Like 2 Puzzle Pieces escrita por Cicy


Capítulo 2
Momentos Inconvenientes


Notas iniciais do capítulo

A cada novo nome de capítulo fico mais depressiva, então peço que ignorem eles porque só piora.

Avisando aqui que eu farei o possível para postar uma vez na semana, mas na próxima não sei se vai dar porque, como a maioria sabe, o enem está vindo aí e eu vou fazer ele, daí a semana é dedicada aos estudos e mimis. Obrigada pela compreensão e paciência de todos e desejo uma ótima leitura.



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Já era a segunda semana de aula depois das férias e, como de costume, desde que começaram a namorar, Laurih e Nathaniel iam para a escola juntos. Com as mãos unidas e os dedos entrelaçados, os braços de ambos, num ato calmo, balançavam-se para frente e para trás como um típico e doce casal adolescente apaixonado. A de cabelos em tons de roxo parecia saltitar a cada passo enquanto passava por outros alunos que faziam o mesmo caminho que eles.

Aproveitando a distração da namorada, Nathaniel mirou discretamente as vestes dela; uma blusinha justa que marcava um tanto sua silhueta fina e as pernas à mostra pelo mini short de um jeans bem escuro e estrategicamente desfiado em algumas partes. Franziu o cenho incomodado. Não via problema nas roupas de sua namorada contanto que ela usasse-as para só e apenas ele ver. O louro virou o rosto para o outro lado disfarçando a olhada que deu na menor. Ele não gostava nada, nada da possibilidade de qualquer outro cara olhar para ela. Ajeitou a gravata no pescoço folgando-a minimamente para não estragar seu visual um tanto certinho, mas deveria se controlar, tanto para não atacar nenhum marmanjo que ousasse olhar para sua garota, quanto para não atacar ela própria num momento inconveniente com beijos e carícias.

- Lau – pigarreou. – Por que está tão quietinha hoje? – questionou então. É verdade que desde que se encontraram naquela manhã tudo o que a jovem havia lhe falado fora um “oi amor” após um breve selar, e isso não era nada normal. – Você está bem?

- Estou sim, amor. – respondeu Laurih em seguida tendo a atenção do louro para si.

- Hum... – Nathaniel murmurou voltando ao mesmo silencio irritante; pelo menos para o maior. – Lau. – após outro questionamento mental ele decidiu finalmente falar uma coisinha que estava incomodando seu sono há algumas noites. A garota o olhou novamente esperando que o namorado continuasse. Pela sua expressão, provavelmente tinha uma idéia do que tanto o outro matutava em sua mente. – Eu sei que não é a primeira vez que te peço isso – começou desviando brevemente o olhar para um ponto qualquer enquanto andavam mais lentamente. – e que talvez nem seja a última, infelizmente – sua feição não era de pura alegria. Quem dera fosse de indiferença! Mas ambos ali sabiam que o que viria realmente afetava o rapaz. – mas, por favor, tenha um pouco mais de paciência e compreensão com a Ambre. – ele notou que ao citar o nome de sua irmã a outra fechara a cara numa expressão frustrada. – Eu sei que ela quase sempre é mimada e infantil, mas acontece que às vezes você a atiça e só piora a situação.

- A culpa é minha então? – Laurih perguntou num tom irônico. Não gostava de falar nesse assunto.

- Não, não é sua. Pelo menos não totalmente. – ele não queria dizer isso, ou pelo menos não daquela forma, mas não pensara em nenhuma forma melhor. Indignou-se a menor. – Olha, é que quando vocês encerram uma discussão, não fica por isso. Ela sempre enche os pacovas dos meus pais falando bobeiras de você e não adianta muito quando eu te defendo porque as alegações dela sempre os convencem.

- Então apenas não perca seu tempo me defendendo. – Laurih apresentou a solução, mas ambos sabiam que essa nem de longe era a melhor. O louro franziu o cenho repreendendo-a.

- Eu não conseguiria! – exclamou tentando, em seguida, controlar-se. – Laurih, meu amor, eu não suporto quando Ambre fala de mal de você, – mais calmo, pelo menos aparentemente, ele continuou. – mas também não gosto quando minha irmã se irrita, ainda mais quando eu sou obrigado a dar o mínimo de razão para ela. E você tem que admitir que esse tem sido o caso.

- Então temos um problema. – falou a garota vendo o mais alto menear a cabeça afirmativamente. Eles finalmente chegaram ao ponto. – Ok, Niel. Se te deixa feliz, eu prometo que evitarei cruzar o caminho da sua irmãzinha, - um pequeno sorriso aliviado surgiu então nos lábios do rapaz, porém Laurih ainda mostrava-se séria. – mas ela que não venha me irritar!

- Obrigado, obrigado meu amor. – parando de andar, Nathaniel posicionou-se na frente da namorada e espalmando suas mãos uma de cada lado do rostinho pequeno dela, aproximou seus rostos. – Eu sabia que você entenderia! – acabando com a mínima distancia entre os lábios, o louro inclinou-se um pouco para a garota e selou-lhe demoradamente. Logo fora retribuído quando Laurih envolveu o pescoço do maior com os braços e pressionou seu corpo contra o dele. Ela caminhou poucos passos para trás, assim como Nathaniel a conduziu, e sentiu uma parede atrás das costas. Uma das mãos do representante deslizou de sua bochecha para o pescoço até chegar à cintura fininha que tanto o agradava. As cabeças inclinaram-se para lados opostos em conjunto e os lábios entreabriram-se dando passagem para transformar o selinho num beijo mais intenso. – Lau... – entre o beijo surgiu à voz sufocada do louro. – nós... – ele arfou interrompendo o ato, para a frustração de ambos, e olhou para o lado lembrando-se que já haviam chegado à escola. – não é apropriado... – voltou à atenção a Laurih olhando-a entristecido. – Peggy está olhando, e não é só ela. – era compreensível que o louro tinha uma reputação a zelar diante os alunos, mesmo que nem tivesse entrado ainda na escola.

- Não se preocupe, - Laurih, num tom mais despreocupado, sussurrou-lhe no ouvido. – continuamos isso depois, quando for... Conveniente. – então, pela segunda vez já naquela manhã, a garota fez Nathaniel sorrir, e recompondo-se do beijo, o casal entrou na escola de mãos dadas debaixo do olhar dos outros alunos.

**

Aguardando que o sinal finalmente tocasse, estavam juntas Sayo, Megumitan e Finny. Viram dali Laurih e Nathaniel atravessarem o pátio direto para dentro do prédio.

- Ahhhh... Ele é tão... Lindo.

Sayo e Finny, assustadas, viraram o rosto a fim de olhar Megumitan que, após um suspiro longo, proferira as palavras. Quase tiveram um infarto pensando que a amiga estava apaixonada pelo representante de turma, mas antes que tivessem a oportunidade de questioná-la notaram que a morena olhava em uma direção completamente oposta.

- Não olhem! – praticamente implorou quando viu que Sayo e Finny iam olhar na mesma direção para saber quem era o “tão lindo” da amiga. Megumitan corou diante o olhar das garotas sobre si. – E-ele vai acabar percebendo.

- Ele quem? – a de cabelos azulados questionou um tanto por fora.

- Ora, o Kentin. – respondeu Finny obvia. – O amor platônico dela. – riu em seguida, vendo a cara de espanto de Megumitan. – O que foi?

- E-ele ‘ta vindo p-pra cá. – Megu sentiu as mãos gelarem e as pernas pareciam bambear só de pensar na possibilidade de Kentin estar vindo mesmo na direção delas. Não! Ela só podia estar vendo coisas. Em todos aqueles anos de paixão ela sempre disfarçara, pelo menos perto dele, e ele nunca havia de fato falado com ela, ou com alguma de suas amigas. Por que ele teria mudado de idéia agora e resolvido se aproximar? Megumitan piscou algumas vezes tentando convencer-se de que aquilo era apenas fruto de sua imaginação, mas não, Kentin se aproximava cada vez mais, e quando finalmente parou...

- Baixinha! – exclamou o garoto após envolver os braços em volta do corpo de Sayo e abraçá-la calorosamente. Virou a menor para si sorrindo-lhe e sendo retribuído no ato por ela. – Eu ouvi dizer que você tinha voltado para a cidade, mas não estava acreditando.

- Pois é, Kentin. - comentou a de cabelos azulados feliz em rever o amigo.

- Senti sua falta! – e tornou a abraçá-la. Kentin era sempre assim um tanto carinhoso com a menor, pois ela fora a única amizade dele que permaneceu desde o jardim de infância. – Voltei hoje para a escola, estava viajando, por isso ainda tenho que ver mais algumas pessoas, mas nos vemos depois, sim? – sem esperar uma resposta vinda da outra, o moreno inclinou-se até a testa de Sayo e beijou-lhe ali. – Até logo, Sayo. – ele olhou para as outras duas com ela e meneou a cabeça numa despedida antes de se afastar.

- Megu – Sayo chamou pela amiga quando o outro já estava numa distância segura. – Você gosta do Kentin?

- Ele-acenou-pra-mim. – falou pausadamente, extasiada. Essa era sua chance! – Sayo, de onde você o conhece?

- Nós estudamos juntos antes que eu me mudasse, mas nunca deixei de falar com ele, mesmo quando estava na escola militar. Ele sempre dava um jeito de me falar como estava, mas eu não tive a oportunidade de falar que ia voltar e, na verdade, eu queria fazer uma surpresa, mas acabou que quem se surpreendeu fui eu. – riu Sayo.

- E eu! – Megumitan exclamou no mesmo instante. – Você pode me apresentar pra ele.

- Eu? – questionou retoricamente. Ponderou um instante.

- É. – foi à vez de Finny concordar. – Ou você gosta dele também?

- Não. Ele é meu melhor amigo, mas só isso. – explicou-se Sayo. – Claro que posso te apresentar pra ele, Megu. – animou-se ao concluir que podia ajudar à amiga. – Vamos lá! – ela estendeu a mão até a outra e segurou-lhe pelo braço a fim de puxá-la até onde estava o moreno.

- Não! – negou Megumitan puxando-se para trás. – Calma, uma coisa de cada vez. E eu preciso me arrumar. – Finny e Sayo riram da forma que a garota estava afetada. – Nós veremos isso com calma depois.

**

Lí entrou as pressas na sala de aula A indo em direção a Ambre e Charlotte que estavam sentadas uma ao lado da outra conversando sobre coisas alheias.

- Ambre! – chamou pela loura puxando rapidamente uma cadeira para perto delas e sentando-se. – Eu acabei de ver o Nathaniel e a Laurih juntos, mais unidos do que nunca! – exasperou a garota de traços orientais notando a expressão nada agradável de Ambre. – E a Bia os viu se beijando na entrada da escola.

- I don’t believe it! Meu irmão é certinho demais para fazer isso em público! – falou a loura de uma forma enjoada, tentando disfarçar o incomodo com a notícia.

- É verdade. – Charlotte, que até agora só estava ouvindo, confirmou. – Eu vi também.

- Aquela menina vulgar! Ela está induzindo meu irmão a sujar sua imagem e sabe o que é pior? Ele vai acabar sujando a minha também. – grunhiu irritada batendo as mãos fechadas na mesa a sua frente. – Mas o pior mesmo é que se a diretora pegar ele fazendo isso pode tirá-lo da administração, e se tirar eu não terei ninguém para me aproveitar. – ajustou a postura na cadeira e ajeitou a franja loura que caíra sobre seus olhos azuis. – Preciso arrumar uma forma de separar eles. Preciso! – falou mais calma, determinada, enquanto analisava suas unhas pintadas de um rosa bem delicado.

**

A terceira aula do dia terminaria em instantes e os alunos estavam ansiosos para que o sinal tocasse logo anunciando o intervalo de 20 minutos. De seu lugar no fundo da sala, Pink observava o rapaz heterocrômico na fileira do lado, algumas carteiras à frente. Suspirou após um longo momento de admiração. Ele era sempre misterioso. Um mistério que ela queria muito desvendar.

A sala de aula foi preenchida finalmente pelo soar irritante do sinal e, às pressas, como se cada segundo fosse precioso, os alunos começaram a sair. Arrumando as madeixas cor-de-rosa, ela se levantou timidamente e dirigiu-se até o rapaz de roupas vitorianas.

- É... Lysandre? – sua voz saíra baixinha, quase que inaudível, mas ainda assim ele pode ouvi-la e a encarou simpaticamente.

- Oi, Pink. – cumprimentou-a pegando o restante de seu material sobre a mesa. – No que posso ajudar?

- É, na verdade, eu encontrei algo... – ela estendeu um pequeno livrinho semelhante a um bloco de notas para o rapaz.

- Ah! – animou-se Lysandre pegando-o para si. – E, para variar um pouco, você encontrou... Novamente. – riram os dois com o comentário. – Você sempre o encontra. Ou talvez ele que encontre você. Meu bloco de notas deve gostar muito de você.

- É, estranho que ele sempre aparece. – a voz dela continuava baixa, agora em meio a risinhos.

- Eu não sei o que seria de mim sem você. – após Lysandre proferir tais palavras Pink sentiu seu coração palpitar e pulsar mais rápido. Ele dissera num tom de voz mais baixo, grave, quase num sussurrar, o que fez com que todo seu corpo reagisse num arrepio. – Estou feliz que se não sou capaz de ficar dez minutos com o meu bloco de notas sem perdê-lo, quem sempre o encontre seja você. Eu confio em você. – o mais alto então notou a menor desviar o olhar para qualquer ponto e suas bochechas ficarem quase tão vermelhas quanto o cabelo de Castiel. – Obrigado. – agradeceu finalmente pondo-o junto aos outros livros em seu braço e retirou-se em seguida.

**

No pátio estava concentrada a maior parte dos alunos, em sua maioria em grupos, e o local era preenchido pelo burburinho deles. Laurih, Panda, Arashiy, Finny e Sayo estavam em circulo conversando sobre as aulas do dia quando Pink aproximou-se em passos leves com um sorriso enorme estampado nos lábios. Para todas ali, até mesmo para Sayo que às conhecia há um pouco mais que uma semana, o motivo de tanta felicidade era óbvio.

- Ele disse que confia em mim. – a voz da de cabelos em tons de rosa estava um tanto afetada. – Disse que não sabe o que seria dele sem mim! – a jovem juntou as mãos pondo-as perto do peito e piscou meigamente algumas vezes tendo um olhar diferente de cada uma sobre si.

- O que seria dele sem todas nós, né? – Laurih manifestou-se em defesa. – Mal sabe ele...

- Deixa a menina ser feliz, Lau. – Finny interrompeu a amiga jogando para trás a franja platinada que caíra sobre os olhos. Riu da situação em que se encontrava Pink.

- Pois é. – concordou Pink finalmente recompondo-se, não por muito tempo. Virou o rosto para Panda e olhou-a agradecida. – Obrigada por ter me entregado o bloquinho. – é, porque Pink tinha que admitir que toda aquela história de amor havia se tornado um jogo de “caça ao bloquinho de notas” para todas as suas amigas. Assim, quem encontrasse primeiro entregava a ela e ela ao Lysandre. O fato é que o heterocrômico perdia o bloco de notas tantas vezes no dia que ela repetia a devolução várias vezes.

- Não tem de que. – Panda respondeu em seguida. – Pelo menos desta vez ninguém precisou pegar o bloquinho escondido da mochila dele. – e todas encararam Arashiy no mesmo instante.

- O que? – questionou erguendo as mãos em defesa. – Eu não tenho culpa. Queria encontrar o bloquinho pelo menos uma vez. – falou fazendo um biquinho manhoso e franzindo o nariz, o que evidenciou as sardas naquela região branquinha de seu rosto. – E ele ainda não tinha perdido o maldito do bloco de...

- Ai!

Arashiy foi de repente interrompida pelo grito de dor que Sayo deu aparentemente do nada. A menor olhou para trás tão rápido que pode pegar no flagra o sorriso traquino nos lábios da pessoa que lhe dera um belo de um puxão no cabelo. Os olhos negros da garota semicerraram-se numa expressão nada agradável enquanto miravam os acinzentados de Castiel sob algumas madeixas vermelhas. O mais alto distanciava-se sem tirar sequer um segundo o olhar da face da outra. Parecia estar se divertindo.

Após aquela troca de olhares nada romântica, Sayo virou o rosto voltando a encarar as outras garotas que a olhavam interrogativas. O que tinha acontecido ali? A de cabelos azulados levou a mão à região na cabeça que latejava devido ao puxão e passou a massagear ali. Ainda frustrada prendeu um sorriso fraco no canto dos lábios.

- Acho que agora a vingança dele acabou. – falou ela ajeitando as mexas desta vez. A dor era ruim, mas era um alívio estar finalmente livre da tensão de passar perto do ruivo. Ela não sabia o que esperar.

- Agora é só fazer como todo mundo e evitar o caminho dele ao máximo. – aconselhou Finny percebendo a amiga assentir com a cabeça.

**

O sinal do término do intervalo já havia tocado há cinco minutos e os alunos, sem aparente pressa, voltavam as suas salas. Da mesma forma, Laurih caminhava para o segundo corredor, especificamente para a Sala B, onde teria matemática, porém, antes que finalmente chegasse, seus passos foram interrompidos quando uma garota de cabelos castanhos enfeitados por um arco cor-de-rosa e de feição esnobe atravessou seu caminho; Bia. Laurih revirou os olhos em frustração e tentou mudar seu caminho, mas foi impedida novamente.

- O que foi? – questionou jogando seus longos cabelos de mechas roxas para trás. – Não vê que eu quero passar?

- Sim, mas antes eu tenho um recado da Ambre pra você. – falou Bia sorrindo da mesma forma falsa que, segunda as lembranças de Laurih, ela sempre sorrira.

- Eu não quero saber de nada que a Am...

- Mas é uma coisa muito importante! – vendo o descaso da outra, Bia apressou-se em interrompê-la. – Ambre quer se desculpar com você.

- Quer o que? – Laurih por pouco não teve um ataque de risos bem ali no corredor. Mas que piada era aquela? Após recompor-se, o que não demorou, ela notou que a feição da morena estava séria. Seria mesmo aquilo verdade? Pigarreou. – Bem, caso isso fosse verdade, porque ela não veio então? – quis saber.

- Ela está no laboratório. – explicou Bia. Era estranho, mas enquanto falava ela parecia extremamente sincera. – Me pediu para vir te avisar que ela quer falar com você. – fez uma breve pausa ao observar o corredor ficar cada vez mais vazio. – Ambre me disse que não quer mais ver o irmão triste por causa das intrigas de vocês.

- Espera. – falou Laurih um tanto suspeita. – Você quer que eu acredite que de um segundo a outro o projeto ruim de Barbie quer ser minha amiga? – mais gargalhadas. Aquela era a piada do século! Mas porque Bia não ria?

- Não vou dizer “querer ser sua amiga” – da forma como falara até parecia que ninguém no mundo queria ser amiga de Laurih, mas ok, a de cabelos roxos preferiu não protestar. – mas dar uma trégua.

Laurih ponderou um momento. Uma trégua parecia ser possível. Olhou em volta notando poucos alunos ali, a maioria já estava em suas salas, talvez até já estudando novamente, mas seu professor ainda não havia chegado. Talvez desse tempo falar com Ambre antes que a aula começasse.

Despedindo-se de Bia, mesmo tendo aquela sensação de uma pulga atrás da orelha, Laurih correu para o terceiro corredor e subiu o mais rápido possível as escadas que davam para o andar de cima. Olhou por um breve momento o extenso corredor; não havia ninguém. Será que a aula de Ambre já tinha começado?

Cautelosamente, a jovem foi até a porta do laboratório que, para sua sorte, estava apenas encostada. Olhou como pode para dentro da sala não vendo vestígio algum de Ambre entre os alunos. Bateu forte o pé no chão. Como foi boba! Talvez, provavelmente, Ambre nem sequer havia estado lá e era só um plano de Bia... Não! Foi com certeza a Barbie de 1 real que teve a idéia “brilhante” de atrasar Laurih.

Frustrada e um tanto desesperada, a aluna desceu as escadas quase tropeçando em seus próprios pés e correu para o segundo corredor. Antes de alcançar a porta da sala, porém, deu de cara com Nathaniel que, como sempre, após o intervalo, inspecionava os corredores para se certificar de que ninguém estava fazendo hora ali. Ao ver a namorada parada a sua frente, levou sua mão a testa franzida e suspirou tentando controlar-se.

- Laurih! – exclamou ele. A menor sabia que estar ali era um problema, pois já algumas vezes o louro havia pedido para que ela evitasse estar nos corredores alheiamente e, mesmo tendo seus motivos naquele momento, seria complicado explicá-los.

- Eu sei, eu sei... – rendeu-se tentando evitar uma discussão. – Não foi de propósito, eu...

- Nunca é. Acontece Laurih que eu sempre acoberto você, - Nathaniel começou a falar, interrompendo a outra. – e essa história de “fingir que não te vi” está me causando dores de cabeça porque as pessoas estão notando...

- Ei! Mas eu nunca pedi para você “fingir” que não me viu. – esbravejou Laurih irritada com o estresse do namorado.

- Ah, vai dizer então que nem sequer esperava que eu fizesse isso? – retrucou o maior.

- Desculpa, Nath – de repente a voz da aluna ficou falsamente branda e um tanto irônica. – mas você deve estar me confundido com a sua “adorável” – enfatizou o adjetivo fazendo aspas com os dedos ao pronunciá-la. - irmãzinha, porém, ao contrário dela, eu não tenho a intenção de me aproveitar do seu cargo administrativo na escola. – viu Nathaniel revirar os olhos frustrado. – É, você sabe que eu tenho razão, só não quer admitir.

- Lá vem você falar da minha irmã. Ninguém tinha citado a Ambre nessa conversa. – arfou o louro irritando-se com a frieza da menor.

- Quer saber? Faça o que você quiser, ok? Não precisa me acobertar. – afirmou Laurih decidida a acabar com aquela troca de palavras desnecessária. – Se quiser fingir não me ver, finja. Se quiser fazer seu trabalho e me dar uma advertência, então faça isso. – ela se aproximou um tanto ficando de ponta de pés para encarar bem de perto o rosto do representante de turma. – Agora, se me dá licença, - falou muito baixo, quase num sussurro, embora irritada. – eu tenho uma aula para assistir. – e sem mais qualquer palavra vinda de ambos, Laurih distanciou-se e desviou do louro, indo para a sala de aula.


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Notas finais do capítulo

Spoiler Capítulo 3:

"Desviou o olhar então, mas em seguida, quase que automaticamente, repetiu o ato. Desta vez mordeu o lábio inferior e apertou o tecido grosso da calça após imaginar algo em sua mente pervertida. Deveria parar."

Opa! Até a próxima.



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