Um Homem Sob Medida escrita por Gilraen Ancalímon


Capítulo 16
Capítulo 16 - Uma boa surpresa


Notas iniciais do capítulo

Olá aqui estou eu para mais um capítulo, espero que gostem dele. Obrigada por todas as pessoas que estão lendo (as que deixam os recados e para aquelas que não)
Me digam o que estão achando para que assim fique mais fácil de saber o que eu tenho que fazer, bjs.



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Foi com profundo prazer que Kíria observou o marido se movimentar pelo quarto. Olhar para Vinícius sempre fazia o sangue ferver em suas veias, estivesse ele nu, ou vestido. Usando um terno escuro, Vinícius parecia em excelente forma, mostrando que havia se recuperado por completo do acidente traumático que sofrera meses antes. Pronto para sair, ele se sentou na beirada da cama, ao lado de Kíria.

― Se eu não tivesse de ir para o escritório, voltaria para a cama e ficaria com você ― ele falou com um sorriso sedutor.

― Posso tentar fazer você mudar de idéia? ― Kíria provocou.

― Você é uma ameaça! Sabe muito bem que vou pensar em você, quando deveria estar me dedicando ao trabalho.

― Sei ― ela admitiu.

― Vou embora ― ele declarou com firmeza, antes de beijá-la. Já na porta, Vinícius virou-se. ― Não fique na cama por muito tempo. Ultimamente, você adquiriu o hábito de dormir até mais tarde a cada dia que passa. Não se esqueça de que também tem de cuidar dos seus negócios.

Minutos depois, Kíria ouviu a porta da frente se fechar e seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso. A felicidade ameaçava fazê-la explodir. Agora que Vinícius se fora, ela tinha o dia todo para colocar seu plano em prática. Não iria para o pequeno escritório de advocacia que abrira em Niterói, logo depois de sua mudança para aquela casa. Tinha coisas muito mais importantes a fazer. Sua sócia, mãe de filhos já crescidos, concordara com prazer em cuidar dos negócios naquele dia.

Rolou na cama e afundou o rosto no travesseiro de Vinícius, aspirando-lhe o perfume másculo. Pouco mais de uma hora antes, haviam feito amor com paixão. A iniciativa partira dela, mas ele não relutara em aceitar a provocação. Kíria dissera que aquele era seu presente de aniversário de casamento. Completavam oito meses de casados naquele dia. Oito meses da mais absoluta felicidade.

Acertara em sua suposição de que seria capaz de fazê-lo feliz. Jamais se arrependeria do que havia feito porque Vinícius a amava tanto quanto era amado por ela. Naquela noite, quando Kíria desse a ele seu verdadeiro presente, a felicidade de ambos estaria completa.

Excitada demais para continuar na cama, Kíria se levantou e foi tomar um banho. Não queria correr o risco de se atrasar para o compromisso das dez horas. Quando saiu do banheiro, tirou a toalha que envolvia seu corpo e parou diante do espelho. De perfil, pousou a mão no ventre, como se pudesse sentir a vida que se desenvolvia ali dentro. Uma vida que ainda não fora confirmada, mas que ela tinha a mais absoluta certeza de existir. Seus lábios se curvaram em um sorriso. Aquele seria o seu presente para Vinícius. Um bebê. Ele adoraria a notícia.

Despertando de seus devaneios, Kíria olhou para o relógio e suspirou. Haviam descoberto aquela casa deliciosa, fora da cidade, perfeita para a família que ambos pretendiam formar, mas não muito conveniente no que dizia respeito à locomoção. A viagem até o centro do Rio podia se transformar em pesadelo, quando o trânsito estava mais denso. Se não se apressasse, acabaria se atrasando. Sem perder tempo, escolheu roupas práticas e se vestiu.

Horas mais tarde, a gravidez confirmada e as mãos carregadas de sacolas de compras, Kíria voltou para casa. Havia dado folga a Marta, a empregada, pois pretendia preparar ela mesma o jantar. Não era má cozinheira, nem má dona de casa. Contratara Marta apenas por ter a tendência de se distrair com o trabalho e esquecer o relógio.

Deixou as sacolas sobre o balcão da cozinha, o casaco e a bolsa sobre uma cadeira e preparou uma xícara de chá e algumas torradas. Depois de beber o chá, suspirou satisfeita. Tudo era perfeito. Sua vida era maravilhosa, uma prova que coisas boas podiam brotar de eventos ruins. Kíria fora aceita pelos amigos de Vinícius e, mais importante, pela família dele. Um sorriso brotou em seus lábios quando ela imaginou a reação de Paula quando recebesse a boa notícia.

Claro que teria de contar a Vinícius, em primeiro lugar. O que a fez olhar para o relógio e decidir iniciar o preparo do jantar. Decidira fazer os pratos prediletos de Vinícius, a fim de despertar-lhe a curiosidade, embora tivesse certeza de que ele não seria capaz de adivinhar a surpresa. Quando já estava tudo providenciado, a mesa posta e o vinho na geladeira, Kíria subiu para se arrumar.

Vinícius costumava chegar em casa por volta das sete horas e ela já estava pronta bem antes disso. Decidira usar o vestido favorito de Vinícius, o mesmo que usara na noite anterior ao casamento, quando haviam feito amor pela primeira vez. Querendo que a noite fosse perfeita, ela se perfumara com todo cuidado.

Kíria estava retirando o assado do forno, quando ouviu o carro de Vinícius entrar na garagem. Apressada, tirou o avental, apanhou dois copos e foi para a sala, a fim de recebê-lo.

― Olá! Gostaria de um drinque refrescante ou de um beijo ardente? ― ofereceu com um sorriso, assim que ele entrou.

― Aceito ambos, mas na ordem inversa ― ele respondeu, deixando a maleta ao lado da porta.

Colocando os copos na mesa de centro, Kíria o abraçou e beijou. Foi um beijo longo e apaixonado, que deixou os dois ofegantes.

― Acho que, agora, preciso daquele drinque ― Kíria declarou, lânguida.

― Podemos levar os copos para a cama ― Vinícius sugeriu com malícia.

Se já não tivesse outros planos, Kíria não teria hesitado em aceitar.

― Não, não podemos. O jantar está quase pronto. Você só terá tempo para um banho rápido.

Só então Vinícius reparou no vestido que ela usava e se mostrou surpreso. Então, viu a sala de jantar, iluminada apenas por velas.

― Estamos comemorando alguma coisa? ― perguntou intrigado.

― Não se preocupe, pois você não se esqueceu do meu aniversário, ou qualquer coisa parecida. Como hoje fazemos oito meses de casados, achei que seria boa idéia partilharmos um jantar especial. Preparei todos os seus pratos prediletos.

― Oito meses! Parece uma eternidade.

― Uma eternidade boa ou ruim?

Ele sorriu.

― O que você acha?

― Acho melhor se apressar, ou vai acabar jantando comida fria!

Ainda sorrindo, Vinícius subiu a escada. Quando voltou a descer, a comida já estava na mesa. Ele abriu o vinho e serviu dois copos.

― À esposa mais linda do mundo ― brindou.

― Ao marido mais lindo ― Kíria replicou, erguendo também o seu copo.

O jantar foi perfeito e quando tomavam café, Kíria finalmente trouxe à tona o verdadeiro motivo da noite especial.

― A propósito, vamos ter de chamar os decoradores novamente ― comentou em tom casual.

Vinícius franziu o cenho.

― Por quê? Você disse que a casa estava perfeita.

― Não gosto das cores do quarto menor.

Vinícius fitou-a, incrédulo.

― Está falando do quarto que você demorou um mês inteiro para decidir que tom de verde ficaria melhor nas paredes?

Ela corou.

― Exatamente. Foi o que fiz, mas agora, não está bom.

Vinícius respirou fundo.

― E que cor gostaria de usar, agora? ― perguntou, com paciência admirável.

― Rosa ou azul.

― Não acha melhor decidir antes de chamar os decoradores? Do contrário, vou acabar defendendo um deles por homicídio! ― ele declarou com sarcasmo.

Kíria teve de fazer um grande esforço para não rir.

― Como posso decidir se ainda não sei o que vai ser? ― argumentou.

― Como não sabe o que vai ser?

― Não se trata do quê, mas de quem. Não sei se será menino ou menina.

A mensagem foi finalmente recebida. A expressão de Vinícius passou de choque para alegria e, então, para emoção profunda.

― Está tentando me dizer que está esperando um filho? ― perguntou com um sorriso e, ao mesmo tempo, lágrimas nos olhos.

Quando Kíria assentiu, ele lhe estendeu a mão.

― Venha cá ― ordenou e foi obedecido de pronto. Com Kíria sentada em seu colo, acusou: ― Por que não me contou de uma vez?

― Não sabia se você ia gostar da notícia. Nunca discutimos quando pretendíamos ter um bebê.

― Como eu poderia não gostar? Senhor, um filho! Tem certeza?

― Tive a confirmação hoje.

― Então, é por isso que tem ficado na cama até mais tarde. Não me diga que tem tido enjoos e eu nem percebi!

Kíria sabia que ele ficaria cheio de remorso se ela houvesse se sentido mal e ele não houvesse percebido.

― Não ― garantiu. ― Não tive enjoos, somente algumas náuseas passageiras. Quanto aos decoradores, foi apenas uma brincadeira. Se você não se importar, desta vez, gostaria de cuidar eu mesma da decoração.

― Só se eu puder ajudar.

― É bom em decoração?

― Não faço idéia, mas descobriremos logo. Agora, sra. Maldonado, estaria interessada em fazer amor comigo?

Ela sorriu, já sentindo os efeitos hipnóticos daqueles magníficos olhos cinzentos.

― É bom nisso?

― Se você está grávida, devo estar fazendo alguma coisa direito. Vamos verificar a questão ― Vinícius sugeriu e, tomando-a nos braços, levou-a para o quarto.


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