“O começo de tudo foi definitivamente na Europa.

Há muitos e muitos anos, lá por volta de 1550, os humanos achavam que nós, bruxos, eramos ruins pra eles, inventavam qualquer tipo de história para mata-los. Não podiam andar nas ruas, não podiam comprar pão, não podiam ser livres, os bruxos de antigamente passavam a vida toda escondidos, com medo de serem mortos, além de quase nunca usarem magia, isso é um absurdo, é patético na verdade, onde já se viu bruxos não poderem usar seus poderes ? Do que adianta ser destacado da sociedade se somos mortos por sermos diferentes ?

Mais de 12 mil bruxas e humanos,( que na minha opinião, humanos e bruxos são vítimas, já que nunca fizemos mal a ninguém) morreram naquela época, praticamente ficaram em extinção. Bom, claro que alguns fazem mal as pessoas, mas é um tanto absurdo sermos julgados pelos erros dos outros.

A família Pappenheimer, foi muito destacada em 1600 , o julgamento e execução da tal família foi tão doloroso e cruel, impossível ser descrito com palavras, por mais que eu tenha um dicionário ao meu lado. Depois de muita tortura, eles disseram os nomes dos últimos bruxos existentes no mundo, um erro, um grande erro, mas eu os entendo. Não gosto de traição, mas pra mim, a família vem em primeiro lugar, eles só queriam proteger sua família, mas de nada adiantou, já que mesmo assim todos foram executados, aposto que se soubessem que estavam cara a cara com a morte, não teriam traído os bruxos restantes.

Sobraram apenas um clã de bruxos, composto pela família Maimoon .

Zack e Alice, os grandes líderes, tão bondosos, tão unidos, conseguiram fugir e ajudar os bruxos foragidos, os acolheram e os trouxeram para sua família.

Alice tinha uma irmã gêmea chamada Elizabeth, ela sim deveria ter sido executada, ela fez tanto mal a pobre Alice e ao seu marido Zack.

Elizabeth jogou uma maldição tão obscura em sua irmã, fazendo com que nunca fosse encontrada pelo Zack. Alice foi jogada no inferno.

Alguns dizem que Zack ainda espera pela reencarnação de Alice...”

– Vovó, eu pedi uma história de terror e não um conto de fadas.
- Meus Deus Elyse, isso é um conto de fadas pra você ? A Alice não ficou com o Zack, então isso definitivamente não é um conto de fadas.
- Boa noite vó.

Quando minha vó já estava chegando na porta:

– Vó, por que a minha mãe me deixou ?

– Porque ela é uma idiota de deixar uma bruxinha tão linda e tão esperta como você, nas mãos do seu pai.

– Por quê você implica tanto com o Luke ?

– O.K. eu tenho que admitir que ele é um bom pai e tudo mais, mas você sabe que ele é irresponsável. Na verdade nem sei como ele dá conta de todos vocês.

–É, o Luke é incrível. Aliais, amanhã eu vou pra tal casa nova, estou cansada de fazer ‘revolução’ ele já se mudou pra lá mesmo. Dessa vez eu perdi a guerra, mas se ele tentar se mudar novamente, eu vou explodir.

Minha vó Lena ri.

Eu tenho duas avós, Lena e Romena, elas são tão diferentes. Minha vó Lena é tão legal, é tão carinhosa, enquanto minha vó Romena, Líder de Plutão é tão refinada, e não é nem um pouco carinhosa, mas eu acho que ela até gosta de mim.

Eu acordei, tomei café da manhã e fui pra minha nova casa.

Meu celular tocou, era o Luke, engraçado, ele sempre liga na hora exata, eu já estava começando a me desesperar.

– Luke, onde que a gente mora mesmo ?

– Em uma casa cor de Pistache, eu acho que essa é a única aqui da rua.

– Pistache, ok. AGORA ME DA O NÚMERO DA DROGA DA NOSSA CASA ?

– Eu não sei o número filha.

– Então levanta da droga da cadeira que eu sei que você está sentado e abre a droga da porta e veja a droga dos números.

– Eu não.. eu não estou sentando na droga da cadeira, não vou abrir a droga da porta e muito menos ver a droga do número, até porque NÃO, eu repito, NÃO tem número.

–Então fica do lado de fora da casa pra eu saber onde é.

É, a casa não tinha cor de pistache, parecia o vômito da Barbie. Incrível, aquelas casas são todas iguais, parece, sei lá, eu nem sei o que parece, é estranho, é feio. Digo, todas as casas tem o mesmo formato, as mesmas janelas, as mesmas portas, a única coisa que muda é a cor.

– Você disse PISTACHE, desde quando pistache é rosa ?

– Falei que ela não ia gostar - disse o Carter, meu segundo irmão mais velho.

– Ela não tem que gostar de nada - Retrucou meu outro irmão, Mike, o mais velho.

– gugudada- reclamou Kol, meu irmão mais novo.

– AH BLABLABLA, TANTO FAZ- eu gritei.

Todo mundo entrou na casa, meu pai foi o último a entrar, e ele bateu com a porta na minha cara, digo, ele se esqueceu de mim mais uma vez, eu fiquei parada enfrente a porta, esperando ele lembrar que trancou a única filha que ele tem do lado de fora de casa.

– Seis minutos e meio Luke, você demorou seis minutos e meio pra lembrar que me trancou aqui, esse é o seu recorde, estou emocionada, agora sai da minha frente, quero desfazer as minhas malas.

– Da pra me chamar de pai ?

– NÃO.LUKE. L-U-K-E.

Eu me lembrei da cor da casa e desci correndo as escadas.

–A cor dessa casa é horrível.

– Eu sei.

– Parece o vômito da barbie.

– Eu sei.

– Tá esperando o quê pra mudar de cor ?

– Eu não sei.

– PAAAAAAAAAAAAAAAI-gritou carter e Mike.

meu pai revirou os olhos e foi ver o que aconteceu.

– Eu vou sair de casa tá ? Tô cansado, vocês são uns sacos, tô F-O-R-A.- gritou o Mike.

– Tchau, já era pra você ter saído de casa a muito tempo meu filho. – meu pai retrucou.

– Por que ele pode sair e eu não ? - resmungou Carter.

– Ele nunca gostou da gente de verdade.- Eu falei.

– Tanto faz. - disse Mike.

Bom, é assim que a gente vive, essa confusão ocorre todos os dias e quando não tem é porque a Vó Romena tá em casa gritando com a gente, sobre o modo de como nos vestimos, como andamos, como praticamos magia e coisas do tipo.

– Pai, a vó Romena disse que ela vai vir hoje. – Gritou Carter.

– O QUÊ ? Seu idiota, por que não falou isso antes ? – gritou meu pai desesperado.

– A Romena tá vindo galeraaaaaaaaaaa – gritou Mike.

Todo mundo correu, inclusive eu, pra tirarmos todas as coisas das caixas e arrumar tudo nas estantes e cômodos, uma confusão total.

–AAAAAAAAAAAAAI, SEU MALDITO – Eu gritei.

–Você fica na frente, idiota, se abaixa quando eu estiver fazendo um sofá flutuar. – retrucou Carter.

A vovó chegou, e viu aquilo tudo bagunçado, eu juro, ela estava com o rosto vermelho.