Summertime Sadness escrita por Pacheca


Capítulo 28
Better Days


Notas iniciais do capítulo

Capítulo da Lily :3 Better Days é do Goo Goo Dolls (aqueles que cantam Iris < 3) Espero que gostem ^~^ Volto mais tarde, talvez amanhã :)



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– Eu sempre tive a ajuda da Claire para gravar minhas músicas. Ela cantava para mim. – Expliquei, ajeitando a palheta verde na mão. A que ela me deixou com a carta. – Então achei que seria justo dar uma última música para ela.

Respirei fundo, limpando a garganta. Kramisha esperava meu sinal para apertar o enter no meu computador.

– Minha voz não é das melhores, mas o que importa é a mensagem. – Me desculpei antes de tudo, não queria ver os olhares de quem acabou de arranhar um quadro de giz.

Olhei para Kram e acenei com a cabeça. Ela apertou a tecla, aumentando o volume. O piano começou. Tive que pedir autorização da diretora para usá-lo no dia anterior.

Comecei a tocar. O fato de a atenção não ser para mim e sim para a música me acalmou um pouco. Ergui o rosto para todo mundo conseguir me ouvir.

“And you ask me what I want this year

And I try to make this kind and clear

Just a chance that maybe we’ll find better days

Cuz I don’t need boxes wrapped in strings

And desire and love and empty things

Just a chance that maybe we’ll find better days.”

Quando eu escrevi aquilo, eu só conseguia imaginar a voz de Claire falando aquilo. Ela não precisava de presentes. Não precisava nem de amor. Amor ela tinha. Derek. Kram e eu. Michael. Keane. Todo mundo a amava, mesmo não sabendo.

Ela precisava de esperança. Uma esperança de que um dia ela poderia ter uma vida melhor.

“So take this words

And sing out loud

Cuz everyone is forgiven now

Cuz tonight’s the night the world begins again”

Olhei direto para Keane e Carlotta. Todos estão perdoados agora. Olhei para Michael também, ainda abraçado à senhora que viera com ele. E confesso ter me incluído naquele meio. Eu gostava de Claire, mas talvez nunca tivesse me preocupado em demonstrar.

Essa é a noite em que o mundo começa de novo. Verdade. O mundo não tinha parado por causa de Claire, para início de conversa. Só que o nosso mundo tinha. O dos amigos. O dos afetados com o ocorrido.

E precisávamos fazê-lo voltar a funcionar. Começar de novo.

“And it’s someplace simple where we could live

And something only you can give

And that’s faith and trust and peace while we’re alive

And the one poor child that saved this world

And there’s 10 million more who probably could

If we all Just stopped and said a prayer for them”

Algo que só você pode dar. Confiança, fé e paz. Claire nos deu aquilo. Confiou em nós. E mesmo não agindo da forma que gostaríamos ou achávamos a correta, ela nos mostrou uma busca pela paz. Quem sabe de que teríamos que ter fé?

Repeti o refrão, ouvindo Kram cantarolar comigo. E Carlotta e Michael também moviam os lábios, sem fazer som.

“I wish everyone was loved tonight

And somehow stop this endless fight

Just a chance that maybe we’ll find better days”

Todo mundo mesmo. Inclusive meu pai. Os pais dela se estivessem vivos. Derek, Kram, Carlotta e Keane, a família dele, o coveiro, Michael, sei lá mais quem. Todo mundo.

Claire.

Acabar com aquela briga que sempre recomeçava, infinitamente.

Cantei o refrão uma última vez e acabei a música, secando o rosto ainda segurando a palheta. Kram me aplaudiu, sorrindo entre lágrimas. Derek a acompanhou. E depois, um a um, todas as outras pessoas. Agradeci e coloquei um CD perto da carta de Michael.

– O seu, como de costume. Espero que goste. E que tenha encontrado dias melhores.

O CD com a música gravada. Como eu sempre mandava o áudio dela ou lhe dava em CD quando tinha músicas o suficiente. Aquele não precisava ser o último. Eu podia fazer como Michael dissera e continuar gravando, e continuar lhe dando cópias.

Por agora bastaria.

Porque eu não saberia escrever algo sem ser para ela em algum tempo. Kram desligou o computador e me entregou, enquanto eu guardava a guitarra e devolvia as extensões.

– Ficou ótimo. – Ela me disse, sorrindo.

– Espero que ela tenha gostado. – Respondi, olhando ao redor. – Derek não vai fazer nada?

– Não acho que ela consiga.

Concordei. Suspirei e fiquei de pé, vendo os funcionários finalmente darem continuidade a seu trabalho e começarem a cobrir o caixão com terra. O gatinho de madeira, a carta, o CD, tudo começava a sumir debaixo de terra.

– Kram, posso usar seu telefone quando voltarmos?

– Hã, claro... – Entendia a confusão. Eu não usava nem meu celular direito. Só que estava sem créditos e precisava daquela ligação.

– Preciso mesmo falar com alguém. Na verdade, dois “alguéms”.

– Sua mãe e...? – Ela perguntou, me olhando.

– Pai. – Não tinha dito de amar todo mundo e acabar com as brigas de alguma maneira? Eu ia começar por pelo menos tentar.

– Ok. – Ela sorriu de volta, parecendo satisfeita.

Acabei sorrindo junto com ela.


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Notas finais do capítulo

Não demora mais muito ;x



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