Louise No Mundo Dos Sonhos escrita por Dama dos Mundos


Capítulo 6
Uma Princesa Deformada


Notas iniciais do capítulo

Antes tarde do que nunca... :3
Mais uma vez desculpando-me pela demora, minha criatividade sempre trabalha contra mim.
Espero que gostem. ^^



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Se Louise em algum momento duvidara do que foi lhe dito por Allistar, essa indecisão se foi completamente no dia posterior. Enquanto aguardava mais uma vez ser chamada, seus olhos se focaram nos grandes camarotes onde diziam ficar a família real. E ela pode divisar aqueles que ali se reuniam. O rei, com os cabelos grisalhos, o rosto enrugado e uma rala barba, que já começara a mostrar sinais de cansaço. A rainha, cujo olhar era apático e distante, de cabelos negros, também começando a perder sua cor. Ela não parecia gostar de toda aquela situação. A bem dizer, estava ali apenas pela filha.

E a moça... essa era a visão mais surpreendente ali. Não parecia muito mais velha que a própria Louise, sua idade beirando entre os doze e quinze anos. Os cabelos eram negros como os da mãe, e possuía olhos de um tom amarelado, talvez resquícios do feitiço que a fizera voltar a vida. Obviamente, aquela aparência não era a sua real, porque ela se distorcia as vezes, como um holograma com defeito. E nas raras vezes que acontecia, era possível ver um corpo devastado. Apesar de tudo, a garota exibia uma expressão perfeitamente calma. Já devia estar acostumada a tantos altos e baixos, a tantas mortes, lutas e torneios.

–Ahn... eu consigo vê-la!

Vega, um pouco a parte, desviou a atenção para a garotinha ao seu lado e fez uma careta, logo subindo o único olho para o camarote. -Parece que você ouviu falar da Princesa Hannyere, não é...

–Hanny o que?

–Hannyere... chame como achar melhor... -A espadachim deu de ombros com indiferença. -É o nome dela.

–Princesa Hannyere. -ela repetiu com mais calma, seus olhos avermelhados brilharam. -Hei, eu vou poder conhecê-la?

–Você é meio sádica, pra uma criança...ninguém quer conhecer um cadáver ambulante.

–Ora, é assim que você chama a sua princesa? Não devia haver um pouco de respeito ou algo assim?

–É assim que ela chama todo mundo, já deveria estar acostumada, pirralha... -a voz veio de trás dela. Salazar estava parado, com suas habituais cartas rodando ao seu redor e uma expressão entediada.

–Ahn... está aqui para presenciar as finais? -Vega tirou uma mecha que caia em seu olho bom e estreitou-o, o que fez o mago dar um passo para trás por precaução.

–É claro... já que certas pessoas me tiraram da lista. -fechou os olhos, espalmando as mãos, com a clara expressão de “nada a se fazer”. Louise sabia muito bem que se referia a ela, de maneira que engoliu a risada que estava prestes a dar e rodopiou ao redor dele.

–Sala, me leva para conhecer a Princesa?

–Não.

–Mas...

–Mas coisa alguma, eu não gosto de você pirralha... e pare de me chamar assim, meu nome é Salazar. Repete comigo. -segurou-a de maneira que pudesse força-la a mexer a boca. -Sa-La-Zar. Viu, não é dificil.

–Vocês dois, calem suas malditas bocas ou vou costurá-las. -Vega protestou do seu lado. A luta que estava ocorrendo parecia prestes a acabar, com a vitória beirando a favor do combatente monstruoso. Um monstro ganhando de um cavalheiro, o quão bizarro aquele mundo podia ser? Louise não compreendia... cavalheiros deveriam vencer todas as batalhas. Era o que havia aprendido, sabia disso... embora não lembrasse com quem.

Sua memória não estava nem perto de voltar. A garota tinha vislumbres de coisas que aprendera e experenciara, mas nunca sabia em que tipo de lugar morava, ou que pessoas conviviam com ela, ou sequer o que a fizera chegar até ali.

Talvez quando ela conseguisse se livrar daquele torneio estúpido, pudesse pedir a Allistar para que a ajudasse. Ele parecia saber das coisas. Ou até mesmo a Salazar -o qual sabia que tinha simpatia por ela, mas nunca adimitiria- e Vega.

Isso era assunto para mais tarde... uma coisa de cada vez, lembrou a si mesma, enquanto via o cavalheiro ser atirado longe, o que deu a vitória definitiva ao seu rival. Enquanto a correria habitual ocorria, com a arena sendo preparada para a próxima luta, ela ouviu Vega ser chamada. Era a vez dela de brilhar, novamente.

Louise acenou para a mulher cheia de cicatrizes com a mão livre. -Boa sorte, Vega!

–Eu não preciso de sorte, garota... só da minha espada...

Vega retirou sua fina espada da bainha e mostrou a ela, antes de se dirigir a arena, com seus passos rápidos e decididos. E a garota soube que aquela luta já estava decidida antes mesmo de começar...

Sobre todos os rugidos, aclamações e júbilo que abriam a próxima luta, Hannyere apenas enrolava uma mecha de seus longos cabelos negros entre os dedos das mãos. Mais uma vez Vega estava em campo, e essa era uma das suas preferidas. Por todos os anos, desde que a mulher começara a participar do torneio, mostrara ser uma campeã de peso. E sua tecnica lembrava muito com uma dança, o que a deixava especialmente empolgada, o que era ótimo para o seu corpo e espirito, ambos em degeneração.

No começo ela não gostara de tal ideia. Ver as pessoas brigando não lhe dava prazer algum, e seus pais se preocuparam que não houvesse outra forma de mantê-la intacta. Ela ia acabar desgastando-se até virar pó. O necromante tinha sido bem específico quanto a isso. Mas então apareceram verdadeiros heróis na arena, e pessoas que faziam as lutas ficarem cada vez mais emocionantes. E Hannyere aprendeu a vibrar, e a torcer. E a, de fato, fazer da luta alheia o seu sustento. Tendo toda essa empolgação armazenada e com uma aparência nova, ela não precisava se preocupar com quase nada.

Mas como dizer isso? Ela ainda não confiava plenamente no bruxo que a fizera voltar a vida. Ao contrário dos pais, deslumbrados pelo “milagre” que ele perpretara, Hanny parecia estar mais aberta a seus hábitos estranhos e assustadores. Presa naquele corpo imutável, que nunca envelhecia, apenas apodrecia, o passar lento do tempo a deixou mais sensível às personalidades das pessoas ao seu redor. E o que ela sentia ao ver o feiticeiro negro, não era nem um pouco reconfortante.

–Hanny, querida, a Estrela Cadente está em campo.

–Estou vendo, mamãe... -ela pisocu os olhos amarelados, esticando o corpo para ver melhor.

–Acho que aquela criança é a próxima.

A criança... a menina dos olhos de coelho, que vinha sabe-se lá de onde e entrara ali pela compaixão (ou pura manipulação) do Porteiro. Hannyere começara a, secretamente, torcer por ela também. Queria estar no sue lugar, e adimirava-a por conseguir usar de tanta imaginação. E por ter coragem de lutar. E por fazê-lo em questão de necessidade, enquanto ela própria, a que mais precisava, não conseguia nem derrotar um duende da floresta. Era frustrante, mas mesmo assim interessante. E então mais uma vez ela se aconchegou na cadeira muito maior que seu pequeno corpo, e focou sua atenção na arena. O show não podia parar...


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Notas finais do capítulo

Hanny aparecendo pela primeira vez... o que acharam da nossa Princesa Deformada?
Próximo capítulo terá uma luta da Vega... preparem-se!
Kisses, até a próxima



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