Coletânea escrita por zoluve, Nyo
O silêncio e a calmaria da enorme, solitária e tradicional casa japonesa para seu dono eram tão naturais quanto a própria luz do sol, as flores que cresciam em seu belo jardim ou o canto dos rouxinóis nas belas árvores.
Moveu a porta deslizante de madeira e papel de kozo, andou pelo piso de madeira e por fim ajoelhou-se sobre o tatame, servindo um pouco de chá para o grego que encontrava-se do outro lado da mesa.
– Por que demorou, Kiku?
– Desculpe-me Heracles-san, creio que acordei demasiadamente tarde. Novamente peço perdão.
– Esqueça. – Bebericou um pouco do chá. – Tenho conhecimento de seu esforço hercúleo para deixar esse lugar perfeitamente em ordem, afinal faz poucos dias que mudou-se.
– Mas... Acordar tarde continua sendo um péssimo hábito.
– Talvez.
Observou enquanto o japonês calmamente se levantou, andou até a porta que dava vista para o jardim, deslizando-a. Sorriu ao notar a feliciade do outro ao observar as cerejeiras ao longo do terreno, aquela primavera seria realmente linda.
Fez o mesmo, seguiu-o até o deck de madeira, em seguida abraçou-o por trás, sorrindo suavemente por causa das bochechas levemente avermelhadas de vergonha do companheiro.
– V-você realmente acha que não há problema algum morar comigo e deixar tudo para trás? – Disse virando a cara, tentando esconder o rosto rubro.
– Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que ama.
– Admiro tanto a sua filosofia e poesia, realmente ela é muito linda e sem dúvida admiro muito isso em você. – Disse nervosa e diligentemente, porém foi interrompido por um beijo.
– Como diriam: Todo homem é poeta quando está apaixonado.
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