Liliam Stark ; O Começo De Uma Era escrita por LadyStormborn


Capítulo 8
Descobrindo a verdade - Primeira parte


Notas iniciais do capítulo

*Queria agradecer intensamente a leitora DudaLaufeyson pela sua animadora recomendação! Esse capitulo é dedicado a você.


Eu estou muito inspirada em ficar mexendo no Polyvore e resolvi criar um estilo próprio para Liliam, se chegaram até aqui percebe que a nossa garota tem a vida toda controlada pelos pais, e assim isso reflete também no seu estilo. Como estão pra ver uma evolução de Liliam Stark acho melhor vocês verem o quão diferente ela ficara também com as roupas.

Liliam roupa: http://www.polyvore.com/liliam_stark/set?id=124214810



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–Vamos lá, Lily, isso é horrível! – Exclamou Grace tentando tirar a blusa de frio de Liliam.

Depois que se conheceram, Grace e Liliam não se desgrudaram mais. Grace Nikolavitch era a única filha do grande fabricador de arma russo Igor Nikolavitch, então por uma questão de pura segurança a garota foi privada de ter uma vida, assim como a jovem Stark. Na indústria do armamento era comum os rivais ou inimigos fazerem as esposas ou as filhas de cobaias para raptos ou simplesmente fazer uma doce vingança matando as herdeiras dos homens que apresentavam ameaça. Grace então foi privada de sua vida e viveu sem amigos por muito tempo, até que encontrou Liliam Stark.

–Não palpite nas minhas roupas, ruivinha! – Liliam tateou sua cama até achar seu travesseiro e bater nela.

–Se eu pudesse escolher você nunca seria minha melhor amiga! Você é muito brega! – Exclamou Grace retribuindo a batida.

–Se eu pudesse escolher você também não seria a minha! Não sou fã de ruivas com sotaques engraçados! – Liliam deitou na grande cama de casal de seu quarto e suspirou entediada. Era divertido ter uma companhia como a Grace, mas os dias estão começando a ficar chato quando elas não podem ir a nenhum lugar sem a baba que fica de olho nelas.

–Me conta de novo sobre Mark. – Pediu Grace se deitando com a amiga.

–Você já sabe até quantos fios de cabelo ele já tem! Não tem mais graça eu te contar nada sobre ele. – Liliam tinha contado a amiga do encontro que teve com Mark Sloder ao ir visitar as indústrias Stark com seu pai, e de como não tinha esquecido aquele beijo.

–Aposto que gostaria de beija-lo de novo! – Brincou Grace batendo na perna de Liliam. – Imagina só, ter ele enfiando aquela língua molhada dentro da sua boca...

–Assim você faz parecer ser nojento! – Gargalhou.

–Eu nunca beijei, srita. Stark, então pra mim isso ainda é nojento! – Respondeu também dando gargalhadas.

–Não consigo te explicar de uma forma que não pareça ser besta. Mas é algo bom, pelo menos com ele foi. Foi tão de repente que quando dei por mim já estávamos aprofundados no beijo. – Liliam suspirou alto ao relembrar da sensação de ter os lábios de Mark no dela.

–Ai meu Deus! Você já esta falando como uma garota apaixonada! – Grace se levantou em um pulo e fez com que Liliam se levantasse assustada. – Quem diria que a santa Stark iria se apaixonar?!

–Cale a boca, meus pais podem chegar a qualquer minuto! – Retalhou Liliam olhando desesperada para as chamas ruivas que dançava em sua frente. Grace era tão cheia de vida que Liliam as vezes tinha inveja de sua felicidade. A vida delas era triste se pararem para pensar, mas cada minuto que Lily passava com Grace ela se esquecia de que não era bom viver daquela maneira.

–Confesse, Liliam Stark! Que no momento em que viu Mark correndo com aqueles cabelos grandes você sentiu seu corpo se arrepiar! – Grace apontou o dedo na face da amiga e apertou seu nariz. Lily bateu na mão da amiga para que ela parasse.

–Você tem quantos anos? Sete? – Perguntou Liliam se levantando para arrumar seu gabinete que Grace havia desarrumado enquanto rodopiava.

Ela se olhou no espelho e percebeu que havia uma diferença muito grande do pequeno lírio para a nova Liliam Stark. Seus cabelos agora estavam cacheados até o meio de suas costas, e havia uma coloração mais forte nas maçãs do rosto, parecia que seus olhos haviam deixado aquela inocência e doçura que era sua marca registrada quando criança e agora estava com olhos inteligentes e esperto. Liliam gostou da mudança.

–O que foi, Bela? – Perguntou Grace apoiando suas mãos nos ombros da amiga. “Bela” era uma referencia ao contos de fadas “a Bela e a Fera”, uma semelhança que Grace havia feito no dia em que se conheceram. O que tinha mais do que ursos no quarto de Liliam era livros. A garota era simplesmente apaixonada por livros e muitas vezes sonhava acordado, então Grace carinhosamente apelidou a amiga como a princesa.

–Fico pensando se um dia vou ver Mark de novo. – Sorriu sem graça ao confessar isso em voz alta. Grace puxou uma cadeira de criança que fazia parte da decoração infantil o quarto de Liliam e disse.

–Você é doida? – Perguntou Grace fazendo com que Liliam se espantasse. – Olha, eu sei que é muito bonitinho essa coisa de ter o seu primeiro beijo inesperadamente e um garoto mais velho dar um pouquinho de atenção a você. Mas me deixe dizer uma coisa tá bem? Ele a usou! Não foi porque gostou de você, nem por ser o homem mais romântico do mundo, mas sim porque estava fugindo de seu erro! Eu acho fofinha essa sua fase de garota apaixonada, só que como sua amiga eu devo avisa-la que não pode ficar sonhando acordada com um garoto que beijou você só por estar fugindo de um segurança. – Grace não era conhecida por ser sutil em sua opinião, muito menos para Liliam. Talvez fosse coisa de melhor amiga, porém Grace não havia gostado tanto do Mark. Apenas irritava Liliam com o assunto para que as duas tivessem sobre o que conversar.

–Nossa, Grace! Muito obrigada por ser tão animadora! – Liliam afastou sua cadeira do gabinete e começou a caminhar fora do quarto e foi seguida por Grace.

–Queria que eu mentisse pra você! Queria que eu te animasse e dissesse; Vai lá, santa Liliam, procure Mark aonde quer que ele esteja, encontram-se escondidos já que estão tão apaixonados! Quem sabe não dá até em casamento? – Liliam parou no meio da escada para encarar Grace. Não havia motivos aparente para Liliam ficar tão brava com Grace, tudo que a ruiva falou foi repetido mais de centenas vezes ou pior, só que algo se moveu dentro de Liliam como se quisesse explodir e seu alvo já estava selecionado. A ruiva recuou um passo ao ver a expressão furiosa que a amiga fez.

–Se disser mais uma palavra eu juro que acabo com você, Grace! – O ar de Grace pareceu que começou a se esvair de seu pulmão e a ruiva apoiou-se no corrimão. Os olhos verdes de Grace encontrou os castanhos de Liliam e pode ver a raiva começar a queimar a inocência daqueles olhos.

–Lily, lembre-se que você não quer ser um monstro. – Sussurrou Grace apertando seu peito numa tentativa falha de prender o ar. Liliam piscou algumas vezes e percebeu o que estava fazendo com Grace.

–Desculpa, Grace, eu não queria fazer isso! – Liliam se agachou até a ruiva e começou a chorar ao ver a amiga quase morrendo em seus braços. O ar de Grace voltou assim que Liliam retornou a si e ela suspirou aliviada.

–Foi muito bom você ter confiado em mim para contar seu segredo, senão eu iria morrer e nem saberia o porquê. – Brincou Grace alisando o rosto desesperado de Liliam.

–As coisas estão começando a sair meu controle e eu não sei o que fazer. Não é só com a mente das pessoas, são com tudo que esta a minha volta. – Liliam sussurrava para que os empregados não escutassem, e Grace que ainda estava deitada na escada ouvia tudo com preocupação. – Percebi que não consigo apenas manipular o que as pessoas pensam, mais também posso mover objetos. Procurei na internet ontem é isso é telecinese, pelo que parece vai alem do meu poder mental.

–Você contou para seus pais? – Questionou Grace vendo o terror de si mesma estampado no rosto de Liliam.

–Não! O que acha que meu pai fará se descobrir que estou avançando nos meus poderes?

–Mas se não contar a ninguém é acabar explodindo não ira ajudar. – Pela primeira vez Grace não estava brincando com um trocadilho rápido.

–Ajudaria a acabar com a dor e sofrimento dos meus pais. – Liliam olhou ao seu redor, porque sentia que toda vez que falava dos pais eles estavam presentes para escutar. – Escutei meu pai falando com alguém ontem, parece que estava procurando uma cura para o que eu sou. As únicas palavras que entendi foi “Osborn”, “Cura”, “Ajudar Liliam”. Minha mãe parece que verifica cada movimento meu quando estou perto dos empregados e quase nunca me deixa conversar com eles sozinhos. Eles nem tiveram coragem de contar ao meu irmão com medo do que ele pensaria de mim. Acha que não seria melhor se eu os aliviasse dessa dor?

–Acha que seria melhor evitar o problema do que lutar contra ele? – Retrucou Grace agora assumindo uma voz furiosa. – Meu pai me ensinou que quanto mais foge, mais feia será a queda. Tudo bem, você se mata por negligencia e deixa seus pais livres do fardo de seus poderes. Mas é o que acontece depois? Eles perderam uma filha, seu irmão perdera uma irmã e eu perderei minha melhor amiga. – Uma lágrima caiu do olho esquerdo de Grace e ela abaixou a cabeça. – Então, por favor, não me peça para enterrar mais ninguém que eu amo.

Liliam abriu a boca em surpresa. Ela havia esquecido que a mãe de Grace havia morrido há seis meses de um tumor maligno. Liliam abraçou a ruiva e ela apoiou seu cabelo na morena.

–Grace, me desculpe por ter falado daquele jeito com você, de ter quase parado sua respiração, e de ter cogitado a ideia de deixar você sozinha.

–Eu te perdoou, santa Liliam. –Brincou Grace fungando seu choro para longe. – Afinal de contas se você dispensar quantas melhores amigas você ira ter?

–Nenhuma. – Admitiu Liliam. Aquela era a única verdade que Liliam teve: Grace sempre seria sua melhor amiga.

[...]

Liliam e Maria estavam no quarto da garota penteando o cabelo da mais nova. Por incrível que pareça, Maria Stark não alterou a decoração do quarto da garota dês do seu nascimento então Liliam dormia em um complexo rosa com ursos em quase todos os lugares e uma penteadora de princesa. Liliam às vezes se incomodava com a decoração, principalmente quando Grace estava lá porque a ruiva zombava da decoração com todos os motivos. Afinal quantos anos Liliam Stark ainda tinha?

–Acho que precisamos mudar a decoração desse quarto. – Reclamou Maria quase terminando de fazer a trança no cabelo da filha.

–Ah, que isso, uma hora você se cansa de se assustar com todos esses bichos de pelúcia olhando pra você. – Respondeu Liliam dando um sorriso sarcástico. Ela parecia tanto com o pai quando fazia isso, mesmo que tivesse uma beleza feminina, Liliam havia se tornado Howard por completo.

–Desculpe querida, é que não consigo aceitar o fato de que você cresceu. – Maria depositou um beijo na bochecha da filha e já ia saindo quando Liliam chamou.

–Mamãe eu preciso te contar...

–Conte depois, seu pai quer que nós duas precisamos descer mais cedo, parece que temos visitas. – Os olhos azuis de Maria se reviraram para a filha que entendeu o tédio da mãe.

–Que visitas? – Perguntou áspera. A maioria dos amigos de seu pai eram cientistas ou gente que só sabia conversar de arma enquanto ela e a mãe faziam cara de paisagem.

–Não sei, mais sabe muito bem como a maioria dos visitantes de seu pai é. Então Lily conversamos depois que eles forem embora.

A família Stark tinha uma tarefa de sempre jantar quando Howard chegava de seu trabalho. Quando Liliam desceu para comer depois de tentar confessar a mãe o que estava acontecendo com seus poderes, ela teve uma surpresa que quase a fez cair da escada.

Tony e Howard passaram primeiro pela porta, depois dois homens entraram. E um deles Liliam conhecia muito bem.

–O que você esta fazendo aqui? – Exclamou Liliam chamando atenção dos quatros homens.

–Está falando comigo? – Perguntou Tony confuso. Ele nem tinha se tocado de que o rapaz que estava acompanhando do Markos Sloder era o que havia beijado Liliam dias atrás.

–Ah... Sim! – Fingiu Liliam. A garota terminou de descer a escada e ficou de cara com o grupo de homens que esperava uma resposta. – Você não tinha que volta pra... sei lá aonde. – Comentou Liliam fingindo um sorriso.

–Ah, irmãzinha, não precisa fingir a emoção em me ver. – Tony abraçou a irmã convencido de que ele era o motivo de seu desconforto.

–Sabe como é, Anthony, senti muita saudade. – Liliam tentou ser o mais dissimulada que podia, mas seus olhos estavam concentrados em Mark que parecia querer rir. Howard percebeu isso, claro que não gostou, só que a educação pedia que ele os apresentasse.

–Ah, Markos, acho que não conhece a joia mais preciosa de meu reino, minha doce e amada filha Liliam Stark. – Tony e Liliam arquearam as sobrancelhas em surpresa, nunca Howard tinha falado tão carinhosamente de um filho seu, principalmente de Liliam que o considerava como Howard não pai.

–Não tenho duvidas, Howard. – Markos se curvou e pegou a mão de Liliam e depositou um beijo. Liliam mordeu o lábio inferior tentando conter o sorriso e a vergonha. – A senhorita Stark pode ter puxado muitas características de seu pai, mas a beleza com toda certeza é a da sua mãe.

–É por esses motivos que você é minha visita favorita. – Maria estava radiante em seu vestido azul escuro e cabelos presos, Howard sorriu orgulhoso da mulher que nunca o deixava faltar de admirar sua beleza, porém não gostou muito do modo que Markos pós os olhos em sua esposa.

–Oi, Mark. – Liliam sorriu constrangida e recebeu um sorriso galanteador do rapaz.

–Boa noite, Lily. – Tony cerrou os olhos e percebeu o quão desconfortado Liliam estava ao seu lado e quanto Mark parecia gostar da maneira como sua irmãzinha estava. Os dois Starks pareceram ter a mesma reação quando pegou na cintura de cada uma e sorriu possessivo.

–Eu não sabia que você tinha preferência de suas visitas. – Comentou Howard apertando mais a cintura da mulher.

–Oras, você não me perguntou. – Provocou a esposa. – Além disso eu não tenho ido muito à empresa, então aposto que Markos também sente minha falta.

–Com toda certeza, tira até meu animo de trabalhar. – Markos percebeu o jogo que Maria estava fazendo com Howard e entrou para ver o homem mais ciumento que estava. Markos e Maria já tinham trabalho juntos, e declaradamente são amigos, até porque quando Markos conhece Maria ela já estava perdidamente apaixonada pelo Stark.

–Markos, saia da minha casa. – Brincou Howard fingindo um sorriso. “Se continuar a cantar minha mulher então pode sair mesmo”, pensou.

–Tudo bem, Markos, eu vou lá na sua casa! – Respondeu Maria dando uma piscadela para o comparsa.

–Esse jantar pelo visto não será muito longo. – Falou Howard beijando a bochecha da mulher.

Os três mais velhos foram na frente, deixando um estranho clima entre Mark, Liliam e Tony.

–Você esta linda hoje, Liliam. – Elogiou Mark fazendo Tony abrir a boca impressionado com a ousadia do rapaz.

–Então quer dizer que nos outros dias eu não tenho sido? – Liliam olhou para o irmão e fez um biquinho. Não era porque amava o irmão que ele a impediria de estar com quem ela quer, ou simplesmente mandar nela.

–Claro que tem sido, mas no dia em que nos conhecemos eu ainda não tinha visto você de vestido. – Aquilo foi à gota d’água para o Tony. Aquele garoto tinha sido audacioso demais se achava que poderia cantar sua irmã, principalmente na frente dele.

–Mark poderia ir na frente enquanto eu e minha irmã matamos a saudade um do outro. – Tony deu um sorriso sínico que Mark fez questão de retribuir. Mais antes que chegasse na cozinha, Mark lançou um olhar sugestivo para Liliam e ela sentiu todo seu corpo queimar.

–O que é, Anthony? – Perguntou impaciente. Nunca em toda sua vida ela se via falando desse jeito com o irmão, mas agora era impossível não estar aborrecida quando o garoto do qual ela gosta não pode nem paquera-la em paz.

–Liliam Anne Stark, diga que não está apaixonada pelo inútil do Mark Sloder! – Pediu Tony quando viu aquele olhar de estar vendo borboletas.

–Se eu estiver, não será problema seu! – Retalhou Liliam encarando o irmão. Ela não entendia aquela insistência de ser o irmão protetor agora, fazia anos em que não se falam mais e agora estaria com ciúmes do relacionamento de Liliam com Mark? Para ela não fazia nenhuma coerência.

–Não será problema meu? Liliam esse cara é muito velho pra você! – Tony começou a alterar o tom de voz com a teimosia da irmã, quando foi que ela havia se tornado tão cabeça dura?

–Eu tenho quinze; ele dezoito! Não é exatamente uma diferença muito significativa. Além disso não disse que estava apaixonada, apenas nos conhecemos na empresa e talvez possamos ser amigos. – Liliam saiu dos braços de Tony e começou a ir até a sala do jantar quando girou os calcanhares e declarou. – Precisa começar a aceitar o fato de que aquela garotinha que salvou no lago cresceu Tony, infelizmente você não estava perto o suficiente para acompanhar.

O jantar estava se saindo muito bem, Maria e Howard sempre foram conhecidos por receber muito bem os convidados, e Liliam estava feliz demais por Mark estar ali. Agora Tony não conseguia se concentrar em sua comida enquanto via os olhares furtivos que sua irmãzinha dava em Mark. Então convidou Rhodes e os dois foram até um bar espairecer um pouco. Howard convidou Peggy e Fury para jantarem, a família já estava acostumada a ter eles sempre em casa então não era um verdadeiro incomodo.

Tudo estava bem, perfeito na verdade, até que uma gota de sangue caiu do nariz de Liliam.

[...]

Liliam foi até seu calabouço, vulgo quarto, para então respirar um pouco. Ela sentia como se cada molécula de seu corpo quisesse explodir, e duas mãos doíam muito, pareciam que estavam queimando de dentro pra fora e isso a apavorava.

–Todos estão se perguntando o que aconteceu com você, sabia? – Perguntou Mark se aproximando dela. Liliam não poderia reagir ao susto, não com suas mãos doendo desse jeito, ou enquanto sua cabeça não parar de latejar.

–Às vezes garotas têm surtos hormonais. – Mentiu. Mark percebeu a inquietação dela ao agarrar as mãos e tentar limpar algo que não estava ali, e parecia que isso estava doendo muito pois ela repuxava os lábios para não gritar.

–Isso é uma mentira, pera ai, a menos que esteja de TPM, daí eu acredito que você...

–Você quer parar de falar por um minuto! – Explodiu Liliam e se guarda-roupa veio abaixo. Ela estava tendo uma crise dessas pelo menos uma vez ao dia, mas hoje sua porção veio dobrada e cada minuto que passava ela sentia como se aquelas postadas em sua cabeça fossem horas. Toda vez que essas crises acontecia ela saia para a varanda e aguentava a dor sozinha, até que passasse e ela pudesse voltar a ser normal. Mesmo com todo esforço do mundo ela não conseguia.

–Liliam, relaxa tá? – Mark tentou acreditar que Liliam não tinha derrubado o guarda-roupa, mais ao menos queria acalma-la já que ela estava na ponta de uma varanda que tinha vista pro mar.

–Isso dói, isso dói... faça parar! – Pedia Liliam se agachando no chão não aguentando a dor, sentiu que seu poder se esvaiu como um tsunami invisível que atingiu suas janelas e a quebrou. Até que sua dor acabou a vencendo e ela caiu no chão desacordada. Mark foi até ela e gritou por ajuda, afinal de contas ele nem sabia o que tinha acontecido.

[...]

Depois que terminaram o jantar, Howard, Peggy e Fury haviam se reunido na sala particular do Stark e tudo que podiam conversar era sobre problemas. Tudo corria muito bem até todos os vidros da casa serem despedaçados e isso incluía todas as garrafas de whisky de Howard.

–Mais que merda é...

Antes que ele pudesse terminar, Maria abriu a porta desesperada e gritou para o marido:

–É a Liliam! – Howard não pensou duas vezes antes de correr até o quarto da filha. Peggy e Nick se entreolharam e acompanharam Howard. Quando chegaram lá em cima, o corpo desfalecido de Liliam estava no colo de Mark e sendo examinado pela mãe.

–Howard o pulso dela esta fraco! – Gritou Maria já aos prantos. Não dava pra saber como reagir a uma coisa dessas, mesmo Maria já tendo uma experiência com enfermagem ela não sabia como agir calmamente quando o assunto era sua pequena filha. Tinha momentos que Liliam parecia saudável como um cavalo, e geralmente esses momentos eram enquanto estava fazendo suas aulas com o agente O’Brian, ela até tinha permitido que um espião treinasse sua filha mesmo que Howard tenha segunda intenções para o futuro da pequena Stark. Mas daí chegava esses momentos que Liliam se mostrava pior do que uma pessoa com câncer, quando seu nariz sangrava na mesa de jantar, quando às vezes ela desmaiava em meio ao banho e quase acaba se afogando. Era difícil definir a cura quando nem se sabe o porquê.

–Nick, pegue ela. Peggy ligue para Norman Osborn imediatamente, diga que é prioridade nível 11. – Comandou Howard. Fury pegou a jovem Stark dos braços de Mark e assim já a levou para o carro, Peggy seguiu Nick já estando com o telefone na mão.

–Eu sinto muito, Markos e Mark, mais minha filha tem uma saúde muito instável e às vezes isso acontece. – Explicou Howard levando os visitantes para fora da casa.

–Howard sua filha tem algum tipo de doença? – Markos estava realmente preocupado com Liliam, não aparentava que uma garota tão nova pudesse estar doente. Porém Mark estava intrigado, o que ele tinha visto não parecia ser só uma coincidência.

O fato dos pais de Liliam estarem tão desesperados mostra que eles escondem algo, que ela escondia. Mark não queria acreditar na coincidência de o guarda-roupa ter caído no exato momento que Liliam gritou, mas o que ele iria pensar? Não havia ninguém no quarto, do jeito que o barulho foi grande da queda do guarda-roupa ele deveria ser pesado então eles saberiam se alguém estivesse La dentro. Não fazia sentido para Mark confiar em outra coisa que não fosse a verdade; Liliam Stark tinha poderes. E também não faria sentido se Mark não pensasse nas maneiras de poder usa-lo.

[...]

Peggy estava vendo a ressonância magnética de Liliam e esperava uma resposta boa. Peggy havia acompanhado a vida de Liliam dês do nascimento, involuntariamente já que Howard era seu melhor amigo e aliado. Era difícil pra ela ver uma jovem tão bonita e cheia de vida estar daquela maneira, principalmente sendo da família Stark que já atrai problemas pra si próprios sem esforço. Pelo menos ela entendia o pânico de Howard toda vez que Maria ligava e colocava Liliam em uma frase, deveria ser difícil viver em constante preocupação porque Howard até parecia envelhecer mais rápido conforme o tempo. Ela não conseguiria imaginar se conseguiria viver desse modo, e saber que não poderia fazer nada para ajudar o filho.

–O que Osborn disse? – Howard se colocou ao lado de Peggy mais não tirou os olhos do corpo da filha.

–Disse que pelos os exames não se dá para comprovar nada, porque o D.N.A de Liliam não se alterou dês da ultima vez que você mandou. Ele disse que com o corpo nada parece danificado, por mais que aparente reações negativas. Também sugeriu que fosse...

–Que fosse o que? – Perguntou Howard encarando a companheira sem muita paciência.

–Sugeriu que fosse uma evolução dos poderes dela e talvez ela não esteja conseguindo suporta-los. – Peggy esperou que Howard ficasse bravo, irritado ou qualquer gênero que mostrasse seus sentimentos. Porque com toda certeza ela não conseguiria encarar o fato de que sua filha mutante esta evoluindo do mesmo jeito que Howard encarou, apenas um sua mão no queixo e assentindo.

–Suspeitei disso também. – Respondeu pensativo. – Liliam tem se mostrado bem mais forte durante esses dias, o agente O’Brian me deu seus relatos de que de todas as lutas que tem treinado Liliam conseguiu vencê-lo em cinco. Um resultado surpreendente se fomos comparar os resultados de O’Brian. Eu iria fazer um exame completo antes disso acontecer, mais ela me pediu para ir viajar com a amiga e então eu permiti. Uma terrível falha minha.

–Isso não é culpa sua, nem culpa dela também. – Peggy percebeu o tom decepcionado que Howard usava e de alguma forma tentou reconforta-lo. – Escute Howard, nos dois sabemos que acontecem coisas que não podemos culpar, porque simplesmente acontecem. Sei que esta sendo difícil pra você, imagine então para uma garota de quinze anos, mas você precisa passar por isso de cabeça erguida. Da forma que eu sei que Howard Stark ira fazer.

Howard não respondeu ao incentivo de Peggy, tudo que pode fazer e passar as mãos na testa tentando sumir com aquela ruga de preocupação.

–Tony sabe sobre ela? – Questionou Peggy. Era estranho não ver o filho mais velho de Howard na base da (Strategic Homeland Intervention, Enforcement and Logistics Division - Divisão Logística e Aplicação de Intervenção Estratégica Interna), ela percebeu o quanto os irmãos eram grudados.

–Não, nem sobre meu trabalho. Anthony não esta pronto para encarar esse mundo da maneira certa, prefiro que ele cuide das empresas enquanto esta se tornando um bom homem. – Porém isso ainda não explicava o porquê dele não saber da irmã.

–E acha que Liliam consegue?

–Ela pode parecer uma garotinha frágil, mas não é. Tony pegou meu temperamento, sarcasmo, gosto pra mulheres, - Peggy riu da ultima – e acho que vai me superar no quesito inteligência, porém ele não tem as qualidades de Liliam. Ela é muito sagaz e esperta, consegue te manipular mesmo que não esteja usando o poder e sabe ser bem diplomática quando quer. Aos cinco anos debateu com a professora na escola sobre o fato de não acreditar em contos de fadas e me disse que a rainha que ela gosta é Anne Boleyn, claro que eu acho que a ultima foi por influencia dos livros atuais e de sua mãe. A maior qualidade dela é que ela consegue ver luz quando não à saída, como se ela fosse sua própria luz. Bondade, honestidade, características que poucas pessoas têm e eu gostaria muito de preservar, o engraçado é que mesmo depois de tudo que falei, ela não pode ser considerada fraca. Se eu tivesse que apostar em um dos meus filhos para continuar meu legado na S.H.I.E.L.D ela seria minha herdeira.

–Pena que isso aqui não é uma monarquia. – Comentou Peggy agora o fazendo rir.

–Não, não é. Mas tenho certeza que ela fará por merecer. – Garantiu. – Confio em ambos dos meus filhos, Peggy. Tony revolucionara a indústria do armamento, aquele garoto passou dos vintes e pode ser considerado no mesmo nível que eu, tenho certeza que fará grandes coisas. Agora minha única preocupação é com ela, porque Peggy veja bem; Liliam é poderosa, e se os poderes dela podem evoluir então imagina o que farão se descobrirem? Esse é meu maior medo, uma das razoes pela qual não estou conseguindo dormir a noite, porque parece que eu sei que alguma coisa ruim esta se aproximando e que tudo ira sobrecair nela. Infelizmente a única coisa que posso fazer é confiar para que ela se ache de novo.

–Howard você esta me assustando. O que você acha que vai acontecer? – Perguntou Peggy reconhecendo aquela voz de preocupação em sua voz, e quando Howard Stark usava aquela voz era porque uma guerra estava para se iniciar.

–Acho que esta na hora de olharmos o movimento, Peggy Carter. – Ela entendeu o recado. Mesmo que aquilo fosse absurdamente impossível ela confiava sua vida em Howard, e se em meio daquele recado ele declarou que eles estavam sendo vigiados e porque deveriam desconfiar de algo. Mesmo na sua própria agencia secreta. Então disfarçadamente os dois continuaram a olhar Liliam , porém cada um com pensamentos distintos.


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Notas finais do capítulo

*Eu mudei nosso habito de postar terça por todos os motivos da parada do nosso Nyah. Acho que compensa o capitulo dessa semana.
*Próxima semana a historia começa a pegar fogo. A vida de Liliam esta prestes a mudar.

*Espero que gostem.



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