguns outros de patente alta fizera por menos ainda.

Mira não precisava de nada mais do que sua cama e a escrivaninha. No entanto, havia uma coisa que a General achava extremamente agradável, principalmente após um longo dia friorento como era todos os dias em Briggs: banhos de imersão.

O dormitório possuía um banheiro exclusivo, é claro. A porta que dava para essa área era dividida com um closet. Suas roupas pessoais eram muito poucas, mas estavam bem dobradas dentro das gavetas, e os uniforme perfeitamente alinhados nos cabides. Eram de diversos tipos. As fardas de gala, branca e preta. Uniformes tradicionais azuis, casacos e botas lustradas. Os soldados eram responsáveis pelos seus uniformes e calçados. E Mira não se deixava levar pela exceção a regra. Ela se orgulhava de polir um par de botas de tal maneira que era possível utilizá-las como espelho para passar batom.

O restante dos seus pertences pessoais estavam organizados em gavetões. Diferente da prateleira onde se encontravam alguns cremes, o quite de primeiro socorro, perfume e um único batom rosado ao qual ela não dispensava. Porque, afinal, era um hidratante labial. Seja homem ou mulher, todos ali deveriam manter um cuidado especial.

Olivier retirou as botas, o casaco e suas luvas. Ela se despiu completamente. Sentia um incomodo nos músculos do pescoço. Massageou com suas mãos, caminhando até a área do banho.

No banheiro, o único luxo a mais que ela possuía era uma banheira para dois. Embora nunca a tenha usado para outros propósitos, senão seus banhos relaxantes. Enquanto enchia a banheira com água, ela se enfiou debaixo da ducha de água quente, sentindo um arrepio pelo corpo pelo choque térmico. Fechou o registro e passou as mãos nos cabelos loiros, tirando o excesso de água.

Depois, mergulhou na água morna da banheira, havia colocado essência de camomila na água, o aroma era agradável e quem sabe, se tivesse sorte, faria um bom trabalho também como calmante. Ela fechou os olhos e relaxou.

Mas sua cabeça não se desligou.

As coisas pareciam mais calmas agora. Podia ouvir o uivo do vento lá fora cortando o céu e congelando as águas. Podia sentir a noite tranquila e segura. Mas até quando aquela paz iria durar? Sabia que não deveria ficar fazendo essas perguntas, o que era impossível de controlar. Mira queria confiar em um futuro pleno e satisfatório para todos, mas algo a incomodava. Uma coisa que somente um soldado poderia sentir: O inimigo, que apesar de derrotado, poderia se erguer.

Seja um novo inimigo, ou um antigo. Mas a General possuía homens e também mulheres corajosos ao seu lado, e confiava neles com sabedoria.

O banheiro, que apesar de tomado pelo vapor quente da água, estava frio. Ela quase nunca sentia frio. Mesmo que a muralha congele, Olivier não se deixava abater pelo frio. Aquela era a sua região, aquele era seu mundo. Sentir frio em seu território era o mesmo que fraquejar na batalha. Logo ela, que ainda jovem, abandonou sua vida aconchegante e mimada (pelo menos eles tentaram) pelos pais, para encarar uma rotina severa e árdua. Era uma mulher que se adaptava facilmente as situações. Sejam elas climáticas ou não. E agora, com seu corpo imerso na água quente, a rainha de Briggs sentia frio.

Vestir um casaco e deitar na cama com seu coberto não a aqueceria. Pois o frio ao qual me refiro, não era combatido com uma boa lareira acessa. Bem, embora depois de tanto tempo dentro da água, talvez fosse sim esse tipo de situação... Mas, sendo quem era, ela não iria se curvar ao real significado daquela palavra. Porque a enfraquecia. Amedrontava. E nada, nem ninguém derrubaria sua muralha de gelo.

Não soube dizer por quanto tempo ficou dentro da água, quando sua cabeça parou de trabalhar, ela notou que o corpo estava amolecido e seus dedos roxos e enrugados. A água estava fria. Além do mais, não estava mais sozinha no banheiro. O vapor se dissipou e sentado em uma cadeira aos pés da banheira, Miles segurava uma toalha dobrada sobre seu colo.

Ele a fitava com seus pequenos olhos vermelhos. Mira piscou lentamente, passando as mãos frias em seu rosto. Ela esfregou os olhos, para ter certeza de que não estava dormindo.

Miles era real, a banheira de água fria também.

Quando tempo se passou?

A general não perguntou o que ele fazia ali, era evidente sua resposta, visto que foi ela mesma quem o convidou para seus aposentos naquela noite. Como vinha acontecendo em alguns meses. Mas o banho lhe roubara minutos a mais da noite planejada.

Sem explicação, não que fosse ser questionada pelo Major, ela se levantou da banheira. Automaticamente Miles ficou de pé, cobrindo-a com a toalha. Enxugou o rosto da General, depois pescoço e os braços, enrolando em seguida a toalha em volta de seu corpo, cobrindo os seios. Ele afastou um passo e Mira caminhou para o closet. Ao invés de procurar por um pijama, ela passou direto para o quarto. Miles a seguiu.

— Se me permite a curiosidade. Aconteceu alguma coisa, senhora? – ele perguntou, preparando a lareira.

Mira nunca havia acendido aquela lareira, ela jamais dormira antes naquele quarto sob a luz das chamas. Mas logo na primeira noite em que Miles pôs os pés em seu dormitório, a primeira coisa que ele fez foi ascender a lareira com uma rapidez invejável. Segundo ele, a fama de Ice Queen não deveria ser levado ao pé da letra, pelo menos não quando havia uma boa tora de madeira para queimar.

Foi a primeira vez que Mira não soube (não quis) responder alguém, acreditando que o argumento era válido. Afinal, aquela noite estava tão fria quanto a atual.

— Eu só estava pensando e acabei perdendo noção do tempo. – Ela respondeu, aconchegada na cama. Miles acendeu a lareira e ao invés de se juntar a ela, sentou-se na cadeira de frente a escrivaninha. Sua postura parecia impassível e elegante. Totalmente atento a ela.

— Não deveria ser algo bom, se a tirou do tempo certo. Algo a preocupa?

— Eu não sei quando você virou meu terapeuta, Major. Mas se continuar com essas perguntas, terei que aprender a lidar com essa lareira eu mesma daqui pra frente.

Um pequeno sorriso desenhou os lábios do Major. Ele não se atreveu a fazer uma nova pergunta, ao contrário, recebeu ordens explícitas de se juntar a ela naquela cama.

Acomodada nos travesseiros, Olivier aguardou pacientemente Miles tirar seu uniforme militar. Era prazeroso vê-lo se despir. Seus ombros eram largos e o tórax bem definido devido o treinamento adquirido. Os braços não eram diferentes. Poderia passar muito tempo elogiando-o, mas o que ela mais considerava eram suas mãos. Sua grandes mãos quentes.

Mira tirou a toalha do corpo e virou-se na cama. Ela precisava, urgentemente, de uma massagem. Miles subiu na cama e sentou-se sobre as pernas da General. Acariciou suas costas, jogando seus longos cabelos loiros para o lado. A pele fria de Mira colidia com as mãos quentes de Miles. Ela soltou um gemido baixo, apreciando os movimentos circulares e os dedos que eram pressionados em suas costas. Não demorou muito para seu corpo tornar-se frouxo. Seus olhos se fecharam, mas ela não sentia sono, ainda estava imersa em seus pensamentos e cogitou na possibilidade de compartilhar com o Major Miles.

Oh! Ela não sentia medo de falar a verdade. Não. As consequências, no entanto, poderiam resultar em algo que não a agradava. E não desejava arriscar perder o seu segundo homem no comando.

As mãos de Miles se aprofundaram na massagem e de repente pararam. Mira virou a cabeça, afim de questionar o porque da interrupção. Sentindo então os lábios do major sobre sua pele, fazendo-a desistir, quase que imediatamente, do protesto. Os beijos avançaram em carícias e, quando ela já não aguentava mais, virou-se na cama, dominando-o completamente. Habituado a personalidade imperiosa, ele caiu na cama, sendo subjugado.

Se isso o incomodava? Não. Pois, os beijos ardentes, a maneira agressiva e passional de como ela se entregava, saciava-o completamente.

Apesar de aquecida pelo calor do momento, ao deitar a cabeça no travesseiro ela sentiu aquele frio incômodo preencher seu peito. Mesmo que a lareira esquentasse o quarto, a sensação não abandonava seu corpo. Ela observou Miles, sentado na cama, seus cabelos brancos estavam soltos e desalinhado. Antes que ele se levantasse, vestisse suas roupas e fosse embora, como era de costume, Olivier lhe deu uma última ordem. A de que passasse aquela noite com ela.

Apesar de não questioná-la, Miles a olhou de forma curiosa.

— Mas se preferir retornar para sua cama fria e sem graça, não vou jugá-lo.

— Eu me arrependeria se o fizesse. – Miles deitou na cama, cingindo seus braços ao redor do corpo dela, beijando-a no pescoço.

— Não vejo motivos para dormir cedo, Major. – Mira enlaçou as pernas ao redor do corpo dele. Ela sentia o peito ser preenchido novamente com o calor. Era custoso admitir que uma pessoa havia escalado tão alto sua muralha de gelo, mas se o fez, deveria receber muitas medalhas de honra ao méritos. Ou, como nesse caso, uma noite inteira ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Minha rainha merece comentários ou vocês vão conhecer o poder de sua espada.