A História de Uma Semideusa - Crios escrita por Rebeca R


Capítulo 16
Vector e o Sr. Terácio Brigam


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Graças aos deuses, eu não tive sonhos horríveis com Mary, nem com gigantes hiperbóreos. Tudo estava em paz, durante esse dia somente. Amanhã os gigantes chegariam e estaríamos destruídos ou iriamos lutar e provavelmente perder muitos semideuses e então poderíamos vencer os gigantes e voltar a ter uma vida legal. Acho que o mais provável seria a primeira hipótese, mas eu não podia perder minhas esperanças.

De manhã eu acordei renovada. O néctar e ambrosia tinham me feito muito bem, ainda mais porque eles tinham gosto de chocolate airado. Depois eu me levantei e coloquei a minha camisa do acampamento, o meu broche de espada e a única peça de roupa que sobrevivera à minha pequena aventura, o meu all star vermelho. Dei bom dia para Holl, ele não podia sair ainda e estava muito mal. Ele só conseguia murmurar algumas coisas, mas esperávamos que ele estivesse bem amanhã, para a batalha. A enfermeira, que eu descobri se chamar Nancy (N/A: eu sei que sou muito viciada em y), disse que ele havia sido picado por um escorpião gigante, mas que com os cuidados certos, ficaria bem. Eu esperava que ela estivesse certa.

Porém, agora eu tinha outras coisas para me preocupar, como o fato do Sr. Terácio querer que olhasse o livro das profecias e profecias sempre eram sinal de missão e batalha. E com certeza, muito perigo (coisa que eu já tinha percebido, não parava de me seguir).

Fui para o refeitório comer um delicioso café da manhã. O cheiro de pão com manteiga derretendo me seduziu total. Caminhei pelos campos, que eu me lembrei, em breve seria um campo de batalha. Esse pensamento que entristecia, mas eu não conseguia tira-lo da cabeça. Quando eu cheguei lá, varias pessoas foram falar comigo. Nem tinha percebido o quanto eu tinha me familiarizado com aquele local. Peguei um pão com queijo e um suco de laranja e fui me sentar com Leae e John. Eles estavam conversando com Vector.

Assim que me viu, ele saiu trotando na minha direção e me deu um abraço de sufocar. Eu me afastei.

- Onde você estava? – ele exclamou.

- Não te contaram? – indaguei. – Fui capturada e levada para um templo que era o reinado do titã Crios. Com a ajuda de Holl fugimos de lá e acabamos na Argentina. Então um senhor chamado Kroon nos ajudou a abrir uma espécie de portal que leva para onde você quiser e viemos pro acampamento depois de sermos atacados por escorpiões gigantes.

- Eu sei. Mas eu queria sua versão da história.

- Mais tarde, pode ser?

Depois de me sentar com meus antigos amigos eu decidi falar logo com Vector sobre o livro das profecias. Encontrei-o sentado novamente em um sofá retro, em um canto mais afastado. Aproximei-me e me sentei do lado dele.

- O Sr. Terácio quer que eu veja o livro das profecias. – despejei.

- ELE SÓ PODE ESTAR FICANDO MALUCO! – gritou Vector, atraindo olhares para nós.

Depois de todos verem que era somente Vector gritando comigo, se viraram de novo para cuidar de suas vidas. Acho que ele tinha o costume de gritar com as pessoas.

- Ele não pode deixar você ver o livro. – ele murmurou. – Não é seguro. Aquele livro pode fazer você começar a ver coisas e leva-la a loucura.

- Como o Oráculo?

- O livro é um oráculo.

- Acho que não irei morrer.

- Pode ser pior do que a morte.

- Sabe você não esta ajudando muito.

- Por que veio falar comigo sobre isso?

- Ele disse para eu levar um amigo, e eu decidi levar você, que é o meu melhor amigo.

- Obrigada. Quando ele marcou?

- Depois do meu treino de arco e flecha, na orla da floresta.

- Estarei lá.

Dizendo isso ele se levantou e saiu. Uma sensação estranha subiu pelo meu estômago. Se for tão perigoso com Vector dissera, então por que o Sr. Terácio queria que eu tentasse? Decidi apagar o pensamento da minha cabeça, o que foi fácil, porque o patrono de Apolo não perdia por esperar.

Treinamos, treinamos e treinamos. Tamanhos de alvos diferentes, formas diferentes, alvos em movimento, corrida e acerto, ângulo de mira... Quando acabou o treinamento, estávamos todos empapados de suor, mas eu não queria me atrasar, por isso fui correndo para a floresta, me cansando mais ainda.

Quando eu cheguei à orla, encontrei o Sr. Terácio e Vector no meio de uma discussão.

- Ela não vai aguentar! – gritava Vector.

- Teremos que tentar, e sabemos que tem uma profecia com ela. – dizia o diretor, calmamente.

- ELA VAI FICAR MALUCA! – berrou meu querido sátiro.

- Não vou não. – me intrometi. – Sou mais forte do que imagina.

- Eu não estou duvidando da sua força. Só estou preocupado com você! A última vez que alguém tentou o livro foi há muitos anos, as outras tentativas levaram às pessoas a loucura. Por que seria diferente com você?

- Por que eu sou diferente.

Virei-me para o Sr. Terácio. Ele fez um gesto para o seguirmos e entramos na floresta. Adentramos passando por várias trilhas que eu conhecia, até chegarmos a uma área que eu nunca tinha visitado. Talvez pela placa: RESTRIRO A CAMPISTAS. Ou talvez pelo fato de ser mais escuro e sombrio ali. Não sei. Nunca soube. Só sabia que eu estava me segurando muito para não sair correndo.

Vector olhava para mim com preocupado. Era impossível saber o que se passava na mente dele. O Sr. Terácio ia à frente, se virando de vez em quando para ver se ainda estávamos ali. Depois do que pareceram horas (mas foram dez minutos, eu olhei no relógio) chegamos a uma enorme clareira. Tão grande que cabiam todos os dormitórios ali. O Sr. Terácio fez um gesto com a mão e murmurou alguma palavra que eu não escutei. Em alguns segundos, uma casa surgiu na nossa frente.

Parecia uma mansão. As janelas eram cobertas com cortinas pretas, portanto, não dava para ver o interior. As paredes também eram negras e com a pintura velha, deixando transparecer alguns pedaços de madeira. Havia hera pelas paredes e no telhado. A porta dupla tinha um escrito em grego antigo que dizia:

Aqui dentro só sobrevivera

Aquele que disposto a lutar está

A sua profecia ruim será

Se as regras não concordar

Eu entrei na casa e um arrepio frio percorreu meu corpo.


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Notas finais do capítulo

Até o proximo capitulo!



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