I Miss Being Loved. escrita por Shasha das Alcaparras


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Fiz na pressa e ouvindo NAQUELA MESA do tio Nelson G.



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- Dia dos pais? - Indagou, arqueando as sobrancelhas. Acabou por adentrar seu escritório, sendo seguido pelo seu fiél mordomo. Sentou-se sobre a poltrona acolchoada de tonalidades vinho, relaxando seu pequeno corpo por completo e, por fim, cruzando as pernas. Apoiou seus cotovelos sobre a mesa e fitou o mordomo de trajes impecáveis à sua frente. - Apenas uma dia como qualquer outro.

O garoto praticamente cuspira as palavras, fazendo um mínimo sorriso adornar os lábios finos de Sebastian, que estava fazendo daquilo um jogo. Estava claramente jogando com os sentimentos do pequeno conde, oque era deveras interessante. Seus olhos castanhos seguiam qualquer mínimo ato de seu mestre, surpreendendo-se quando o garoto - mesmo que involuntariamente - pressionara a madeira da mesa com seu dedo indicador.

Mas oque aquele mínimo ato tinha de tão surpreendente? Há alguns anos, a verdadeira mansão Phantomhive fora consumida pelas chamas, a atual mansão era apenas uma réplica perfeita da antiga. Mesmo sendo uma réplica, as memórias do Phantomhive haveriam de continuar, afinal, Ciel observara Vincent trabalhar muitas vezes naquela mesa.

- Retire-se, Sebastian. - Disse Ciel. Fez um gesto para que Sebastian se retirasse, recebendo uma reverência da parte do mordomo. Após a saída do homem de fraque negro, deixou-se cair sobre a mesa, cansado. Levou a destra até o peito, fechando a mão aos poucos. Estava doendo, estava doendo muito. - Merda, Sebastian!

Sabia que o mordomo lhe levara até a cidade de propósito, tinha certeza. Sempre era assim, no dia dos pais e, principalmente, no dia das mães. Crianças e jovens com seus pais percorriam as ruas, de mãos dadas ou não, apontando para os presentes desejados ou simplesmente chorando por não poder ganhá-los. E Ciel os odiava, odiava todos eles. Não era inveja, mas sim raiva pelo fato deles não darem valor ao que tinham.

Cerrou os punhos, abaixando a cabeça e fechando os olhos o máximo que podia. Não iria chorar, não era um fraco. Ele era forte, vivia para sua vingaça: era por isso que Sebastian estava ao seu lado, não era? Levantou-se da mesa e se escorou na porta, observando a mesa na sala. Muitas vezes, Vincent lhe contara histórias, e todas elas Ciel guardara e sabia de cor. Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha, fazendo-o limpá-la com as costas da mão esquerda.

Nem em mil anos iria admitir, mas estava com saudades. Não só de Vincent, mas sim de sua vida antiga: de seu cachorro, de seu pai, de sua mãe. De sua tia Ann, até mesmo de Elizabeth. Sus pernas tremeram, oque o fez relaxar seu corpo e deixar-se escorregar pela porta, sentando-se no chão. Acabou por se encolher e abraçar os próprios joelhos, escondendo seu rosto e deixando algumas lágrimas rolarem. Estava sozinho, não precisava bancar o forte. - Mãe. Pai. - Murmurou, enterrando a cabeça sobre os joelhos.

Duas batidas na porta foram o suficienta para o menino levantar-se abruptamente, secando as lágrimas desajeitadamente. Embora houvessem pequenas manchas d'água sobre seus shorts e camisa, não se importava, Sebastian jamais desconfiaria. Ele havia criado uma máscara perfeita para seus sentimentos.

- Jovem mestre? - Girando a maçaneta, o mordomo adentrou o escritório. Não era bobo, havia escutado o som das lágrimas de seu mestre, principalmente os soluços e murmúrios do mesmo. Sabia que Ciel precisava de carinho, amor. Todos os humanos precisavam, era algo comum. Com passos lentos, aproximou-se do garoto, erguendo seu queixo com o polegar. - Não se envergonhe, jovem mestre. Todos precisam de amor.

Óbviamente, Ciel tentara desvencilhar-se de Sebastian, mas tudo oque conseguira fora ser prensado contra a parede. Sebastian segurava seus pulsos, colocando uma de suas pernas por entre as do menor. Ciel fechou os olhos e virou o rosto para o lado, era inútil lutar contra um demônio. Tão inútil quanto lutar contra seus sentimentos. Sentiu Sebastian unir ambos os lábios, depositando um beijo casto, descendo o beijo para seu pescoço.

Ciel suspirou e levou ambas as mãos até os cabelos do mordomo, acariciando de leve. Que mal faria deixar-se entregar ao demônio? Já havia caído no abismo, de qualquer jeito. Já o pertencia. - Sebastian. - Chamou-lhe a atenção, jogando a cabeça para o lado e fazendo o tapa-olho cair. - É uma ordem. Me ame como jamais amou alguém, e se não puder fazê-lo, finja.

Com um sádico sorriso em lábios e os olhos brilhando no mais puro vermelho, começara a descasar os botões da roupa que seu mestre trajava. A marca do contrato brilhara, não lhe restando opções. E com um sussurro rouco - e até mesmo sexy - próximo ao ouvido do menor, disse: - Yes, my lord.


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Notas finais do capítulo

Não, eu não voltei. Mas eu TINHA que escrever isso, pois a ideia ficou martelando na minha cabeça o dia inteiro. -3- Espero que gostem, nee~ Ah, Stephanie Mostavenco, eu te amo. ♥ Não teve muito yaoi, mas o Ciel precisa ser amado, poxinha. u_u E... Sei lá, eu gostei. '3' E o título não tem muita coisa haver, né? É. Beijinhos ;*