Trabalho comunitário é mais do que acompanhar um pirralho ao atravessar a rua...

No ginásio

– Vou dividir vocês em quatro grupos de seis pessoas. Cada grupo terá uma tarefa específica. Grupo A...

– Hey Luu-chan, o que você está fazendo aqui? Você não estava livre?

– É que eu não quis deixar vocês sozinhos.

– Você não quis deixar o Natsu sozinho, é diferente.

Soquei o estomago do Gajeel pelo comentário desnecessário.

– N-não Gajeel, eu só queria ficar perto de v-vocês.

– Entendemos Luu-chan, fique tranquila. Redbull-san não irá falar mais nada inconveniente.

–...Grupo C: Gajeel Redfox, Natsu Dragneel, Gray Fullbuster, Levy Mcgarden, Lucy Heartfilia e Juvia Loxar. A propósito, Juvia e Lucy, por que vocês estão aqui?

– Queremos apoiar nossos amigos!- Avá, Juvia!

– Aye, Erza-senpai!!- Avá², Luu-chan!

– Okay, grupo C, vocês terão que auxiliar as crianças na travessia da rua. Posso contar com vocês?

– Aye, Erza-senpai!

– Ótimo. Mãos a obra, minna!!

Caminhamos até chegar perto de um ponto de ônibus. Era lá que estavam os pirralhos com carinhas fofas nos aguardando.

– Yo pirralhos, como estão?

– Pirralhos? Quem você pensa que é, seu bocó de cabelo rosa!- Essa fala foi a de um dos pirralhos fofos.

– Alto lá, viemos apenas ajudar vocês a atravessar a rua.

– Não somos mais crianças, podemos andar sozinhos. Somos maiores que essa baixinha de cabelos azuis!

– Hey hey, mais respeito com a Levy! – Redbull-san diz, encarando os pirralhos.

– Ah é, o que você vai fazer se não a respeitarmos, hein metaleiro esquisitão?!

Perai, só eu posso chamar o Redbull-san de metaleiro esquisitão!

– Vou arrancar seus dentes, um por um. Adoro torturar pirralhos catarrentos!

– Fica quieto Gajeel, são apenas crianças, não sabem o que falam.

– Somos mais maduros que você, baixinha antissocial.

Agora me estressou!!

– Como é que é, seu projeto de delinquente? Agora sou eu quem vai arrancar seus dentes!!

– Levy-chan, se acalme, não podemos machucá-los! – Cala a boca, Luu-chan!

– Mas são uns filhos de uma pulga!!

– Mesmo assim, não podemos fazer nada contra eles!

De algum lugar saíram três garotos estranhos que nos abordaram.

– Ora ora, então é assim que a Fairy Tail se comporta fora das quatro paredes?

– Quem são eles? – cochichei para Redbull-san.

– Sabertooth. Esse ai é o Sting Eucliffe.

– Porque está fora do seu colégio, Eucliffe? – Natsu perguntou ao loirinho.

– Estava me sentindo sufocado, decidi respirar novos ares. E vocês, me parece que estão ajudando pirralhos a atravessarem a rua?

– Não somos pirralhos, seu loiro metido a besta. - Pirralho chatinho...

– Xiu, está atrapalhando minha concentração. Ah, sabe no que eu estava pensando, Dragneel? Estava pensando no quanto seria bom termos uma revanche. Ainda não me esqueci daquele jogo que você me derrotou.

– Outra hora, estou ocupado.

– Nada disso, vamos lutar. Agora!

Enquanto Natsu e o tal de Eucliffe lutavam, eu, Juvia e Luu-chan nos sentamos no meio fio e ficamos a contemplar tudo aquilo. Gray e Gajeel também entraram na briga. Gray lutava contra Rufus e Gajeel lutava contra Rogue Cheney. Enquanto isso, os pirralhos atravessaram a rua sozinhos e nos mostraram língua. Somente um pirralho mostra língua para alguém!

– Gray-sama! Tome cuidado!!

– Okay, eu estou bem.. Aii!!

Gray leva uma cotovelada no abdômen e Juvia corre para socorrê-lo. Gostei do golpe, Sr. Esquisitão.

– Eu sou melhor que você, rosado. Pelo menos eu tenho namorada.

– Aé? Eu também tenho.

– E quem é essa louca?

– Ah, perai. Hey Lucy, quer namorar comigo?

– O que? Ahn, eu... Er... AYE!!

– Ótimo! Viu, agora eu tenho namorada.

Luu-chan quase vomitou os rins de tanta emoção. Que medo!

– Arrrg!!

Gajeel leva um soco em local indefinido e ajoelha no chão.

– Redbull-san!! Você está bem??

– Baixinha...

Olhei para a cara do vampiro-gótico e mostrei língua para ele. Verdade, somente um pirralho mostra a língua para alguém!

Ele ficou sem entender, então aproveitei para chutá-lo do mesmo jeito que eu chuto o Gajeel, só que muito mais forte. Ele também se ajoelhou no chão e ficou se contorcendo.

– Gomen, mas é que você machucou meu protetor.

– Você que é minha protetora, se esqueceu? - Falou Redbull-san, em meio a gemidos.

– Trocamos os papéis. Vamos? Você tem que ir para a enfermaria.

– Hey Fairy Tail, aguardem. Irei mandar um recado para Makarov-senpai agora mesmo.

Ignoramos o velho babão (acho que é o diretor da Sabertooth) e seguimos de volta ao colégio.

Gray estava apoiado em Juvia e Gajeel estava apoiado em mim. Natsu era o único que conseguia andar com as próprias pernas, por isso ficava se vangloriando por ter derrotado duas vezes o tal de Sting.

– Duas vezes! Duas vezes! Você sabe o que é isso, Lucy?

– Sei, duas vezes!!

– Aye!!

Os dois estão muito animados, acho que beberam ponchá antes de saírem do colégio.

Apesar de tudo, estávamos felizes, pois tínhamos nos divertido. O nosso problema era aguentar os xingues de Erza Scarlet.

– Vocês são realmente uma vergonha para o Fairy Tail. Como puderam se envolver em confusão com a Sabertooth? Sinceramente, eu pensei que podia confiar em vocês, mas me enganei. Vocês agem como crianças, despreocupados, irresponsáveis. Isso não é atitude de garotos de 15 e 16 anos! Será que eu vou ter que ficar repetindo, repetindo até vocês entenderem? Eu não...

Não estava aguentando o discurso. Tive que interferir.

– Hey Erza-senpai, cala a boca.

Bem, não queria ter interferido assim, mas saiu...

– O que?

– É, cala a boca. Estamos cansados de ficar ouvindo suas reclamações, você está sendo muito dura com a gente. Poxa, temos que aproveitar a vida como se ela fosse curta, e se for para vivê-la como crianças, que assim seja. Não podemos adiantar as coisas e amadurecer rápido, se possível for, vamos atrasar a nossa passagem para a vida adulta! Tenho certeza de que você está cansada, então relaxe e curta a vida com a gente!

– Concordo baixinha.

Erza me olhava com um olhar impressionado. Aposto que ela nunca imaginou que eu iria calar sua voz algum dia.

– A nanica está certa, Erza, você está muito atarefada.

Nanica? Olha só quem fala! O senhor é menor que eu, sabia?? Pelo menos, eu acho.

– Mas, Makarov-senpai, eu...

– Calada Erza. Quero que você tire férias do corpo estudantil, por pelo menos um mês. Quero que relaxe e se divirta com seus amigos.

– Mas eu...

– Erza, fique calada. – Disse Jellal, colocando a mão sobre o ombro direito da Erza. Eles são tão fofos juntos!!

– Vou comprar vodka e quando voltar quero todos os pirralhos irresponsáveis na minha sala, sem exceções.

O resultado é que Makarov-senpai mandou o diretor da Sabertooth para o Ponchá que pariu ele e nos mandou continuar ajudando nos trabalhos comunitários, mas dessa vez sem sair do colégio.

– Hey Levy, como você teve coragem de falar daquela forma com a Erza-senpai?- Juvia perguntou.

– Sei lá,deixei fluir.

– Acho que a Erza tinha que ouvir aquilo.

– Também acho, Gray-sama!

Caminhamos até a saída e Erza-senpai me chamou.

– Levy!

Confesso que senti um pouco de medo, mas ela não parecia querer me matar.

– Arigato!

– Ahn?

– Pelo que me disse, ajudou muito.

– Mas eu não quis ser grosseira com você...

– Não foi, eu é que estava sendo grosseira com vocês. Gomen a todos! Vocês podem me perdoar?

– Ah Erza, você ainda pergunta??? Vem cá me dá um abraço!! – Essa é a Luu-chan.

Então demos um abraço coletivo na Erza, que se sentiu muito honrada. Após isso, cada um seguiu para sua casa, exceto eu, que fui para casa do Redbull-san. Ele não estava bem.

– Está doendo muito?

– Só um pouco.

– Olha, meu braço ainda está mobilizado, mas acho que posso servir de apoio para você.

Gajeel ficou rindo. Com certeza deve ter imaginado uma baixinha servindo de apoio para um grandão.

– Estou falando sério, do que você está rindo?

– Você não existe, pequena.

– Pior que existo. Agora para de ser chato e me deixe te ajudar, aproveite que eu estou de bom humor.

Ele colocou o braço em volta do meu ombro e saímos caminhando pelas ruas que estavam começando a ficar escuras.

– Por que você está de bom humor?

– Por incrível que pareça eu não me azarei hoje.

– Acho que eu me azarei no seu lugar.

– Realmente. Como você pode ser socado por aquele projeto-de-gótico-mal-amado?

– Sei lá, acho que me empolguei e acabei perdendo o foco.

– Você é muito bocó.

– E você me ama.

– Não mesmo! O que te faz pensar isso?

– Boa pergunta.

Sorri um pouco incerta. Não gosto de pensar em amor e coisas melosas, me dão náusea.

– Vai ficar cuidando de mim?

– Vou. Você vai ser meu cachorro.

– Um cachorro? Não pode ser um gato?

– Não, já temos o Lily. Você será meu cachorro, eu vou ser sua dona e vou cuidar de você.

Gajeel sorriu. Talvez não esteja acostumado a receber cuidados. Eu também não estou, nunca tive alguém que se preocupasse comigo assim.

– Só tem um único detalhe.

– O que?

– Gomen, Redbull-san, mas não sei cozinhar.

– Aff.