De Repente É Amor escrita por Thais


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiii amorecos,

74 pessoas tão acompanhando a história e 2.381 acessando.. Que tal mais reviews? Fantasmas temidos, please, apareçam!

Gente fora isso, boa leitura!



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Cato Waters, um bobo apaixonado cheio de esperanças.

Nunca cogitei que uma cadeira de rodas pudesse ser tão divertida. É obvio que o motivo, razão ou circunstância que te faz ficar impregnado com a bunda nisso é horrível. Mas, com essa nova cadeira de rodas cedida pelo melhor hospital da cidade, eu me sinto uma pessoa extremamente feliz guiando Clove pelos corredores quase sem vida.

No corredor que antecedia o nosso, por pouco não caímos da escada e batemos em uma velinha que subia a escadaria. Clove me deu um soco no braço, fraco como sempre. A risada dela ecoava no 9º andar, o que me fazia sorrir como um bobo apaixonado cheio de esperanças.

Você é um bobo apaixonado cheio de esperanças, idiota, pensei.

De fato eu sou. Mas, quem em terra não se apaixonaria por Clove Evans, a eterna estressada?

Soltei minha respiração com o pensamento, entrando em seu quarto.

[...]

O dia passava um pouco deprimido enquanto eu lia uma revista qualquer e refletia sobre as palavras de Finnick.

Ele pareceu não se contentar em esperar um dia e fez questão de vir visitar Clove. Como ela estava dormindo no momento, eu fiquei com a responsabilidade de falar com a Enobaria mais tarde. Seria o seguinte: Clove iria fazer outra tomografia para ver a situação de seu cérebro, assim facilitando o tratamento. Por fim, ela iria passar por uma ressonância magnética para ter a certeza de que ela já podia começar com a fisioterapia. Hoje mesmo ou amanhã, o teste de reflexo seria feito.

As noticias dos últimos dias faziam meu coração dar batidas falhas. Clove já estava acordada a mais de uma semana e hoje completava um mês que o acidente tinha ocorrido. As chances de melhora são relativamente grandes, porém, as chances de uma recaída inesperada são inevitáveis.

É nesses momentos que tento manter minha mente positiva, mas a vida é cruel o suficiente para prender a ideia de que tudo por cair outra vez em minha cabeça.

O som do ­bip do pequeno despertador laranja me fez largar a revista e dar uma ultima olhada em Clove. Ela continuava dormindo, abraçada a um pequeno travesseiro. O peito dela subia devagar e já não tinha mais nenhum fio ligado a ele, nem pacotinhos de soros pendurados ao seu lado. Caminhei até a porta e assim que cheguei ao corredor de quartos, me sentei na nada confortável cadeira de couro falso. Agora era assim, no meio da tarde eu ou outra pessoa que estivesse com Clove, devia a deixar sozinha por uma hora para poder dormir.

– Seu nome é Cato, não é? – uma voz rouca me fez arregalar os olhos e me virar para o lado. O homem deveria ser apenas alguns centímetros mais alto que eu. A pele é pálida e ele não tinha cabelos. Encarei os olhos verdes dele e assenti com a cabeça. – Ah, que bom. Procurei por você nos andares de cima e é obvio que não achei.

– Eu geralmente fico aqui. – respondo. Me ajeitando melhor na cadeira de couro falso.

– Então você é o namorado de Clove... Enobaria me falou muito sobre você.

Engoli em seco olhando para baixo. Odiava essas perguntas. Odiava mais ainda por ao mesmo tempo saber e não saber a resposta. É como um paradoxo estúpido. Meu suspiro quase saiu como um grunhido antes de falar. – Sim, quero dizer, não. Hum, é algo complicado... você sabe.

– Sim. Eu sei bem o que você quer dizer e acredite em mim, não imaginaria ver minha filha namorando sério. Não imaginaria que alguém cuidasse dela dessa maneira. Eu deveria socar a sua cara, talvez parecesse coerente porque não quero que nenhum homem fique tão perto de Clove. Mas, você está cuidado dela tão bem pelo o que soube que honestamente Cato, você é uma pessoa maravilhosa.

Não consegui segurar o sorriso. Estendi minha mão para ele, a apertando. – Brutus, certo? – ele maneou a cabeça. – Eu só estou fazendo o mínimo. Sua filha merece muito mais do que isso.

– É cruel saber como ela está... Eu ainda nem a vi.

– O que aconteceu entre você e Enobaria? – perguntei rapidamente, tapando minha boca em seguida. Eu devia estar rubro ao extremo, mas Brutus não pareceu se incomodar, pelo contrario, engatou uma conversa comigo.

[...]

Quando Brutus disse que me contaria sobre a história, imaginei que seria algo estrelinha. A ideia de que ele simplesmente me falasse sobre a separação dominou minha cabeça. Mas, quando ele começou a contar os mínimos detalhes, minha boca se abriu em um perfeito ‘o’. Me surpreendia a cada frase que ele terminava.

Primeiro, ele e Enobaria mesmo estando divorciados, continuavam a ter um relacionamento escondido sem consentimento de Clove. Enobaria inclusive está grávida de dois meses.

– Então você está me dizendo que mesmo separados, continuaram juntos e ainda estão esperando um bebê? – perguntei pasmo, assim que ele terminou de falar.

– Linda história, não? Estamos esperando outro filho, ou filha. Quem sabe.

– Parece ser complicado.

– Existem coisas mais complicadas que isso. Mas, quando algo é simples demais se torna chato. – falou ele, dando um tapinha no meu joelho.

Ouvi um pigarreado feminino e logo Cashmere estava a nossa frente, exibindo seu sorriso branco e certinho. – Finnick já voltou. Vamos lá?

Alevantamos-nos e caminhamos, ambos com um sorriso aberto. Daquele tipo de sorriso que você consegue ver de costas. Como dito, Finnick já estava no quarto mexendo nos pequenos pés de Clove. Enobaria estava ao seu lado, murmurando algumas coisas inaudíveis.

Assim que meu viu Clove sorriu, antes me chamar pelo nome. Fui até ela acompanhado de Brutus, que se sentou na poltrona ao lado da cama.

– Pequena, sabe quem sou eu? – perguntou ele, segurando suas mãos. Apoiei-me sobre a poltrona.

Clove fez como nas últimas vezes em que alguém lhe perguntou a mesma coisa. Ela franziu as sobrancelhas e pendeu a cabeça para o lado direito. – Pai? – ela murmurou.

Me afastei um pouco, deixando Clove e os pais conversando como se nada tivesse acontecido.

A ideia de ela não se lembrar de mim voltou como a rapidez da luz. Sorri fraco para os meus próprios pés, sentindo um pequeno vazio se formar em meu peito. Aquele tão temido vazio.

Finnick pareceu perceber meu incomodo e me chamou para sair do quarto.

– Você tem os dentes tão bonitos Cato, porque não sorri? – Finnick usou seu tom charmoso e irônico. Ele parece um pavão.

– Me de um bom motivo, doutor. – disse, indiferente.

– A fisioterapia dela começa logo. Se isso não for bom suficiente para você, recomendo que de meia volta e vá embora.

– Você está falando sério?

– Sim – ele e Cashmere responderam juntos. Ela sorriu de canto enquanto Finnick passava por mim. – Finalmente uma notícia boa, não é?

– Finalmente... Vamos a algum lugar?

– Pegar o almoço dela – respondeu, apertando o botão do elevador. – Sabe Cato, eu estive pensando nesses dias... Acho que seria bom escrever para Clove.

– Tipo cartas?

– Clove tem um gênero difícil e vai demorar em recuperar a memória. Mas vai. Você deveria tentar algo que ela gostasse.

– Ela gosta de ler, dormir, vodka, música e também...

– Isso! Música. Mande músicas para ela. Escreva algo que a vai fazer lembra-se de você. Algo que diga como você se sente sem ela e o quanto quer que ela se recupere. – saímos pela porta do elevador, passando pelos corredores menores antes de entrar na cozinha.

– Você acha que vai dar certo? – pergunto.

– Eu não sei Cato, mas você vai tentar.


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