Lost In The Mirrors escrita por Taia


Capítulo 9
Capítulo 8: I can't believe..


Notas iniciais do capítulo

Ola, seus lindos :3 Esse capítulo saiu mais rápido né? Vou contar um segredo.. Ele já estava pronto. Sim, escrevi esse antes do 7 (não perguntem). Mas então vamos lá. Acho que vocês vão gostar desse cap, chegou a hora de tirar suas dúvidas! Yeey ^^ Enjoy



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– Onde estou..? – abri os olhos – Não...

Eu não posso acreditar. Também é possível sonhar quando se está desmaiado? Bom, eu lembro de desmaiar, mas aqui estou eu, naquela mesma sala com nada além de arquivos. Mas dessa vez eu não estou amarrado, não, estou livre. Não exatamente, há uma porta, mas algo me diz que está.. É. Está trancada. Lógico. Pensou mesmo que seria fácil assim, seu estúpido?

Estou preso aqui, embalado em um silêncio mórbido pelo que parecem horas. Os outros sonhos eram bem diferentes, mais aterrorizantes. Esse está inexplicavelmente calmo.

Eu e minha boca grande.

– Oi? – ouço um som – Quem está aí?!

Inútil.

– Apareça! Pare com esse jogo sem sentido!

– Sem sentido?

A resposta vem do escuro, uma sombra surge em minha visão periférica e corre para cima de mim, me atingindo na cabeça.

Um tempo depois eu desperto, amarrado àquela maldita cadeira novamente, na escuridão total. Isso tudo está real demais. Não é possível que seja real. Não pode ser.. A voz retorna, vindo por trás, em uma risada suave banhada em malícia, mas não me assusta mais. Ouço passos arrastados aproximando-se de mim, isso não é bom. Como eu temia, um arranhão, um riso sádico. Dói, claro, mas não vou dar essa satisfação à ela.

Mais cortes, e essa risada começa a me enlouquecer, estou tentando não gritar enquanto meu sangue escorre. De repente ela para. Silêncio. Ouço algo que não consigo identificar e tudo recomeça. Mais profundos, os arranhões agora vêm com raiva. Algo me atinge no peito. Muito forte. Rasga minha carne em curva até a cintura. Não aguento, grito em desespero, a dor é insuportável, ouço meu sangue pingar e uma faca é fincada em minha perna.

Aquela risada...

– Para!! Por quê está fazendo isso?? Quem é você??

A faca é retirada. Nenhum som além das gotas do meu sangue atingindo o chão.

– Seu idiota.

– O que? Quem está aí?!

Uma luz se acende, nela surge uma mulher de cabelos compridos e ruivos, com uma expressão furiosa.

– Você não lembra de mim, não é? – ela diz em tom de deboche – Lógico que não. O grande Kevin West não prestaria atenção em alguém como eu.

– Eu.. Quem é-

– Ellen – ela me interrompe – Meu nome é Ellen Dorian.

Você é Ellen? Stevie.. ele-

– Eu o encontrei quando chegou. Sim. Mas nesse mesmo dia você chegou, finalmente. Eu espero por isso desde aquele dia, só não imaginei que fosse acontecer tão rápido.

– Que dia? Quem é você e como me conhece? Onde está Stevie??

– Seu amiguinho? Como eu vou saber? – sua expressão muda, ódio – Você não era o único estagiário naquele escritório de advocacia, sabe? Egocêntrico.. Além de você, havia mais dois, mas você se tornou o queridinho em poucos meses e eu fui sendo esquecida. Como se isso não bastasse, eles me dispensaram, por sua causa.

– Eu sinto mui-

– Não sente não. Você assistiu enquanto me mandavam embora e então saiu, sorrindo para o seu novo chefe. Mas o destino foi gentil, te trouxe aqui para que eu o fizesse sofrer.

– Você me castigou desse jeito por isso?! Sua louca psicopata!

– Eu? – ela ri com desdém – Eu não seria “louca” de ter todo esse trabalho por uma vingancinha tola de estagiária. Não. Dois dias depois você fez o pior.. Você me colocou aqui.

– Eu.. te matei? Não. Não eu não fiz isso. Como eu poderia?

– Sendo um bêbado inconsequente! Você saiu pra comemorar e encher a cara, enquanto eu fiquei trabalhando até tarde! Mas em uma coincidência infame, nós voltamos para casa ao mesmo tempo... Você achou que seria uma boa ideia beber e dirigir.

Eu não acredito no que estou ouvindo... Eu.. fiz isso..?

– Eu voltava a pé – ela continua – Quando tudo que vi foram faróis vindo em minha direção, após o clarão e a pior dor que já senti na vida eu me vi presa entre uma árvore e o seu carro. Você saiu, me olhou e fugiu com seus amigos, me deixando ali para morrer...

– Não... Eu não... Como.. – não consigo acreditar

– Sim. Você sim. Você merece sofrer, Kevin West!

Ela empunha a faca e a crava no machucado em minha perna.

– Alguns dias após a minha morte você veio até mim! – ela diz com satisfação, girando a faca

– Espera!! Para!! – nunca senti uma dor tão desesperadora – Por favor! Me desculpa!

– Não!! – ela arranca a faca – E sabe por que?!

Ellen se aproxima e pela primeira vez eu vejo seu rosto direito, apesar de contorcido de raiva, era bonito. Uma boca pequena e delicada, repleta de machucados, olhos de um verde profundo, cheios de lágrimas, em um rosto fino de linhas suaves, vermelho de ódio e claramente abatido. O que foi que eu fiz..?

– Você sabe?? – perde a paciência

– N-não...

– É claro que não. Você não fez apenas isso. Não. Você também matou minha mãe!!

– O que?! Como??

– Minha morte a levou à uma profunda depressão. Há 1 ano ela perdeu meu pai, ver sua filha a deixar desse jeito foi demais.. Ela não resistiu...

– Eu não acredito... Eu sinto tanto... – ela parece não me ouvir e abaixa a cabeça

Acho que não é a melhor hora, mas qual seria?

– Você.. viu como eu..

– Como você morreu? – ela revira os olhos – Sim, eu vi. Você ficou até tarde no escritório, eu não sei pra que, não me interessa. Acontece que você escolheu um péssimo dia para isso. Umas 3:30 da manhã algo explodiu, na sala ao lado, fazendo com que pedaços de concreto voassem e um deles o atingiu na cabeça, no rosto. Foi lindo.

– No rosto..? – entendi tudo – Por isso o meu rosto no espelho fica deformado, no mundo real ele está deformado. Por causa da explosão minha audição foi danificada, também no mundo real. É esse zumbido que eu ouço após a dor, o zumbido pós explosão. E é por isso que eu voltava para cá em meus pesadelos, nesse dia eu estava aqui.

– Nossa, meus parabéns! – ela bate palmas – Como você é inteligente!

Não vou dar atenção à isso... Mas.. algo ainda não faz sentido.

– Os cortes que você fazia em mim, nos sonhos, como você os fazia aparecer fora do sonho?

– Ué, você não é um gênio? Descubra.

– Eu não tenho tempo pra isso!

– Pois eu acho que tem todo o tempo que eu quiser, você não vai a lugar algum. Aliás, chega de conversa. – ela empunha a faca novamente

– Espera! Me responde mais uma coisa!

Não pretendo ganhar nada com isso além de respostas. Eu preciso saber.

– Última coisa ou eu dou um jeito de você nunca mais conseguir falar!

– Por quê os arranhões sumiam?

– Você não é tão brilhante afinal.. – diz em tom irônico e irritado – Os cortes, ou qualquer dando físico causado dentro do sonho, são apenas superficiais, não são permanentes. – ela respira fundo – Mais alguma coisa? Não? Ótimo. Sabe, nos sonhos eram superficiais, mas esses nunca vão sumir.

Apontando com a faca para a fenda em meu torso, Ellen sorri. Certifica-se de que estou bem amarrado e para na minha frente.

– Então, onde paramos?


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Notas finais do capítulo

Vish, e agora? Morrer ele não vai :P Mas então, o que acontece com Kevin? E com Ellen? Ah sim, onde está Stevie? Hm, pontas soltas. Digo a vocês que no prox capítulo terão as respostas ;) Aguardem, nos vemos lá ^-^



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