Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 5
Capítulo V: Rachas? Part. II


Notas iniciais do capítulo

Hello, Hello, Hello !
Capítulo dedicado a Sunshine e a Antonia Jackson Phantomhive por terem favoritado F.Y - usando a abreviação da linda da Nutella69 !
E aos 14 leitores fantasmas, vocês não são o Nico, não precisam se esconder nas sombras.
Enjoy!



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Não entendia como as pessoas conseguem se viciar em adrenalina, tudo o que eu queria era descer daquele droga de moto - que por acaso tinha um nome esquisito - viva.

Não sabia a que velocidade nós estávamos, cento e cinquenta quilômetros por hora? duzentos quilômetros por hora? duzentos e quarenta quilômetros por hora? Não importava, tinha certeza que se alguma coisa desse errado, nós dois sairíamos mortos ou mutilados.

Estava ficando louca de tanto gritar e, Nico, de gargalhar. Ele parecia estar entrando em êxtase, rindo mais alto a cada curva ou ultrapassagem. Eu, pelo contrário, estava me cagando de medo. Meu estomago parecia ter adquirido uma azia repentina, os meus batimentos cardíacos estavam tão acelerados que fiquei com medo de ter um ataque cardíaco, meus olhos estavam cerrados, meu corpo tremia e tinha certeza que estava segurando Nico com tanto força que ele ficaria com marcas depois.

Cruzávamos a segunda das três voltas quando tudo começou a dar errada. Nico e Luke estavam quase emparelhados, quando o cretino do Castellan jogou a moto dele contra a de Nico com força e esse ficou irado.

– Droga. - não tenho certeza se foi isso que ele disse, o barulho do vento, causado pela velocidade, estava alto.

Ele jogou a Senhora O'Leary contra Luke.

Esperava morrer aos vinte e sete anos, não aos dezesseis. Pensei.

Castellan tomou distância, ficando não muitos metros atrás e começou a tomar uma velocidade absurda. Como estava de costas para Nico, tomei coragem para abri os olhos e vi Luke sorrindo, não na nossa direção, mas na enorme caixa de carga do nosso lado esquerdo.

– Di Ângelo, há uma possibilidade dele tentar prensar a gente contra a carga? - gritei rezando para ele dizer que Luke não era louco de fazer isso.

– Você acha? - ele gritou, não estava rindo mais - E, não fale comigo, está me desconcentrando.

Senti ele desacelerar no momento em que Luke veio com tudo na nossa direção. Ótimo, pensei esperando o impacto do meu crânio contra milhares de caixas de chaves de boca Hefesto, mas esse não aconteceu. Di Ângelo jogou a moto para a direita com tudo, contornando a motocicleta de Luke e juro, se ele estivesse um quilometro mais rápido não teria conseguido controlar a moto antes que ela batesse contra as caixas de carga da direita.

Ouvi o impacto.

Luke tinha batido em outra motocicleta. Vi ele se levantando e puxando Quione intacta, mas os garotos da outra motocicleta tinham batido contra a carga, tinha sangue espalhado pelo piso todo.

Eu só vi de relance a garota mexendo o braço devagar, o cabelo loiro dela estava tingido de vermelho, e cada um dos dedos da mão virados em uma direção, o sangue da mão escorrendo pelo braço, já o cara não se mexia.

– Para! - eu gritei.

Nico só parou a Senhora O'Leary quando ultrapassou a linha de chegada em primeiro lugar.

Demorei alguns segundos para tirar o cinturão porque minhas mãos estavam tremendo muito. Eu queria correr na direção da garota machucada e ajudar, já estava na metade do caminho quando ouvi as sirenes policiais.

– Céus ...

A multidão que se formara envolta da garota se dissipou, as sirenes cada vez mais perto e a garota e o cara esparramados no chão.

Nico Di Ângelo freou a moto na minha frente, fechando a passagem entre mim e o casal machucado.

– Sobe! - ele gritou e não parecia nada contente - Agora.

Se eu não estivesse tão atônita teria o mandado dar ordens para a vó dele.

– A gar...

– Esquece. Você está afim de passar a noite na delegacia esperando o seu pai? - ele perguntou tamborilando os dedos nervosamente e olhando na direção do som das sirenes - Pois é, também não. Então soube na droga da moto, Grace.

A verdade é que eu não conseguia me mexer, ficava encarando o corpo do cara e tentando decifrar da onde estava vindo a viatura, só consegui subir na moto quando enxerguei os borrões vermelhos e azuis do carro policial.

Nico ameaçou dar partida, mas não saiu do lugar.

– Grace, você está ... hum... me prendendo. - ele puxou o tecido da camisa para cima, para eu me segurar diretamente nos músculos definidos do tórax dele, um truque bem baixo.

– Você está tirando com a minha cara?! - indaguei.

Ele balançou a cabeça na direção dos borrões vermelhos e azuis, agora mais nítidos pela proximidade.

Coloquei minhas mãos envolta do músculos quentes e definidos dele, quando ele finalmente deu a partida.

– E, Grace, tampe a placa.

.

.

.

Eu realmente já tinha passado sextas-feiras melhores.

Nunca me imaginei andando de moto com Nico Di Ângelo, muito menos fugindo da polícia com Nico Di Ângelo.

Não sabia a quanto tempo nós estávamos fugindo da policia de Nashville, pareciam horas. Tinham momentos que as sirenes pareciam estar mais perto, podíamos até vê-las, em outros quase não a ouvíamos. Eram momentos intercalados.

Estava tentando eleger o pior acontecimento da noite. Ter que inventar uma lorota para o pai de Annabeth, tirar o meu carro de casa sem ser notada, ainda bem que tinha decidido deixa-lo a alguns quarteirões do porto, se não meu pai já teria sido comunicado uma hora dessas; ter participado de um racha, ter participado de um racha com Nico Di Ângelo, ver um acidente, fugir da polícia ou estar agarrada nos músculos desse idiota?

Difícil decisão.

– Vou precisar que você faça uma coisa. - Nico falou, quase tão perto de mim que sentia vontade de empurrá-lo da tal Senhora O'Leary - Daqui três quarteirões vamos passar perto de um terreno, precise que você se esconda lá enquanto eu despisto a policia, O.K?

Assenti negativamente.

– Não.

– Volto para te buscar em alguns minutos. - ele falou e parou a moto na frente do tal terreno.

Eu desci, ainda dava para ouvir as sirenes, pulei o muro.

A noite piorou.

Estava deitada na terra molhada do terreno, coberta por lama da cabeça aos pés, tinha batido o tornozelo em alguma coisa estranha, fazia quase uma hora que o cretino do Di Ângelo tinha me largado ali e não tinha voltado.

Pensei em pegar um táxi, mas passava das três horas da manhã e estava em uma parte tão desabitada de Nashville que parecia a descrição que os caras de Nova York fazem do Tennessee, isolado e caipira.

Tentei ligar para Annabeth ou Jason, entretanto a bateria do meu celular tinha acabado.

A única opção que me restava era ir andando até o lugar onde tinha deixado meu carro. Não seria a primeira vez que eu sairia andando sozinha por Nashville de madrugada. Estava tomando essa decisão quando ouvi a voz de Nico.

– Grace? - ele chamou.

Eu ainda estava deitada atrás dos muros do terreno.

– Di Ângelo. - respondi. - Antes que eu te mate me diga que você consegui despistar os policiais.

Fiquei imaginado o quanto pareceria estranho nós dois conversando atrás de um muro de cimento pichado. Uma versão menos sofisticada, e sem a parte do romance, de Piramo e Tisbe.

– Óbvio. - respondeu como se fosse tolice minha duvidar da capacidade dele de fugir de dois carros policiais e ainda voltar sem ser seguido - Dá para sair daí, não tenho a noite toda.

Dei uma risada falsa e irônica.

Pulei o muro de novo, dessa vez na direção da rua.

Ele estava de pé ao lado da moto e me analisou de cima a baixo. Minhas roupas sujas de lema, terra e grama, o cabelo coberto por folhas e as mãos rasgadas pela pulada de muro - coisa estranha de se dizer.

– Você não vai subir na minha moto assim. - falou apontando para os trapos que tinham se transformado minhas roupas, uma camisa do Green Day, calça jeans e All - Star.

O encarei.

Depois da porcaria de noite que eu tinha tido ele tinha a audácia de dizer que eu não subiria na maldita motocicleta dele porque eu estava suja de lama? Lama, que por acaso, tinha sujado minhas roupas por causa da brilhante ideia dele.

Senti minhas unhas cravando na pele da mão, o punho fechado com força e pronto para atingir a cara dele.

– O que você disse? - queria saber se tinha ouvido certo.

Nico sorriu divertido.

– Disse que você não vai subir na Senhora O'Leary suja de lama. - repetiu desafiador, provavelmente sentindo o ego se elevar ao me colocar naquela situação.

Respirei, precisava me acalmar ou estrangularia aquele garoto.

– E o que você me sugere? - perguntei, tentando ficar calma.

Depois da história do "Você está me prendendo" eu conseguia imaginar a solução brilhante de Nico Di Ângelo para aquela situação. E nunca desejei tanto estar errada.

Nico sorriu ainda mais.

– Tire a roupa.

Não fiquei surpresa, fiquei indignada com a naturalidade com que ele falava isso. Imaginei-o completando com depois tire a minha e a gente pode transar no meio da rua, as três da manhã. E do jeito como ele era irritante, completaria com: Não se preocupe, não vou filmar e postar na internet.

Nunca tive problemas em ficar de roupas intimas, ou até mesmo nua, na frente de ninguém. O que me incomodou no incidente foi o fato de estar realmente fazendo sexo oral no Luke e ter me arrependido. E o que me incomodou foi o fato de ser ele quem estava sugerindo que eu tirasse a roupa.

Estava decidida em meter-lhe um tapa na cara.

– Vá se ferrar, Di Ângelo. - xinguei.

– O.K. - ele subiu na moto sem nem olhar para trás - Você pode andar alguns quilômetros e ir atrás do seu carro ou esperar até amanhecer e pegar um táxi.

Minha estratégia era ele ver que não iria tirar a roupa e acabar cedendo. Eu sou Thalia Grace, Senhora O'Leary era só uma motocicleta. Lataria. Sucata.

– Você não faria isso. - tentava convencer a mim mesma.

Di Ângelo riu.

– Não?

Ele deu partida e eu gritei.

– Com uma condição, Di Ângelo. Você me empresta a sua jaqueta. - impôs, apontando para a jaqueta de couro que ele vinha usando desde que chegara na cidade.

Nico assentiu.

Me levantei da guia da calçada e comecei a desabotoar a calça jeans, com Nico me observando atentamente enquanto ficava escorado na Harley Davidson.

– Não vai pedir que eu vire? - quis saber, mais irônico do que falando sério.

Olhei para ele, atirando o jeans no terreno.

– Você olharia pelo retrovisor da moto.

Ele sorriu e disse alguma coisa sobre eu estar certa.

Tirei a camisa do Green Day enlameada, dobrei e joguei no terreno perto de onde tinha atirado a calça. Olhando minhas roupas amarrotadas como se fossem os trapos de uma garota estuprada, senti ainda mais ódio dele. Era uma das minhas roupas preferidas.

Caminhei até ele ficando frente a frente.

Sentia o tecido do jeans encostando na pele da minha coxa, minha barriga encostando no tecido da camiseta dele. Nico não fez questão nenhuma de disfarçar que estava me olhando de cima a baixo, os olhos escuros estavam fixos na minha coxa e ele mordia o lábio inferior.

Reparei em outros detalhes, coisa que não me orgulho, como os lábios dele eram finos e realmente um pouco inclinados para o lado, o cabelo liso caia nos olhos em ondas e estava um pouco comprido e o punho esquerdo cerrado.

Ele colocou a mão na minha coxa e me puxou para mais perto, de um jeito que todas as partes do meu corpo estavam coladas no dele. Senti todo meu corpo se arrepiar e uma falta de ar estranguladora. Coloquei a mão no ombro dele e senti o corpo dele se contrair contra o meu. Ri. Nico suspirou relaxado e travando o braço na minha cintura.

Eu deveria soca-lo, mas provocar é, com certeza, mais divertido. Pensei.

Rocei os lábios nos dele traçando um caminho até a orelha.

– Di Ângelo, a jaqueta. - sussurrei ao mesmo tempo que tirei as mãos do ombro dele e indiquei a gola da jaqueta.


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Notas finais do capítulo

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