Eu o vi se aproximar, suas assas batendo incessantemente vindo cada vez mais rápido em minha direção, seus olhos amarelos sedentos por sentir meu sangue escorrer por sua garganta, sua boca mortal, repleta de dentes afiados, prestes me devorar completamente, senti seu hálito podrido soprar em meu rosto, algo misturado a corpos em decomposição e enxofre, quando ele mergulhou em minha direção, certo de que havia vencido, movi meus braços rapidamente, e ouvi o tilintar de minha armadura de ferro, quando em um movimento certeiro girei a espada em sua direção decepando sua cabeça de dragão.

O som da multidão eclodiu em urros de vitória nas arqui-bancadas, enquanto eu assisti a bola ir cada vez mais alto para além do campo de basebol, em um perfeito tetidal, olhei para você que sorria diante de minha vitória e corri entre as bases batendo nas mãos de nossos colegas, em comemoração, ouvindo os gritos de vitória da multidão, ansiosa por chegar a vez em que tocaria sua mão na primeira base.

_Parabéns Katnnis! _ Você me parabenizou sorrindo, suas bochechas vermelhas devido ao esforço.

_Obrigada!_Eu respondi igualmente sorrindo, sentindo o calor invadir minhas bochechas e as borboletas se agitarem em meu estômago

Tínhamos 12 e 13 anos, mas eu já estava fascinada por você, sua espontaneidade, sua beleza, seu carisma, ainda lembro da primeira vez que o vi sentado no banco de reservas ao meu lado, esperando sua vez de ser chamado pelo treinador, suas mãos tremiam e a todo o tempo você as enxugava em sua camisa dos Dodgers, você tinha apenas onze anos e eu dez, e tudo o que eu conseguia pensar, era em como você parecia ser um príncipe.

_Não se preocupe! _ Eu disse batendo a bola cantra a minha luva de basebol, xingando a mim mesma por começar um assunto que eu sequer sabia como continuar. _ Você vai entrara para o time, eu prometo! _ Completei quando percebi que você olhava confuso para mim.

_Como você pode prometer algo assim? _ Você perguntou meio irritado, como se a minha pergunta tivesse ofendido você, quando na verdade você estava era nervoso para controlar seu timbre de voz.

_Por que se você entrar eu também entrarei! _ Respondi confiante, certa de que se você podia dar tudo de si para entrar em um pequeno time de futebol, eu uma garota que vivia no mundo da imaginação também poderia me espelhar em você.

Na verdade tudo o que eu precisava naquele momento era me apoiar em alguém, para consegui entrar naquele campo.

_Você não sabe de nada! _ Você respondeu irritado, seu grandes olhos azuis fechados em fenda, olhando para mim.

_Peeta Mellarck! _ A voz do treinador soou alta, e você voltou seu olhar nervoso para o homem gordo que te esperava no meio do gramado.

Lembro que eu olhei para você se afastando de forma nervosa, mas ereto fingindo ter confiança em direção ao treinador, e o imaginei como um príncipe, seu uniforme era sua armadura branca, e o bastão que você carregava em suas mãos era sua espada, reluzindo com a luz do Sol, você rumava em direção a arena, onde o dragão voraz se debatia em sua gaiola, sedento pela hora de ser liberto e poder cravar seus dentes afiados em seu abdome, você olhou, e o vento bateu em seu cabelo loiro, de forma a parecer que o dragão havia urrado ao seu lado, e você me lançava seu ultimo adeus, a princesa que o observava em sua cadeira, cercada por seus carcereiros sem poder fazer nada.

Em segundos toda batalha havia sido travada, e quando o vi rebater a bola para além do apanhador, eu soube que você havia descepado a cabeça do dragão, e urro de vitória soou por minha garganta, encantado você virou-se para mim sorrindo, e em minha mente eu podia ver a cabeça do dragão sendo empunhada por você como um troféu, e dês de aquele dia, nós havíamos enfrentado um dragão por dia, sem ao menos você saber.

_Katnnis!! _ Você gritou em meio a multidão de adolescentes no refeitório.

Você corria entre as mesas, com um folheto erguido em sua mão, sem se importar com os adolescentes que o olhavam revoltados quando você esbarrava neles sem ao menos perceber, seu cabelo rebelde, sua camiseta dos Dodgers aberta, voando ao seu lado como duas assas e por um momento você era um príncipe correndo em minha direção, com sua capa esvoaçando com o vento, seus braços fortes erguidos para me abraçar, sua princesa. Tínhamos apenas 15 e 16 anos.

_Prometa que não vá negar! _ Você implorou empolgado sentando-se ao meu lado no banco, de frente para mim.

Seus cabelos estavam bagunçados devido ao fato de você ter tirado seu boné que permanecia preso em suas mão direita, para correr em minha direção, seus rosto vermelho pelo esforço, seus olhos de azul vibrante brilhando de excitação, e sua mão esquerda escondendo o folheto atrás das cotas.

_Eu prometo! _ Eu sorri me divertindo com sua empolgação, sem ao menos me dar ao trabalho de protestar, pois sabia que não importasse o quanto eu disse não, você não o aceitaria.

EU o amava, e isso era um fato dês do momento em que entramos para o time de basebol no colegial, mas você nunca havia demonstrado sentir o mesmo por mim, e por medo de perder seu carinho, eu vivi nosso conto de fadas escondido em minha mente.

_É um festival de bandas! Se você cantar, nós com certeza ganharemos! _ Você relatou empolgado e eu apenas sorri ainda mais.

Quem imaginaria que você estava certo, e como isso influenciaria nossas vidas, e como em nossa infância nos levantávamos novamente a cabeça do dragão, como troféu da vitória, ouvindo os urros de nossa plateia, em uma felicidade cínica, mas nós não nos importávamos, por que nós havíamos matado o último dos dragões e agora éramos os heróis do reino, com toda a gloria brilhando sobre nós, e todos nos aplaudiam em cortejo. Você sorria e num impulso contagiante você selou nossos lábios e agora não éramos apenas dois jogadores de Basebol, nem integrantes de uma banda, éramos amantes que com um beijo havíamos sidos coroados o Rei a e Rainha do nosso reino, onde você com toda sua graça havia imgreçado em minha fantasia com o maior prazer.

Mas nosso reinado fora pequeno, e assim como um dia havíamos levantado o troféu da vitória para que todos soubéssemos o quanto éramos bons, o destino havia traçado outra história para nós dois, e eu comecei a lutar minha próprias batalhas, derrubando novamente todos aqueles muros que havíamos passado, desta vez sem meu fiel cavaleiro ao meu lado.

Eu era uma mulher, em meio a um mundo que não conhecia, com pessoas que eu não entendia, implorando por minha atenção, e lá estava eu novamente na arena, com a plateia gritando meu nome, e meu microfone era minha espada e o dragão era a distância entre o meu mundo de Shows e seu mundo de basebol nos Dodgers, e eu implorava em minha batalha.

“Se você tiver filhos algum dia

Quando eles apontarem para as fotos

Por favor, diga a eles o meu nome

Conte pra eles de como a multidão ia à loucura

Conte para eles de como eu espero que eles brilhem

Vida longa às barreiras que atravessamos

Eu tive o melhor momento da minha vida com você

Vida longa às barreiras que atravessamos

Todas as luzes do reino brilharam só para mim e você

Eu estava gritando: "Vida longa à toda magia que fizemos"

E tragam todos os impostores

Eu não tenho medo”

E você estava lá, me olhando, com sua armadura armadura branca, sua espada reluzindo em meio a multidão de admiradores, com seus olhos brilhando para mim e eu gritava.

"Vida longa à todas as montanhas que movemos"

Eu tive o melhor momento da minha vida

Lutando contra dragões com você

E longa, vida longa à aquele olhar no seu rosto

E tragam todos os impostores

Um dia seremos lembrados”

Nossa história havia chegado ao final, e não havia final feliz, nós ermos dois guerreiros e como tais não podíamos lutar as mesmas batalhas, mas toda vez que subo no palco, eu ainda o vejo, seus olhos azuis, sua armadura branca, sua espada reluzindo banhada em sangue, e eu entro na arena e empunho minha espada, pronta para enfrentar mais um dragão.