Welcome To My Life escrita por OhDarling


Capítulo 14
Meios-sangues Meio-gays Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que esse capitulo demorou um pouco pra sair, mas aqui estamos nós outra vez.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/427145/chapter/14

Nico POV

Acordei no meio da madrugada com uma saudade imensa da minha Bibi, pensei em mandar uma mensagem de Íris, mas eram 2h30 da manhã... Dane-se a saudade é maior.

Fui ao chalé de Poseidon, pois sabia que lá havia uma fonte a qual eu poderia usar para mandar a mensagem. Abri a porta bem devagar, com medo de que o Percy acordasse e me denunciasse para as harpias. Mas logo o meu temor passou, ele dormia que nem uma pedra. Uma pedra que roncava e babava ao mesmo tempo.

Fui até o canto que a fonte estava, peguei a lanterna que levara em meu bolso da jaqueta e iluminei a névoa branca que pairava sobre a fonte, formando assim um arco-íris. Peguei um dracma e joguei-o.

– Ó Íris, deusa do arco-íris, aceite minha oferenda. Mostre-me Bianca, no Labirinto.

A imagem tremeluziu e pude observar cinco pessoas; duas delas eu não fazia ideia de quem eram, e as outras três eram Yura, Bianca e Marina. Mas somente a filha de Poseidon estava acordada, provavelmente fazendo o seu turno de vigia.

– Marina!

– Ah, oi Nico – ela respondeu com um sorriso fraco. – Imagino que queira falar com a Bianca. Ela está dormindo, quer que eu a acorde?

Nem mesmo pude responder que ela deveria deixá-la dormir que ouvimos o barulho de alguém acordando.

– Dá pra calar a boca? Eu estou tentando dormir – disse irritada.

– Bianca! – exclamei um pouco alto demais.

– Nico! – ela se levantou rapidamente e empurrou Marina para fora do meu campo de visão. Pude escutar uma reclamação abafada.

– Bem, eu vou dormir. E já que você está acordada é a sua vez de ficar de vigia – dito isso ela se deitou em um saco de dormir e foi para o reino de Morfeu imediatamente.

Voltei minha atenção para Bianca.

– Como está a missão, Bi?

Ela explicou-me tudo resumidamente e acrescentou tristemente:

– Estou com saudade de casa, dos amigos e de você.

– Também estou com saudades – suspirei. – Não consigo esquecer os dois dias que passamos juntos.

– Awn, Nico. Isso foi tão fofo! – disse com os olhos marejados. – E-eu te amo.

– Nunca haviam me chamado de fofo antes, mas isso é bom, não é? – perguntei meio confuso. – Enfim, também te amo. Tente voltar o mais breve possível, ok? – ela assentiu.

Ouvimos um barulho ao longe e ela teve de desligar, pois os monstros estavam próximos.

– Nico, temos que ir, os monstros estão próximos. Tchau.

Ela passou a mão na imagem e ela sumiu. Fitei a parede à minha frente por alguns instantes e depois voltei para o meu chalé.

Jonathan POV

Corríamos rapidamente tentando salvar nossas vidas. Passamos direto por uma passagem que levava direto ao Tártaro e a Yura tropeçou e teria caído no abismo se eu não tivesse segurado-a.

– Por aqui – disse Alice virando à esquerda.

Paramos de andar, pois não havia saída. Estávamos em uma sala ampla e vazia, com o chão empoeirado, alguns esqueletos de animais subterrâneos e alguns ossos humanos. As paredes continham algumas pichações.

– Por que paramos? – Yuu perguntou.

– Porque, caso você não tenha percebido, esse lugar não tem saída – explicou Alice. – Então teremos de enfrentar quem ou o que quer que seja.

Sacamos nossas armas e nos colocamos em posição de ataque.

Assim que vimos o monstro pela primeira vez ficamos surpresos. Ele aprecia ser feito de carne e osso, como qualquer outro, mas quando se olhava fixamente para ele era possível ver através dele. Era uma espécie de fantasma.

Ele nos atacou ferozmente. Defendemos-nos por muito tempo e estávamos cansados, ele estava com a vantagem. Ao tentarmos atacar nossas armas passaram através dele e facilmente perdíamos o equilíbrio.

Para nossa felicidade um pensamente distante voltou à tona: fantasmas não gostam de luz. Sendo filho de Apolo eu deveria ser capaz de invocar a luz.

Concentrei-me e senti uma pressão tão forte na boca do estomago que me ajoelhei para não cair. Então, uma claridade ofuscante invadiu a sala por alguns instantes e ouvi exclamações surpresas.

– Jonathan! Você está bem? – perguntou Yura, preocupada. Ela colocou uma das mãos em meu ombro e me ajudou a sentar encostado na parede. Deu-me um pedaço de ambrosia que instantaneamente me proporcionou um melhoramento.

– Mais o menos, só um pouco tonto – disse quando recuperei o fôlego. – Preciso descansar.

Ela pegou o saco de dormir da minha mochila, colocou-o ao meu lado e se sentou em uma rocha no outro extremo da sala. Antes de adormecer só me lembro dela me olhando e de as outras meninas discutindo sobre a missão.

Quando acordei estava tão dolorido que respirar doía. Mas isso não era uma coisa exatamente ruim, porque eu havia nos salvado e usado meus poderes pela primeira vez.

Me sentei e vasculhei em minha mochila à procura de minha garrafa de água. Dei um somente pequeno gole mesmo minha garganta implorando por água e meu estomago por comida.

– Ei, vem cá – disse Yura, que surpreendentemente não aparentava nenhum sinal de cansaço. Ela indicou o lugar vazio à sua esquerda.

Caminhei lentamente até ela e sentei onde ela havia indicado.

– Como se sente?

– Estou todo dolorido. Não pensei que usar meu poder pudesse ser tão cansativo.

Ela assentiu e deu um sorriso sombrio. Ficamos um tempo sem dizer algo. Mas minha curiosidade me superou e eu perguntei se ela não estava cansada.

– Você se acostuma a não dormir direito quando se passou dias nos escombros de um terremoto que matou sua família – deu-me novamente aquele sorriso sombrio, mas dessa vez pude perceber a dor em seu olhar.

Depois de travar uma batalha mental consigo mesma ela me contou sobre seu passado e como sua mãe havia tido uma morte lenta por infecções causadas pelos escombros.

– Meus pêsames. Sei que isso não vai mudar muita coisa, mas é o mínimo que eu posso fazer.

Ela sorriu tristemente e abaixou a cabeça, pude ver uma lagrima escorrendo por seu rosto. Abracei-a tentando reconfortá-la. Ela me abraçou de volta. Ficamos um tempo assim, até que ela disse emocionada.

– Você é como um irmão para mim Jonathan.

Aquilo com certeza me emocionou. Antes que eu me desse conta do que estava dizendo falei:

– Eu gostaria de ser mais que como um irmão para você.

E, novamente, sem me dar conta do que eu estava fazendo, beijei-a. Ela ficou surpresa no inicio, mas logo se recompôs e retribuiu meu beijo.

– Por que vocês dois não param de se beijar e arrumam as coisas para continuarmos andando? – interrompeu a filha de Eros.

Nos separamos e eu fui juntar minhas coisas. Andamos por algum tempo antes de paramos para descansar novamente.

Connor POV

Travis e eu estávamos em nosso chalé aproveitando nosso tempo livre. Enquanto ele me fala sobre a quedinha/barranco/poço/penhasco/abismo/buraco sem fundo que ele tinha pela Marina eu pensava em um jeito de me livrar dele.

–... Ela é linda, inteligente... Connor! Você tá me ouvindo?

Sobressaltei-me. Estava tão entediado e tão desesperado para me livrar dele que acabei me distraindo, não que isso fosse uma coisa ruim.

– Hã? Ahh foi mau cara. É que você anda muito chato ultimamente.

– Hum – bufou. – Acho que vou roubar alguma coisa pra ela.

– Isso! E demore bastante.

O idiota do meu irmão franziu a testa e pensou por um tempo.

– Mas o que eu roubo pra ela?

Estava vendo que a coisa estava ficando boa demais pra ser verdade.

– Eu é que vou saber! – o empurrei até a porta e chutei-o para fora do chalé. – Você não é bem vindo aqui! Só volte quando retornar a ser o Travis que eu conheço!

Travis POV

Depois de ele me expulsar do meu chalé eu resolvi pedir um conselho para alguém. Acho que não fui muito inteligente. Mas, afinal, o que se rouba para sua namorada? Mas ela era mesmo minha namorada? Preferi pensar que sim.

Procurei pela pessoa que julguei conhecê-la melhor que qualquer outro. Encontrei-o atrás de seu chalé passando parafina em uma prancha de surfe.

– Ei, Percy! - chamei. – Essa prancha é sua?

– Não te interessa. Agora saia daqui porque tenho que passas pegar uma prancha com o Jake.

– Então tá. Mas o que você acha que a Marina ia gostar de ganhar de presente?

– Você dá em cima da minha irmã e ainda vem me perguntar o que ela ia gostar de ganhar? – exclamou. – Você não tem nada na cabeça?

– Eu ahn...

– Saia daqui!

Afastei-me com um ar desapontado, mas por dentro estava pulando de alegria, porque mesmo que sem querer o filho de Poseidon havia me dado a resposta que eu precisava.

Andei até as forjas e encontrei Jake Mason dando os últimos reparos na mais bela prancha de surfe que eu já vi.

– Jake, o Quíron quer que você se apresente na Casa Grande imediatamente.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou desconfiado.

– Sei lá, cara. Mas é melhor você ir logo.

– Eu só vou guardar isso lá dentro e já vou.

Essa era minha chance.

– Pode deixar que eu guardo – ele me olhou desconfiado se perguntando se eu não tinha segundas intenções. – Confie em mim. Eu não vou fazer um arranhãozinho nela.

– Tudo bem – disse por fim. – O que você poderia fazer com uma prancha de surfe afinal.

Dito isso ele seguiu a direção da Casa Grande. Agi rápido. Peguei a prancha e embrulhei-a em uma papel gigante, depois simplesmente sai correndo para dentro da floresta.

Andei até estar próximo do meu chalé e quando ninguém estava olhando pulei a janela e coloquei a prancha no compartimento secreto embaixo de minha cama, afinal, todos os filhos de Hermes precisam de um lugar para esconder suas coisas.

Jason POV

Durante o café da manha eu pensei: eu bem que podia fazer algo para a Piper, ela faz tudo para mim e eu nunca retribuo.

Então eu tive uma ideia fantástica. Peguei minha agenda do Superman e comecei a fazer anotações. Mas o plano era o seguinte: com a ajuda de alguns semideuses eu iria preparar um jantar romântico à luz de velas.

Antes que o almoço chegasse eu pedi para um grupo de filhos de Apolo se reunir para decidir quem seria o garçom; às filhas de Deméter pedi que preparassem um arranjo de flores. Eu estava esquecendo alguma coisa... Ah, sim! A comida. Naturalmente eu pediria para o Leo prepará-la, mas ele havia desaparecido misteriosamente.

– Chris – andei até o garoto que estava indo para a arena. – Você sabe de alguém que cozinhe excepcionalmente bem?

– Bem, na verdade sim – ele pareceu meio nervoso. – Venha comigo.

Segui-o até o chalé de Ares. Ele entrou e pediu que eu esperasse do lado de fora por um tempo. Não pude ouvir o que ele dizia, mas ele falava com Clarisse.

Depois de uma longa discussão ele saiu e me disse para entrar. Entrei meio hesitante e sem olhar para mim a garota perguntou:

– Então, o que você quer?

– Como assim?

– O que você quer que eu cozinhe? – perguntou irritada.

Achei aquilo cômico. Clarisse, a filha do deus da guerra cozinhando?

– Desde quando você cozinha?

– Desde sempre seu idiota. Todos os filhos de Ares devem saber cozinhar, para que quando acabem com seus inimigos eles cozinhem sua carne com um monte de batatas. – disse maliciosamente. – E é o que vai acontecer com você se não parar de rir de mim!

Engoli em seco e fiz um esforço gigantesco para parar de rir. Expliquei a ocasião e disse o prato que deveria ser preparado.

Depois de ela me ameaçar novamente para o caso de que alguém soubesse que ela cozinha fui para o chalé pegar minha lista de tarefas e fui para o pavilhão.

Calipso POV

Não aguentava mais, ele precisava saber a verdade. Mas uma parte minha não queria que ele fosse embora. Então, depois de travar uma batalha mental comigo mesma decidi que só contaria a verdade se eu não conseguisse sair da ilha.

– Calipso? Tudo bem? – perguntou preocupado.

Pisquei algumas vezes tentando tirar aqueles pensamentos horríveis da cabeça.

– Ahn, sim. Está tudo bem.

– Que bom, porque pensei que podíamos dar uma caminhada na praia antes do jantar.

Concordei. Levantamos-nos e tivemos uma caminhada tranquila à beira mar. Ele segurou minha mão até o momento em que nos separamos para nos lavarmos para o jantar.

Durante o banho me perguntei se estaria fazendo a coisa certa. Lembrei-me de uma das poucas vezes que Afrodite me visitou, na qual ela me dissera que uma pessoa podia fazer qualquer coisa por amor. Comigo não era diferente, mas experimente ficar milênios presa em uma ilha, com os melhores heróis te visitando para te deixar logo em seguida por uma causa heroica e vai saber exatamente o que eu senti.

No jantar comemos sem dizer praticamente nenhuma palavra; para mim era obvio que ele pensava em um jeito de me animar, mas até o momento não encontrou a resposta. Então após a refeição ele me deu um beijo demorado de boa noite e pediu que deixasse de lado o que quer que estivesse me incomodando.

Marina POV

Depois do nosso último descanso nós recomeçamos a nossa longa caminhada. A cada passo que eu dava me sentia mais fraca, mais esgotada. Teve uma hora em que perdi completamente o equilíbrio e tive que me apoiar na parede e esperar que a tontura passasse.

– Tudo bem? – perguntou Bianca.

Assenti, embora soubesse que eu não estava nada bem. Peguei a mochila que havia largado no chão e recoloquei-a nos ombros.

– Vamos logo. Quero terminar logo com isso.

Recomeçamos a andar e alguns metros depois eu estava convulsionando, caída no chão; pelo menos foi isso o que me disseram.

Ao abrir os olhos lentamente tudo o que vi estava embaçado. Minhas mãos tremiam e tentar pegar a garrafa de água ao meu lado foi em vão.

Alguém correu em meu auxílio e me ajudou a sentar com as costas na parede.

– Como se sente?

– Como se tivesse sido atropelada por uma manada de elefantes – resmunguei.

Elas riram e depois de Yura me ajudar a beber água eu respirei fundo e perguntei o que havia acontecido.

– Depois de ter aquela tontura você continuou andando, mas alguns metros depois você caiu no chão, desmaiada, e começou a convulsionar. Ficamos preocupados e sem saber o que fazer, mas por fim o Jonathan – o qual estava roncando em seu saco de dormir - deu um jeito e você dormiu por algum tempo.

– E você ganhou um corte na cabeça – disse Bianca. – O que me lembra que tenho que trocar o seu curativo.

Ela apanhou algumas gazes e me deu um pouco de néctar. Nem bem ela tinha começado a tirar os curativos e exclamou:

– Você está pegando fogo. Yuu coloque um pouco de água em um pedaço de pano, por favor.

Mesmo eu estando completamente atordoada achei estranho elas estarem se dando bem.

– Não. Não gastem a água com isso, não vai resolver. Acreditem, já tentei isso nas outras vezes.

– Nas outras vezes? – perguntaram em uníssono.

– Às vezes eu tenho convulsões e depois uma febre terrível, geralmente quando estou longe de casa e com saudades de alguém, mas costuma ficar pior se estou muito tempo longe do mar.

– Mas por que isso acontece? – a filha de Hades perguntou.

– É um dos efeitos colaterais de ter tido a imortalidade retirada. Zeus sabia que isso aconteceria, mas ele estava com tanta raiva que não se importou. E eu não sei se um dia isso vai passar.

– Sinto muito – disse Bianca.

Depois de um período de silêncio eu murmurei:

– Eu também.

Após essa tragédia recém descoberta as meninas terminaram de limpar meu ferimento e se prepararam para o turno de vigia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem reviews, por favor, por favor, por favor, por favor... Felizmente a HeyJude voltou e disse que tem várias ideias novas, mas mesmo assim aceitamos sugestões.
~OhDarling~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Welcome To My Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.