Lost In The Mirrors escrita por Taia


Capítulo 7
Capítulo 6: Stevie?


Notas iniciais do capítulo

Oi, como vão vocês? Demorou mais do que eu planejava, mas está pronto, mais um capítulo ^^ Espero que alguns de vocês não odeiem o fim dele ;) Mas calma, vai ficar tudo bem. Ou não? Bom, um de cada vez, aproveitem esse e espero que gostem :3



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– Kevin. – alguém me sacode – Kevin. Eu sei que você está vivo, não tem como morrer de novo. Anda, acorda.

– Hm..? – abro os olhos – Stevie? Onde estamos? O que ouve?

– Calma, senta. – ele me empurra de volta para a cama – Estamos na minha casa.. Eu não gosto de estar aqui novamente, mas era mais próximo de onde estávamos, você é pesado.

– Eu desmaiei? – Stevie concorda com a cabeça – Eu não acredito que meu pesadelo ganhou vida... Ela vai me perseguir agora? O que foi que eu fiz à ela?

– Eu não sei.. Realmente não sei. Seja o que for, ela está com muita raiva de você, deve ter sido algo muito ruim.

– Mas eu nunca fiz nada ruim pra alguém. Fiz..?

– Parece que sim, você fez. – me olha desconfiado

– E você? Nunca fez mal à ninguém?

– Eu não. Mas nunca perdoei alguém que fez.. – ele solta um suspiro – Um antigo amigo meu ficou tomando conta do meu cachorro uma vez, enquanto eu viajava. Ele tinha problemas de raiva.. Algo deve te-lo irritado seriamente e... Eu só sei que quando eu voltei.. meu cãozinho estava ensanguentado na cozinha.. morto. E na caixa postal do telefone havia uma mensagem, era meu amigo dizendo “Me desculpe”.. Eu nunca o perdoei...

– Eu sinto muito... – algo fez sentido – Você acha que.. é por isso que estamos aqui?

– Como assim? – perguntou com um olhar confuso

– Não é possível que isso seja o céu, mas também não é tão ruim para ser o inferno. E se esse for o purgatório? Não é bem o que acreditávamos ser mas..

– Não. É, na verdade, bem melhor. Mas só pode ser isso. Faz sentido, aqui estamos fadados a viver eternamente, o que todos sabem que não é uma dádiva, e reviver todo dia a dor da nossa morte.

– Então, você acha que estamos aqui porque temos “perdões” pendentes? – acho melhor esclarecer – Você nunca perdoou seu amigo e eu nunca fui perdoado por.. alguém. Se o seu amigo já morreu, também deve estar preso aqui, esperando seu perdão pela atrocidade que cometeu. E eu, provavelmente, preciso ser perdoado por quem anda me atormentando.

– Você me surpreende, eu não tinha pensado nisso. – seu sorriso some – Se isso é verdade, então você precisa ser perdoado, mas do jeito que aquela maníaca está agindo, nenhum “me desculpe” no mundo vai fazê-la ceder..

– Tem que funcionar. Eu não posso ficar aqui pra sempre..

– O que foi que você fez à ela?

– Juro que não sei.. Eu nem mesmo lembro quem ela é.

Passaram-se alguns minutos de silêncio, ouço um barulho vindo do interior da casa e olho para a porta. Algo passa correndo. Já está escurecendo então não há muita luz, vi apenas um vulto.

– Stevie, alguém vive aqui, além de você?

– Não, nem eu vivo mais aqui, é a primeira vez que volto desde... – ele parece confuso – Mas por que?

– Vi algo no corredor.

– Alguém já deve ter ocupado a casa. – toca meu ombro – Kevin, não deve ser nada.

– Eu só acredito vendo.

Me levanto e vou, devagar, em direção ao corredor. Está escuro, já vi muitos filmes de terror para saber que é uma péssima ideia, acendo a luz. Nada. Passos na escada. Começo a andar e Stevie segura meu braço, eu olho e o vejo assentir com a cabeça, demonstrando seu apoio. Descemos devagar e silenciosamente. Cautelosos, vamos em direção à sala, seguindo para a cozinha. Não há nada nem ninguém. Verificamos as janelas, mas estão trancadas, assim como a porta e não há saída pelos fundos. O que quer que seja, ainda está aqui dentro, se movendo tão sorrateiramente que não o ouvimos. Volto meu olhar para a sala e as luzes se apagam, todas.

– Stevie? – procuro

– Estou aqui. Não foi você que apagou as luzes, foi?

– Não... Se não foi você, então quem-

Sou interrompido por um barulho vindo do segundo andar.

– Vamos. – eu sussurro

– Cuidado. – ele responde no mesmo tom

Eu tropeço em um chinelo deixado no chão, mas continuo. Preciso ficar atento para ouvir qualquer ruído, mesmo no claro minha audição seria mais útil que minha visão. Ouço o som do vento entrando pela janela do quarto e o rangido dos degraus reagindo aos nossos passos. Chegamos no andar de cima, ouço passos no fim do corredor, os quais vêm em minha direção. Mais rápidos. Mais altos.

– Ai! – Stevie grita – Algo me arranhou!

– Não. Você não.

– O que?

– Ela está aqui. – não consigo acreditar – Deixa ele em paz! Sou eu quem você quer! Deixe-o em paz!

– Kevin! Acalme-se!

– Não, Stevie! Ela é louca e vai te machucar muito se isso continuar!

– De novo! – diz apertando o braço – Esse doeu mais!

– Chega disso! Ele não te fez nada! – estou furioso

– Precisamos sair daqui.

– Não vai adiantar, ela me persegue. Ela vai nos seguir, vai nos achar. Isso tem que acabar agora.

– Como?

– Primeiro, a encontrando.

Fiamos em silêncio. A fraca luz da lua que entra pela janela é o bastante para que eu consiga ver os cortes em seu braço, há muito sangue. Essa desgraçada tem que parar, isso tem que acabar. Onde está você? Apareça, pedaço de merda.

– Droga! – Stevie cobre a bochecha

– Não! O que você quer com ele?! – grito para o escuro – O que você quer de mim??

– Kevin...

Ele não pisca, aterrorizado, com sangue escorrendo em seu rosto, olha diretamente para mim. Não. Para algo atrás de mim.. Me viro devagar, suando frio. Paro e vejo, 10 cm à minha frente, um rosto, um sorriso terrivelmente maníaco e olhos preenchidos por um misto de ódio e satisfação. Aquela risada volta e algo me atinge na cabeça.

Acordo, tonto, no chão do corredor. Está claro, já amanheceu. Por quanto tempo eu estive desmaiado? Lembro-me daquele sorriso, aqueles olhos... A lembrança vai embora quando vejo manchas de sangue no chão. Stevie. Será que está bem? Deve ter descido, não está neste andar. Chego na sala, nada. Cozinha, vazia. Vou para a varanda, ninguém. Subo de novo, não devo ter procurado direito. Banheiro, escritório, quarto. Nada.

– Stevie?


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Notas finais do capítulo

Ah não, Stevie! E agora? O que vocês acham que aconteceu com ele? Para onde foi? Bom, isso vai ficar para o próximo cap. Será o último? Não vou dizer. Mas uma coisa é certa, o fim está próximo. Novamente, tentarei ser o mais rápida possível. Deixem comentários, especulações, teorias, críticas construtivas etc. Nos vemos no próximo capítulo, até la! :3



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