Waiting For You escrita por Belune


Capítulo 1
Only Chapter


Notas iniciais do capítulo

Como disse no disclaimer a fanfic é baseada em alguns acontecimentos da segunda guerra mundial. Mas afirmo que não consegui retratar a sociedade japonesa como ela era em tal época, pois é realmente difícil achar algo que fale sobre isso.No mais espero que gostem, é algo extremamente emocionante, pelo menos eu me emocionei escrevendo (rsrs). A tradução do título da fanfic é "Esperando por você"Boa leitura.



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Only Chapter

Lá estava ele, parado em pé fitando a velha mansão Uchiha. Há anos ele não vinha até ali, não sabia quantos ao certo, apenas que durante todo esse tempo seu corpo relutava quando pensava em ir até ela.

Lentamente deu alguns passos em direção a porta, parando em frente a mesma. Respirou profundamente, já que dessa vez, ele ao menos conseguira chegar até ali, precisava ser corajoso.

Abriu a porta devagar e uma lufada de ar frio saiu casa afora. Assim que adentrou pode sentir o cheiro de mofo, cheiro de velho, cheiro de tempo. Suas passadas pelo corredor eram extremamente lentas, ele olhava atento para cada detalhe todos encobertos pela poeira. Havia um único quadro pendurado, e este lhe chamou atenção. O velho senhor parou diante do mesmo, e pôs-se a fitá-lo.

Se fosse alguém que não soubesse o que havia sido pintado, certamente não conseguiria distinguir as figuras, mas ele não. Ele havia decorado cada detalhe daquela obra, mesmo que ele não conseguisse vê-la ali como era há tempos, a imagem aparecia intacta em sua mente.

Nesse momento suas pernas fraquejaram.

Ele elevou a mão direita ao peito esquerdo, pois seu coração doía, talvez o tempo que passou, não tenha sido suficiente para curá-lo.

— Sakura… — Disse-o com a voz embargada, por causa das lágrimas que vinham a tona, mesmo sem o seu consentimento.

Olhou mais uma vez para o quadro empoeirado, e por fim voltou a caminhar pelo velho casarão. Deixou que seus velhos pés levassem-no para aonde quisessem, estava tão desconcertado, que não se importava mais, pois todos os cômodos o fariam se lembrar dela.

Logo, quando deu por si, já estava na sala de estar. Tudo estava no mesmo lugar e do mesmo jeito que ele havia deixado, porém todos os objetos se desgastaram com o tempo. A enorme lareira que antes era iluminada por chamas calorosas, hoje estava encoberta de pó e musgo.

O grande sofá azul, que ficava em frente a janela, estava aos poucos sendo devorado pelas traças, que já tinham acabado com quase toda a cortina branca. Mas o que realmente lhe chamara atenção foi o piano branco que continuava intacto.

Com passos lentos, ele rumou até o instrumento. Assim que o alcançou passou sua mão sobre ele, fazendo com que várias lembranças viessem a tona, junto a um turbilhão de emoções. Então ele sentou-se no pequeno banco envernizado, e começou algumas notas, enquanto sua mente vagava no passado.





Tóquio – 1939

Sasuke estava sentado em uma cadeira qualquer num canto da sala de estar, que estava cheia de pessoas que ele desconhecia, e não fazia questão de conhecer. Eram todas pessoas da alta sociedade de Tóquio, que sorriam para você hoje e te apunhalavam pelas costas amanha.

— Sasuke meu filho venha até aqui conhecer um velho amigo! — Ele bufou, certamente aquele velho amigo era mais um futuro sócio, que sorria falsamente para os Uchihas. Porém ele tinha que ir, pois prometera para o seu velho que se comportaria.

O moreno levantou-se e rumou até os dois homens que conversavam alegremente.

— Aqui está ele! Sasuke este é Hideki Haruno, meu amigo de infância, colega de colegial, de faculdade e padrinho de casamento. — Fugaku estampou um sorriso em seus lábios ao apresentar o velho amigo.

— É um conhecê-lo Sasuke! — O Haruno lhe esticara a mão, e ele a apertou em sinal de educação.

— O prazer é todo meu senhor Haruno. — Respondeu-o

— Então Hideki, soube que vocês estão se mudando para cá, — o patriarca dos Uchihas indagou após bebericar o wisk que tinha em mãos.

— Sim, fui transferido para o hospital principal daqui de Tóquio, no início eu estava um pouco relutante, mas assim que Mebuki descobriu que vocês moravam aqui, ela me proibiu de mudar de ideia.

— Garanto que ela disse: “Hideki Haruno, Mikoto e eu temos inúmeros assuntos para colocar em dia, acho que alguns anos são poucos para fazer isso, portanto, nem pense em voltar atrás!” — Fugaku tentou imitar a esposa do amigo, o que deixou Sasuke pasmado, pois seu pai não era do tipo que fazia brincadeiras.

A conversa entre os dois foi fluindo na medida em que os assuntos surgiam. Sasuke apenas prestava atenção, ou fingia prestar, pois a tempos estava olhando de soslaio para sua mãe e as duas mulheres que lhe acompanhavam, as três rumavam em direção ao piano branco que ficava próximo a uma das janelas.

— O que achou querida? — Perguntou Mikoto para a moça mais jovem.

— É lindo! — Ouviu a garota responder boquiaberta.

— Pode tocá-lo se quiser. — A morena sorriu para a moça que ficou estupefata.

— É sério? — A matriarca Uchiha assentiu. — Mas aqui e agora?

— Aqui e agora.

— Mikoto ela ficará mal-acostumada. — A mulher loira se pronunciou.

— Não faz mal, eu adoro ouvir o som do piano, e nenhum dos meus filhos se interessou por isso, portanto eu adoraria que essa jovenzinha ficasse mal-acostumada e viesse tocar para mim todas as tardes. — Ela sorriu deixando a garota corada.

Sasuke a olhava atentamente, ela tinha exóticos cabelos róseos que estavam presos num coque frouxo; sua pele era leitosa, o que realçava o corado de suas bochechas; seus lábios foram coloridos com um vermelho-cereja. O vestido que ela usava era de um tom verde, que combinava perfeitamente com seus olhos, e contrastava com seu cabelo e sua pele. Em outras palavras ela era linda.

— Parece-me que finalmente alguém tocará esse piano. — Disse Fugaku fitando a rosada.

— A Sakura ama tocar, se Mebuki deixasse ela passaria o dia inteiro tocando, — Hideki comentou.

— Mas se ela toca bem, que mal tem?

— É o que eu sempre digo para Mebuki.

— Mikoto irá adorar tê-la por perto, ela acha Sakura uma garota incrível.

— Ela é linda! — Sasuke murmurou alto o suficiente para os dois ouvirem, mas ele estava tão encantado com Sakura, que nem se deu conta do ocorrido.

Os dedos dela deslizavam formosamente pelas teclas, ela tocava extremamente bem, era apaixonante ouvi-la e foi nesse momento que Sasuke se viu apaixonado.




(…)




— Você é mais legal do que aparenta Sasuke. — Sakura disse, o que fez com que o moreno arqueasse uma sobrancelha.

— Então, isso quer dizer que eu não aparento ser uma pessoa legal? — Indagou ele fazendo-a rir.

— Não, você apenas é muito sério, isso faz com que você aparente não ser tão legal quanto é. Enfim, você é um cara legal. — Ambos se olharam e riram.

— Quando você vai lá em casa tocar piano novamente?

— Eu posso? — Ela questionou com receio.

— Minha mãe está tendo abstinência de música clássica.

— Então irei amanhã sem falta, dona Mikoto precisa de mim, portanto irei salvá-la. — A Haruno fez uma pose de samurai, o que arrancou risos do Uchiha.

— Sakura, definitivamente, você é mais estranha e louca do que aparenta ser. — Zombou-o..

— Ei! — Ela reclamou, em seguida ele saiu correndo.

— Pegue-me se puder.




(…)





Lá estava ela, parada na porta com um sorriso estampado nos lábios coloridos pelo mesmo vermelho-cereja que usara na noite em que ele a conhecera. Seus cabelos estranhamente róseos estavam soltos, caindo onduladamente sobre os ombros.

Sakura usava um macacão vermelho com bolinhas brancas de mangas curtas e gola polo. O mesmo ia até três palmos acima do joelho e tinha grandiosos botões brancos. Ela havia delineado a parte superior de seus olhos com um lápis preto, destacando o verde-esmeralda dos seus olhos. Nós pés ela usava um tênis preto e uma meia branca.

Sasuke a olhava estupefato. “Como ela poderia ser tão linda?” — Perguntava-se mentalmente.

— Olá! — Ela o cumprimentou toda sem graça ao perceber o olha dele sobre si.

— Ah! Sim, oi. — Disse-o todo desconcertado.

— Você não vai me convidar para entrar? — Indagou receosa.

— Ah, sim, por favor, entre. — O Uchiha havia ficado sem jeito.

Em seguida ambos começaram a andar em direção a sala de estar.

— Então, você… — disseram juntos. — Pode falar… — Encararam-se envergonhados. — Você primeiro… — Sakura suspirou pesadamente, enquanto Sasuke desviara o olhar para a janela, era fato que se continuassem daquele jeito, não chegariam a lugar algum.

— Sakura querida, você veio! — Mikoto encontrou-os na porta da sala. — Por favor, venha, quero ouvi-la tocar novamente. E quem sabe o Sasuke não pegue gosto, e não tente aprender a tocar também.

— Mãe, não diga isso, eu sempre gostei do piano. — Protestou o moreno, o que fez com que sua mãe lhe fitasse desconfiada. — Tá, tudo bem, mas nunca é tarde para aprender, não é mesmo?

— Você me deixaria te ensinar? — Indagou a rosada um tanto espantada.

— Acho que a pergunta certa seria: Você me ensinaria?

— Seria uma honra, mas espero ter um aluno aplicado. — Ela brincou.

— Serei o melhor aluno do mundo.

— Essa eu quero ver! — Murmurou a matriarca para que apenas o filho a ouvisse.

Os dois jovens rumaram para o majestoso piano branco, enquanto a senhora Uchiha encaminhou-se para o belo sofá azul que ficava em frente a janela.

— Preste atenção no movimento das minhas mãos, pois depois você tentará repeti-los, certo? — Ele apenas assentiu.

Logo Sakura começou a tocar tão formosamente, quanto tocara na primeira vez em que ele a vira. Não, na verdade ela estava mais formosa. Seus dedos moviam-se com gracilidade sobre as teclas, assim como uma pétala toca o chão.

Sasuke não sabia ao certo o que observar, pois a moça ao seu lado era tão bela, que o mesmo não conseguia desviar os olhos dela, era como se houvesse algo que o prendesse a ela, mas ele não sabia explicar direito o que era. Eles pareciam estar conectados de alguma maneira, sim, talvez fosse isso, ou talvez ele fosse apenas alguém caindo no amor.



(…)


Japão – 1941

Alguns anos haviam se passado desde que ele a conhecera e se apaixonara, mas ele não sabia ao certo o que ela sentia por si.

Seus sentimentos eram mútuos? Era isso que ele precisava descobrir, e para isso precisava ser corajoso o suficiente para dizer a ela tudo o que sentia.

— Sasuke? — Sakura estava parada em frente a porta um tanto surpresa. — O que faz aqui?

— Bem, eu vim visitá-la, já que você não vai mais me ver. — Ele deu um sorriso torto, o que a fez corar.

— Mamãe e Papai disseram que eu não posso mais ficar perambulando por ai, pois o mundo está um caos. — Disse-a dando espaço para ele entrar.

— Sim, meu pai também está um tanto receoso, pois ao que tudo indica as tropas Japonesas estão do lado dos nazistas.

— Meus pais comentaram algo parecido, e falaram que isso foi o certo a se fazer, afinal entraram para ficar do lado dos mais fortes, porém eu discordo.

Sasuke a olhou com uma sobrancelha erguida, afinal desde quando mulheres tinham opinião formada com relação a estes assuntos? — Você discorda?

— Sim, pois sou contra a violência, acredito que os soldados japoneses deveriam ter ficado quietos no seu cantinho, para evitar futuras consequências.

— Futuras consequências?

— Sim, mas deixemos isso de lado. — Ela sorriu sentando-se ao lado dele. — A que devo a honra de sua visita?

O Uchiha a olhou e por alguns segundos sua respiração falhou, sua voz fugiu, seu estômago estava estranho, seriam as famosas borboletas, das quais Itachi sempre falava?

— Bem… Isso… Pra você! — Entregou a ela um belo buque de tulipas vermelhas.

— Para mim? — Os orbes esmeraldinos arregalaram-se surpresos.

— Sim, você me disse uma vez que estas flores simbolizam o amor eterno...

— E representam para quem as dá uma verdadeira declaração de amor … Isso quer dizer que você… — Sua voz falhou.

— Sim, exatamente isso. — Ele suspirou, em seguida voltou o seu olhar para ela e percebeu que algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto. — Ah Sakura, desculpe-me por isso. É tão embaraçoso, apenas esqueça, tudo bem?

Ele tentou levantar-se, porém Sakura o impediu. Logo ela retirou uma flor do buque e entregou ao mesmo.

— Minhas lágrimas são de felicidade. — A rosada sorriu. — Felicidade por saber que meus sentimentos são correspondidos.

Os olhos negros do Uchiha arregalaram-se. Ele havia ouvido bem? Haruno Sakura disse que também gostava dele?

Seu coração batia rapidamente, mais tão rápido que a qualquer momento ele poderia saltar pela sua boca.

Eis que ambos agiram por impulso, e quando deram por si seus lábios estavam colados um no outro.


O amor nunca vem tarde demais.



(…)


Japão – Dezembro de 1941

— Sasuke! — A Haruno gritava enquanto ele carregava-a em sua bicicleta.

— Isso é divertido, não é? — Perguntou ele.

— Muito! — Ela gritou empolgada. — Eu amo você, — sussurrou em seu ouvido, fazendo-o sorrir.

Eles percorreram mais algumas ruas até finalmente encontrarem o lugar perfeito para realizarem o seu piquenique.

Sakura estendeu a toalha quadriculada sobre a grama esverdeada, enquanto Sasuke encostava a bicicleta em uma árvore próxima. Em seguida começaram a retirar as guloseimas da cesta e para saciarem a fome.

— Eu nunca havia feito algo do tipo antes. — Ele comentou.

— Nem eu, então vamos fazer desse o mais perfeito piquenique de todos os tempos. — Disse-a colocando uma uva na boca dele.

— Hum. — Sasuke murmurou antes de roubar um beijo dela.

E assim aquela tarde se passou. Com inúmeros beijos, abraços, carinhos e juras de amor eterno.



(…)



Japão – Setembro de 1942

— Papai você realmente precisa ir? — Sakura indagou entre lágrimas.

— Sim minha querida, é meu dever como cidadão japonês. — Disse-o com confiança. — Mas não se preocupe com esse velho, afinal, estou indo apenas para ajudar a tratar os feridos, prometo voltar em segurança.

— Você promete? — Ela falou tentando engolir o choro.

— Prometo. — O Haruno a abraçou fortemente, pois suas palavras foram apenas para confortá-la, pois nem ele mesmo sabia se voltaria. — Ei garoto, cuide dessa pequena até que eu volte. — Dirigiu-se a Sasuke, que apenas assentiu enquanto a rosada vinha encontrar conforto em seus braços.

— Cuidem bem de sua mãe… — Fugaku disse aos filhos antes de adentrar no caminhão junto com Hideki.





(…)



Japão – novembro de 1943

— Já não basta o seu pai, agora eles também querem levar você? Eu não aceito isso! Não aceito. — Mikoto gritou desesperada.

— Calma mãe, calma. — Disse Itachi tentando acalmar os nervos de sua mãe.

— Calma? Eles estão levando o meu filho caçula para a guerra e você me pede calma? Eu não vou ficar calma com relação a isso. — Ela voltou a gritar.

— Mãe entenda, eu tenho que ir! — Mesmo estando uma pilha de nervos, Sasuke se mostrou calmo.

— Você não tem que ir, você é meu filho!

— Mãe se ele não for, os superiores virão atrás dele e o entregarão para os nazistas alegando que ele é um traidor, e então consequentemente Sasuke torturado até a morte. — Itachi falou a primeira coisa que veio a mente para convencer a mãe.

— Por favor, meu filho, por favor, volte vivo para os braços da sua mãe e traga seu pai contigo. — Ela abraçou-o desesperada.

— Eu voltarei mãe, eu voltarei.




(…)



— Então, aonde estamos indo? — Perguntou a jovem curiosa.

— Não seja tão curiosa, é surpresa. — Respondeu-o enquanto ainda mantinha os olhos dela tampados.

— Sasuke, não seja assim, me conte. — Protestou manhosamente.

— Nada disso, apenas continue seguindo em frente.

Ele a conduzia para o salão que ficava próximo a casa de ambos. Naquele lugar ocorriam algumas festas com direito a música, dança e muito sakê.

Assim que chegaram a porta ele retirou as mãos dos olhos da jovem, que agora olhava maravilhada para o local.

— Eu não acredito, eu sempre quis vir aqui. — Ela virou-se para encará-lo.

— Então vamos aproveitar essa noite ao máximo. — O moreno curvou os lábios num sorriso torto.

— Mas… — Ela fitou-o dos pés a cabeça. — Por que você está fardado? — As lágrimas já se acumulavam nos olhos verde-esmeralda.

— Deixe isso para depois, vamos apenas aproveitar essa noite, tudo bem? — Ele tentou puxá-la para dentro do local, porém a mesma relutou.

— Não… — Sussurrou. — Não, você também não! — Ela já chorava como uma criança.

— Calma... — Ele puxou-a para os seus braços.

— Você não pode ir, não pode. — Dizia ela entre soluços. — Você nem ao menos é um aluno aplicado, como poderá ser um bom soldado? Preciso relatar isso aos seus superiores.

— Ei! — Fingiu-se estar ofendido.

— Diga que vai voltar para mim… Por favor, prometa que vai voltar para mim… — A dor que ambos sentiam era agoniante demais. — Prometa! — Ela se alterou. — Por favor, prometa que vai voltar e que aprenderá a tocar a nossa melodia. Prometa que vai voltar e vai tocar a nossa melodia para mim. Prometa que vai voltar para dizer todos os dias que me ama. — Ela chorava mais e mais. — Apenas prometa que vai voltar para mim.

— O meu eterno amor por você me protegerá e me fará voltar para os seus braços, voltar apenas para você. — Disse-o dando um beijo na testa dela para valorizar a veracidade de suas palavras.




(…)



Julho – 1944

Querida Sakura.

Espero que consiga ler esta carta que estou escrevendo. Quero que saiba que estou vivo, e que me manterei assim até que essa situação acabe, pois meu amor por você me da forças para continuar. Por favor, avise a todos que nossos pais estão bem.

Te amo infinitamente.

Uchiha Sasuke



...



Outubro – 1944

Querida Sakura.

Novamente espero que leia isso. Quero que saiba que continuo vivo, e que ainda tenho forças para continuar lutando, mesmo que as coisas não estejam tão boas para nós. Prometo que voltarei para os seus braços. Avise a todos que os velhotes estão bem.

Com todo o meu amor, Sasuke.







Janeiro de 1945

Querido Sasuke.

Não sabe o alívio que senti ao ler sua carta, pois senti que um enorme peso fora tirado do meu pobre coração. Quero que saiba que rezo todos os dias por você, que penso todos os dias em você e que lhe amo cada vez mais todos os dias, pois sei que assim como eu você pode me sentir. Continue forte, pois eu estou a sua espera. Diga aos pais que estamos todos bem, e que esperamos que todos os três regressem para casa o mais rápido possível.

Amo você eternamente.

Com um imenso amor, Sakura.


...


Abril de 1945

Querido Sasuke.

Você está bem? Ainda possui forças para lutar pelo nosso amanhã? Meu coração está agoniado novamente. Por favor, continue forte. Por favor, volte para mim, eu estou lhe esperando, sempre esperarei, é uma promessa.

Te amo mais que tudo, Sakura.






Julho de 1945

Querida Sakura.

Estou vivo, mas estar vivo não significa estar bem. Tudo isso aqui é um inferno, vejo pessoas mortas todos os dias, tanto idosos quanto crianças, perco inúmeros companheiros a todos os minutos... Acho que já estou começando a enfraquecer, porém, continue esperando por mim, eu prometi que voltaria, e um Uchiha nunca quebra a sua promessa.

É o nosso amor que me fortalece.

Te amo, Sasuke.

(…)



Agosto de 1945

Ele já estava esgotado, a única coisa que lhe diziam era que tinha que continuar em pé, continuar lutando, pois a guerra não podia acabar assim, eles não poderiam sair derrotados.

— Pai eu sinto uma dor tão grande em meu coração, é como se um grande buraco negro tenha tomado conta dele.

— Tenha calma meu filho, logo, logo isso chegará ao fim.

— Será que todos estão bem? — Indagou engolindo a vontade de chorar.

— Eles estão longe desse inferno, estão todos protegidos, certamente estão bem.

Porém as palavras de seu pai não foram o suficiente para acalmar seu coração inquieto. Isso era um mal presságio, e lhe dizia que algo muito ruim havia acontecido.




(…)



Setembro de 1945

Finalmente tudo havia chegado ao fim. Agora ele só queria reencontrar a sua família e sua amada. Queria cumprir todas as promessas que havia feito de partir. Agora ele só queria se aquecer no conforto do lar para amenizar a dor e apagar as lembranças que toda aquela situação havia lhe causado.

— Estamos de volta! — Hideki anunciou ao chegarem a sala de estar da mansão Uchiha.

— Oh céus! Oh céus! — Mebuki começou a chorar desesperadamente enquanto corria em direção ao marido.

Já Mikoto teve que se sentar, pois suas pernas lhe deixaram na mão. — Fugaku… Sasuke… Oh meu pai vocês voltaram. Voltaram!

Ambos foram em direção a ela e a abraçaram.

— Nós voltamos mãe, assim como prometido, nós voltamos.

Aquele momento estava bom demais para ser verdade. Tudo estava tão perfeito, que nem parecia que tanto tempo havia se passado.

— Mebuki aonde está a Sakura? — Hideki perguntou assim que a mulher o soltou, porém a mesma não conseguiu responder, apenas pôs-se a chorar. — Mebuki, por favor, me responda aonde está a Sakura? — O Haruno estava começando a ficar nervoso, seu corpo tremia e ele se repudiava para não pensar o pior.

— Sasuke prometa para a mamãe que você será forte?

— Mãe… — Ele arregalou os olhos ao sentir uma pontada forte em seu coração. — Não, não pode ser. — Levantou-se rapidamente um tanto desconcertado.

— Ela partiu… A nossa pequena Sakura partiu… — Mebuki alegou entre lágrimas.

— Não, vocês estão mentindo para mim. Isso não pode ser verdade, não pode. A Sakura ela não iria sem mim, ela prometeu me esperar. — Sasuke perdeu o controle.

— Maninho se acalme, por favor, se acalme. — Itachi foi até ele na tentativa de confortá-lo.

— Não… Não… Itachi, por favor diga que isso não é verdade. — Ele lutava contra suas lágrimas, em vão.

— Ela havia ido até Hiroshima para convencer a avó a vir para cá… Porém nenhum de nós prevíamos que aquilo aconteceria… Me desculpe… — Mas o Uchiha mais velho não conseguiu dizer mais nada, pois antes que se desse o caçula já não estava mais ali.





(…)




Ele corria como se sua vida dependesse disso.

Corria para tentar aliviar sua frustração, para se livrar da dor que atormentava o seu coração. Mas nada daquilo parecia querer passar.

— Você prometeu me esperar! — Ele urrou. — Você prometeu. Como pode fazer isso comigo? Como pode me deixar assim? — As lágrimas escorriam por sua face, deixando a mostra uma parcela da dor que atormentava seu coração. — Eu nunca, nunca vou te perdoar, está me ouvindo? Nunca vou te perdoar! Haruno Sakura, eu odeio você!







Ele tocava a melodia deles. As lágrimas escorriam por seu rosto, mas hoje eram lágrimas de arrependimento.

— Eu não odeio você, nunca odiei. Na verdade eu sempre te amei, mesmo você tendo me deixado, eu sempre amei você. Você sempre foi meu passado, presente e futuro. Eu sempre estive a sua espera. — Ele suspirou pesadamente. — Eu perdoo você. Eu te perdoo por ter me deixado, mesmo que isso não tenha sido culpa sua. Por favor, siga em frente, eu estou deixando você ir. Não precisa mais esperar por mim, mas, se talvez, o destino queira que nos encontremos novamente algum dia, que assim seja.

Sasuke já não conseguia mais tocar, pois seu corpo não lhe obedecia mais. Mas a melodia continuava a ecoar do velho instrumento.

Logo ele sentiu algo encostar em sua testa, algo que se assemelhavam a lábios dando-lhe um beijo terno. Abriu os seus olhos, e por poucos instantes pode ver a figura jovial de Sakura.

— Obrigada! Obrigada por me deixar ir. — Ela sorriu. — Eu amo você, sempre amei.

Então ela encostou seus lábios nos dele, para por fim poder partir em paz, para que talvez, num futuro não tão distante eles pudessem se reencontrar novamente.

— Eu também amo você infinitamente.




Talvez alegar que o meu amor por você é infinito seja ousadia, pois afinal o que é mesmo o infinito? Quanto tempo ele dura?

Acho que é meio difícil responder isso, pois cada um vê o infinito de uma maneira diferente, sendo assim temos várias respostas para uma única pergunta. E assim como há diversos pontos de vista, há também inúmeros infinitos que duram tempos diferentes, variando de pessoa para pessoa.

O infinito é tão complexo quanto o amor, ambos são indefinível e imensurável, mas se postos lado a lado se tornam algo tão grandiosamente forte, que é quase impossível romper.

Portanto, este velho homem afirma que é ousado o suficiente para colocar amor e infinito em uma única frase, pois eles me fizeram forte o bastante para continuar esperando por você!

Uchiha Sasuke.


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Notas finais do capítulo

Espero do fundo do meu coração que tenham gostado. Comentem, porque mesmo eu tendo amado escrevê-la, quero saber o que as outras pessoas sentiram ao lê-la.Obrigada a todos que chegaram até aqui. Um grande beijo da Xoco-chan.