Família escrita por Kamyuu


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Gente, mais uma one-shot da minha coleção. Essa foi um pedido especial da usuária Yume. Gostei muito da ideia que ela propôs e tentei agradecê-la - com esse humilde "presente" - os reviews que ela deixou em histórias anteriores. Muito obrigada! Agradeço a todos que vêm comentando e me "apoiando" de algum jeito. I ♥ U!
Bom, não sei se ficou muito do seu agrado Yume, mas eu fiz de coração, espero que tenha conseguido honrar sua sugestão.
Oh, alguém viu o episódio de sábado? Morri aqui e ressuscitei em 10 segundos. Apesar de ter achado que ele passou tão rápido, foi incrível. Posso falar que amei o Kagami provocando Murasakibara. Hehe, e ri mais ainda com ele tendo um fio de sua sobrancelha cortada. Dios... Perfect!
Enfim, falando sobre a história aqui, posso adiantar que alguns momentos que Tetsuya lembrou, estará em outras ones. Não sei quando elas sairão, porque ainda preciso de todo o enredo e tal, mas chega de falar, né? Hehe, quando começo não paro mais!
Boa leitura.



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"A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.”

Léon Tolstoi

Hoje haviam dado mais um passo importante na vida de sua pequena família, uma que refletiria totalmente no modo de viverem atualmente. Durante todos os anos que se passaram, Tetsuya e Taiga juntaram cada centavo que puderam para compra uma casa, o que não foi nada fácil quando estavam pagando aluguel do apartamento de Kagami, roupas, comida, medicamentos e tudo mais que se implicava em gastos familiares. Mas no final, eles deram um jeito, economizando o quanto podiam – além de terem uma parcela da herança do avô de Taiga – e três anos depois, eis que estavam agora na sala de sua nova habitação.

A casa podia não ser tão grande, mas era boa o bastante para viverem sabendo que não precisariam ter que deixar o dinheiro do aluguel separado. Havia uma suíte que seria deles, um quarto para Tenshi e outro menor, banheiro, cozinha, e, incrivelmente a sala era bem mais larga que os outros cômodos. Parecida até com a do antigo apartamento, só que essa não teria a sacada, apenas um quintal que saía pela porta da cozinha. E Tetsuya não poderia estar mais feliz com essa realização.

Teria espaço suficiente para criar Tenshi – seu filho que daqui há alguns meses completaria seus quatro anos – e a pequena que crescia em sua barriga. Não estava confirmado ainda, pois pelas contas, estava na décima quarta semana e ainda era cedo para saber o sexo. Porém, aquele instinto lhe dizia que seria uma menina dessa vez. E ele confiava nisso. Funcionou da primeira, pelo menos.

Sorrindo de lado – algo que se tornou comum para ele depois que teve Tenshi – verificou a cozinha e os armários de parede que nela tinha. As caixas com as coisas do antigo lar, agora eram empilhados numa grande fileira no canto esquerdo, evitando que atrapalhasse a circulação pelo ambiente. Coisa que gostou, afinal, não seria bom que ele ou seu filho tropeçassem em algo e caíra de cara no chão. Não seria muito bom na sua situação.

Pensar na criança que crescia em seu ventre arrancava mais um sorriso fácil. Não havia planejado engravidar, mas como da ultima vez, simplesmente aconteceu. E quem era ele para ficar bravo com esse fato? Afinal, Tetsuya e Taiga foram os culpados por não terem usado proteção. Mas quando se tinha algo tão precioso se formando dentro de si, algo acontece. Ele vê por outros olhos a vida, e o mesmo acontecia agora, quando olhava para o pequeno menino ruivo, que parece muito com seu pai, correndo curioso e alegre em busca de Nigou*. Valia a pena o esforço que fazia para vê-lo assim. Saber que foi ele que fez e que era parte de si.

Agora que já havia feito uma verificação rápida na cozinha, ele foi em direção aos quartos, mas antes que pudesse entrar, escutou a gritaria de Taiga, algo que estava acostumado. Bufou meio curioso e chateado ao mesmo tempo. Conviver com seu marido* e filho na mesma casa, poderia ser algo bom e algo completamente estressante. Kagami não era considerado alguém contido e calmo, longe disso. Ele era o oposto polar dele, sua sombra, mas era o que fazia com que combinassem tão bem. Já Tenshi, tanto na aparência quanto na personalidade, era idêntico ao seu pai, e dois deles no mesmo ambiente não combinava muito, ainda mais agora que entrava naquela fase de criança. Poderia dar uma dor de cabeça em qualquer um.

Quando chegou na porta de conexão com a sala, Tetsuya parou e ficou contemplando a cena que se desenrolava, quase cômica. Aquela parte da casa era a que já mais estava mobiliada, com os dois sofás postos, a mesinha de madeira clara e vidro entre eles e a televisão no grande rack montado há poucas horas antes. As únicas coisas que faltavam era os enfeites e quadros que deveriam estar em algum canto por aí, algo que por enquanto Tetsuya não fazia questão de saber.

Entre risos e gritos de pai e filho, Taiga e Tenshi corriam de um lado ao outro no meio do cômodo. O pequeno garotinho que três anos tinha a carinha toda vermelha – ele havia herdado a pele branca de sua “mãe” – das longas risadas que dava enquanto corria de seu pai e fugindo dele com toda a vontade que possuía. Para ele era engraçado ver Taiga com a face preocupada e perseguindo-o como um tigre. Era uma brincadeira, nada mais.

Mas Taiga não via isso com bons olhos. Além de ficar correndo de um lado à outro, a preocupação estava sempre presente: vai que Tenshi caía de cara, machucava alguma coisa ou quebrava o braço, a perna, ou sei lá mais o quê? Mesmo que Tetsuya vivesse falando que era uma coisa normal para crianças, o ruivo não conseguia parar de ficar todo protetor com o pequeno. Seu filho, só dele e de seu esposo.

— Tetsuya, me ajuda aqui! — Gritou pedinte quando viu o seu marido parado no batente da porta, somente os mirando. Ria baixinho da cara alegre que tinha seu pequeno e como Taiga estava irritado por não ser obedecido.

— Você sabe que Tenshi está brincando, não é? Ele gosta de te ver persegui-lo, gosta de sua atenção.

— E eu gostaria de que ele parasse com isso. — Gritou novamente, ganhando mais uma longa risada da criança. — Tenshi, pára de correr pela casa, é perigoso.

Tetsuya não iria interferir na diversão deles, então simplesmente ficou lá, olhando-os. Mesmo que não quisesse admitir, ele sabia que Kagami também desfrutava de tempo com o pequeno, algo que sempre fez, mas que agora era um pouco mais complicado. O curso de bombeiro que fazia estava mais puxado e reduzia a convivência com sua família.

Família essa que iria aumentar daqui a pouco.

Inconscientemente, uma das mãos pousou em seu abdômen proeminente. Não era tão grande a redondez, mas se fazia notar com a camiseta branca que usava. Também ainda era meio cedo para que crescesse mais, o que ele lembrava que acontecia depois do sexto mês de gravidez, em que de um dia para o outro seu peso aumentava consideravelmente até o nascimento.
Alisou-a por alguns momentos, pensando no sentimento de paz que inundava o coração. Sua filha – ou filho – percebia isso também, ou pelo menos Tetsuya achava. Já conseguia sentir alguns poucos movimentos sutis, e que era algo que adorava. Gostava de sentar-se e ficar parado na espera do próximo deslocamento que fazia. Dava-lhe o sentido real de que esperava uma criança, e que não havia como esquecer de que engravidara.

Dar-lhe um filho ao seu marido, foi uma experiência tão única e diferente e maravilhosa. Mesmo com tudo o que tiveram que passar: noites em claro ouvindo o choro de Tenshi quando era bebê, de brigas que tiveram antes, de uma ameaça de aborto – com seu filho – que fez com que sua “Luz” se sentisse tão culpado.

Tudo porque naquele dia tiveram uma briga e o estresse podia ter feito ocorrer a ameaça de seu corpo expulsar o bebê. E o pior é que ele nem sabia o motivo daquilo, de tão banal que fosse.

Um fato que desejava não se lembrar, mas por mais que quisesse, era uma das coisas ao qual ficaria ainda por um longo tempo lhe atormentando.

Era nítido em sua memória a dor que sentiu, de repente, no pé da barriga e a cara de Taiga, quando acordou no hospital. Parecia que havia chorado durante horas e seus olhos estavam tão avermelhados – pior do que os dias anteriores de um jogo onde ficava muito animado e não conseguia dormir. Muito pior.

Se notava claramente o abatimento dele, o cenho franzido, preocupado, culpado, entristecido e depois do grande silêncio – um olhando nos olhos do outro – veio a enxurrada de desculpas por parte do ruivo.

Porém, isso passou e a vida continuou. Não havia acontecido nada a nenhum dos dois, e o bebê – que agora era um garotinho lindo e levado – ainda crescia forte.

Em mais uma tentativa frustrada, Kagami Taiga bufou insatisfeito, porém não se deu por vencido. Em busca de conseguir pegar Tenshi, ele optou uma estratégia antiga que usava. Vendo que seu filho estava atrás do sofá, fingiu ir para esquerda, quando na verdade, deu o giro e mudou para a direita.

Mas, mesmo com a pouca idade, Kagami Tenshi também tinha sua inteligência. Ele conhecia esse truque de muito tempo atrás e isso contribuiu para montar a “estratégia contra o inimigo”.

— Papa. — Chamou com a voz infantil, rodando o sofá pela esquerda tão distraído e rindo alto com a boca cheia de dentinhos.

— Tenshi, cuidado, você vai- — E a frase morreu na garganta de Taiga vendo o filho bater de frente com a mesinha de centro. Tão entretido que estava, o pequeno havia esquecido do móvel e topara com ele, caindo-o de bunda no chão. Durante poucos segundos, ele estava surpreso e não entendendo o que acontecia, mas assim que inteirou-se da dor na barriga – local ao qual teve impacto direto – começou a chorar. A boca tão escancarada, com soluços escapando-se por ela e as lágrimas caindo dos olhinhos avermelhados, foi tudo o que precisou para seu pai adiantar-se e pegá-lo no colo, acudindo-o.

— Shiiii, calma, foi só um tombo. — Sussurrou Taiga tentando acalmá-lo com o balanço suave. Viu Tetsuya se aproximar.

— Machucou, Tenshi? — Embora esteja preocupado, Tetsuya tinha consciência de que nada se passara. Era apenas um das muitas e muitas quedas que tivera. Não fora a primeira vez que ele caiu e nem seria a última, portanto estava calmo sobre esse fato.

Tenshi olhou para sua “mãe”, negando. As lágrimas ainda manchavam a cara e foi tudo para ele estender os braços gordinhos em direção a ele. Gostava de seu pai, mas seu progenitor era quem conseguia acalmá-lo de um jeito mágico. Tetsuya tinha esse dom com as crianças e não era diferente com seu filho.

Pegou-o no colo, sentindo que estava ficando cada vez mais difícil segurá-lo assim. Daqui um par de anos seria impossível para ele, e isso entristeceu-o momentaneamente. Adorava ter seu pequeno debruçado na curva de seu pescoço, lembrava-lhe de quando era apenas um bebê gordinho que só dormia, comia e chorava. Mas deixando essas memórias nostálgicas de lado, se concentrou a passar calma ao menino, junto com as palavras de incentivo, conforto. E isso funcionou imediatamente, fazendo-o esquecer do que acontecera. Coisa de criança.

Deixou que o sorriso voltasse a cara no mesmo momento em que Tenshi se afastava para olhar no seu rosto.

— Te amo, Mama! — Disse o pequeno – usando o apelido que Taiga o havia ensinado e que agora era como se referia ao seu progenitor, aquele ao qual lhe trouxe à esse mundo.

Kuroko conteve a onda de emoção que era por ter essas palavras saindo de seu filho. Piscou por algum tempo, tentando fazer com que as lágrimas não fosse derramadas. Deu-lhe um beijo na testa e voltou-se para ver Taiga com um enorme bico e olhando para o lado.

— Tenshi, acho que seu pai ficou com ciúmes. — Tetsuya disse brincalhão. O garoto olhou para o outro ruivo.

— Não estou com ciúmes. — Reclamou sem muita convicção.

— Vê, Tenshi. Ele está mentindo.

— Não estou mentindo.

— Papa, não minta. É feo*. Mama não gosta de gente assim.

Tetsuya não conseguiu evitar o riso que escapou dos seus lábios nem se quisesse. No final, era tão bom ver esses dois interagindo e valia a pena aguentar a falação de Kagami, Tenshi irritando-o, a bagunça da mudança, Nigou latindo por comida, a fome exagerada que tinha ou as excessivas idas ao banheiro.

— Papa... — Chamou o menino, fazendo com que seu pai lhe olhasse. — Também te amo.

Tetsuya viu como o sorriso de Taiga foi crescendo e crescendo, até que já não podia se estender mais. Ele viu-o assim duas vezes na vida, a primeira foi quando contou que engravidar e a segunda, no parto do filho. E essa era uma das expressões que ele mais gostava de ver no rosto bronzeado. Demonstrava a mais sublime felicidade, fato que só ele teve oportunidade de ver.

— Eu também, garoto travesso. Amo vocês três. — Taiga inclinou-se para beijar-lhe, docemente, os lábios. Envolveu-os num abraço, como se assim pudesse protegê-los do mundo.

Sim, Kagami Taiga amava-os mais que sua própria vida. Ele respirava por Tetsuya, Tenshi e o bebê que ainda chegaria nesse mundo. Tudo o que fazia era por eles, somente para eles. E Kuroko estava mais que feliz com esse fato, pois era como se sentia também.


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Notas finais do capítulo

Hey, novamente.
Queria deixar claro algumas coisas que coloquei na fanfiction:
Nigou: Tetsuya número dois, para quem não sabe. Acho mais fofo deixando a pronúncia japonesa, então nem traduzi.
Marido: Sim, eles casaram. (Pretendo fazer isso em brave) Eu sei que o Japão não está legalizado casamento Gay lá ainda, maaaas, fuck you. Desculpe o palavrão, hehe...
Tenshi: Traduzindo para o português, significa anjo. Não sei porquê, mas achei legal esse nome (e talvez porque queria manter o nome dele com "T", assim como seus pais: Taiga e Tetsuya.) Desculpe quem não gostou, mas vai continuar assim. u_u' (Oh, mas se alguém quiser me mandar uma sugestão para o bebê que vem por aí...)
Feo: Feio. (Tentando imitar a voz infantil '-')
Por último, queria falar sobre a frase que coloquei. Procurei na internet algumas que se encaixariam na fanfic, e encontrei essa do Léon Tolstoi. Muito linda, para falar a verdade.
Espero que tenham apreciado. Fiz com todo meu empenho e do jeito que eu vejo esse casal (Perfect!Couple).
Se puderem comentar expressando suas opiniões - construtivas - eu ficaria grata!
E avisando que aceito sugestões para uma próxima!
Hasta la próxima!



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