Luce

Nos encaramos por um tempo ai caramba o que acabei de dizer?! Me avermelho na hora, sinto que sou puxada e quando percebo Caio está me abraçando.

“Estranho, ele está bonzinho comigo não sendo chato ou outra coisa” – penso.

– C-c-Caio? – pergunto estou mais vermelha que um pimentão.

– Luce eu...

Ele é interrompido por alguém que empurra a porta e acabamos nos afastando.

– Caio! Ainda bem que te encontrei. – fala Soo assustado.

– Soo!!! – Kasumi aparece atrás dele e lhe dá um cascudo na cabeça. – O que você quer?! Já não falei pra não vir pra cá?

– Desculpa, mas preciso de ajuda – ele diz amaciando a cabeça.

– O que é? – Caio diz friamente, como de costume e se afastando de mim.

– São uns garotos, que querem me obrigar a fazer umas experiências estranhas.

– Mas e o Mok, Shou, Myung e Jung? Pede ajuda a eles.

– Eu não os encontrei, então achei você...

– Tá legal. – Caio saí sem ao menos me olhar.

Cara ele acaba de me fazer dizer umas coisa dessas e simplesmente sai? Sem ao menos me olhar!? HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.

Fecho a porta quase a partindo no meio.

– Sinto muito Luce... – Kasumi começa a falar.

– Pelo que?! – falo secamente.

– Eu tentei impedi-lo.

– V-v-v-v-você sabia que eu...

– Ah? Você disse que gosta dele?

– Sim, mas ele não disse nada, NADA!!!

– Mas, ele ia...

– Não quero mais saber sobre ele! Hunf ele que venha falar comigo agora quero dormir!

Bem tentei dormir cochilei, mas dormir que é bom nada. Levantei-me e vi Kasumi dormir e roncando parecendo uma moto muito velha.

Saí do quarto. Depois do que eu disse não iria conseguir olha-lo novamente é já sei, vou fugir dele – é uma hora ele te acha, mas até lá vou me esconder dele.

Andei pelo corredor saído da ala das meninas e acabei dando de cara sabe com quem? Vai, vai adivinha? Se pensa que é o Caio estão enganados.

– O que faz acordada? – Ogawa pergunta, pronto acabou o suspense. – É muito cedo.

– Digo o mesmo pra você. – ele fica em duvida. – Hum não consigo dormir.

–... É eu também. Fiquei sabendo do Caio...

– O-o-oque?

– Ele fala dormindo.

– MAS O QUE?!

– Brincadeira, quando voltei pro meu quarto ouvi ele conversar com um amigo dele, então eu saí pra cá.

– Mas pera... Não tem que ser da mesma sala? E você...

– Ah, isso é que um garoto da sua sala pediu pra trocar de quarto comigo. Pra ele ficar perto do quarto de uma garota.

– E vocês parecem se odiar...

– Mais ou menos, falamos poucas palavras... E você e aquela garota?

– Ah, isso pode te impressionar, mas acabamos virando amigas. – ele faz um :O.

– Nossa só você mesmo. Quebrar uma garota toda e depois virarem amigas.

– É, mas e você e a Ágata? – olha minha cara ^.^ safadinha.

– Hunf, já chega de conversa.

– NÃO MUDA DE ASSUNTO! – aumentei a voz

– POR QUE TÁ GRITANDO?! – ele fala no mesmo tom.

– EU NÃO SEI! – rimos com isso – Cara você é um trouxa.

– Ô garota dá pra parar de ficar me zoando?

– Tá na cara que você gosta dela e então fala logo! Se demorar ela não vai querer ficar com você.

– E você...

– E eu nada – o interrompo – Qual é o problema em demonstrar sentimentos? Cara eu, EU me declarei o que custa apenas dizer?

– É, mas a pessoa espera pela resposta não foge. – lhe dou um soco no ombro – Tá obrigado pelo conselho.

Ele saiu para a praia, e me sento no banco.

“Ele tem razão, mas não sei se vou conseguir ficar cara a cara com o Caio” – penso e na mesma hora vejo Caio andando com Mok e os dois não me viram.

– Caio! – sai baixo ainda bem.

Me levanto e saio correndo de volta pra ala das meninas, esbarro no professor e as caixas que ele carregava caíram.

– Professor!

– Luce. Não corra pelos corredores.

– Desculpe.

– Aceitarei suas desculpas se me ajudar a carregar estas caixas até a cozinha.

– Mas... – ele me olha querendo dizer “se não ajudar tu tá lascada” – O que tem nelas?

– A escola está agradecendo que eles nos deixaram ficar aqui, então nestas caixas tem comida.

Tradução: garota se to indo pra cozinha o que tu acha que tem nestas caixas?

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Depois de ajuda-lo com as caixas uma das cozinheiras me dá uma caixinha de suco.

– Muito obrigada, por nos ajudar. – pô nem pra ser dinheiro.

– Tudo bem. – pelo menos o suco é de maracujá, um dos meus preferidos.

O sol já estava saindo e mais pessoas levantavam e iam para a cantina. Fui para meu quarto e Kasumi não estava lá.

Bebi meu suco e então arrumei minha cama. Ágata entra.

– Bom dia.

– Bom dia Ágata.

– Você nunca acorda cedo.

– É que não consegui dormir.

– E isso se chama Caio não?

– É eu me declarei e ele não disse nada, o Soo apareceu e ele saiu pra ajuda-lo daí fiquei com vergonha e agora eu to fugindo do Caio. – eu tomava folego acabei jogando de uma vez.

– Caramba, que rápida. Mas sabe que mais cedo ou mais tarde vai ter que enfrenta-lo.

– Você e o Ogawa também.

– Tá isso eu resolvo depois. – ela fala e saí do quarto.

De repente sinto uma dor na barriga muito forte que me faz cair no chão.

– Mas o que tinha naquele suco? – falei e consegui me levantar já sentindo anciã de vomito.

Começo a andar pela praia, mas nada dessa dor passar vou para perto de umas árvores que ficam um pouco longe dos dormitórios, chego perto e não aquento caio.

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Caio

Vocês já me conhecem e é claro que não vou dizer o que gosto, o que não gosto. Sério não sou esse tipo de pessoa, a de demonstrar o que sente.

Mas não sei por que deixei isso de lado e cheguei bem perto de me declarar a uma garota, sei lá eu não queria que ela ficasse com outra pessoa. Ela disse que gosta de mim, isso me deixou feliz – é eu to dizendo isso mesmo.

– Ei você... – meu parceiro de quarto, um tal de Ogawa é de outra sala que aceitou trocar de quarto com um amigo.

– O que é? –falo friamente, falo assim com todo mundo.

– Você gosta da Ágata?

– E por que tá me perguntando isso?

– Só responde. – esse cara se acha.

– Tá com ciúmes dela ter pedido minha ajuda é? – nossa ciumento.

– Hunf.

– Não. – respondo depois de um tempo e ele parece dar um sorriso, mas que babaca sou tão bonito assim para alguém ter ciúmes?

Ele saí e Soo entra. Está com os cabelos espetados, calça jeans e uma camiseta branca.

– O que foi? Aqueles garotos novamente? – pergunto. – A culpa é sua se estão te seguindo.

– Hm sabia que essa é sua frase? Pra tudo você fala “a culpa é sua”. – rio. – E ai disse que gosta dela?

– Quase, mas ela disse primeiro...

– E o que você falou?

– Nada você ATRAPALHOU. – o encaro.

– Desculpa. Bora até a cantina.

Chegando lá nos sentamos atrás de Ágata e uma amiga dela. Procuro por Luce, mas nada dela.

Soo pega bolinhos de arroz, me oferece e recuso.

– Acho que ela está te evitando. – ele fala.

– E por que será? – falei cinicamente e ele fica envergonhado.

– ÁGATA! – o professor chega e fica de frente com ela.

–S-sim! – ela gagueja parecendo que está com medo.

– Onde está a Luce? – me concentro em ouvir a conversa.

– Conversei com ela no seu quarto alguns minutos atrás, por quê?

– É que uma das cozinheiras lhe deu uma caixinha de suco e depois reparamos que está estragado.

– Essa não, o organismo dela é fraco se comer ou tomar qualquer coisa estragada ela passa muito mal, vomita e até desmaia! Uma vez ela ficou até internada!

Me levanto e só agora ela me vê, mas não ligo vou para o quarto de Luce tinha que ver se ela bebeu ou não.

Chegando lá apenas vi uma caixinha. Então fui para a praia, não sei se ela é assim, mas quando passo mal gosto de ficar em lugares que tenha árvores.

Fui andando até chegar a uma parte da praia que tem árvores e logo de cara encontro Luce caída estava mais branca do que o normal. E isso acabou me assustando.

Peguei-a no colo e comecei a ir em direção a enfermaria.

– Caio! – Ágata me chama.

– Hm?

– Ainda bem que você a achou ela estava na onde? Procurei em vários lugares.

– Bem, costumo ir para lugares aonde tenha árvores e ela estava lá.

– Até nisso são parecidos. – ela sorri.

– O que?

– Nada.

A deixo na enfermaria com sua irmã e então vou embora, com certeza ela não quer me ver.