Darktree Bells escrita por Guilherme Oriuza


Capítulo 1
O caso da Mansão




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— Alô?! Sim, eu mesmo... Você já está chegando? Estou aqui com o Grupo de investigação e só está faltando você... Então até breve! — Ele desligou o celular.

— Quem era? — O delegado perguntou curioso.

— Era o detetive Edward Winter, o membro mais importante do nosso Grupo, entretanto os senhores não o conhecem. Não sei se vocês sabem, mas dizem por aí que ele nunca deixou um caso pela metade. — Henry respondeu.

— Edward e sua mania de se atrasar. — Tyler resmungou.

— Quem são vocês?— Um dos policiais perguntou apontando com a caneta de ouro fazendo movimentos circulares que fizeram os olhos de Henry ficar zonzos.

— Ah, desculpe, não me apresentei ainda! Meu nome é Henry S. Later, esse aqui é Tyler Will e junto ao Edward formamos a equipe “THE” sigla para: Tyler, Henry, Edward. Viemos aqui a pedido do primo da família para investigar o caso.

Eles estavam na cena do crime. A sala da mansão estava com alguns móveis e uma árvore de natal com manchas de sangue. O empresário, sua esposa e seu filho estavam mortos.

Eram 21h da noite do dia 26 de dezembro. A casa estava movimentada, pessoas andando pelos cômodos, policiais conversando com os vizinhos e a equipe "THE" aguardava a achegada de Edward para iniciar a investigação. Tyler é especialista em casos de homicídio, foi um lutador de rua e desistiu das lutas para começar a resolver crimes importantes, Henry, especialista em casos de suicídio e assassinatos, já foi um médico muito importante, mas perdeu o emprego depois de uma cirurgia mal-sucedida, enquanto Edward é especialista em dedução e quebra-cabeças, já foi internado em um manicômio, mas ao perceberem que Edward era um gênio, ele foi liberado e iniciou sua carreira, sendo todos eles,detetives de alto nível:

— Ontem à noite os vizinhos disseram que ouviram barulhos na mansão, gritos de socorro e objetos quebrando. Agora estamos aqui para responder uma única pergunta: quem é o culpado pelas mortes. — Tyler explicou aos policiais.

Um homem alto e esguio, vestido com um terno, calças marrons, sapatos pretos e gravata cor de vinho mostrou a identidade para os guardas, entrando, assim, na sala:

— Este é o detetive Edward, o último membro. Dizem que ele já esteve internado em um Manicômio. — Henry apontou.

“Ele é o tal detetive? Como eles podem deixar um louco trabalhar como detetive?”, pensou o delegado.

— Tem café aqui? — Edward sorriu.

— Desculpe, mas não podemos alterar a cena do crime. — Um policial barrou o detetive.

— Bom, eu trouxe um pouco por via das dúvidas. — Encheu o primeiro copo de café e tomou um gole. — Vou explicar como é o meu método de trabalho: o café me faz pensar 5% melhor, então a cada copo que eu tomo minha capacidade mental aumenta 5% até chegar ao máximo.

“Como é possível um simples copo de café fazer isso? Que besteira! Ele é mesmo um doido.”,o delegado deu uma risada sutil.

— No caso mais difícil que eu já peguei, tive de tomar cinco copos de café para resolver.

— Ah, Edward, este é o delegado Hill Climber que foi chamado para resolver o caso junto com a equipe dele. — Henry sorriu.

— Entendi... Muito prazer! — Deu uma rápida olhada para o delegado e os dois se cumprimentaram com um aperto de mãos. —“Esse cara é bem velho, deveria se aposentar”. — prosseguiu em pensamento.

Ele terminou de tomar o primeiro copo e olhou para a cena do crime. Andando pelo local, Edward não esboçou nenhuma reação, mas quando se aproximou da árvore de Natal que a família comprara recentemente, sorriu e disse:

— Suspeito que tenha sido esta árvore... — O ambiente entrou em silêncio por alguns segundos e o delegado se surpreendeu.

— O que? Uma árvore de Natal matou a família? Isso é a maior besteira que já ouvi na minha vida.

Tyler ficou em silêncio tentando disfarçar um leve sorriso, Henry olhou para Edward com uma cara de quem estava confuso. Edward colocou uma das mãos na cabeça e sorriu fechando os olhos, enquanto Hill cruzou os braços e ficou mais sério, guardando a caneta no bolso, o detetive olhou para Tyler, agora mais sério que antes.

— Senhor Tyler, poderia me dizer o que descobriu?

— Hunf, parece que você está certo. — Deixou escapar suas emoções — Ah! Desculpe, mas isto realmente tem graça, não acham?

— Como assim? Isso não pode ser verdade. — Hill Climber se enfureceu.

— Se perceberem, não há sinais de arrombamento na casa, os vizinhos não viram nenhum estranho andando por aqui e o sangue está concentrado nos galhos desta árvore. Acredito que alguém tenha matado a família e percebi que há sinais de luta corporal nas pessoas que foram mortas... Se algo realmente matou os matou, veio de dentro da mansão. — Tyler completou.

— Isso não prova que uma árvore, uma árvore de Natal seja suspeita!Está querendo dizer que esta árvore é o que?! — Aumentou o tom da voz. — Algum tipo de ser sobrenatural?! Um tipo de árvore endemôniada?! Isso é algo que não desce pela minha garganta.

— Sim, você está certo. — Encheu outro copo. — Isso é algo que não poderia ser possível, mas Senhor Hill, o senhor é um delegado muito bem formado pelo que me contaram, parece ser um homem cético, então eu lhe pergunto. — Tomou um gole do café. — Tem algum outro suspeito? Tem como provar que o assassino veio de fora da mansão? Acho que não, então eu peço ao senhor que me deixe terminar de falar.

— Mesmo assim, isso não me convence. — Ficou em silêncio.

— Vou continuar com o caso... Claro que isto é só uma teoria, então façamos o seguinte: vocês têm até a meia noite para resolver o caso com sua equipe, se não conseguirem, então vou executar meu plano. Tudo bem pra você? — Deu um sorriso sínico que deixou Hill mais furioso, mas ele se conteve.

— O quê, um plano? — Hill ficou curioso. — Tudo bem, aceitamos esta condição.

Edward colocou o copo sobre o balcão e subiu até um dos quartos da mansão sendo seguido por Henry. O quarto estava bem arrumado, com uma cama de casal e ao lado uma cama pequena que deveria ser do garoto que morreu, também havia um armário velho sem uma das portas.O ambiente estava decorado com alguns quadros abstratos e a janela estava fechada. Edward retirou uma foto de seu bolso e olhou sorrindo, enquanto Henry parecia saber de quem era a foto.Era uma mulher de vestido vermelho que estava sorridente e seus cabelos cacheados cobriam parte do seu rosto. Henry abriu a janela do quarto e olhou para o detetive, ele parecia mais sério que antes:

— O que foi Henry? Por que está com essa cara?

— Não falou sério quando disse aquilo, falou? — Henry deu uma leve risada.

— Sim, vou provar o que disse... A questão é que você deveria estar lá com eles se não acredita em mim.

— Quero saber como chegou a esta conclusão tão rápido.

— Apenas observei bem.

— Não que eu acredite, mas mesmo se você provar que foi a árvore, o que vai fazer? Não podemos julgá-la como um criminoso comum!

—Sei disso. — Ed Tornou a olhar para a foto novamente.

—Sente saudades dela? — Henry tocou no ombro do amigo e sorriu.

—Não sabe o quanto... Ela era perfeita. — Edward guardou a foto no bolso.

O detetive levantou e apontou a arma na direção de Henry. Alguns galhos ameaçavam atacar o detetive pelas costas e matá-lo:

— Abaixa! — Henry obedeceu à ordem de Edward que atirou contra um dos galhos, entretanto não conseguiu impedir a morte de Henry, então sorriu.

— Parece que... Você estava... Certo. — Disse sorrindo, estas foram suas últimas palavras. Depois de um suspiro acabou fechando os olhos, enquanto os galhos se encolhiam e sumiam nas paredes do quarto.

O delegado Hill Climber subiu em direção ao quarto, encontrando os dois, Henry estava no chão, o tapete logo foi tomado pela cor vermelha, Ed procurava pelas paredes tentando encontrar o vão por onde a árvore atacou, Hill ameaçou sacar a arma, mas não teve tempo de reagir.

— Rápido!A árvore está atacando! — Edward correu até a sala da mansão aos gritos e encontrou a árvore imóvel.

Hill desceu as escadas correndo atrás do Edward, se aproximou e apontou o cano da sua arma para ele.

— Por que está apontando esta arma para mim? — Edward Ficou sério.

— Você matou Henry. Largue a arma agora.— Climber ordenou esbaforido. Já estava na policia há 30 anos e não tinha mais idade para ficar correndo por aí sem alterar sua respiração.

— Solte-a!— Tyler segurou o braço de Hill.

— Por quê?

— Henry foi perfurado, não tem como uma arma ter feito isto. — Tyler conseguiu controlar o delegado antes que ele tivesse atirado. Hill guardou a arma no bolso e se acalmou.

— Seu idiota, você está se achando desde que chegou aqui.

Edward sentou em uma cadeira, olhou para o relógio e tomou outro copo de café. Eram 23h30min.

—Meus pêsames para Henry... Ele era um bom amigo, vou parar com a brincadeira. — Ed ficou sério.

—O quê? Então quer dizer que este tempo todo você só estava brincando... Um detetive de verdade não brinca em um caso importante, realmente hoje em dia qualquer um pode ser um detetive. — Hill saiu andando pela casa e Edward ficou parado.

30 minutos depois a equipe do delegado encontrou uma carta na gaveta do quarto do empresário, a qual dizia claramente quem era o culpado:

“Escutem isso: acabei de descobrir que fui traído pela minha esposa e agora pretendo matar ela e meu filho. Caso encontrem esta carta, deixem minha herança com meu primo Tadeu.”

Depois de ler, ele sorriu com um ar de vitória.

— Parece que não foi a maldita árvore que matou o empresário. — Sussurrou.

Edward sentou-se ao chão e estendeu uma das mãos fazendo um gesto pedindo a carta. Ele leu e olhou para Tyler, depois para o delegado e então tomou mais um gole de café; já havia bebido quatro copos naquela noite.

—Tyler, eu não me lembro de que o primo do empresário se chamava Tadeu, você lembra?

—Não, que eu saiba o nome dele era Frederic...

—Além disso, os corpos não possuem nenhuma marca de tiros. — Ed completou.

—Talvez ele tenha usado uma faca. — Hill ficou desesperado, estava quase provando que a teoria de Edward estava errada, mas não estava surpreso pelo detetive conseguir derrubar suas ideias.

—Talvez... Tyler!Pegue algum caderno em que esteja algo escrito por ele! — Tyler procurou nas gavetas da casa e pegou uma agenda de telefones, Edward comparou as letras, mostrando para Hill. — Esta não é a letra dele...

—Mas... Como que ele consegue vencer? Está óbvio que não foi aquela árvore?

—Suponho que ela esteja criando provas falsas para nos enganar...— O relógio tocou indicando as horas, meia-noite. —Vou executar meu plano agora. – Edward parecia mais energizado do que nunca.

—Faça como quiser... — Hill se afastou.

—Atenção, eu quero que todos saiam da mansão e tranquem as portas... — Edward aumentou o tom de voz.

—Edward, o que vai fazer? — Tyler sussurrou.

—Vou vencer aquela árvore. — Encheu o 5º copo de café e foi até a sala, todos saíram da mansão e Edward ficou sozinho. Olhou para os lados procurando por algo e então encontrou uma poltrona de couro nobre. Balbuciou algo enquanto sorria descaradamente e a puxou para o centro da sala. Após analisar algo, ameaçou tomar um gole de café, mas parou e olhou para a árvore. — Sei que pode me ouvir, então vou explicar como descobri tudo... No instante que eu cheguei aqui eu vi os seus galhos fazendo marcas nas janelas da mansão... Também percebi que o sangue das vítimas estava totalmente concentrado em você... “Se perceberem, não há sinais de arrombamento na casa, os vizinhos não viram nenhum estranho andando por aqui e o sangue está concentrado nos galhos desta árvore, há sinais de luta corporal nas pessoas que foram mortas, se algo realmente matou a família, veio de dentro da mansão”. —O delegado Hill tentou provar que você não havia feito nada, mas era tudo mentira. Você matou Henry e pensou que eu iria desistir? Pensou que eu iria ficar com medo, mas errou. Você errou quando tentou criar provas falsas contra mim.

Tomou o 5º copo e se levantou da poltrona, apontando uma arma na direção da Árvore. Amedrontada, seus galhos começaram a rodear a sala e a ameaçar perfurar Edward.

—Mas o que você não sabia é que este tempo todo você estava sendo observada de longe. — Edward atirou contra a árvore várias vezes, ela, por sua vez,esquivou-se dos golpes, atirando-se atrás de um balcão, ao perceber que a árvore havia parado de atacar ele levantou.

“Parece que está morta”. Antes que pudesse reagir, sua garganta foi perfurada e ele ficou suspenso no ar, sua mão se abriu devagar e ele deixou o copo de café cair no chão. O barulho ecoou no silêncio daquela sala.

— Ah! Edward! — Tyler chutou a porta após ouvir os barulhos dos tiros e observou o corpo de Edward no chão.Ele atirou várias vezes contra a árvore, porém acabou tendo o mesmo fim que seu companheiro. O grupo do delegado Hill entrou em ação para deter a árvore, mas acabaram sendo lançados contra a parede e espremidos pelos galhos da árvore.

— Sua maldita, então você realmente é real... “Edward arriscou a vida para provar isso... Argh! Vou arrancar todos os seus galhos malditos!”. — O delegado sacou sua arma que acabou sendo tomada de sua mão pela árvore. —Está vendo isso aqui na minha mão? — Ele sorriu com um ar de loucura. — Isso se chama “granada”. Vou fazer este lugar virar cinzas junto com você.

Hill foi perfurado na barriga, mas conseguiu retirar o pino da granada e segurá-la com as mãos.

“Edward... Você é mesmo o melhor...”,pesou por fim.

A granada explodiu e a mansão incendiou.O fogo inflamou a árvore rapidamente e tudo veio abaixo com cinzas.

—Edward morreu sem saber a resposta sobre a origem daquela árvore e se estivesse vivo poderia descobrir a lenda da árvore amaldiçoada. Tudo isso é sobre uma garota de 10 anos que queria proteger uma floresta contra lenhadores e que acabou morrendo em um incêndio provocado pela indústria responsável pela coleta. Desde então, o espírito da garota tomou controle sobre um pinheiro e começou a matar todas as pessoas que se aproximavam para acabar com ela.

—Incrível, mas ainda não me disse quem é você.

—Sou o 4º membro do grupo “THEN” sigla para: Tyler Henry Edward Nancy

— Fim—


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Notas finais do capítulo

Glossário:

*THE: Equivalente ao artigo "O" do português
*THEN:em seguida,depois.

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