A História de Uma Semideusa - Crios escrita por Rebeca R


Capítulo 8
Ganho Uma Espada e Sou Abduzida




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Eu estava amando o acampamento. Durante a semana que eu passei lá, criei uma rotina. Como eu sou muito organizada, anotei tudo em um papel e colei do lado da minha cama.

08h00min – Café da manhã

10h00min – Arco e flecha com o patrono de Apolo

11h00min – Horário livre

12h00min – Almoço

14h00min – Esgrima com o patrono de Ares

15h00min – Grego antigo com Sr. Terácio

16h00min – Canoagem com o patrono de Poseidon

17h00min – Arrumação dos patronos com o patrono de Deméter

18h00min – Excursão na floresta com o patrono de Hermes

19h00min – Jantar

22h00min – Toque de recolher

Como Katie havia me garantido, no segundo dia, o patrono de Apolo parecia ter esquecido que eu podia estar com eles. Treinei bastante arco e flecha e descobri que muito boa nisso. Logo depois eu tinha um horário livre, eu ficava geralmente com Katie nesse tempo. Conversávamos sobre os deuses e eu a fiz começar a ler PJO. No almoço eu sempre sentava com John e Leae. Eles pareciam menos espantados e mais familiarizados com o local a cada dia que se passava. Depois do almoço, eu fazia esgrima com Ares, como no primeiro dia. A espada que Vickie me emprestara não era tão ruim, mas eu ainda ansiava pela minha espada nova. Tinha dias que eu fazia dupla com ela, em outros eu fiz dupla com Summy.

Estudar grego antigo com o Sr. Terácio era uma atividade extremamente fácil. Todos os semideuses faziam isso. Meu horário era junto com o patrono da Atena, o que me deixava 50% feliz, pois eu estaria com Leae e 50% tensa, pois Mike também estava ali, e eu havia conseguido evita-lo bastante. Canoagem não era muito minha praia, mas eu gostava da brisa salgada batendo no meu rosto e da tranquilidade. Arrumar os patronos era realmente um saco. Primeiro, porque o patrono de Deméter todo esperava que eu fizesse crescer flores nos jarros vazios, coisa que eu definitivamente não consegui. Segundo, porque eu compreendo as pessoas desorganizadas e que tem preguiça de arrumar o quarto, eu sou uma delas. E tínhamos que anotar todo mundo que deixava tudo bagunçado, se tivesse três anotações, a pessoa era proibida de participar dos Jogos.

As excursões na floresta eram divertidas, apesar de eu ter perdido algumas coisas por causa dos ladrõezinhos do patrono de Hermes. Eram todos divertidos, eu logo fiz amizade com duas irmãs gêmeas, Sara e Mandy. No jantar eu já não sentava só em uma mesa, eu passava três horas só mudando de mesa, já havia me enturmado com todo mundo. Depois do toque de recolher, Katie às vezes me deixava usar o computador dela por uns minutinhos. Mas logo ela o pedia de volta, ela queria conversar com o namorado mortal.

Na sexta, durante o meu horário livre, Grus veio ao meu encontro segurando um broche em formato de espada. Ele estava com algumas partes da roupa chamuscadas e o cabelo bagunçado. Parecia cansado, como se tivesse perdido noites de sono. Ele se aproximou.

– Aqui está sua espada. – ele disse me entregando o broche.

– Hum, Grus, me desculpe, mas eu pedi uma espada, tipo assim, de verdade!

Firazo!

Com essas palavras, o pequeno broche na minha mão se transformou em uma bela espada de bronze celestial. O metal era leve e eu conseguia manuseá-lo facilmente. Depois de alguns minutos admirando a espada, eu peguei cinco reais que eu guardava no meu bolso (para o caso de Grus aparecer por ai, como agora) e entreguei a ele.

– Aqui está o pagamento. Você merecia mais pelo trabalho que fez, mas só tenho isso ai mesmo.

– Obrigada. – ele disse. – Se precisar de mais alguma arma, é só me falar.

Ele saiu caminhando pela campina em direção à mesma portinha de antes. Eu falei o código que ele tinha dito para aparecer a espada e em segundos eu estava segurando um pequeno broche. Prendi-o na minha camisa e fui andando em direção ao refeitório. Já estava na hora do almoço, mas antes que eu chegasse lá, ouvi um grito vindo do portal de entrada. Em menos de um minuto, apareceu por lá o monstro que eu havia visto no meu sonho. Uma enorme mosca gigante. Em sua cabeça ainda jazia o chapéu de garçom.

O monstro voou na direção do refeitório. Não havia tempo para buscar ajuda, e se eu não agisse logo, o monstro destruiria o lugar. Gritei:

Firazo!

A espada de bronze celestial chamou a atenção do monstro, que mudou seu curso e agora voava em minha direção. Fiz o que era mais sensato: corri o mais rápido que pude. Não reparei que estava indo em direção à floresta e entrei lá bastante surpresa. Felizmente eu conhecia a floresta suficientemente bem para saber que direção tomar. Decidi seguir em direção ao rio. O monstro quebrava as árvores e estava cada vez mais próximo. Eu sabia que não conseguiria correr dele por muito tempo, em algum momento eu teria que parar e enfrenta-lo, mas eu definitivamente não estava pronta para isso.

– Socorro! – gritei. Essa foi a coisa mais idiota que eu fiz na vida.

De algum lugar em meio às árvores, saiu Mike. Ele usava a mesma roupa de sempre, só que segurava uma espada de prata muito comprida. Assim que percebeu a situação, ele disse:

– Quer uma ajudinha?

Infelizmente, ele não esperou pela minha resposta, que seria: De você, nunca! Assim que terminou de fazer a pergunta ele avançou em direção ao monstro e cravou sua enorme espada nas costas dele. O monstro soltou um guincho terrível e se desfez em pó dourado. Mike limpou o suor da testa e se aproximou.

– Sabe como ele entrou aqui?

– Não. – eu respondi.

Ele se sentou em uma pedra para descansar um pouco. Eu estava tremendo, não sabia se ele tinha percebido. Sabia que devia correr dali o mais rápido possível, mas a minha intuição me disse que eu não poderia ser mais rápida que ele. Mike se levantou e foi caminhando pela trilha de destruição que o monstro havia causado. Quando eu quase não o via mais, ele se virou e gritou:

– Você não vem?

Eu me segurei para não balançar a cabeça. Provavelmente ele iria achar estranho e ai viriam uma serie de perguntas indesejáveis. Eu apenas assenti e o segui pela trilha. No meio do caminho, ele parou e segurou o meu braço. Eu me virei para ele.

– O-o que foi? – consegui dizer.

– Eu sinto muito. – ele falou.

A última coisa de que me lembro, é deve apertando o pingente da corrente que usava.


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