The Hunger Games Clove: The Spark escrita por MyG


Capítulo 1
Capítulo 1 - Glória e Sangue


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo espero que gostem! Boa leitura



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“Mas ai lembro que não sobrou nada para a gente sentir falta”

Quando você simplesmente quer fechar as portas para o mundo... Quando você tenta se esquivar de tudo e todos para simplesmente ter a certeza que ninguém será machucado... Você se perde.Isso não aconteceu comigo. Eu sou Clove Fuhrman, moro no distrito dois, vivo em Panem.

Treino todos os dias desde que eu tinha seis anos. Não posso me dar o luxo de dizer que tenho amigos, tenho no máximo conhecidos. Sou focada em meu treinamento. Meus pais? Bom, meu pai morreu quando eu tinha dez anos, era um pacificador da Capital, morreu como um herói em meu distrito, morreu em combate.

Minha mãe? Após sua morte me abandonou, levou meu irmão e às vezes me pergunto: Ela me largou para morrer? Provavelmente sim.

Mas eu não morri, sobrevivi como pude e quando completei 11 anos criei a minha própria meta: vencer os jogos vorazes.

Isso em outros distritos é loucura total, mas para mim representa ser lembrada e lembrar a todos a memória de meu pai, há muito tempo já esquecida. 

Estamos na 74° edição dos jogos vorazes, mas não pretendo me voluntariar este ano, como tenho 16 anos, posso me voluntariar para o que sempre treinei: o massacre quaternário.

Ai sim serei lembrada por muito tempo.

Sou tirada de meus pensamentos pela voz insistente de minha treinadora:

—Clove, já está bom por hoje. - Não dou bola, atiro outra faca exatamente no alvo, com precisão. A voz dela volta: –Já chega Clove, amanha tem colheita precisa estar descansada.

Então paro.

Enobaria me examina como quem lê minha alma. 

Ela é uma grande vitoriosa de nosso distrito, matou seu inimigo com os dentes, por isso seus dentes foram modificados na Capital, ficaram afiados, todos em Panem a conhecem.

— Não vai ter voluntárias esse ano?

—Não que eu saiba, nenhuma se pronunciou para mim ou para Brutos.

Brutos... Outro vencedor de meu distrito. Ele também é treinador aqui. Gosto dele, não fala muito, é muito bom com armas e não tem medo de falar a verdade. Frio, sanguinário... Um exemplo perfeito a ser seguido, se eu não soubesse seu outro lado. Toda a cara de durão é apenas uma mascara, a mesma mascara que eu uso. Ele e Enobaria me ajudaram muito quando minha mãe me abandonou, devo muito a eles, são o mais próximo de família que eu tenho.

— Medrosas... - Murmuro mais para mim do que para Enobaria.

— Elas não são Clove. Já pensou que você não é a única a querer ir para o massacre?

— Não me importa. Sou eu quem vai Enobaria, não treinei esses anos todos para nada.

— Claro Clove, eu e Brutos já concordamos com isso, você é a melhor daqui, sabe disso, mas não depende de nós apenas. Ethan também ajuda a decidir.

 Ah! Claro, ia me esquecendo de Ethan, vencedor da 72° edição dos jogos, ganhou com 16 anos, é um dos treinadores do distrito. Temos muito vencedores, mas apenas três estão encarregados diretamente do treinamento.

—Ótimo. -Murmuro mal humorada, meu humor muda muito.

Levanto-me, pego minha mochila e saio. Esbarando com toda a raiva quando encontro Ethan no caminho.

Saio do centro e caminho pelas ruas desertas do distrito ate minha casa. Entro e procuro algo para comer e depois subo para o outro andar. No banheiro, vejo em meus pulsos as marcas de todos esses anos de treinamento e solidão. Eu não me corto apenas para ficar meras marquinhas, quanto mais fundo, quanto mais dor causar e quanto mais tempo demorar para cicatrizar, melhor. Uma vez a enfermeira do centro me chamou de louca, por causa de um incidente, ela precisou desenfaixar meu braço, que no geral, apenas coloco uma faixa e ponto. Não lembro quantos pontos deu, mas ela disse que por milímetros não atravessou meu pulso, bom, eu não ligo para isso, apenas dei de ombros.

Quando deito na cama, como todas as outras noites, lembro que não sobrou nada para pensar ou sentir falta. Meus músculos doem, mas não ligo mais, minha vida se resume em estar viva e não realmente viver. Um ser que respira, que fala... Mas que já não tem mais nada que a mantém viva, a não ser a sede de glória, de sangue, de ser lembrada.


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Notas finais do capítulo

Então, aprovado?