Burning Torch escrita por Pacheca


Capítulo 23
Mudança de Ritmo


Notas iniciais do capítulo

Gentem, ei :3 Demorei, sei disso, peço perdão mil e uma vezes .q Mas tava com uns brema de pc aqui, ai ficou complicated de digitar :v Enfim, menos justificativas, certo? Espero que gostem ^^



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Quando acordei, tudo parecia surpreendentemente calmo. Aron tinha trocado de lugar com Neville. Os outros dormiam. Fiquei de pé, com um pouco de dificuldade. Ele olhou por cima do ombro, fazendo menção de me ajudar.

– Estou bem. – Manquei até ele, me sentando ao seu lado. – Tudo tranquilo?

– Parece que sim. – Nada de canhões, nada de ataques. Nada.

– Pode parecer loucura, mas gostaria de um ataque. Acabar logo com isso.

– Eu sei. E ainda assim, pensar no fim é tão ruim quanto ficar aqui esperando.

– Não vai demorar mais. De hoje não passa, eu acho. Os organizadores vão armar algo.

– É. Está ficando parado demais. E eles querem ação. – Suspirou. Me encolhi, como se estivesse com frio. De fato, uma brisa leve me deixava arrepiada.

– Só um jogo. Deve ser divertido, brincar com a vida dos outros. – Não fiz questão de falar baixo. Que se dane a Capital. De vez em quando, tomar um tapa da realidade é o mais eficiente.

– Jojo. – Neville me chamou. – Posso te pedir uma coisa?

– O que?

– Se você ganhar, pode cuidar da minha família também. Não precisa ser nada demais, só...ajudar.

– O mesmo pra você. Minha avó...

– Feito. – Respirei fundo.

Minha perna continuava um pouco dolorida, mas o remédio que Aron recebera parecia ter surtido algum efeito. Infelizmente, o medicamente não resolvia minha dor psicológica.

“Neville ou Shiranui? Droga, eu não sei nem se gosto mais de leite ou de suco.”

– Bom dia. – Mikail acordou. Espreguiçou-se, se aproximando de nós.

– Ei, Mikail. – Neville falou. Fiquei de pé, pegando uma das garrafas d’água, sem responder. Bom dia no inferno, só se fosse.

– Onde vai? – O garoto do 5 perguntou, confuso.

– Pegar água. – Não tinha que dar mais que dez passos, mas minha lentidão me irritou ainda mais.

Enchi a garrafa, quase deitada na beira do lago já que não conseguia me abaixar. Quis gritar. Me contive em molhar meu rosto, trincando os dentes.

– Jojo. – Mikail se deitou ao meu lado.

– O que? – Respirei fundo.

– Aron acordou. Parece preocupado se um remédio funcionou. E Malec quer sair para caçar.

– E daí?

– É melhor ficarmos todo mundo junto. – Ele comentou, ficando de pé. – E sei que deve ser horrível depender dos outros, mas...

– Vamos. – Não queria pena. O olhar dele parecia um pouco magoado. – Desculpa. Bom dia, Mikail.

Ele me ajudou a levantar e fomos de volta para nosso círculo. Neville conversava com Malec, enquanto Aron veio até mim.

– Ei. Melhor?

– Na medida do possível. – Dei de ombros. – Vamos ter almoço?

– Sim, Pôr Do Sol. – Malec falou. – Eu e Aron vamos atrás de algum bicho. Tentem não morrer.

– Pode deixar. – Mikail riu.

– Voltamos em duas horas. – Aron falou, pegando uma das garrafas. – Nos vemos.

Os dois se afastaram, armas em punhos, prontas. Tomei um pouco d’água, olhando o alto da montanha. Suspirei. Eles estavam esperando que subíssemos? Ou então, não estariam mais lá?

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Já fazia uma hora. Mikail brincava com uma folhinha de grama, perdido nos próprios pensamentos. Devia estar pensando na irmã. Neville segurava o machado sobre os ombros.

– Lenhador. – Chamei-o, achando graça na pose. Ele se virou, ainda segurando o machado. – Posando para as câmeras? “O galã do 7.”

No mesmo instante ele abaixou a arma. Ri. Ele se sentou ao meu lado, olhando para o chão enquanto eu continuava gargalhando.

– Ei, ainda temos água? – Perguntei, depois de passada a crise de risos.

– Não muita. Posso buscar mais.

– Deixa que eu faço. – Peguei as garrafas e fiquei de pé, com a ajuda dele. Fui naquele passo lento até o lago, ainda com um sorriso leve no rosto.

Tomei o gole que sobrara da água e enchi as duas garrafas. Tinha tudo para parecer apenas um piquenique, mas é claro que não podia continuar daquele jeito.

Olhei para o alto bem a tempo. De onde pulamos para o lago, Niliria me encarava. Com um sorriso que mostrava todos seus dentes, de um jeito bizarro. Senti medo.

Com pressa, peguei as garrafas e tentei correr. Ou pelo menos, andar o mais rápido que eu conseguia. A garota fez barulho ao cair na água.

– Neville, Mikail. – Chamei os dois, apontando para o lago. Os dois me olhavam. – Niliria desceu.

– Vamos. – Neville falou, pegando as mochilas.

– Não posso correr. Vão.

– Muito tarde. – Uma outra voz nos atingiu. Olhei para trás, encontrando Niliria. Só quando ela o ergueu, percebi o tridente em suas mãos.

O resto foi tão rápido, meu cérebro não conseguia assimilar tanta informação. Neville me agarrou pelo pulso, me arrastando atrás de si. Mesmo com a dor em minha perna, eu conseguia me afastar. Conseguimos fugir de Niliria.

Neville e eu conseguimos. Quando o tiro do canhão soou, antes que as árvores tampassem minha visão, pude ver o rosto maníaco de Niliria ficar ainda mais contente, enquanto Mikail estava imóvel no chão, grandes pontos escuros em seu pescoço.

Com meus olhos cheios de lágrimas e a certeza de que não podia me dar ao luxo de parar para chorar, continuei sendo arrastada por Neville.

– Para. Por favor. – Pedi, depois de corrermos por um certo tempo. – Minha perna está doendo.

– Ok. – Neville parou, ofegante, olhando por cima dos ombros por alguém. Por Niliria. Sentei-me no chão, trêmula. – Tudo bem?

– Sim. Mas acho que abri os pontos. – Tinha certeza daquilo, mas preferia não olhar para o sangue que escorria perna abaixo.

– Isso é ruim. Muito ruim. – Ele se abaixou ao meu lado, olhando a ferida. – Temos que achar Aron.

– Ela ainda pode estar lá. – Alertei, me lembrando dos furos na garganta de Mikail. – Menos um.

– Não pense nele agora. Eu sei que é horrível, mas não pense. – Ele disse, olhando ao redor. – Temos que enviar um sinal, mas como?

– E se eles a acharam?

– Ouviríamos um canhão. Ou dois. – Ele sacudiu a cabeça, tirando aquilo da mente. – Vamos dar um jeito nisso aqui, depois pensamos neles.

– Ok. – Concordei, olhando o sangue ainda fluindo pela ferida. – Rápido.

Estávamos só nós dois. Minha ferida voltara a doer feito sabe-se lá o que e eu começava a ficar zonza. Aron e Malec ainda estavam por ai, pelo menos, bem armados. Niliria poderia estar atrás de nós. Os outros não tinham surgido ainda.

Agora sim estava pilhada em adrenalina. O relógio corria. Quanto tempo agora? Um dia? Dois? Talvez só algumas horas? E então tudo acabaria. Inclusive meu dilema sobre a quem salvar.

Não me deixei pensar naquilo, sentindo Neville amarrar um pano em minha virilha. Torniquete. Rezaria para aquilo funcionar.

Sozinhos, voltamos a nos mover, Neville apoiando-me pelo ombro.


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Notas finais do capítulo

Ai está, espero que tenham gostado .q E sim, o fim se aproxima ;-; Mas não muito, então, paciência ^~^ Bjs :3



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