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Como alguém pode gostar tanto de carne? Eu sinceramente não faço idéia, é só uma comida estúpida, por que ele não engole e cala a boca? Mais absurdo do que amar carne, é idolatrar dinheiro. O que aquela garota idiota vai fazer com tanta grana?

Sinceramente, só tem idiotas nesse barco. Teria sido melhor se eu tivesse entrado na tripulação do barba branca/negra, Shanks, ou em qualquer outra. Será que os capitães de lá te trocariam por um pedaço de carne?

Mas uma coisa que não posso negar é; Monkey D. Luffy é o melhor capitão de todos. Mesmo sendo um idiota, lerdo, burro e comilão. Ele certamente vai ser o rei dos piratas, disso eu tenho certeza.

Eu só tenho dó do mundo por isso. O futuro rei está correndo por todo o navio atrás do cozinheiro pervertido, implorando pela carne que o loiro carrega. Sanji podia entregar aquilo de uma vez, mas ele teima em dizer que é para sua linda “Nami-swan”.

Falando na ladra resmungona, ela anda esquisita desde que saímos de Alabasta. Nami não reclama, bate, xinga ou coisa do tipo. Será que são saudades daquela princesinha da areia? Ela só fica apoiada na base do navio, observando seu log pose.

Nunca fui de me preocupar, mas aquilo me deixa inquieto. O pior é que ninguém nota seu desânimo, nem aquele cozinheiro estúpido. E depois ainda diz gostar dela, que idiota.

Será que devo falar com ela? Mas e se eu receber um “Não é da sua conta”? Ou se o idiota bom da cozinha reclamar? Bem, pensar nisso não vai resolver nada, preciso arriscar! Levanto devagar, arrumando minhas espadas na cintura e vou até ela, desviando de um “Braço roubador de carne”.

Ao chegar perto ela simplesmente me olha de lado, sem se mexer. Respiro fundo e coço a cabeça. Ótimo, eu cheguei até aqui, mas vou falar o quê? “Volte ao normal sua idiota”? Eu provavelmente levaria um soco.

- Já estamos chegando à próxima ilha – Ela avisa, tentando ler minha mente.

Ela não está bem. Chegar sã e salvo à próxima ilha já era motivo de animação, festa, banquete... Mas agora ela parece tão... Triste. Se eu descobrir quem fez isso com ela, eu corto-o em dois, mesmo se for alguém daqui.

- Aconteceu algo? – Pergunto sério, chamando sua atenção.

Ela olha para mim e abre um sorriso, o primeiro de semanas. Será que eu disse algo engraçado? Eu aqui preocupado com ela, e a idiota rindo de mim. Eu realmente a odeio!

- Só estou entediada. Sem a Vivi aqui eu fico sozinha... – Então era tédio? Menos mal – Mas você pode me ajudar, “Mister bushido” – Disse imitando o apelido esquisito que a princesa tinha me dado.

Sabia que não deveria ter vindo, eu sabia! Olha que legal, sobrou para mim. A navegadora me olhou com um sorriso ganancioso, o tipo de olhar que ela usa quando acha tesouros. Será que ela quer me vender? Ou talvez queira algum trabalho perigoso.

- Como? – Pergunto rápido e direto.

- Me dê sua espada amaldiçoada – Pediu como se fosse normal. Ela só pode estar louca.

- A Sandai Kitetsu? Não diga bobagens, idiota! – Ela realmente endoidou. Eu nunca daria minha preciosa espada para uma ladra mesquinha.

A navegadora fez uma cara decepcionada, como se não esperasse essa minha rejeição. Nami achou mesmo que eu diria “Lógico, é toda sua”? Parece até que não me conhece. A garota das laranjas passou por mim e foi até o loiro com problemas de pulmão, sussurrando alguma coisa em seus ouvidos. Seja o que for não é boa coisa. Os olhos dele se transformaram em coração rosa e ele veio até mim. Tenho um mau pressentimento.

- Ordens da Nami-swan – Disse simplesmente, agarrando-me e imobilizando meu corpo, fazendo-me cair.

Certo, ela foi longe demais dessa vez. Sanji segurava minhas mãos por traz das costas, e enlaçava suas pernas nas minhas. Preciso dizer que esta foi a situação mais gay que já estive? Aquela ladra idiota...

- Sua... – Tentei reclamar, xingar, soltar um belo e feio palavrão, mas a risada forçada dela me interrompeu.

- Desculpe Zoro, mas você não me deu escolha – Ela realmente me tira do sério – O jogo vai ser assim; Você tem exatamente 24 horas para me convencer a devolver sua espada – Jogo? Convencer? O que essa idiota planeja? – É proibido o uso de violência, ouviu?! – Acho que vou excluir essa parte da minha memória – E você pode pedir ajuda aos idiotas desse navio.

Ótimo, acabei de entrar em um jogo idiota. Nami pega minha linda espada amaldiçoada. Droga, nem pude me despedir. Sanji finalmente me solta, e então, acende aquele maldito cigarro.

- Fiz direitinho, Nami-swan? – Ele pergunta enquanto rebolava para ela. Sério, Sanji não tem amor próprio.

- Sim! Bom garoto – Eu diria bom cachorro. A navegadora da um beijo na bochecha do cozinheiro, como forma de agradecimento. Eu realmente não gostei de presenciar isso, mas vamos ignorar esse fato.

O loiro quase morreu de alegria, eu realmente fiquei triste com o “quase”. Levantei-me e limpei minhas vestes, mesmo elas não estando sujas. Nami sorria de maneira vitoriosa para mim, mostrando bem minha espada em suas mãos. Afinal, o quê aconteceria caso eu não conseguisse convencê-la?

- E se eu não conseguir em 24 horas? – Perguntei indiferente.

- Eu vendo sua linda espadinha – O quê? Vender a Sandai Kitetsu?!

Maldita navegadora.

Continua...