Da Cor Do Whisky escrita por Sebastian Michaelis


Capítulo 2
A prefect day


Notas iniciais do capítulo

Oi gente o/
Esse capítulo é a versão de Eva, mas ainda em terceira pessoa



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"Me interessa o futuro porque é aonde vou passar o resto da minha vida”. (Woody Allen)


Micropartículas como os Prótons, repelem-se mutuamente, mesmo dividindo um micro espaço em corpo celeste, pois a adição de um nêutron causa instabilidade elétrica e o átomo se rompe. Somos como prótons, que desviam-se sempre evitando manter contato, afim de não sofremos "instabilidades", pois ações causam reações e qualquer incompatibilidade ou conflito, nos fazem explodir.


Mas uma partícula em especial, dentre tantas mais, que não estão sendo mencionadas aqui, não se incomoda em causar um pouco de instabilidade à massa e tampouco se preocupa em manter distância de outras, apenas segue sempre seu rumo sem se preocupar se é incerto ou que exatamente encontrará em seu trajeto de vida. Preocupando-se apenas com sua estabilidade interior.
Não, se pensou em uma partícula egoísta, pensou errado, mas se pensou em um conturbado altruísmo pensou certo.

Exato! confusão é o que seus neurônios apresentam agora, mas não se desespere, pois contraditória são as ações e reações, que Eva apresenta ás pessoas ao seu redor que dividem ou não, a mesma atmosfera pessoal que ela.

oOo


"Seja você mesmo, não se compare a ninguém, pois pensar em diminuir outras pessoas não te faria melhor, muito menos sentir-se inferior te levaria á lugar algum.
Pense que essa é sua vez, lance seus dados aos universo e ordene que caiam no número seis, por que o futuro exige os mais capacitados e de níveis elevados sabedoria, quais quer que seja empregada ele, em seu cotidiano ou ramo de trabalho a qual use tudo o que puder a seu favor, Sonhe durante á noite, realize durante o dia, mas nunca deixe de sonhar, pois é o único meio de algo se realizar. A vida..."

_Nossa já são sete horas...droga ainda não terminei a quinta página! Maldito cão sarnento, vou chamar a carrocinha, quero ver o imbecil do dono vir reclamar, há, se eu me invocar...

Resmungava a garota enquanto fechava seu aparelho e retirava sua caneca favorita de sopa instantânea, que costumava tomar enquanto escrevia. Algumas vezes era chá de erva doce, pois acalmava seus nervos e ajudava a suas ideias fluírem melhor.

Esfregou os olhos para afastar o sono e espreguiçou-se longamente para afastar o cansaço, pois foi acordada por um cão que resolveu latir e uivar muito próximo a janela de seu quarto às três da madrugada, o resultado foi ela abrir o notebook e se pôr a escrever algumas páginas de seu primeiro livro de autoajuda.

Caminhou até um quarto que usava para fazer seus exercícios e fez cinco minutos de alongamento. Essa era sua rotina diária se exercitar e alongar assim que acordava, pois desde que começou a escrever seu livro, passava algumas horas sentada na mesma posição, não que fosse sedentária antes, pois gostava de artes marciais e frequentou dojôs desde criança e era faixa laranja em jiujitsu. Também costumava a fazer algumas horas de academia nos finais de semana para manter o corpo em dia e Yoga para manter o equilíbrio da mente.

Inspirou profundamente e soltou o ar pela boca puxando os dedos dos pés e logo relaxou a posição, levantando se em seguida, rumou para o banheiro, ao entrar deparou-se com um espelho que pegava o corpo inteiro e soltou os cabelos que cascatearam sobre os ombros, aproximou-se mais e olhou dentro de seus próprios olhos castanhos claro, que tinham explosão de chocolate que circundava o centro próximo á íris, e  recitou seu mantra matinal:

"Lei número um, Saber o que você quer..."

_ O futuro porque é aonde vou passar o resto da minha vida

"Lei Número dois, pensar no que você quer com bastante convicção"

_Aquela vaga já foi preenchida com meu nome, há, esse emprego já é meu e foi fácil

Eva afastou-se do enorme espelho e caminhou até a pia, abriu o armarinho e apanhou coisas para higiene matinal e abriu o chuveiro, checou a temperatura e viu que estava bastante quente do jeito que gostava, pois sempre relaxava ao sentir a água bater contra os músculos e abrir os poros da pele. Preferia sentir essa sensação mergulhada em uma banheira, mas estava em cima da hora e sempre que alguém mergulha em uma banheira, faz o telefone tocar, o que a obrigaria a ignorar e continuar seu dia com uma pontada de remorso e curiosidade. Sim além de ser adepta à  Lei da atração, ás vezes não discordava da Lei de Murphy, mas só ás vezes.

Após a ducha, rumou para seu quarto e optou por uma calça jeans escura e uma blusa branca, peças sóbrias e simples mas também despojadas para o dia e um sapato confortável na cor preta, que dava a ideia de ser esporte-social.


Caminhou até a cozinha e fez a refeição matinal, optando por frutas iogurtes com cereais, como aveia e fibras de trigo e granola, pão integral e suco maçã.Quando terminou, deixou as louças usadas dentro da pia e rumou para sua entrevista de emprego na Universidade Jersey City, pensou em chamar um táxi, mas preferiu ir conhecendo um pouco o lugar, já que seu carro estava preso em um pátio no Estado da Philadelphia, por estacionar em local errado e não pagar a multa por achar um absurdo, estava a pé, mas usaria isso a seu favor e qualquer dia retirava seu carro e intimamente torcia para ser outro atendente, já que discutiu com um no dia da retirada dificultando todo o processo novamente. Sim, algumas pessoas são maldosas e mesquinhas com as outras e o sujeito fez isso por pura pirraça com ela.


oOo


Alguns minutos caminhando e sentindo o Sol bater contra a pele do rosto, olhava algumas vitrines e lojas de aparelhos eletrônicos, parou em frente á uma padaria muito aconchegante, tinha lindos pães e doces de encher os olhos, se já não tivesse tomado café da manhã e com tempo curto, entraria para comprar alguns croissant que estavam muitoconvidativos e com a casca bem dourada.

Suspirou fundo e desviou o olhar para a calçada onde crianças corriam para entrar na escola e uma menina correr arrastando uma mochila de rodinhas que faziam um barulho alto, lembrou-se de quando era pequena e sempre chegava atrasada naescola e sorriu meio nostálgica, mas quando desviou o olhar novamente viu um rapaz ir diretamente para o fluxo de carros que passavam a mais de 40 km por hora, com certeza ele queria se matar. Pensou no que fazer por cinco segundos, antes que seu corpo se movesse e suas pernas corressem na direção dele, não, não o deixaria se matar, ele que procurasse uma ponte mais tarde, assim não ficaria com peso na consciência de poder ter feito algo e simplesmente agisse como uma pessoa obtusa.

Logo se viu agarrando e puxando o braço do rapaz e dando mais um puxão no ombro, quando ela deu por si, o rapaz já estava caído de bunda no chão com o rosto afogueado e meio atônito, viu como se colocava de joelhos arrumando o óculos escuro na ponte do nariz e depois apanhava o bastão de aço e tentando esticá-lo com as mãos trêmulas.

"Ai, empurrei um ceguinho no chão"

_...

"E agora e agora, ele deve ter quebrado os fundilhos, além de cego está desbundado...ai que coisa estranha de se pensar"

Sacudiu a cabeça imperceptivelmente para não rir ante ao último pensamento, e sem conseguir deter suas mãos, puxou o rapaz mais uma vez naquela mesma hora para deixá-lo de pé, e resistindo bravamente à perguntar sobre os fundilhos dele, pois este estava com uma feição de irritação clara na face. Então para diminuir o silêncio constrangedor que se instalou entre eles, e falou a primeira coisa que lhe veio á mente, que foi um miserável:

_Você é muito leve cara, não come não? deve ter uns cinquenta quilos no máximo!


"Por que eu disse isso, maldita hora para meu cérebro parar de pensar" -repreendeu-se intimamente


_E o que tem a ver com isso? E que história é essa, por que eu corria risco de morrer hã?

"Agora sim, eu me irritei! Como assim que "história é essa?" Ele ia claramente se atirar para que os carros passassem por cima de si... espera... ele não sabia, mas por que não está com um cão guia? E agora o que digo..."

Então como uma força do destino provasse que tudo pode ser usado a seu favor, a voz eletrônica do sinaleiro cortou o ar entre os dois:

"Por favor, respeite a sinalização, evite atravessar antes do sinal vermelho abrir. Bom dia... "

Ela soltou o ar que prendia nos pulmões sem ao menos perceber que fazia isso, e não resistiu a vangloriar-se um pouco da razão que dispunha em seu favor.

_Viu?..

Gesticulou um pouco e não resistiu em debochar, final, era um rapaz á sua frente e do tipo que adora ter sempre razão pelo jeito, não deixaria que ele saísse ganhando na questão, não mesmo, pagou um "mico-básico" , foi rude e bruta, mas salvara sua vida afinal.

Deixaria para comemorar a escapulida de um possível sentimento de frustração impotência mais tarde, porque sim, aquele dia seria mais um dia perfeito.

"O sinal está verde agora... pode atravessar.... tenha um bom dia!" -Soou novamente a voz eletrônica proveniente do sinaleiro


Ok, aproveitaria a sensação agora, ninguém é de ferro, sorriu abertamente deixando á mostra a fileira de dentes brancos, apesar dele não poder ver seu sorriso de vitória sobre a questão.

Mas resistiu bravamente a fazer a dancinha da vitória e se manteve no lugar, esperando o momento em que ele surtaria e cairia no chão dizendo obrigado até que seus lábios ficassem roxos, mas não foi exatamente o que aconteceu.

Então esperou alguns segundos e nada, ele continuava com expressão confusa mas nada dizia, nem mesmo um "valeu"

"Que folgado, mas não deixar barato, não perderei a chance disso... ah ele é bem bonitinho até, fica com um ar de garoto fofo irritado...  será que prefere o lado direito da cama? Aí pensamentos desordenados hoje nossa!"

Para cortar sua linha de pensamentos estranhos e instigá-lo a falar algo como , "muito obrigado, ó Deusa" falou a primeira coisa que veio á mente,e também a segunda que a fez querer se estapear.

_Viu só?... Quer dizer...

"Ai burra, é claro que ele não viu urgh"

_Isso mesmo, não enxergo....


Viu o sorriso triste e o tom amargo, indicando que viria mais um comentário sarcástico sobre sua própria condição e sentiu-se irritada, muito irritada, odiava quando alguém se colocava de coitado e vítima do mundo e do universo. Sem pensar no que falava pela terceira vez, já que havia desistido de tentar ser coerente, pois seus neurônios saíram para passear no shopping, era o que tinha certeza, mandou na lata o que pensara a minutos atrás, mas não da forma que deveria:

_Então além de cego é burro, como sai de casa sem um cão-guia, ele seria além de seus olhos, seu cérebro né? Ou ao menos a parte que funciona


"Ok exagerei, ele está bravo agora, mas será moleza desviar de um cego tentando me acertar com o bastão fininho"

Pensou rápido sobre o que fazer naquela situação estranha, então estendeu a mão sem se lembrar que ele não a veria estendida para si.

_Me chamo Eva... -propôs uma pequena trégua

_Me chamo...

Ela fitou os olhos ambarados contra a luz do sol e se lembrou de quando seu pai girava seu whisky preferido no copo largo, pois ele ainda mantinha essa mania nos dias atuais e então soltou mais uma frase para coleção do dia, mas deixaria para se beliscar mais tarde quando estivesse submersa em sua hidro.

_Johnnie Walker... -disse e sorriu ante a lembrança, não evitar comparar.

_O que disse?

Compreendeu a confusão do rapaz, pois na hora em que diria seu nome, ao em vez de brigar consigo por ter sido um pouco grosseira, ela diz o nome de um whisky, teria que explicar, mas foi poupada de explicações, já que o mesmo prosseguiu contando sobre seu nome que por incrível que pareça, era esse mesmo.


_É...bem, na verdade, esse é meu nome, quero dizer, meu pai me deu esse nome... Johnnie, já que seu sobrenome é Walker e...gostava desse whisky

"Que história mais fofa, será que todos os pais consomem essa mesma marca? Ai responde alguma coisa Eva... não fique aí plantada"

_Ah...nossa! Nem acredito, julguei um nome pela aparência

Gargalhou jogando a cabeça para trás, fazendo as ondas castanhas balançarem um pouco

Até logo...e não há de quê viu?

Disse já rumando para a Universidade, pois estava quase atrasada e não queria passar má impressão ao reitor, quase sentiu-se mal por deixar o rapaz cego sozinho na calçada sem atravessá-lo, quase...

oOo

No próximo...


A Lei da Atração procura se apoiar em conceitos da física quântica, mas contraditoriamente, os campos energéticos criados pelo pensamento funcionam exatamente o oposto dos campos energéticos da Física quântica, onde campos positivos atraem partículas negativas.


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Notas finais do capítulo

É isso o/



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