I'll Love You For A Thousand More escrita por Sonamy


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei, desculpa T^T



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Cap 3

Acordei com um barulho extremamente alto. Era o celular da Vinyl tocando, ambas acordamos assustadas.

–O que é isso...?- Eu murmurei esfregando os olhos.

–Desculpe- Ela começou a mexer no celular e o barulho logo parou- Era o despertador, esqueci de ajustar.

–Que horas são?

–Cinco e meia...

Eu suspirei e voltei a deitar.

–Ainda temos uma hora.- Eu murmurei com o rosto no travesseiro.

Vinyl se deitou também e voltamos a dormir. Pelo menos eu tentei, não consegui dormir de novo.

–Octavia...- Vinyl murmurou depois de uns cinco minutos- Está acordada?

–Sim. Eu vou levantar e preparar o café da manhã. Pode tomar banho se quiser.

Levantei-me e fui para a cozinha, Vinyl me seguiu.

–O que você costuma comer de manha?- Perguntei, antes de qualquer coisa.

–Prepare o que você come- Ela disse sorrindo, provavelmente deu essa resposta para facilitar o preparo, mas acabou dificultando. Então eu fiz alguns pães na chapa, algumas torradas, leite, café e coloquei tudo na mesa, junto com açúcar, chocolate em pó, manteiga, suco de uva e geléia de morango.

–Puxa, você come tudo isso no café da manhã?- Ela comentou enquanto passava geléia na torrada.

Peguei um pão na chapa e enchi meu copo com leite e achocolatado. Durante nosso café da manha, prestei atenção no que Vinyl comia e na quantidade que ela comia. Após comermos bastante, Vinyl foi tomar um banho rápido e eu arrumei nossas malas. Quando ela saiu do banho, eu entrei. Lavei a crina, vesti o roupão e voltei para o quarto, esqueci de pegar as roupas. Vinyl estava lá olhando a vista do terceiro andar. Quando cheguei, ela transferiu a atenção para mim. Eu a ignorei, mas seu olhar me perseguiu, me deixando corada. Fui para o banheiro novamente, mas deixei meu sutiã cair no meio do caminho. Quando me dei conta, já estava no banheiro com a porta trancada. Vinyl bateu.

–Octy, você deixou cair uma coisa.

Abri uma fresta da porta e peguei o sutiã. Vestida e de crina penteada, fui à sala de musica e peguei o violoncelo.

Vinyl me esperava na sala, ouvindo musica.

–Vamos?- Eu abri a porta e nós saímos.

Era uma linda manhã, as pessoas já preenchiam as ruas e Vinyl não parava de falar, entusiasmada, sobre tudo de diferente que víamos.

Vinyl’s P.O.V.

A cidade era realmente linda. Com arranjos de flores espalhados por toda parte. A maioria das lojas era formada por dois andares, o primeiro para comércio e o segundo como moradia. As pessoas pareciam ser bem ricas e esnobes, andavam com celulares caros em mãos e roupas de grife. Ao passarmos na frente de uma padaria, o cheiro de pão me atraiu. Paramos lá para comprar nossos lanches, pois era bem mais barato que na cantina da escola.

Logo chegamos à escola. Derpy e Lyra se aproximaram de nós.

–Bom dia- Lyra disse com um sorriso. Ela usava capacete e proteção nos joelhos, cotovelos e mãos.

–Bom dia!- Octavia respondeu. Andamos mais um pouco e deixamos as mochilas debaixo de uma arvore.

–Por que está assim?- Não resisti à curiosidade e perguntei.

–Ah! Isso? Derpy tem que fazer um curta com o tema “esportes e amizade”. Ela quer que eu faça o papel principal, junto com a Bon Bon.

Derpy apareceu voando. Ela usava uma camiseta escrita “luzes, câmera, ação!” e segurava uma filmadora. Ao pousar, acabou caindo e derrubando a filmadora. Ajudamos ela a se levantar e lhe entregamos a filmadora.

–Obrigada- Ela disse tirando a poeira se sua roupa.

–Então, o que vai acontecer nesse curta?- Octavia perguntou.

–Começa com Lyra andando de skate. Então ela, sem querer, tromba com a Bon Bon e elas começam a conversar. Faremos algumas cenas no parque, delas brincando, conversando e essas coisas. Que tal?

–Vai ficar incrível!- Exclamei.

–Quero ver quando ficar pronto- Octavia disse.

–Hey, que coincidência vocês duas chegarem ao mesmo tempo aqui- Lyra disse pensativa.

–Na verdade...- Octavia disse- Estamos morando juntas.

Derpy e Lyra começaram a saltitar, dar gritinhos de alegria e nos envolveram em um grande e confortante abraço. Octavia e eu nos olhamos e comemoramos junto com elas.

O sinal tocou e Octavia entrou para a aula de redação. Segui para a aula de pintura, um ateliê no final do corredor do primeiro andar. No corredor, haviam vários quadros feitos por alunos. Era uma sala pequena, mas com muitas coisas. Tinha dois armários grandes cheios de tinta guache, aquarela, acrílica e óleo. Uma montanha de telas estava num canto da sala. Varios apoios para tela estavam espalhados pela sala, com copos e pinceis apoiados. Entrei na sala e me sentei um uma mesa. Pude ouvir alguns instrumentos sendo tocados, pois a sala de musica ficava ao lado da de artes. A professora logo chegou, com um avental sujo, crina enrolada e solta e um vestido verde claro. Ela falava muito baixinho, nos forçando a ficar em silêncio. A aula passou bem divagar, ela nos explicou sobre como usar pinceis, quando trocar de água, que tipo de tinta usar e qual o tamanho certo da tela. Após um exercício chato onde tínhamos que escolher um pincel e pintar formas numa folha com tinta aquarela, a professora nos passou um dever de casa. Teríamos que escolher um tema entre os cinco escritos na lousa e fazer um esboço para pintar na próxima aula.

A outra aula foi de efeitos visuais. O professor preparou uma apresentação no computador para explicar o que faríamos durante o bimestre. Ele leu umas cinco paginas em voz alta e nos mandou fazer uns exercícios da apostila. Antes de a aula acabar, ele perguntou se todos tínhamos computador e nos mandou fazer uma apresentação de slides sobre “o nascimento de Equestria” com, no mínimo, seis paginas e uma foto em cada uma.

Na hora do lanche, alguns alunos trabalhavam no mesmo projeto que Derpy, haviam várias pessoas com patins, bicicletas e skates. Fiquei com uma nova amiga que fiz na aula de artes, mas meus pensamentos voltaram à Octavia.

Eu dormi muito bem, o cheiro dela me relaxou e, em um momento, eu parei de ouvir musica para ouvir sua respiração. Durante a madrugada, acordei com ela virada para mim e eu quase por cima dela. Octavia roncava um pouco e dormia profundamente. Eu resolvi não me mexer para não acordá-la. Pelo menos essa é a desculpa que eu dera para mim mesma por ter ficado com o corpo por cima dela.

Acordei de meus pensamentos quando a pegasus que estava ao meu lado balançava a pata na frente de meus olhos.

–Vinyl, está me ouvindo?

–Sim, apenas estava imaginando a cena. Desculpe.

–Então, aí eu...- O sinal tocou, a interrompido- Aff. Tchau, Vinyl. Até mais.

Ela se levantou e seguiu para longe. Continuei imóvel. Olhei para meu lanche, não comi nada. De repente senti uma mão quente tocar meu ombro. Ela Octavia.

–Vinyl, você tem planos para depois da aula?- Ela perguntou se apoiando na arvore.

–Não... Por quê?- Me levantei e fomos juntas para dentro d prédio da escola.

–Derpy nos convidou para ir ao parque.

–Ok, vamos.

–Qual sua aula agora?

–Canto.

–A minha também!- Ela sorriu, pegou minha mão e andamos até a sala.

Na sala, havia um piano, varias cadeiras de frente para uma lousa, um pequeno armário pregado na parede com pregos dentro, que seguravam varias flautas doce. Um professor com bigodes e crina grisalhos esperava sentado em um banquinho de frente para o piano, esperando os alunos entrarem.

Nos sentamos na segunda fileira de cadeiras e esperamos que a aula começasse. O professor começou a falar metáforas sobre o canto de um canário e o som das ondas do bar beijando a areia. Eu e, metade dos outros alunos, não entendemos nada. Depois ele se levantou, apoiou em sua bengala e foi até o piano.

–Vamos treinar escalas musicais em grupo novamente- Ele disse- Juntem-se aqui, próximo ao piano. Agora, metade fica à direita do piano e a outra metade à esquerda- Ele foi dizendo e nós o obedecíamos- Certo, vocês são o grupo um, e vocês, o grupo dois. Agora, quero que o grupo um me acompanhe, cantando “A” de acordo com as notas.

O grupo um cantou lindamente, seguindo as escalas. Era minha vez agora. Com vergonha, comecei baixinho, mas depois criei coragem e cantei até mais alto que todos. O professor, então pediu que cantássemos um de cada vez. Quando chegou a vez de Octavia, sua voz ecoou pelo andar todo, fazendo passarinhos repetirem o som e um arrepio percorrer minha espinha. Ele anotou alguma coisa em seu bloquinho. Era minha vez, o professor contou até três e começou a tocar a escala. Eu perdi a entrada e ele me deixou tentar novamente. Respirei fundo e prossegui. Após desastrosos segundos de vergonha, o professor me parabenizou pela “linda voz em tom soprano”. Eu corei, mesmo sem entender direito o elogio. Novamente ele anotou algo em seu bloquinho, e percebi que fazia com todos os alunos. Após cada um ter cantado individualmente, voltamos a nos sentar e ele explicou que anotara o tom de nossas vozes. Disse que cada foz era como um flauta. Ele pegou três flautas de tamanhos diferentes no armário e pediu que dois alunos se juntassem a ele e segurassem uma flauta. Uma das pôneis acenou para Octavia, que piscou como retorno.

–Quem é?- Murmurei.

–Minha amiga da orquestra, ela toca flauta transversal. Aquela de lado.

Ficamos em silêncio e voltamos a atenção ao professor.

–Esses modelos de flauta são: sopranino, contralto e baixo. Eles produzem sons mais graves e mais agudos. Vejam- Ele tocou a escala na flauta maior. Era um som grave e alto- Suelen, poderia tocar a escala na sua flauta, por favor?- A garota afirmou com a cabeça e começou a tocar a flauta de tamanho médio, era mais aguda que a outra- Rafael, sua vez.- O outro garoto tocou usa pequena flauta, era tão aguda quanto o canto de um pássaro. Chegava a doer os ouvidos- Notaram a diferença? Suas vozes também são diferentes. Vou listar os nomes e tipos de voz de cada um, anotem.

Ele começou a narrar a lista. Eu tinha voz tom soprano e Octavia, conseguia atingir contralto, tenor e baixo. O professor disse que, por hoje, era só isso. O sinal tocou e saímos. Minha próxima aula era de Desenho computadorizado. Se passaram dez minutos e o professor não chegava. Depois uma pônei com aspecto cansado, cabelos avermelhados e grisalhos na raiz e que usava óculos vermelho subiu no palco e começou a falar em um tom superior. Quando os alunos a perceberam, ficaram calados e se arrumaram nas cadeiras.

–Olá, o professor não pôde comparecer pois teve um imprevisto. Essa aula será vaga, porem não façam barulhos altos.- Ela era a diretora. Eu pude reconhecer, pois tinha ido na reunião de começo do ano.

No instante que ela se retirou, todos voltaram a falar. A maioria, assim como eu, juntou as coisas e foi para o campus.

Me sentei em baixo de uma árvore e coloquei os fones de ouvido, coloquei uma musica no volume máximo. Fechei os olhos, e quando me dei conta estava cantando o ritmo da musica. Não baixinho, não numa altura normal, estava cantando extremamente alto. Quando abri os olhos, um unicórnio (macho) se sentou debaixo de uma arvore próxima a mim. Ele carregava um violão consigo. Começou a tocar o ritmo que eu cantava. Cantei mais um pouco e ele repetiu, olhando para mim com um sorriso. Tirei os fones e comecei a cantar em tom baixo Babs Seed. O unicórnio parecia saber o que eu cantava, pois me acompanhou perfeitamente. No refrão ele cantou comigo e mostrou sua bela voz. Se levantou e se aproximou de mim. Meu coração começou a bater mais rápido, mas continuei cantando. Ele ficou de pé, na minha frente e, quando a musica acabou, disse:

–Sou Light Guitar.

–Sou Vinyl.- Tirei a mochila do caminho e ele se sentou ao meu lado.

–Você canta bem- ele disse em um tom sedutor.

–Obrigada, você toca muito bem e sua voz é linda.- Me afastei alguns centímetros dele devagar.

–Que musica era aquela que você estava cantando, antes de Babs Seed?

–Posso... Ouvir?- Ele perguntou me olhando.

Peguei o fone e voltei para o começo da musica. Ele parecia gostar, tanto que tirou a musica no violão. Depois ele começou a tocar e cantar Smile. Eu acompanhei como Backing vocal. Ele parou de tocar.

–Canta comigo, sua voz é linda de mais para ficar como acompanhamento.

Eu corei na hora. Mas sorri e recomeçamos a musica. Acabamos cantando uma versão acústica linda, varias pessoas filmaram. Quando terminamos, começamos a conversar. Descobri que ele sempre morou em Canterlot, desde pequeno faz aulas de violão e violino. Gosta de tortas de amora e cookies com gostas de chocolate. Escuta rock pesado e clássico. Gosta de escrever musicas e de cantar. Detesta uma vizinha, que é apaixonada por ele e que não para de tentar fazê-lo retribuir o sentimento. Mora com a irmã mais nova e o pai, a mãe morreu em um acidente de carro.

O sinal bateu e nós entramos. Tinha aula de efeitos sonoros.

Cap 3

Acordei com um barulho extremamente alto. Era o celular da Vinyl tocando, ambas acordamos assustadas.

–O que é isso...?- Eu murmurei esfregando os olhos.

–Desculpe- Ela começou a mexer no celular e o barulho logo parou- Era o despertador, esqueci de ajustar.

–Que horas são?

–Cinco e meia...

Eu suspirei e voltei a deitar.

–Ainda temos uma hora.- Eu murmurei com o rosto no travesseiro.

Vinyl se deitou também e voltamos a dormir. Pelo menos eu tentei, não consegui dormir de novo.

–Octavia...- Vinyl murmurou depois de uns cinco minutos- Está acordada?

–Sim. Eu vou levantar e preparar o café da manhã. Pode tomar banho se quiser.

Levantei-me e fui para a cozinha, Vinyl me seguiu.

–O que você costuma comer de manha?- Perguntei, antes de qualquer coisa.

–Prepare o que você come- Ela disse sorrindo, provavelmente deu essa resposta para facilitar o preparo, mas acabou dificultando. Então eu fiz alguns pães na chapa, algumas torradas, leite, café e coloquei tudo na mesa, junto com açúcar, chocolate em pó, manteiga, suco de uva e geléia de morango.

–Puxa, você come tudo isso no café da manhã?- Ela comentou enquanto passava geléia na torrada.

Peguei um pão na chapa e enchi meu copo com leite e achocolatado. Durante nosso café da manha, prestei atenção no que Vinyl comia e na quantidade que ela comia. Após comermos bastante, Vinyl foi tomar um banho rápido e eu arrumei nossas malas. Quando ela saiu do banho, eu entrei. Lavei a crina, vesti o roupão e voltei para o quarto, esqueci de pegar as roupas. Vinyl estava lá olhando a vista do terceiro andar. Quando cheguei, ela transferiu a atenção para mim. Eu a ignorei, mas seu olhar me perseguiu, me deixando corada. Fui para o banheiro novamente, mas deixei meu sutiã cair no meio do caminho. Quando me dei conta, já estava no banheiro com a porta trancada. Vinyl bateu.

–Octy, você deixou cair uma coisa.

Abri uma fresta da porta e peguei o sutiã. Vestida e de crina penteada, fui à sala de musica e peguei o violoncelo.

Vinyl me esperava na sala, ouvindo musica.

–Vamos?- Eu abri a porta e nós saímos.

Era uma linda manhã, as pessoas já preenchiam as ruas e Vinyl não parava de falar, entusiasmada, sobre tudo de diferente que víamos.

Vinyl’s P.O.V.

A cidade era realmente linda. Com arranjos de flores espalhados por toda parte. A maioria das lojas era formada por dois andares, o primeiro para comércio e o segundo como moradia. As pessoas pareciam ser bem ricas e esnobes, andavam com celulares caros em mãos e roupas de grife. Ao passarmos na frente de uma padaria, o cheiro de pão me atraiu. Paramos lá para comprar nossos lanches, pois era bem mais barato que na cantina da escola.

Logo chegamos à escola. Derpy e Lyra se aproximaram de nós.

–Bom dia- Lyra disse com um sorriso. Ela usava capacete e proteção nos joelhos, cotovelos e mãos.

–Bom dia!- Octavia respondeu. Andamos mais um pouco e deixamos as mochilas debaixo de uma arvore.

–Por que está assim?- Não resisti à curiosidade e perguntei.

–Ah! Isso? Derpy tem que fazer um curta com o tema “esportes e amizade”. Ela quer que eu faça o papel principal, junto com a Bon Bon.

Derpy apareceu voando. Ela usava uma camiseta escrita “luzes, câmera, ação!” e segurava uma filmadora. Ao pousar, acabou caindo e derrubando a filmadora. Ajudamos ela a se levantar e lhe entregamos a filmadora.

–Obrigada- Ela disse tirando a poeira se sua roupa.

–Então, o que vai acontecer nesse curta?- Octavia perguntou.

–Começa com Lyra andando de skate. Então ela, sem querer, tromba com a Bon Bon e elas começam a conversar. Faremos algumas cenas no parque, delas brincando, conversando e essas coisas. Que tal?

–Vai ficar incrível!- Exclamei.

–Quero ver quando ficar pronto- Octavia disse.

–Hey, que coincidência vocês duas chegarem ao mesmo tempo aqui- Lyra disse pensativa.

–Na verdade...- Octavia disse- Estamos morando juntas.

Derpy e Lyra começaram a saltitar, dar gritinhos de alegria e nos envolveram em um grande e confortante abraço. Octavia e eu nos olhamos e comemoramos junto com elas.

O sinal tocou e Octavia entrou para a aula de redação. Segui para a aula de pintura, um ateliê no final do corredor do primeiro andar. No corredor, haviam vários quadros feitos por alunos. Era uma sala pequena, mas com muitas coisas. Tinha dois armários grandes cheios de tinta guache, aquarela, acrílica e óleo. Uma montanha de telas estava num canto da sala. Varios apoios para tela estavam espalhados pela sala, com copos e pinceis apoiados. Entrei na sala e me sentei um uma mesa. Pude ouvir alguns instrumentos sendo tocados, pois a sala de musica ficava ao lado da de artes. A professora logo chegou, com um avental sujo, crina enrolada e solta e um vestido verde claro. Ela falava muito baixinho, nos forçando a ficar em silêncio. A aula passou bem divagar, ela nos explicou sobre como usar pinceis, quando trocar de água, que tipo de tinta usar e qual o tamanho certo da tela. Após um exercício chato onde tínhamos que escolher um pincel e pintar formas numa folha com tinta aquarela, a professora nos passou um dever de casa. Teríamos que escolher um tema entre os cinco escritos na lousa e fazer um esboço para pintar na próxima aula.

A outra aula foi de efeitos visuais. O professor preparou uma apresentação no computador para explicar o que faríamos durante o bimestre. Ele leu umas cinco paginas em voz alta e nos mandou fazer uns exercícios da apostila. Antes de a aula acabar, ele perguntou se todos tínhamos computador e nos mandou fazer uma apresentação de slides sobre “o nascimento de Equestria” com, no mínimo, seis paginas e uma foto em cada uma.

Na hora do lanche, alguns alunos trabalhavam no mesmo projeto que Derpy, haviam várias pessoas com patins, bicicletas e skates. Fiquei com uma nova amiga que fiz na aula de artes, mas meus pensamentos voltaram à Octavia.

Eu dormi muito bem, o cheiro dela me relaxou e, em um momento, eu parei de ouvir musica para ouvir sua respiração. Durante a madrugada, acordei com ela virada para mim e eu quase por cima dela. Octavia roncava um pouco e dormia profundamente. Eu resolvi não me mexer para não acordá-la. Pelo menos essa é a desculpa que eu dera para mim mesma por ter ficado com o corpo por cima dela.

Acordei de meus pensamentos quando a pegasus que estava ao meu lado balançava a pata na frente de meus olhos.

–Vinyl, está me ouvindo?

–Sim, apenas estava imaginando a cena. Desculpe.

–Então, aí eu...- O sinal tocou, a interrompido- Aff. Tchau, Vinyl. Até mais.

Ela se levantou e seguiu para longe. Continuei imóvel. Olhei para meu lanche, não comi nada. De repente senti uma mão quente tocar meu ombro. Ela Octavia.

–Vinyl, você tem planos para depois da aula?- Ela perguntou se apoiando na arvore.

–Não... Por quê?- Me levantei e fomos juntas para dentro d prédio da escola.

–Derpy nos convidou para ir ao parque.

–Ok, vamos.

–Qual sua aula agora?

–Canto.

–A minha também!- Ela sorriu, pegou minha mão e andamos até a sala.

Na sala, havia um piano, varias cadeiras de frente para uma lousa, um pequeno armário pregado na parede com pregos dentro, que seguravam varias flautas doce. Um professor com bigodes e crina grisalhos esperava sentado em um banquinho de frente para o piano, esperando os alunos entrarem.

Nos sentamos na segunda fileira de cadeiras e esperamos que a aula começasse. O professor começou a falar metáforas sobre o canto de um canário e o som das ondas do bar beijando a areia. Eu e, metade dos outros alunos, não entendemos nada. Depois ele se levantou, apoiou em sua bengala e foi até o piano.

–Vamos treinar escalas musicais em grupo novamente- Ele disse- Juntem-se aqui, próximo ao piano. Agora, metade fica à direita do piano e a outra metade à esquerda- Ele foi dizendo e nós o obedecíamos- Certo, vocês são o grupo um, e vocês, o grupo dois. Agora, quero que o grupo um me acompanhe, cantando “A” de acordo com as notas.

O grupo um cantou lindamente, seguindo as escalas. Era minha vez agora. Com vergonha, comecei baixinho, mas depois criei coragem e cantei até mais alto que todos. O professor, então pediu que cantássemos um de cada vez. Quando chegou a vez de Octavia, sua voz ecoou pelo andar todo, fazendo passarinhos repetirem o som e um arrepio percorrer minha espinha. Ele anotou alguma coisa em seu bloquinho. Era minha vez, o professor contou até três e começou a tocar a escala. Eu perdi a entrada e ele me deixou tentar novamente. Respirei fundo e prossegui. Após desastrosos segundos de vergonha, o professor me parabenizou pela “linda voz em tom soprano”. Eu corei, mesmo sem entender direito o elogio. Novamente ele anotou algo em seu bloquinho, e percebi que fazia com todos os alunos. Após cada um ter cantado individualmente, voltamos a nos sentar e ele explicou que anotara o tom de nossas vozes. Disse que cada foz era como um flauta. Ele pegou três flautas de tamanhos diferentes no armário e pediu que dois alunos se juntassem a ele e segurassem uma flauta. Uma das pôneis acenou para Octavia, que piscou como retorno.

–Quem é?- Murmurei.

–Minha amiga da orquestra, ela toca flauta transversal. Aquela de lado.

Ficamos em silêncio e voltamos a atenção ao professor.

–Esses modelos de flauta são: sopranino, contralto e baixo. Eles produzem sons mais graves e mais agudos. Vejam- Ele tocou a escala na flauta maior. Era um som grave e alto- Suelen, poderia tocar a escala na sua flauta, por favor?- A garota afirmou com a cabeça e começou a tocar a flauta de tamanho médio, era mais aguda que a outra- Rafael, sua vez.- O outro garoto tocou usa pequena flauta, era tão aguda quanto o canto de um pássaro. Chegava a doer os ouvidos- Notaram a diferença? Suas vozes também são diferentes. Vou listar os nomes e tipos de voz de cada um, anotem.

Ele começou a narrar a lista. Eu tinha voz tom soprano e Octavia, conseguia atingir contralto, tenor e baixo. O professor disse que, por hoje, era só isso. O sinal tocou e saímos. Minha próxima aula era de Desenho computadorizado. Se passaram dez minutos e o professor não chegava. Depois uma pônei com aspecto cansado, cabelos avermelhados e grisalhos na raiz e que usava óculos vermelho subiu no palco e começou a falar em um tom superior. Quando os alunos a perceberam, ficaram calados e se arrumaram nas cadeiras.

–Olá, o professor não pôde comparecer pois teve um imprevisto. Essa aula será vaga, porem não façam barulhos altos.- Ela era a diretora. Eu pude reconhecer, pois tinha ido na reunião de começo do ano.

No instante que ela se retirou, todos voltaram a falar. A maioria, assim como eu, juntou as coisas e foi para o campus.

Me sentei em baixo de uma árvore e coloquei os fones de ouvido, coloquei uma musica no volume máximo. Fechei os olhos, e quando me dei conta estava cantando o ritmo da musica. Não baixinho, não numa altura normal, estava cantando extremamente alto. Quando abri os olhos, um unicórnio (macho) se sentou debaixo de uma arvore próxima a mim. Ele carregava um violão consigo. Começou a tocar o ritmo que eu cantava. Cantei mais um pouco e ele repetiu, olhando para mim com um sorriso. Tirei os fones e comecei a cantar em tom baixo Babs Seed. O unicórnio parecia saber o que eu cantava, pois me acompanhou perfeitamente. No refrão ele cantou comigo e mostrou sua bela voz. Se levantou e se aproximou de mim. Meu coração começou a bater mais rápido, mas continuei cantando. Ele ficou de pé, na minha frente e, quando a musica acabou, disse:

–Sou Light Guitar.

–Sou Vinyl.- Tirei a mochila do caminho e ele se sentou ao meu lado.

–Você canta bem- ele disse em um tom sedutor.

–Obrigada, você toca muito bem e sua voz é linda.- Me afastei alguns centímetros dele devagar.

–Que musica era aquela que você estava cantando, antes de Babs Seed?Posso... Ouvir?- Ele perguntou me olhando.

Peguei o fone e voltei para o começo da musica. Ele parecia gostar, tanto que tirou a musica no violão. Depois ele começou a tocar e cantar Smile. Eu acompanhei como Backing vocal. Ele parou de tocar.

–Canta comigo, sua voz é linda de mais para ficar como acompanhamento.

Eu corei na hora. Mas sorri e recomeçamos a musica. Acabamos cantando uma versão acústica linda, varias pessoas filmaram. Quando terminamos, começamos a conversar. Descobri que ele sempre morou em Canterlot, desde pequeno faz aulas de violão e violino. Gosta de tortas de amora e cookies com gostas de chocolate. Escuta rock pesado e clássico. Gosta de escrever musicas e de cantar. Detesta uma vizinha, que é apaixonada por ele e que não para de tentar fazê-lo retribuir o sentimento. Mora com a irmã mais nova e o pai, a mãe morreu em um acidente de carro.

O sinal bateu e nós entramos. Tinha aula de efeitos sonoros.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado, bjs ;)



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