Horóscopo, toddynho, vestiário masculino e GaLe (Parte Final)

– Hey baixinha, vem comigo!

Gajeel me arrastou para longe do ginásio. Era um lugar bonito, agradável e que guardava uma enorme árvore no centro. Árvore que eu já havia visto antes...

– Está vendo essa árvore? Era aqui que eu costumava ficar quando não estava aprontando algo ou recebendo advertências.

– Aqui é muito bonito.

– É sim. Que tal selarmos nossa amizade nessa árvore?

– O-o que??

Gajeel ficou rindo. Eu o olhei espantada. Já sonhei isso antes, só que de uma forma bem mais constrangedora.

– Podemos escrever aqui: Gajeel e Levy, Levy baixinha e Gajeel, Gajeel super fodástico e Levy...

– GaLe.

– Ahn?

– GaLe, podemos escrever GaLe.

– Okay.

Gajeel escreveu na árvore “GaLe” e desenhou asas em volta.

– O que essas asas significam?

– Sei lá, acho que são as asas que vão nos levar para o Paraíso do Ponchá.

– Você acredita no Paraíso do Ponchá?

– Claro, porque não?

– Você é estranho.

– O que??

– É, que tipo de maluco escreve nomes de “amigos não tão amigos” em uma árvore?

– Eu!

– Aah, gomen.

– Não seja tão rabugenta, esse é um belo lugar para selar nossa amizade. Talvez, se nós nos separarmos, vamos sempre nos lembrar de que estamos selados aqui.

Fiquei sem saber o que dizer. Eu estava gostando daquilo. Aquela palavra “GaLe” gravada na árvore parecia sorrir para mim. Estranho, não é?

– Okay, vamos selar nossa amizade aqui.

– Me dê sua mão.

Meio hesitante, uni minha mão a mão do Gajeel e com outra mão vazia tocamos a árvore. Então, uma luz dourada nos iluminou e saímos voando em direção ao paraíso do ponchá, montados em Unicórnios coloridos que vomitavam toddynho e potes de nutella... Só que não!

– Pronto.

– Vamos logo para o refeitório, meu mini estômago está com fome.

Gajeel sorriu para mim e caminhamos para o refeitório. Nunca vou me esquecer desse dia. O dia que o horóscopo esteve terrivelmente certo, o dia que várias coisas bestas aconteceram, o dia que eu e o Gajeel ficamos mais próximos do que nunca...

– Hey minna! Temos que comemorar, Gajeel entrou para o time!! – Ah para, Natsu!

– Uhuuuuu!! – Nem vem, Luu-chan!

– Festinha na minha casa, hoje à tarde.

– Naquele seu barraco?! Nem sonhando.

– Cala a boca, cueca gelada, vamos para a casa da Lucy, então!!

– Nem rola, meu chichi está lá, não vai curtir a ideia.

– Na casa da Erza?

– Nunca vou levar você a minha casa, seu arruaceiro!!

Enquanto Natsu procurava inutilmente um local para fazer uma festa de comemoração, eu não conseguia desviar os olhos daquela árvore. Não sei dizer por que, mas essa ação me marcou muito...

– Tá tudo bem, Levy-chan?

– Ahn? Ah... Acho que sim.

– Se você quiser desabafar, estou aqui.

– A verdade é que eu não sei explicar o que estou sentindo no momento, mas se desvendar, conto a você.

– Okay, arigatou.

Olhei para Gajeel e ele estava muito feliz. Mas porque eu estou sentindo esse aperto no coração? E porque meu braço engessado está doendo??

– Aiii carolho!!!!

– Baixinha?

Ah sim, eu estava debruçada na mesa em cima do meu braço. Que maluca!!

– Tá tudo bem, não se preocupe.

Não fique rubra, não fique rubra.

– Okay.

Porque eu estou rubra, quimera??

Kuso!!

Sala de aula, ouvindo One Ok Rock à todo vapor..

O sensei de alguma coisa estava mexendo os lábios freneticamente, mas não tive a mínima vontade de tirar o fone do ouvido e ouvir o que ele falava. Até alguém arrancar meus fones.

– Ow homúnculo, não pode me incomodar outra hora?!

Gajeel estava rindo silenciosamente enquanto o sensei de alguma coisa me encarava incrédulo.

– Para fora da minha sala agora!!

Quer dizer que eu chamei um sensei de homúnculo? Minha petulância está evoluindo!!

Diretoria..

– Se você fizer massagem nos meus pés não irei te dar advertência.

É memo?! Hey horóscopo do capiroto, você não me avisou que isso iria acontecer!!

Dia Seguinte, tentando dormir, mas sem possibilidades já que Redbull-san está com seu pé na minha cara...

– Hey baka, pode tirar o pé da minha cara?

– Gomen, estou dormindo.

– Dane-se, tire esse carolho daqui agora!!

– Mas que boca suja! O que acha de lavar ela com sabão?

– O que você acha de sair da minha cama? Mais precisamente do meu quarto??

Antes de vocês pensarem besteira (sei que vocês tem mentes hentai! Somente uma mente hentai reconhece outra mente hentai!) deixe me explicar o fato.

“Ontem foi o dia de jogarmos aqui em casa. Ficamos jogando SH até tarde e minha Hihi abençoada pelo ponchá (ironia) não quis deixar o Redbull-san ir embora. Resultado: ele acabou dormindo no meu quarto, na minha cama e com os pés em cima da minha cara!”

– Sua cama é macia, não me tire daqui.

Puxei o pé gigante do Redbull-san da minha cara e joguei seu corpo no chão. Sorri vitoriosa, porém ele me jogou no chão junto a ele.

– Aaaah!! Hihi me tire daqui, esse cara é psicótico!! Hihi!!

– Cala a boca, ela vai pensar que eu estou te violando!

– Mas você está me sufocando! Você é obeso, esqueceu?

– E daí?

– E daí nada, me tira daqui Hihi!!

Redbull-san tampou minha boca e sua aura terrivelmente negra surgiu. Não senti medo, estava acostumada.

– Uhn..

Ele me encarou e eu mordi seus dedos.

– Mas que droga, baixinha!!

– Muahahaha!

Corri até a porta e tropecei nos fios do computador.

– Aaaaah!!

– Bem feito, pirralha inexperiente. Não sabe nem correr direito.

– Cala a boca, retardado!!

– Baixinha.

– Acéfalo.

– Antissocial.

– Obeso.

– Tábua de passar.

– Você me chamou de que??

– Tábua de passar.

– Eu vou matar você!!!

Pulei em cima dele, que ainda estava no chão, e comecei a socá-lo.

– Essas cócegas, são ótimas!

– Não são cócegas, eu estou te socando!!

– Nem parece.

Chutei-o várias vezes e ele não parava de rir. Já tá me estressando!!

– Mas quimera!! Pare de fingir que não sente nada!!

– Não finjo, gosto de você.

– Ahn?

– Você é uma boa garota, uma boa amiga.

– Não, eu estava falando de cócegas...

– Não é fácil admitir, mas eu gosto mesmo de você. Gosto também das suas cócegas e do jeito que me bate, é kawaii.

Encarei seu rosto sem assimilar as coisas. Ele também me encarava, rindo. O clima ficou estranho, ficou leve. Senti vontade de abraçá-lo e dizer o quanto eu o odiava, mas quando eu estava prestes a fazer isso, uma vaca azul apareceu na porta.

– Muuuuuuuuuu! Muuuuuuuuu??

Mentira, ela não falou isso...

– O café está na mesa! O que vocês estão fazendo??

Gajeel olhou para o chão e eu acompanhei seu olhar. Ele estava encostado na parede onde fica a cabeceira da minha cama e eu estava sentada à sua frente segurando sua mão e muito próxima a ele.

Hey, não fique rubra, carolho!!