Duas Estações escrita por Femme


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

LIBEEERTEE-SEE VICTÓRIA DA ESCOLA DEMONÍACA QUE É O ENSINO MÉDIOOO!!

Voltei, cambada! VOLTEI! Se é bom voltar? É ótimo! Senti uma saudade imensa de vocês! ~abraça cada leitor
O EM tava cada vez pior e eu ainda estou traumatizada com logaritmo. Deus me livre disso!u-u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/426357/chapter/5

Merida acordou com a mãe abrindo a janela e deixando o frio matinal e a luz entrar. Praguejou internamente, enquanto se levantava da cama, afastando os cobertores amassados. Já de pé, puxou o trocador com a mão livre, dividindo o quarto, enquanto esperava a mãe lhe passar por cima roupas limpas. Elinor deu para a garota um calção novo, e jogou o antigo num balde de madeira ao lado do trocador. Merida estava vestindo um novo corselete, Elinor se posicionou atrás da filha, para apertar as cordas da peça. Puxaria pouco, não queria deixar a filha desconfortável, porém uma princesa não deveria sair por aí sem estar devidamente vestida.

Enquanto a rainha apertava as cordas com uma força moderada, Merida segurava-se no trocador, mantendo o equilíbrio. Sua mãe percebeu que estava pensativa.

‒ Merida? ‒ a mulher mais velha chamou a filha, que virou levemente o rosto. ‒ Nós... Já conversamos sobre garotos?

A menina sentiu-se sem ar por alguns segundos, porém parecera-se aos olhos dela que era uma eternidade no vácuo sem fim. Virou completamente na direção da mãe, ficando face a face com a rainha.

‒ Mãe! ‒ As bochechas de Merida estavam tão vermelhas como seus cabelos.

‒ Desculpe! É que nunca falamos disso desde o acidente com a transformação. Só queria saber se está tudo bem!

Merida sentiu o rosto ficando cada vez mais quente. Não posso ficar vermelha! Ela se virou, ficando de costas para a mãe.

‒ Filha, ‒ Elinor tocou os ombros da garota ‒ Você já pensou em... Um relacionamento com alguém?

Por um segundo a garota se imaginou andando de mãos dadas com alguém, beijando alguém, dormindo com alguém, casando, tendo filhos, e sem ter mais a sua tão querida liberdade.

‒ Não! ‒ Merida se desvencilhou das mãos confortantes da mãe ‒ Não quero ter um relacionamento que me prenda ao usar um maldito anel e nunca mais eu ter controle da minha vida! Aquele anel, ‒ Ela disse com uma repulsa exagerada, quase cuspindo a palavra entre dentes ‒ Vai ser uma coleira me enforcando e destruindo os meus sonhos!

‒ Mas um dia você vai se apaixonar, filha! ‒Elinor se aproximou lentamente, o que fez a filha dar um passo para trás ‒ Vá me dizer que seu coração nunca palpitou por alguém? Não é preciso ser um dos lordes; pode ser qualquer um! Um dia vai acontecer!

A garota sentiu um lapso de memória; olhos azuis calorosos e solitários. Sentiu suas pernas bambearem e o seu rosto perdeu cor. Por que pensara no garoto bonito e engraçado que conhecera noite passada? Por que sentia o rosto vermelho só de pensar na súbita aproximação dele? Por que queria tanto se aproximar dele?

Sentiu seu mundo girar, mas somente virou se segurando no trocador enquanto sua mãe acabava de arrumar o corselete. Um silêncio extremamente tenso se instalou no quarto. Elinor acabou de arrumar a filha, entregando-a o costumeiro vestido verde escuro e outro par de botas limpas; logo depois saiu em silêncio do quarto, deixando a filha sozinha.

Assim que a mãe encostou a porta, Merida se jogou na cama desarrumada. Apaixonar-me por alguém? Isso é possível? A princesa se levantou rapidamente, arrumando os pés devidamente dentro das botas e saindo do quarto.

A manhã passara rápido aos olhos da ruiva. Suas costumeiras aulas de etiqueta, diplomacia, história, arte, oratória foram cansativas, mas ela se conformava ao imaginar que teria o resto da tarde livre para que pudesse fazer o que bem entendesse.

Ela pegou a capa de veludo escuro e a colocou por cima dos ombros e dirigiu-se até o estábulo. Durante o percurso, parou na cozinha para pegar alguma guloseima; encontrou os trigêmeos entrando escondidos e tentando furtar um prato cheio de pães doces. Merida olhou com uma expressão reprovativa, cruzando os braços. Os três pequenos ruivos se olharam por segundos e separaram alguns pães, colocando-os em um retalho de pano. A princesa amarrou as pontas do embrulho, dando uma leve piscadela para os irmãos, que sorriram.

Merida se afastou do castelo, indo até os estábulos. Ofereceu um pouco de feno e água fresca para Angus, que aceitou de bom grado. Ela já laçara, preparando-o para uma saída; obviamente queria ir até a praia, torcendo que rapaz de olhos azuis estivesse lá. Porém, conteve-se, precisava espairecer um pouco para organizar ideias inacabadas.

Subiu no cavalo negro, colocando o embrulho de pães em seu colo e tomando as rédeas. Com um leve movimento, atiçou o animal, dando início ao passeio que faria.

Jack estava sentado em um galho de árvore. As costas encostadas no tronco gelado e uma perna pendurada. Com o cajado estava apoiado em seu ombro, ele fitava o vazio ainda pensando numa curva única e delicada; lábios rosados invadiam sua mente como um raio e a respiração leve invadia seus ouvidos, sendo seu eterno tormento.

Viu de soslaio uma forma grande e escura, consideravelmente rápida. Olhou com mais atenção a forma que se distanciava, vendo que agora percebia um ponto avermelhado no meio da negritude da forma. Levantou-se com um salto, pegando seu cajado e flutuando rápido atrás da forma negra.

Parou numa clareira ao meio da floresta esbranquiçada devido a neve. A menina, agora encapuzada, estava fitando o vazio de maneira tão concentrada que não percebeu a aproximação do rapaz. Jack ficou a alguns metros dela.

‒ Merida DunBroch.‒ Jack falou em bom tom, fazendo a menina se virar lentamente.‒ Você é a princesa desse reino, não é?

‒ E isso muda alguma coisa? ‒ Subitamente, a ruiva pareceu irritada. ‒ Só pelo fato de que eu seja uma princesa?

‒ Não.‒ Jack franziu o cenho.‒ Você continua uma ruiva desajeitada.

Merida relaxou o rosto, sorrindo de canto. Parecia que era impossível ficar irritada com o rapaz de olhos azuis gélidos. Ela sabia que por trás daquele semblante brincalhão deveria ter uma personalidade solitária. Virou-se novamente para o vazio, olhando de soslaio o rapaz que se aproximou silenciosamente.

― Jack Frost.― Ela falou baixo.

― Um menino de lua.― Completou ele, com bom humor. ― Literalmente.

Merida não entendeu a piada, parecia ter um significado além do que aquele momento permitia e a ruiva não quis forçá-lo a explicar. Ela pigarreou.

― Você vai estar aqui amanhã?― Perguntou em tom neutro. O rapaz sorriu de canto, flutuando enquanto se apoiava de maneira despreocupada no cajado.

― Pra você sempre, Merida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Vou tentar escrever o mais rápido o possível antes da saída do boletim da minha escola, ok? E vou responder todos os reviews!