Não, Eu Não Sou Um Stalker. escrita por Débora S


Capítulo 1
Meu nome é John!




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Seus cabelos encaracolados vivem presos em um rabo de cavalo mal feito, permitindo uma bela vista de suas sardas, não possuía muitas, e era agradecida por isso, porém deseja não possuí-las, se sentia feia e desajeitada, talvez pelos óculos fundo de garrafa que usava, ou as roupas velhas que usava, mas era linda.

Os cabelos longos e pretos contrastavam com a pele branca como a neve, a boca não era vermelha, afinal, não estamos falando da Branca de neve aqui, obviamente, mas sim uma variação do rosa bebê, e suas bochechas, eram enormes, a pobre garota odiava cada centímetro de seu rosto, seu lindo rosto...

Quem lhes escreve, talvez seja um grande, e o único admirador dela, e não, ela não sabe da minha existência e espero que nunca saiba. Estou a escrever isso apenas para passar o tempo, e porque de certa forma me sinto mais perto dela assim. Como sou tolo, ainda não a apresentei a vocês, caros leitores, que se estão lendo isso são porque mudei de idéia e resolvi postar isso nesse blog. É isso, espero que a amem, assim como eu.

Clarissa! O nome dela é esse, mas todos a chamam de Clare. Eu posso dizer-lhes isso, pois sei que ela nunca irá ler isso, Clare não é interessada em internet, ou qualquer coisa da década atual... Um pouco antiquada não? Não. Na verdade é o que mais admiro nela, e sei que no momento vocês me acham estranho, provavelmente me imaginam como um nerd, acima do peso, e que eu tenho um santuário dela em meu quarto, com fotos e um binóculos redondo, que uso para espioná-la enquanto está em seu quarto... Na verdade, não é nada disso...

Eu não sei quando isso começou, e por isso quero dizer o que sinto por ela, essa mistura de admiração com desejo,não desejo sexual, o que sinto é algo puro e inocente, estejam cientes disso por favor. Pode ter sido a uns meses atrás, quando a viu pela primeira vez. Sozinha na lanchonete, se deliciando com um cappuccino tradicional, seus cabelos longos, encaracolados, negros e lindos estavam soltos dessa vez, e ela usava um jeans desgastado, uma sapatilha preta e um suéter vermelho, e não, não conversei com ela nesse dia. Apenas não pude deixar de percebê-la, o que parece ser fácil para todos, já que ignoram a presença da garota, um casal apaixonado quase sentou em cima da pobrezinha. Como pode?!

Desejava ir falar com ela, mas não podia, não conseguia...

Ah, meu nome é John, apenas John, e creio estar-lhes fazendo um favor, já que estou lhes apresentando a uma pessoa assim, peço que a respeitem, e permitem que a mágica aconteça, pois assim como ela mudou minha vida, mudará a de vocês também.

Ah sim, devem estar se perguntando agora como eu sei o nome dela, se nunca conversei com ela, enfim, em uma das minhas idas a lanchonete, mais conhecidas como dia de estudar Clare, eu a ouvi conversando com uma amiga, era a primeira vez que a via interagindo com alguém, e não pude deixar de sorrir, por algum motivo me senti feliz por ver que ela não era assim tão solitária, isso me alegrou. A garota dizia, Clare, você tem que mudar, e outras coisas que não me lembro bem agora. Só me lembro da expressão de Clare, um sorriso puro se formou em seus lábios e ela ajeitou os óculos enormes no rosto. Então deu um gole no habitual cappuccino e disse: Tenho mesmo?

Por dias fiquei pensando nisso, e acho que consegui entender o que ela quis dizer com isso, ela era tão diferente de todos, e ainda sim parecia tão serena e, definitivamente não era parecida com nenhuma das pessoas que eu conhecia até o momento, ela era algo novo e surpreendente, e eu queria experimentar desse modo de ver a vida, experimentar as novas coisas que ela poderia me oferecer. Isso claro, na minha cabeça apenas.

Se é que alguém estará lendo isso algum dia, de fato, peço que não desanime e leia até o final. E que vocês sejam abençoados. Arr, isso soa tão piegas. Apenas, bom dia.

Era uma sexta feira, haviam se passado umas quatro semanas desde a primeira vez que a havia visto, fui até a lanchonete, e para minha surpresa, ela não estava lá.

Perguntei a Sue, a garçonete, se ela sabia onde estava a garota, que era uma freguês assídua do local, e ela não respondeu, baixou a cabeça e saiu rapidamente.Meu coração parou, e eu nem sabia porque.Porque me importava com essa garota, porque diabos eu havia ficado preocupado? Dane-se, e dei um gole no café expresso, que de tão quente queimou minha língua.

Estava analisando as pessoas que entravam, e percebendo como eram todas iguais, suas manias, trejeitos e até mesmo fisicamente. Senti um nó na garganta quando Sue se aproximou, e segurou minha mão.

- Porque perguntou isso? – Lembro exatamente de suas palavras.

- Eu... Eu a vejo aqui todos os dias Sue, e hoje não, só queria saber mesmo. – Tentei explicar com racionalidade, já que não poderia dizer algo como ‘’ E que eu estou viciado nela Sue, eu a observo e eu amo fazer isso, eu sou um estranho perseguidor. Por isso. ‘’

- Só vou te dizer John, pois te conheço desde que era um bebe de colo. Clare é uma pessoa especial... Ela sofre de uma doença muito complexa, e agora, até agora ela estava em uma fase boa, estava bem, mas o que ela tem parece que não tem cura, e ela agora esta em uma fase ruim,

Senti um aperto no peito, e meus olhos embaçaram por alguns segundos, me recompus e perguntei baixinho.

- Que doença é essa?

- Não sei o nome, sei que é pouco conhecida e eu quero te pedir uma coisa, John, não se aproxime dela.

- Por quê? – Perguntei sem entender o que estava acontecendo.

- Se você quer continuar freqüentando essa lanchonete, você vai fazer isso. Entendeu garoto? – Sua voz mudou, assim como a expressão, nunca havia visto Sue daquele jeito, e senti ânsia de vomito, sem responder, sai daquele lugar, com as pernas bambas e uma estranha vontade de chorar. Não me reconheci, e até hoje posso afirmar que, não faço idéia do que aconteceu comigo aquele dia. Mas como vocês devem imaginar, esse não é o fim, ainda tenho muito a contar sobre Clare.


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