Angie sete anos de idade...

Eu estava chorando contra a parede. Mamãe estava agindo de forma estranha novamente e estava me assustando. Esta é a forma que age quando bebe uma coisa ruim, que Jefferson chama de cerveja. Eu só quero correr e escapar antes que ela me veja de novo e grite. Ela disse que ia me fazer biscoitos e que iríamos para o parque para balançar nos balanços. Eu estava muito feliz com a quantidade de diversão que teria.

Mamãe tinha ficado louca desde que seu amigo ligou. Ela disse que não íamos ao parque hoje, porque ela estava se sentindo triste e precisava de uma bebida. "Você não vai se divertir no parque de qualquer maneira." Mas eu sabia que seria especial, porque eu amava os balanços da escola. Queria que Jefferson estivesse em casa, minha barriga dói tanto e eu estou tão faminta.

Então, ela grita meu nome....

— Angie! — Pulei e rapidamente enxuguei as lágrimas. Se ela me visse chorando, só iria ficar com raiva de mim de novo. Andei até ela lentamente. Ela estava sentada na mesa da cozinha, com o rosto entre as mãos.

— S... sim mamãe? — Ela olhou para mim e franziu a testa. Eu sei no que está pensando quando olha para mim desse jeito. Diz-me o tempo todo que tenho os olhos dele. Jefferson diz que meus olhos são como o azul do céu.

Mamãe tem cabelo castanho escuro. Meu cabelo é muito mais claro que o dela. Jefferson gosta de escovar meu cabelo e sempre me diz que sou bonita e uma princesa. Diz que algum dia meu príncipe vai vir, me salvar e levar para longe deste lugar ruim. Mamãe nunca me diz que sou bonita, só me diz que pareço meu pai. Ela odeia o meu pai.

— Angie, Angie, Angie. — Ela disse de uma forma engraçada, como se estivesse sendo muito difícil dizer isso.

— Você sabe que nunca vai ser desejada? Você nunca será amada por alguém, assim como eu nunca fui amada. Nenhum homem jamais vai te querer. Você precisa saber disso agora. Eu gostaria que alguém tivesse me dito isso, porra! Teria me salvado de muita de dor.

Mamãe ainda estava falando enrolado. Será que ela não me quer mais?

— Mamãe, eu sinto muito por tudo o que eu fiz. Por favor, não fique com raiva de mim. Por favor, goste de mim, mamãe! — gritei. Ela só começou a rir e depois colocou a cabeça para trás entre as mãos e disse para sair de sua vista.

Tive uma sensação estranha no peito e barriga. Por que era tão difícil para eu respirar? Fui para o canto da cozinha e sentei.

Quando é que Jefferson chegaria em casa? Só queria Jefferson... Precisava de Jefferson.

— Você nunca será amada por alguém.... lembre-se Angie querida, lembre-se disso...

Nove anos depois

Pablo me levou a minha pizzaria favorita para o meu aniversário de dezesseis anos. Eu estava tão animada. Nós estávamos namorando há quatro meses e ele era tão doce, só me beijava e nunca tentava ir além. Era tão bom. Ele disse que me amava. Como eu era inocente. Enquanto esperávamos nossa pizza, desculpei-me e fui ao banheiro. Eu estava em pé na pia quando uma menina bonita com o cabelo loiro entrou, a reconheci da escola. Acho que ela estava no 3º ano como Pablo.

Sorri quando ela se aproximou de mim, mas ela me deu um sorriso triste em troca.

— Angeles Saramego, certo?

— Sim, mas sinto muito, eu te conheço, mas não posso me lembrar seu nome.

— Tudo bem, eu realmente não esperava que você soubesse quem sou Angie. Meu nome é Jackie.

Ah, tinha ouvido falar dessa menina. Ari disse que era fácil e que todo cara com um pênis ativo, já tinha a fodido.

— Angie, eu realmente gosto de você. Eu gosto de como é doce e amável com

todos. Eu gostaria de ser mais como você.

O QUE? De onde diabos é que isso veio?

— Hum, obrigado Jackie é muito gentil de sua parte dizer isso.

— Angie, vou direto ao assunto aqui. Você sabe onde Pablo foi ontem à noite? Eu só pergunto porque eu acho que merece a verdade.

Eu balancei minha cabeça. Tinha um mau pressentimento sobre onde isso iria dar.

As palavras de minha mãe vieram na minha cabeça.

“Você nunca será amada por alguém... “

— Sim, ele estava em um grupo de estudos na casa de Melissa na noite passada.

Jackie parecia triste. Seus olhos se encheram de lágrimas e ela desviou o olhar de mim.

— Não, ele não estava Angie.

— Como você sabe disso?

Ela abaixou a cabeça e eu pude ver as lágrimas caindo de seus olhos. Oh santo inferno.

— Eu sei, porque ele estava me fodendo no banco de trás de seu carro na noite passada.

Eu só fiquei lá.... Atordoada. Eu não podia acreditar. Não, isso não estava

acontecendo comigo. Eu pensei que ele era diferente!

Oh meu Deus...... Senti como se estivesse ficando doente.

— Por que você está me dizendo isso?

— Eu não queria, mas realmente gosto de você e você é tão inocente e aquele filho da puta não merece tê-la em seus braços como um troféu, enquanto ele vai, pelas suas costas, foder com todas.

— Lamento Angie. Eu não queria magoar você. Espero que possa me perdoar algum dia.

Balancei a cabeça para clarear meus pensamentos. Olhei-a direto nos olhos e eu pude ver a vergonha e desgraça dela.

— Obrigada Jackie por me dizer, eu realmente agradeço isso.

Eu tentei ficar composta antes de me virar e sair do banheiro. Enquanto caminhava de volta até a mesa onde estava Pablo. Ele teve a coragem de sorrir e piscar para mim. E deve ter visto Jackie sair do banheiro atrás de mim, porque seu rosto se desmanchou por um segundo.

Eu andei até ele e dei o meu melhor sorriso.

— Ei Angie, tem algo... hum... errado?

— Não..... só percebi algo, Pablo.

Ele olhou em volta, como se estivesse à procura de Jackie, ou talvez ele estivesse procurando uma saída.

— Ahhh, o que é que Angie?

Abaixei-me e peguei um pedaço de pizza. Dei uma mordida e depois olhei para sua camisa branca e sorri.

— Percebi que você não é nada mais que um bastardo de merda! — Eu joguei a pizza em seu peito e, em seguida, peguei sua cerveja e despejei sobre sua cabeça.

Enquanto eu andava para longe de Pablo, fiz uma nota mental para ver Jefferson, chutar sua bunda.

Eu nunca iria a um encontro novamente!