Chronos; A Traição De Atena escrita por Fernando Onofre de Amorim


Capítulo 2
Capítulo 02: Tauro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/427040/chapter/2

Capitulo 02

Tauro

Tauro –25 anos -- 1.90MT – 110 kg;

Tauro havia sido capturado de sua tribo e levado a Roma como escravo ainda jovem, la foi comercializado varias vezes para diversos tipos de serviços, até ser comprado por um aristocrata que tinha como principal fonte de renda formar gladiadores para as atrocidades dos duelos, após longos anos de treino e combates ele foi novamente vendido para um alto Conselheiro do líder de Roma..

Com seu novo Mestre, Tauro foi incorporado a uma espécie de pequeno regimento militar, os integrantes desse regimento se intitulavam Tauros, daí o seu nome, já que ele não possuía um acabou adotando esse para si como sendo seu nome próprio, durante os anos seguintes os Tauros participaram de varias batalhas e duelos, ganharam fama, prestígio, mulheres e ate mesmo dinheiro, certo dia seu Mestre lhes disse que se aceitassem, eles poderiam finalmente conseguir sua liberdade e dinheiro para se aposentarem.

–-Tauro; E como podemos conseguir isso?

Seu Mestre lhes explica que só precisariam travar mais três disputas sendo elas batalhas ou duelos, mas que eles passariam pelas piores provações possíveis e que o mais provável seria que eles morressem tentando, porem que os ajudaria dando informações dos oponentes e dos tipos de embates para que se preparassem. Eles por sua vez descrentes de tal proposta, mas aceitando por talvez for sua única oportunidade, os Tauros treinam arduamente durante um mês para as batalhas que viriam.

Três semanas depois o alto Conselheiro, vai ate eles com as informações dos embates, o primeiro será um duelo de Tauro com os três melhores gladiadores de Roma, o segundo será uma batalha entre os Tauros e uma divisão de uma das legiões de Roma e o terceiro um deles terá de enfrentar um leão.

–-Tauro; Primeiro eu terei de enfrentar três gladiadores sozinhos, depois nos vinte lutaremos com cem soldados e em seguida um de nos terá de enfrentar um leão! Conselheiro seja sincero, o Imperador quer mesmo a nossa liberdade?

–-Conselheiro; Sinceramente creio que não! Mas vocês não terão outra chance, vocês já devem saber que nessa vida que levam a única coisa que lhes aguardam é a morte, a decisão é de vocês ou morrem algum dia ou daqui a uma semana, mas daqui a uma semana não será para divertir os outros, será pelas suas liberdades!

Eles repudiam por um momento, mas acabam por aceitar, passado há quarta semana eles são levados para a arena de duela de Roma e são colocados nos aposentos que ficam no subsolo, Tauro é levado até o palácio do Imperador que este muito intrigado em conhecê-lo, ao chegar lá ele se vê rodeado por pessoas poderosas e influentes do governo.

–- Imperador; Então você é o famoso Tauro, líder dos Tauros... kk ...você se tornou uma pessoa muito grande e perigosa pra mim sabia, as pessoas o vê como um herói! E isso é algo ruim para mim!

–-Tauro; Isso nunca me passou pela cabeça, a única coisa que busco é minha liberdade, a minha e de meus irmãos.

–-Imperador; Eu posso conseguir isso ou, melhor já estou lhe dando isso, mas em troca quero uma coisa, quero que você me sirva politicamente, o que me diz?

–-Tauro; Como assim, não sou político, sou só um guerreiro!

–-Imperador; Simples! Eu pretendo expandir o império romano, mas não possuo aprovação do senado, dos ricos ou do povo. E sem o senado não possuo poder legal pra isso, sem os ricos financiando meus exércitos não terei como alimentá-los e armá-los, sem o povo não terei soldados para lutar.

–-Tauro; E se eu ajudá-lo, o que acontecerá com os povos e nações no seu caminho?

–-Imperador; Será uma pena, mas caso eles não aceitem a iluminação de Roma, terão de ser eliminados pelo bem da unificação dos povos!

–-Tauro; Por sua ganância você quer dizer!

–-Imperador; Interprete como quiser negro! Só preciso de você como minha marionete! Então qual é sua reposta?

–-Tauro; Pelo bem das pessoas, pelo bem de todos, eu só posso dizer que não!

–-Imperador; È uma pena, uma pena mesmo! Então nesse caso você e seus amigos não viverão para ver isso! Guardas podem levá-lo de volta!

Tauro retorna para seu aposento junto com seus companheiros, lá ele os explica as intenções do Imperador e que havia rejeitado a proposta, todos concordam e pedem pra que ele não fique preocupado, pois darão o melhor de si para conseguirem sua liberdade, após alguns instantes de conversa acabam indo dormir. Na calada da noite o Conselheiro vai até os Tauros, ele os acordam e pede para que fiquem em silêncio e o escute.

–-Conselheiro; Todos vocês me escutem! O imperador não vai deixá-los irem à liberdade, ele vai matá-los, as lutas de amanha serão maiores e prolongadas não importa o quanto vençam, subornei alguns guardas e arranjei a fuga de vocês para longe de Roma, nos partiremos agora...

O Conselheiro é surpreendido por outros guardas que o rende, em meio ao tumulto surge o Imperador.

–-Imperador; Eu disse que nenhuns de vocês viveriam para ver isso, nem mesmo você alto Conselheiro, você sabe que o crime para conspiração contra o império é a morte!

–-Conselheiro; Você que é o verdadeiro traidor, um imperador sem honra e dignidade, você não merece essa coroa, você...

O Imperador saca sua espada e perfura o peito do Conselheiro que já cai sem vida, Tauro e os outros começam a gritar, esbravejando, pedindo ajuda e fazendo juras de morte ao Imperador.

–-Imperador; Não tenham pressa! Amanha será a vez de vocês!... Há há!

O Imperador e os guardas deixam o recinto, Tauro pede para que seus companheiros se acalmem e descansem pro dia seguinte, eles o questionam sobre aquele ser o fim?

–-Tauro; Bom se amanha for o nosso fim se amanha encontraremos a morte, então a enfrentaremos de frente, em pé, juntos, mas uma coisa eu vos digo. Serei o primeiro a entrar naquela arena e serei o ultimo a sair de lá!

Isso ameniza um pouco os ânimos do pessoal, o suficiente ate a manha seguinte.

Na manha seguinte todos são levados até o túnel que dá acesso a arena, lá eles começam a se armar e preparar, Tauro faz os preparativos finais de suas armas, são dois machados de lâminas duplas e uma marreta de cabo longo. Feito isso ele coloca os machados em suas costas, empunha a marreta e parte para os portões de acesso a arena, para na entrada do túnel, vira-se para seus companheiros e diz;

–-Tauro; Hoje tomaremos a nossa liberdade!

Tauro parte pro centro da arena, os portões se fecham, seus companheiros o observam pelas frestas, a arena está lotada como jamais esteve antes, Tauro olha a sua volta, mas não se espanta com tudo aquilo, por ser uma pessoa com um bom autocontrole. Ele vê um pouco acima dos acentos comuns o Imperador, rodeado de soldados e mordomias, Tauro aponta o dedo para o Imperador e faz um gesto de negação, do outro lado da arena os portões se abrem e os três gladiadores saem de lá, dois deles empunhando espadas e escudo e o outro uma lança longa. A arena é de um formato circular, plana e com quatro pilares de concreto imensos com distancias iguais entre si ao centro dela.

O Imperador levanta de seu acento, e da o sinal para que a luta comece, os três começam a se distanciar um do outro indo em direção a Tauro para cercá-lo, por sua vez Tauro se mantém inerte não esboçando reação alguma, assim que o cercam os dois que empunhavam espadas partem pra cima dele com tudo.

Tauro solta sua marreta, rapidamente saca seus machados e bloqueia os ataques dos dois, mas eles usam seus escudos para travarem os machados contra suas espadas, travando os braços de Tauro. Feito isso o terceiro gladiador parte pra cima dele visando perfurar seu coração, mas ele dotado de uma grande força bruta, agarra os dois espadachins pelas vestis e os arremessam contra seu executor, os três se chocam e saem rolando pelo chão, ele guarda seus machados, pega sua marreta e parte pra cima dos três, quando um dos espadachins se levanta Tauro arremessa sua marreta que acerta em cheio seu peito derrubando-o.

Ele salta sacando seus machados e faz um ataque duplo, decapitando o outro espadachim, o hoplita levanta e parte pra cima dele os dois entram em uma breve luta, mas Tauro facilmente destrói sua lança. Em meio a isso o hoplita não se intimida e parte pra cima dele em luta corporal, desferindo uma seqüência de socos e chutes. Tauro se fecha em sua guarda esperando pelo melhor momento, ao ver uma fresta desfere um soco potente acertando a cabeça de seu adversário que cai inconsciente, porem ainda com vida.

O espadachim que estava caído ainda se encontrava vivo, recobra a consciência e tenta empunhar a marreta de Tauro, inutilmente já que aquela marreta era muito pesada e requeria uma grande força física, Tauro caminha em sua direção lentamente porem firme, ao chegar perto o hoplita, o espadachim ataca-o por trás empunhando somente a lamina da lança quebrada, ele finca a lamina na costa de Tauro que não esboça nenhuma expressão de dor.

Tauro pega o hoplita e o espadachim pelo pescoço erguem os dois do chão e os estrangula, assim que percebe que os dois estão mortos os solta, pega sua marreta e vai para o centro da arena esperando a aprovação do Imperador, que faz um gesto de positivo com a mão, Tauro por sua vez contempla os espectadores que o assistiam empolgados pela sua vitoria.

Os portões abrem novamente e os companheiros de Tauro saem empunhando lanças, escudos e uma espada curta, se dirigem também ao centro da arena e o cumprimentam pela vitoria parcial.

–-Tauro; O primeiro desafio já foi, mas ainda faltam dois, agüentem firme, lutem como nunca, sejam fortes, pois hoje nos tornamos homens livres!

Eles vibram eufóricos, mas sua alegria cai por terra quando os portões do outro lado da arena se abrem e de la sai toda uma divisão do exercito romano, cem homens bem treinados na arte da guerra, eles formam um bloco a frente dos Tauros com um capitão a frente deles, todos olham em direção ao Imperador que faz o sinal para a segunda disputa começar.

Os soldados se dividem em cinco blocos com vinte homens cada, rodeando os Tauros que por sua vez formam um circulo formando uma espécie de domo com seus escudos redondos.

–-Tauro; Espere eles avançarem, os hoplitas deverão vir na frente, vamos quebrar suas lanças, nos manter protegidos e esperar para entrar com o contra ataque!

Mas o plano de Tauro desaba quando os portões abrem novamente e mais duas divisões saem de lá, mas dessa vez uma delas é composta só por arqueiros e a outra cavalaria com dez bigas. Os arqueiros também se dividem em cinco blocos se agrupando atrás dos blocos dos soldados, a cavalaria cavalga em círculos em torno dos arqueiros enquanto as bigas ficam a espera.

–-Tauro; Rápido! Juntem mais os escudos para que não haja frestas!

Os arqueiros começam a disparar contra os Tauros, as flechas resvalam nos escudos não oferecendo riscos a eles, o Comandante faz um sinal pra que parem então a cavalaria entra em cena, eles partem pra cima dos escudos, mas os Tauros desferem suas lanças e vão derrubando um a um os cavaleiros que tentam desmontar suas defesas. O que Tauro demora a perceber é que o Comandante queria era somente fazer com que suas lanças fossem quebrando com o choque, deixando seus escudos desprotegidos.

Após quebrar todas as lanças ele ordena que as bigas partam pra cima deles, elas começam a correr em círculos, diminuindo aos poucos as distancia entre eles, em suas rodas havia adornos em forma de lanças. Tauro ao perceber que sua defesa seria desfeita e que ficariam expostos as flechas da uma que seria talvez sua ultima ordem.

–-Tauro; Assim que elas tocarem no primeiro escudo, todos partam pro ataque, dominem as bigas e os cavalos, vamos evitar ao maximo a luta corpo a corpo! Irmãos foi uma honra lutar ao lado de vocês!

Quando a primeira biga toca um dos escudos, eles saltam pra cima delas matando seus ocupantes enquanto outros tomam os cavalos, dali em diante o que se segue é uma carnificina, braços, pernas, ombros, cabeças, todas dilaceradas. Eles cavalgam entre os soldados matando sem piedade, mas por maior que fossem suas habilidades e coragem, um a um os Tauros vão caindo no campo de batalha, Tauro sem poder ajudar vê seus irmãos sendo assassinados em total desvantagem numérica.

Após duas longas horas de batalha Tauro se vê como único homem ainda de pé, ele olha ao seu redor e vêem seus companheiros mortos, ele tem uma breve reflexão de tudo aquilo e sente que a sua liberdade já não faz mais sentido, olha para o Imperador sorridente com tudo aquilo e muda seu foco visando matá-lo antes que sua vida se acabe. Mas ainda faltavam cinqüenta soldados e atrás deles o Comandante, Tauro empunha firmemente seus machados e parte para cima deles, sua ira o domina, seus golpes se tornam mais destrutivos matando ate dois soltados com uma única machadada.

Ele faz varias investidas, usando tudo o que aprendeu, por fim ele consegue matar todos os soldados restantes restando apenas o Comandante, mas Tauro já se encontra exausto, com vários ferimentos e perdendo muito sangue, seu corpo já n agüenta mais a tensão, suas mãos tremulas soltam os machados que caem no chão. O Comandante então se aproxima dele, saca sua espada, segura a cabeça de Tauro e faz o movimento com o braço, erguendo para decapitá-lo.

Tauro olha em seus olhos e nota que seus olhos estão negros, como se n houvesse vida, ele olha em volta e vê os corpos de seus companheiros, então num ultimo sacrifício ele segura com a duas mãos o pescoço do Comandante erguendo-o do chão e começa a estrangulá-lo, que por sua vez finca sua espada na barriga dele. Tauro aperta com toda a força que ainda lhe resta o Comandante não resiste e acaba morrendo, depois de toda essa agonia ele o solta e cai de joelhos no chão, com a espada ainda em sua barriga.

–-Tauro; Eu não posso morrer agora, tenho de pelo menos levar ele comigo, pelo menos isso!

O Imperador esboçando uma forte alegria, manda que soltem os leões, então um alçapão se abre no chão, saindo quatro leões de dentro, eles vão em direção de Tauros e o ficam rodeando.

–-Tauro; Então esse é meu fim, nem ao menos vou conseguir amenizar a dor da morte, falhei com meus irmãos, fracassei com meu sonho, não fui forte o suficiente! Sinto muito pessoal! Maldito seja esse mundo injusto!

Ele olha pro céu, derramando lagrimas de sangue, os leões partem pro ataque, tudo isso parece uma morte certa, mas uma forte luz rasga os céus descendo ate a arena, o escudo de Atena cai dos céus emanando uma forte luz que aumenta ainda mais o engolindo, quando a luz desaparece, ele já n se encontra mais ali, seu corpo e o escudo haviam desaparecido.

Fim do capitulo 02

Fernando Onofre de Amorim

00h25min 12/09/2013


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Os capítulos 02, 03 e 04 farão as apresentações dos personagens principais.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Chronos; A Traição De Atena" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.