Segredos! escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Capítulo Único - Segredos Compartilhado


Notas iniciais do capítulo

Um pequeno texto que escrevi enquanto esperava a máquina de lavar centrifugar a roupa, hehe.



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Seria uma manhã como outra qualquer, se Haruka não tivesse acordado e encontrado Rin deitado ao seu lado. Ele esfregou os olhos para ter certeza de que era o ruivo deitado ali. Sua boca semiaberta, babando, numa tranquilidade invejável. Os cabelos espalhados pelo travesseiro e os braços possessivamente agarrados ao redor de Haruka.

Ele não conseguia se mover. Sentiu-se como um bicho de pelúcia se sentia ao ser esmagado por alguém durante a noite.

Com delicadeza, ele tirou a mão de Rin e escorregou para fora do colchão, deixando em seu lugar outro travesseiro. Rin automaticamente agarrou-se ao saco de plumas e voltou a babar.

Como aquilo aconteceu?

Apesar de estar ainda um pouco tonto por acordar naquelas circunstâncias, Haruka conseguiu lembrar de tudo quando mergulhou o corpo na banheira.

Rin apareceu de madrugada em sua casa. Chovia muito e ele mandou o amigo entrar de uma vez, antes que pegasse um resfriado.

Foi uma situação constrangedora. Primeiro porque, enquanto bebiam o chá que Haruka preparou, ambos permaneceram em silêncio. Rin foi o primeiro a falar, depois de alguns minutos. Mas nada do que ele dizia fazia sentido para o outro. Era como se ele estivesse desabafando se querer parecer lógico com suas palavras. Por fim, quando Haruka achou que não poderia ficar mais estranho, eles discutiram. Para completar a noite, Rin correu para fora da casa. Ainda chovia. Haruka o alcançou no topo da escada, convencendo-o a voltar.

Completamente molhado, Rin espirrava sem parar. Haruka emprestou um pijama para ele e os dois dormiram.

É. Quem sabe se Haruka continuasse repetindo para si mesmo essa história, ele iria acreditar que era verdade.

Algumas horas atrás...

Não chovia, ao contrário, era o final de uma tarde ensolarada. O verão estava quase no final, mas ainda assim os dias eram bem quentes e as noites calorosas eram amenizadas pelos ventos vindo do mar.

Haruka havia acabado de se despedir dos amigos e antes de ir para casa, passaria no supermercado para comprar seu jantar e o café da manhã do outro dia. Eles passaram o sábado treinando. Aproveitando cada minuto do verão, logo chegaria o outono e inverno. Assim, não seria possível utilizarem a piscina descoberta. Quem sabe conseguiriam fazer treinos alternativos com a Academia Samezuka. Gou prometeu ajudar com seu talento e charme, como Nagisa havia dito.

Após as compras, Haruka caminhou e, ao invés de ir para casa, ele acabou se deparando com o porto. Já que estava ali, assistiu ao por do sol. A bela cor alaranjada transformava a água de tal modo que fazia Haruka querer pular de roupa e tudo no mar.

E, antes que ele caísse na água, decidiu voltar para casa. E não esperava encontrar-se com Rin, parado do lado de fora, aguardando-o.

Haruka perguntou se estava tudo bem e Rin preferiu manter o mistério. Eles entraram na casa do rapaz, e enquanto Haruka guardava suas compras, ouviu Rin falar sobre a semana puxada na escola. Ele estava com um probleminha em algumas matérias, mas prometeu se esforçar mais e assim não ser retirado da equipe de natação por conta das notas ruins.

Aquela conversa, apesar de tranquila, incomodava bastante Haruka. Ele sentia que Rin o escondia algo sério. Mas preferiu não pressioná-lo, ele próprio possuía segredos. Acreditava que era bem mais fácil mantê-las assim, guardadas em algum cantinho escondido no seu peito.

E foi aí que as coisas começaram a ficar confusas, ou, dependendo do ponto de vista, mais esclarecidas.

Rin o beijou.. Foi um beijo roubado, pequeno. Ele não fez nada além de aproximar-se de Haruka e encostar seus lábios nos do outro rapaz. Haruka piscou os olhos, confuso, enquanto Rin o olhava seriamente, aguardando alguma reação. Seja de ódio ou paz. Não foi um beijo de amigos, nem de irmãos, muito menos um beijo de companheiros de equipe. Foi realmente um beijo. Daqueles que Haruka jamais havia compartilhado com outra pessoa.

Mas a reação que Rin aguardava não aconteceu. Eles ficaram em silêncio. Não houve discussão, não houve fuga embaixo da chuva e muito menos espirros. Rin estava muito bem de saúde, obrigado.

O ruivo, cansado daquela situação, decidiu ir embora. E foi aí que Haruka conseguiu por seu cérebro para funcionar, até então estava bem anestesiado.

– Está tarde, você pode ficar. – Disse, tentando não parecer ansioso demais.

– Tem certeza? – Rin aproximou-se do amigo, e alcançou uma de suas mãos. Os dedos se entrelaçaram e eles se olharam por muito tempo em silêncio. Haruka moveu a cabeça, afirmando que ele tinha certeza sim.

Na banheira, Haruka emergiu, a água se espalhou e ele notou que não estava sozinho. Rin estava encostado na porta, com os braços cruzados. Seus cabelos era uma bagunça total e ele possuía um lado do rosto todo amassado. Haruka não pode conter um sorriso. Aquela cena matinal o fez crer que ele não precisava encontrar uma desculpa para o que havia acontecido na noite passada.

Haruka sentiu uma agradável sensação de confiança. Isso porque aquele segredo escondido em seu peito não precisava mais ser camuflado em um cantinho escuro. Ele era recíproco.


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