Parents Again escrita por Carol Dantas


Capítulo 4
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todos que acompanharam, a todos que leram, comentaram e favoritaram a fic. Esse foi um projeto bem sério e que eu amei fazer. Vi ao decorrer dos capítulos muitos leitores de outras histórias minhas e alguns novos que eu amei conhecer. Vi também o meu crescimento no mundo da escrita e é impossível não comparar o meu primeiro capítulo em The Change With Love com o terceiro de Parents Again e deixar de dizer o quanto eu estou feliz em ver que eu amadureci na forma de criar pra vocês um universo novo e que nós não conhecemos muito. Eu amei chegar aqui e agradeço a todo que fizeram parte desse processo comigo. Muito obrigada e antes de tudo quero agradecer a Morgenstern pela recomendação. Vejo vocês lá em baixo pela última vez aqui. Beijos.



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– Mama! – grita Lise ao mesmo tempo em que bate as mãozinhas na água. Ela insistia em tomar banho com o irmão, que mesmo crescido a acompanhava em todos os lugares até mesmo nos costumeiros banhos de banheira que ela adorava.

– Annelise, eu já te disse que não! – falei em meu melhor tom autoritário e mesmo que isso às vezes a assustasse, eu tinha que me manter firme – Seu irmão está fazendo o dever de casa com o papai, então chega de briga.

Vi ela se encolher na banheira em meio aos brinquedos e mesmo que eu quisesse ampará-la e dizer que tudo iria ficar bem, eu não podia voltar atrás em minha bronca e por tudo a perder. Minha filha conseguia ser bem birrenta e persistente quando queria e isso gerava algumas brigas entre eu e Peeta, já que eu sou sempre a certinha e ele o babão. Tudo que Lise queria, ele dava mesmo eu tendo negado um pouco antes e eu achava que minha opinião era enfraquecida assim que ele abria a boca, o que nos deixou dois dias ‘’longe’’ um do outro, ele dormia no quarto de hóspedes e eu no nosso quarto porque não entrávamos em um conceito de quem estava criando nossa filha direito, mas logo tudo se resolveu e tivemos uma noite... Bem quente, se assim posso dizer e ainda me lembro do que Peeta disse segundos depois de desabar ao meu lado ofegante e suado:

As reconciliações são sempre as melhores.

– Mama, meu beio tá caindo – disse balançando as mechas loiras.

– Deixa que a mamãe ajeita.

Olhei atentamente para minha filha e sorri ao ver o bico que ela fez com seus grossos lábios rosados e seus olhos azuis direcionados a mim.

Diferente de Nathan, Lise puxou tudo do pai exceto o jeito de ser, que é uma réplica minha, birrenta, exigente, mandona e mais um monte de outras coisas. Com seus quatro anos ainda diz palavras erradas, cortadas, troca letras e seu irmão está sempre a corrigindo o que faz com que ela cruze os braços demonstrando, claramente, que não gosta disso.

Ainda me lembro de que um tempo atrás, Lise exigiu que o irmão cortasse o cabelo porque ela queria que apenas ela e a mãe tivessem o cabelo grande e de tanto pedir, Annelise Everdeen Mellark conseguiu o que mais ninguém no mundo conseguia. Fazer o irmão cortar o cabelo. Logo Peeta levou Nathan em um salão especializado para crianças e ele ditou exatamente como queria o corte, o que resultou em suas laterais raspadas e um grande topete em cima. Claro que eu havia ficado louca ao ver o resultado, mas meu maravilhoso marido me convenceu de que estava ótimo e consequentemente cai no charme do meu filho e o transformei em um pequeno super star, comprando jaquetas, jeans e óculos escuros alucinadamente.

Nisso quem havia ficado louco era Peeta, que exigia que meu filho usasse apenas suas bermudas e blusas simples como sempre foi, mas uma semana depois Peeta decidiu imitar nosso bebê e apareceu no meu trabalho usando nada mais nada menos do que um jeans apertado, óculos escuros, jaqueta pendurada nos ombros e dias depois com uma moto. Não acreditei no que ele havia feito e constantemente eu falava que ele havia voltado ao seu tempo de adolescente. Mas eu tinha que admitir, meu marido estava sexy... muito sexy.

Tirei Annelise da banheira assim que ela acabara seu banho e pus uma roupa folgada nela, já que estava bem calor, mas arrumada já que daqui a algumas horas haveria um pequeno almoço aqui em casa com Annie, Finnick e seu filho Jake que nasceu um ano depois da minha filha mais nova.

– Mama, o meu padrinho Finn vem pla cá? – pergunta enquanto eu penteio seus cabelos.

– Vem sim, por quê?

– Será que ele vai tlazê aquela Barbie?

– Annelise, nem ouse exigir algo do seu padrinho, se ele trouxer você agradece, se não, você não diz nada – adverti.

– Tá bom, mama.

Annie e Finnick tinham um péssimo hábito de presentear meus filhos por tudo, pelo primeiro dente de leite que caiu de Lise, Nat se formando no pré e isso estava os deixando mal acostumados, mas sempre era eu quem levava bronca ao falar algo do tipo para os bajuladores de crianças. Eles diziam que era apenas uma boneca, ou apenas um carrinho, nada demais, mas quem escutava comentários como esse de Lise era eu e não eles.

– Mama, tira uma foto?! – pede minha filha tirando alguns fios de cabelo que caiam em seu rosto com seus dedinhos.

– Tiro, senta aqui na sua cama – peço e ela cruza suas perninhas.

Ela mesma se arruma na posição desejada, pondo a maior parte do cabelo para um lado só, fazendo seu famoso bico e levantando dois dedinhos como quem diz paz e amor. Sorri e dei um beijo em sua testa.

– Vamos descer? Daqui a pouco eles estão chegando junto do Jake – avisei e a peguei no colo apoiando seu peso em meu quadril. Descemos as escadas e ouvi a risada de Peeta ecoando pela casa na direção da cozinha. Chegando lá, vi Annie, Finnick e o pequeno Jake sentados à mesa, enquanto Peeta ria de uma das palhaçadas do filho mais velho que o ajudava a por os talheres para o nosso almoço.

– Dinda! – grita minha pequenina chamando a atenção dos que estavam ali. Deixei que minha amiga a pegasse no colo e a enchesse de beijos enquanto a mesma ri de tudo.

– Não vai nem falar com o dindo?! – pergunta Finnick se fingindo de ofendido ao colocar a mão no peito – Também não vou te dar a boneca que você queria!

– Não! – grita Lise se jogando em seus braços pondo delicadamente as mãos nas laterais do rosto do padrinho – Desculpa dindo. Eu só quelia falar com a tia Annie primeiro.

– Sei... Você é muito interesseira, isso sim – ele avisa ao mesmo tempo em que eu dou um tapa em sua cabeça arrancando risadas dos outros.

– Não fala assim da minha filha, Finnick Odair! – repreendo e ele dá de ombros.

Começamos a conversar e rir em meio às brincadeiras que fazíamos. O almoço transcorreu bem e logo a tarde inteira já havia se passado, fazendo com que nossas maravilhosas companhias tivessem que ir embora alegando que os dois estavam de plantão no hospital e teriam que deixar o Jake na casa da avó. Eu havia perguntado se eles queriam que eu cuidasse dele pela noite, mas os mesmo disseram que eu não precisava me preocupar.

– Mãe! – exclama Nathan irritado entrando em meu quarto com uma cara nada boa.

– O que foi meu amor? – pergunto calmamente.

– A Lise está me enchendo o saco! Ela entra no meu quarto toda hora pedindo pra desenhar e ela sabe que eu não gosto que usem minhas coisas – ele fala e eu suspiro. Meu filho havia um talento totalmente inesperado, desenhava com facilidade e precisão. A partir do momento em lhe demos um conjunto de lápis de cor específicos para desenhos em telas grandes, ele os guardava como se fosse uma verdadeira preciosidade e como Annelise não é uma das crianças mais cuidadosas, ele odeia que ela tente mexer em suas coisas.

– Filho, faz o seguinte. Vai tomar um banho, dorme e amanhã eu converso com você sobre isso. Está tarde e logo você tem que ir para a escola. Sua irmã é pequena, ela gosta de mexer nas coisas... Eu vou pedir pra ela parar tudo bem? – pergunto e ele assente. Vira de costas e antes que ele saia, peço-lhe uma última coisa – Aproveita e chama o seu pai, por favor.

– PAI! – ele grita para o vão da porta e eu o encaro com certa descrença.

– Se eu tivesse pedido para você gritar, eu mesmo teria feito isso – aviso e ponho as mãos na cintura, parando a sua frente.

– Então porque não gritou? – pergunta grosso e de forma retórica.

– Nathan! – repreendo-o.

– Ah! – ele suspira – Desculpa mãe. Posso ir para o meu quarto agora?

– Já devia ter ido. Boa noite, daqui a pouco eu passo no seu quarto para ver se você está realmente dormindo.

– Ok. Boa noite, mãe.

Ele vai para o quarto e enquanto eu tomo meu banho, noto o quanto ele cresceu e amadureceu nesses anos que se passaram. Ele já não é aquele menino fofo de sempre, ele tem seus momentos, mas não é toda hora. Cuida da irmã com todo carinho, mas quando algo é feito de errado, ele solta toda a sua fúria de um menino de oitos anos.

– Oh, meu bebê – exclamo ao ver a Lise sentada no meio da minha cama, com os olhos vermelhos de sono, cabelo solto e um pijama curto da Hello Kitty. – Seu pai te deu banho? – pergunto e ela assente, estendendo seus braços pra mim.

– Mama, o Nathan bligou comigo! – ela fala chorosa e eu não penso duas vezes antes de pegá-la em meus braços.

– Ah foi minha filha? O que você fez? – pergunto baixinho deixando que ela esconda seu rostinho na curvatura do meu pescoço, rodeando minha cintura com suas perninhas.

– Ele disse que eu não posso desenhar com ele... – diz em um sussurro de voz.

– Lise, você sabe que seu irmão não gosta que mexam nos desenhos dele. Você tem que pedir primeiro.

– Eu só quelo desenhar com o meu irmão... – pede lentamente e por um momento penso que ela vai chorar, mas não o faz. Apenas fechas seus olhinhos quando aperto meus braços em volta do seu corpinho.

Apoio minha cabeça na sua e fecho meus olhos. Ando de um lado para o outro no corredor a balançando em um pequeno ritmo à espera de que ela durma. Cantarolo uma música de ninar qualquer e vejo Peeta subir as escadas com um copo de água na mão e uma cartela de comprimidos. Ele passa ao meu lado em silêncio e deposita um beijo na testa da filha, murmurando um boa noite princesa, entrando no quarto de Nathan e saindo de lá segundos depois para se perder no nosso. Deito Lise em sua cama algum tempo depois quando ela já dorme consideravelmente bem e dou um beijinho em sua bochecha. Faço o mesmo com Nathan no quarto ao lado e entro no meu.

Tomo o remédio que Peeta trouxe pra mim e relembro da conversa que tivemos assim que eu fui liberada do hospital. Foi difícil, confesso, uma mistura de raiva, tristeza, amor... Todos os sentimentos possíveis foram expressos em nossa conversa.

Deito na cama e logo Peeta se junta a mim. Apoio à cabeça em seu peito e ele envolve minha cintura com seus braços. Me sinto livre aqui, em paz, como se nada pudesse me atingir.

– Já tomou o seu remédio? – ele pergunta.

– Já – respondo.

Eu sei que não há cura para a insuficiência cardíaca, eu tenho um limite pra tudo. Esportes ou qualquer coisa do gênero. Continuo minhas consultas com Finnick desde o nascimento da Lise e me sinto melhor, como se isso não fosse nada. Estou feliz, Peeta está feliz, meus filhos e minha família estão felizes e o que mais eu poderia querer?

– Amo você – diz Peeta em um sussurro, dando-me um leve selinho.

– Amo você também – respondo sorrindo e me permito adormecer em seus braços, tendo plena consciência de que tudo acontece por um motivo e que nada vem de mão beijada e lembro a mim mesma que na vida se têm altos e baixos, mas sem eles não se viveria.


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Notas finais do capítulo

É isso aí. Espero que tenham gostado, não só do capítulo, mas de toda a fanfic. Comentem, favoritem e recomendem se puderem. Fico muito feliz com tudo o que vocês fazem por mim e pra mim. Milhões de beijos e espero ver vocês de novo em algum outro projeto. Já estou com dois no papel. Uma one e uma short de 10 capítulos. Me coloquem como autor favorito e assim que eu as colocar no site, vocês serão avisado. Beijos e até qualquer dia.