Echo. escrita por nekokill3r


Capítulo 6
{capítulo 6.}


Notas iniciais do capítulo

OI GENTEEEEEEEEE. TROQUEI A CAPA, FIZ ESSA COM GIFS, ENTÃO FICOU UMA BOSTA MESMO :/
Então, eu responderei todos os comentários, mas a noite, porquê agorinha vou sair, tá?
Espero que gostem, boa leitura, e me desculpem qualquer erro.



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Desde ontem quando eu voltei da casa do Naruto, tenho me sentido muito bem. Já faz alguns dias que eu não me corto, e o meu ombro não piorou nem nada, pelo contrário, ele até melhorou um pouquinho –– e quando digo isso, quer dizer que ele está começando a cicatrizar. Ainda estou encantada com o fato de eu ter rido daquele jeito ontem, e ontem, quando Naruto foi me trazer –– porquê ele insistiu muito e, acredite, ele fazendo isso, é um saco de se agüentar ––, ele me deu outro beijo no rosto. Não ando me entendendo ultimamente de novo, e não sei porquê acabei sentindo o rosto ficar vermelho. Ele riu, e eu também fiz isso para disfarçar a vergonha. Mas faz tanto tempo que uma pessoa não me trata assim, que é bem provável que eu ficaria morrendo de vergonha.

A minha “felicidade” sempre vai embora quando dá a hora de ir para a escola. Eu sei que Naruto vai estar lá, mas Hinata tem o incrível poder de assustar as pessoas até de longe. Ela continua fazendo aquele sinal nos braços, e continua me atingindo. Parece muito que ela sabe como me afetar psicologicamente. E tem a psicóloga, minha mãe quase me matou de novo por não ter ido, e também não ter avisado que eu iria sair com Naruto. Expliquei que foi algo de última hora, mas ela me veio de novo com a história de que se eu quero melhorar e toda aquela coisa toda, eu tenho que ir todos os dias. Prometi que iria hoje, mas não sei se vou fazer isso mesmo...

Me olho mais uma vez no espelho antes de descer. Meu queixo está ótimo, nem parece que eu quase o arrebentei ontem. O que não está ótimo mesmo, é essa minha cara; estou com insônia de novo, e não quero contar para a minha mãe porquê sei o quanto ela vai ficar louca da vida procurando remédios para mim em toda a cidade. Não gosto de preocupar as pessoas.

–– Você tem dormido bem? –– meu pai pergunta quando me vê.

–– Só um pouco. –– respondo, e ele deve saber que isso é mentira. Meu pai viu a minha situação ontem, então ele sabe o quanto aquilo me apavorou. Acho que nenhuma outra pessoa no mundo iria dormir tranquilamente depois de ter os mesmos pesadelos que tive. –– Hoje eu vou a pé para a escola.

–– Você ficou maluca?! –– minha mãe pergunta, aparecendo do nada ao meu lado. –– A escola não é ali na esquina, minha querida, é muito longe. Nunca que eu deixaria você sair sozinha pra ir até lá.

–– Mas qual o problema de ela ir sozinha hoje? –– Olhamos para o meu pai como se procurássemos uma explicação. Ele sorri ao perceber isso. –– Quer dizer, ela sempre está indo com você, e acho que seria uma boa ela andar um pouco. Ás vezes é bom ficar sozinho.

–– Tudo bem, mas eu vou estar a vigiando de longe. –– Está bem claro que ela não gostou dessa ideia.

–– Não, não, você vai ficar aqui comigo. –– ele diz, pegando uma cadeira e a colocando do seu lado. –– Sasori mesmo já disse “Qual é, mãe, a Sakura sabe se virar sozinha!”.

Minha mãe falta pular em cima do meu pai e arranhar seu rosto inteiro. Ela faz uma cara para ele, e fica batendo o pé no chão sem falar nada. Sei que ela está tentando dizer que ele não deveria ter me dito isso, porquê ainda não estou acostumada a falarem de Sasori perto de mim sem ficar triste. Mas agora, por incrível que pareça, eu não fiquei tão triste assim...

–– Ok, eu estou saindo. –– digo, para que os dois parem com essa briga só nos olhares. Aposto que quando eu passar por aquela porta, a minha mãe vai gritar com o meu pai até não ter mais nenhuma voz. –– E não é certeza que eu vá para a psicóloga.

–– Como assim? –– minha mãe pergunta, me olhando. –– Vai faltar de novo, Sakura?

–– É porquê talvez eu tenha que ir na casa do avô do Naruto, ele disse que está fazendo um novo livro, e pediu a minha ajuda. –– minto metade da frase, mas bem que isso poderia ser mesmo verdade. –– Bem, até mais tarde. E não precisa ir me buscar, eu vou voltar a pé também.

Sou capaz de jurar que meus pais estão me olhando pela janela, encantados –– talvez –– pela a minha “enorme” melhora. Isso de ir para a escola sozinha, era algo que eu fazia no meu tempo de pessoa normal, então se eu estou voltando a fazer isso, é porquê estou voltando a ser normal, ou é mais ou menos assim que eles pensam. Também quero que seja assim, mas não consigo me lembrar muito bem do que fazia antes.

Agora, que estou andando mais do que nunca, me arrependo de não ter vindo de carro. A minha mãe tinha razão, porquê é realmente muito longe; talvez até não seja tão longe, mas eu não ando tanto na minha vida, então, sim, é longe. E eu só espero que Naruto esteja me esperando no portão, porquê eu acho que vou me atrasar um pouco. Me sinto quase como aquelas senhoras de idade que correm um pouquinho e já estão quase morrendo.

Mas quando chego no portão, tenho uma enorme surpresa; Naruto não está lá. Entro, achando que ele deveria estar dentro da sala, mas ele também não está aqui. E então começo a me desesperar. Eu não vou ficar aqui sem o Naruto. Porquê, quem vai apertar a minha mão quando eu estiver tremendo? E quem vai me salvar da Hinata? Exatamente, ninguém. Eu ainda sou uma novata, e olhe para ela... Fico imaginando o quanto ela já deve ter batido e ameaçado pessoas inocentes. Acho que essa coisa de traição é foda, mas não precisava ir tão fundo ao ponto de fazer Tenten tentar cometer suicídio pulando do teto da escola.

–– Ele não vai vir hoje. –– ela diz atrás de mim, fazendo com que eu pare de me mexer.

–– E não vai adiantar você se esconder. –– diz outra voz de alguém que eu não conheço.

–– E muito menos começar a chorar. –– diz a outra voz. Acho que essa eu conheço, tenho quase certeza de que é a tal Shion da psicóloga.

Meu corpo não se move embora eu tente fazer isso. E porquê Naruto faltou? Ele disse que sempre estaria aqui para mim, mas agora não está. Tudo bem que ele não é obrigado a vir para a escola todos os dias, mas olhe a minha situação... Eu me odeio por estar dizendo isso, só que preciso dele. E eu me odeio ainda mais por ter me apegado tanto a ele sem nem mesmo perceber.

As três aulas eu passei com a cabeça abaixada, e a levantei apenas para responder a chamada. Estou com medo de olhar para Hinata, e ela fazer o sinal dos braços. E estou com mais medo ainda de sair do meu lugar. Quero agora estar na minha casa, deitada na minha cama, dormindo, e sonhando com um mundo onde eu ainda sou normal e não tinha nenhuma amizade com o Naruto, porquê olhe só o que a sua amizade me deu; mais sofrimento. Ontem eu falei que ele tinha provado que agora era meu “melhor amigo”, mas nesse segundo, eu não sei mais o que ele é. Se pelo menos ele tivesse me avisado que não iria vir para a escola antes que eu saísse de casa, então nada disso estaria acontecendo. Acho que nada mesmo estaria acontecendo se eu não existisse. E acho, também, que as coisas seriam mais fáceis assim.

Quando o sinal para o recreio toca, eu congelo de vez. Hinata faz questão de dar uma volta no fundo da sala, e passar por mim, o que só me apavora ainda mais. Eu não quero sair daqui, mas estou com vontade de ir no banheiro. E eu vou, porquê sei que não vou agüentar por muito tempo. No caminho para lá, vejo Hinata, Karin e Shion, e esta terceira me parece até bem para estar indo para a psicóloga, já que está fazendo um sinal de que vai me bater. Quando saio do banheiro, a professora “Kurenai” está me esperando.

–– Oi, Sakura! –– ela cumprimenta. –– Você sabe que alguém sempre tem que levar o lixo para o fundo da escola, certo? –– Afirmo com a cabeça. –– Então, será que você poderia levar hoje?

–– Ah... posso. –– respondo, e ela se anima um pouco. Eu não iria fazer isso, mas qualquer coisa é melhor do que ter que ficar dentro daquela sala, com medo de que Hinata e suas companheiras entrem e arrebentem a minha cara.

Kurenai me mostra qual sacola eu devo levar, e é apenas uma pequenininha que não vai dar trabalho para carregar, para a minha sorte. A pego na ponta dos dedos porquê está pingando algo que eu tenho certeza que se entrar em contato comigo, a coisa vai ficar feia. Aqui na escola, bem nos fundos, tem um enorme lixo, que mais me parece ser um guarda-roupa; tem duas portas que você pode abrir como uma porta, e é o que faço. E tudo o que sinto antes de cair lá dentro, é um chute nas minhas costas.

–– Agora sim você está no seu lugar. –– ouço a voz de Hinata, e então as três começam a rir. Suas risadas vão se silenciando conforme elas estão indo embora. E o desespero me pega de novo.

–– Hinata! –– grito com toda a força, quase arrebentando a porta de tanto bater. –– Abre aqui! Por favor!

O horrível cheiro de lixo me invade, e sinto vontade de vomitar, mas não faço isso. Eu tenho que sair logo daqui antes que eu comece a realmente passar mal, mas o recreio provavelmente já acabou, e não vai ter ninguém para me salvar agora. Continuo gritando por ajuda e batendo na porta, até que para a minha surpresa, ela se abre.

–– O que você está fazendo aí dentro?! –– pergunta o garoto que abriu a porta para mim, me ajudando a levantar.

–– Eu não estou aqui porquê quero! –– respondo, o olhando. –– Me trancaram.

–– Quem foi? –– ele pergunta.

–– Não importa quem foi agora. –– respondo novamente, tentando limpar o meu uniforme e eu mesma. –– Mas de qualquer forma, obrigada.

–– Ah, bem, não foi nada. –– ele diz, se colocando ao meu lado. –– Vai ter que ir no banheiro limpar tudo isso aí, ou pode pedir para ir embora, porquê o seu cheirinho não está lá muito agradável.

–– Eu sei disso, não precisa me avisar. –– retruco, juntando as sobrancelhas em sinal de raiva. E sim, eu estou com raiva e ao mesmo tempo com estômago ruim, e também vontade de matar Hinata. –– Então, obrigada de novo e até mais.

–– Mas qual é o seu nome? –– ele pergunta antes que eu possa começara andar de novo. –– E foi a Hinata quem fez isso, não foi?

–– Meu nome é Sakura Haruno, e o seu? –– respondo e ao mesmo tempo pergunto. –– E porquê você acha que foi ela?

–– Kiba Inuzuka. –– ele se apresenta, esticando a mão para que eu possa pegá-la, mas quando percebe que não vai dar, a coloca de novo no bolso da calça. –– E eu acho que foi ela, porquê esse tipo de “brincadeira” tem muito a cara da Hinata. Já vi ela jogar muitas garotas aí dentro como fez com você.

Por um segundo eu dou uma olhada para trás, e imagino Ino sendo jogada lá dentro com toda a força como eu fui. Ou será que a punição dela pela traição foi pior...?

–– Ninguém nunca faz nada? Porquê parece que todos tem medo dessa garota, e eu não entendo isso. –– digo, e percebo que estou sendo idiota, porquê eu tenho muito medo da Hinata.

–– O pai dela é praticamente dono da cidade, e ele mimou muito ela desde que perdeu a mãe, por isso, nem adianta dizer que ela pratica bullying, porquê ninguém vai acreditar. –– ele explica, e fico um pouco surpresa com a resposta. –– E é sempre assim; ela finge dar uma de amiga, faz amizade com a pessoa, e se ela faz qualquer coisinha que for, Hinata já começa a ameaçar, ou bater, ou até coisa pior.

–– Ela já chegou a fazer algo “pior”? –– pergunto curiosa. Eu não sei como seria essa coisa pior, mas de qualquer forma, quero saber a resposta.

–– Tem o caso da Tenten, que apesar do tempo que isso aconteceu, ainda espanta as pessoas. –– ele responde, olhando para o teto como se ela fosse cair do ar a qualquer momento. –– Se eu fosse você, ficaria longe da Hinata depois dessa. Ela não dá paz para as pessoas que ela considera serem traidoras, e se isso aconteceu com você agora, pode acontecer coisa ainda mais pior se não tomar distância.

–– Eu estou tentando fazer isso, mas acho que não adianta mais. –– digo, abaixando a cabeça por um tempo. Então me lembro o quanto estou fedendo. –– Eu vou pedir para ir embora, como você aconselhou. É melhor do que ficar na mesma sala que a Hinata.

–– Faça como quiser, mas só fique o mais longe que consegue dela. –– ele diz, começando a andar junto comigo. –– Conselho de uma pessoa que sabe muito bem como funciona essas brincadeirinhas da Hinata.

Isso me deixa pensando... Será que ele é cúmplice ou algo assim dela? E será, para piorar a minha situação, ele vai contar para ela? “Kiba” me pareceu ser um cara legal, mas a esse ponto, eu não estou acreditando em mais ninguém dessa escola. Será que seria uma boa ideia mudar o meu período, e deixar o Naruto de vez? Eu estou começando a ficar confusa de novo, e dessa vez eu tenho certeza de que ninguém vai me ajudar com isso.

Assim que chego na porta da sala, Hinata me olha com desprezo; acho que não deve ser desprezo, mas sim raiva por sua brincadeirinha não dar certo e eu não passar o resto da manhã lá dentro. Não tem nenhum professor agora, mas entro mesmo assim, embora as pessoas estejam comentando entre si sobre o meu cheiro. E quando chego na minha mesa, é quando percebo que os meus materiais não estão mais lá. Ninguém fala nada, e olho de relance para Hinata, que está com uma das mãos sobre a boca, se contendo para não rir. Eu já ia sair dali sem nada até que uma garota morena no fundo da sala se protestou.

–– Os seus materiais estão lá fora, Sakura. –– ela diz, olhando para mim e para a janela ao mesmo tempo.

–– “Lá fora”? –– pergunto porquê estou começando a achar que ela é um pouco louca.

–– É sim, lá fora. –– ela responde, ranca uma folha de seu caderno, e joga pela janela. –– Lá fora.

E depois de pensar olhando para ela, eu entendo; Hinata jogou meus materiais pela janela e agora eles devem estar todos estragados. Saio correndo no mesmo segundo, indo em direção ao portão. Como eu já previa, ele está trancado, porquê nunca se abre antes da hora de ir embora. Mas, agora, como eu vou pegar meus materiais? Como vou voltar para a sala? Corro para o outro lado, indo direto para a sala da diretoria, e tenho a maior surpresa do dia: minha psicóloga está aqui.

–– O que você está fazendo aqui? –– pergunto, sendo que ela era quem deveria estar me perguntando isso. –– Mas, de qualquer forma, eu preciso sair.

–– Porquê precisa sair? –– ela pergunta, se arrumando na cadeira.

–– Jogaram meu material pela janela. –– explico, quase rezando para que ela acredite em mim, mas ela apenas balança a cabeça negativamente.

–– Você não pode sair agora, porquê não é horário. –– ela me responde, e sinto uma enorme vontade de pegar a chave que eu sei que destranca o portão, e sair correndo. –– Se sair, os outros alunos também vão querer fazer isso, e com certeza não vai ser você quem vai mandar eles calarem a boca. E porquê você está tão suja e fedida desse jeito?

–– Me jogaram dentro do lixo. –– respondo rapidamente, não me importando mais com isso. –– Só que eu preciso pegar os meus materiais!

–– Desculpe, mas não posso fazer nada. –– Tsunade diz, visivelmente não interessada no meu “caso”. –– Agora, se não for incômodo demais pedir, volte para a sua sala e espere até o sinal bater.

–– Ninguém pode ir lá pegar para mim?! –– pergunto indignada.

–– Não. –– ela responde mais fria que qualquer pessoa no mundo. –– Agora, por favor, volte para a sua sala e não desconte a sua raiva em mim.

E eu não volto. Vou ficar aqui esperando, no portão, até que a aula acabe e eu possa pegar meu material de volta antes que pisem nele. Eu não estou mais me importando com o meu cheiro, e sim com aquele material que quase custou a minha alma. Se ele sujar um pouquinho que for, a minha mãe dessa vez vai, de verdade, me matar. Praticamente todos os dias ela o olha, se certificando de que estou cuidando direitinho dele. E agora, se isso sujar, como eu vou conseguir dizer “olha mãe, foi mal, mas jogaram meu material pela janela e pisaram nele”? Não tem como fazer isso. E agora eu estou pensando no Naruto. Porquê ele não veio? E o que será que está fazendo agora? Será que está lendo ou só assistindo TV? Acho que nas vezes que ele não tem nada interessante para fazer, deve pensar um pouquinho em mim assim como ando pensando muito nele. Eu espero que ele pense muito em mim, porquê o que fez hoje comigo pode nunca mais ser perdoado.

Quando, finalmente, a aula acaba de vez, eu me levanto para esperar o cara que abre o portão. Mas ele não vem. Continuo esperando, mas ele ainda não vem. Começo a me preocupar, porquê não é normal ele atrasar, na verdade, ele até costuma abrir uns cinco minutos antes da aula acabar. Quando me dou conta de que ele não vai mesmo vir, é quando estou pulando o portão. Ele tem umas coisas pontudas bem em cima, então eu tomo o maior cuidado do mundo... Que vai embora quando tenho que descer, onde consigo prender o meu pé, e ficar com o outro no chão. E está começando a doer ficar com a perna assim. Puxo o pé com toda a força, o que faz a minha calça rasgar, mas isso pouco importa agora. Depois de me levantar do chão, olho para frente, e lá está o meu material. Vou me aproximando aos poucos, sorrindo por ele ainda estar aqui, bem na minha frente, mas minha felicidade some assim que abro meus cadernos; todos estavam rabiscados com palavrões, mas somente uma coisa conseguiu me atingir com mais força, uma palavra escrita com canetinha vermelha “MORRA”. Tenho certeza que foi Hinata, mesmo que eu nunca tenha visto a sua letra. E também tenho certeza de que ela mandou ninguém me contar onde estava meu material, ou todos iriam ser considerados traidores, e depois de tudo o que essas pessoas já devem ter visto ela fazer, a última coisa que querem é serem ameaçadas.

–– Se eu fosse você, jogava tudo fora. –– Ergo meu olhar para encarar Kiba, que logo se ajoelha para me ajudar a guardar os cadernos. –– E porquê não foi embora?

–– A diretora não deixou que eu fizesse isso. –– respondo, colocando a mochila em um dos ombros.

–– Sério mesmo que ela não deixou? –– ele pergunta e confirmo com a cabeça. –– Bem, ultimamente ela anda um pouco bipolar.

–– Então, até segunda? –– pergunto um pouco sem jeito. Acho que eu não estaria assim se fosse Naruto.

–– É, até segunda. –– ele responde, começando a andar na minha frente. –– E espero não te encontrar de novo dentro do lixo, porquê, sabe, é meio chato achar garotas assim.

Consigo soltar um risinho depois de ouvir isso. Agora, Kiba voltou a ser um cara legal na minha cabeça. Não acho que ele é cúmplice da Hinata, mas não custa nada sempre estar preparada que isso aconteça. Depois que ele segue um caminho diferente do meu, fico parada, em uma tentativa idiota de me convencer que Naruto vai aparecer atrás de mim me abraçando, e então vamos de novo para a sua casa. E não fico tão triste por isso não acontecer. Do outro lado da rua, Hinata e suas companheiras estão olhando para mim, e ela ainda tem a coragem de levantar a mão e fazer um aceno para mim, como se eu fosse responder. Apenas começo a andar, seguindo pelo caminho mais longo para se chegar na minha casa, porquê preciso pensar; no que, eu ainda não sei, mas preciso.

Se eu tivesse prestado mais atenção no caminho para casa de Naruto em vez de ficar olhando para ele, eu talvez poderia ir para lá. Não sei como ele deve estar, o que aconteceu, só que quero saber... E tentar ajudar, de uma certa forma. Porquê se ele prometeu que sempre estaria aqui para mim, eu também quero estar lá para ele. É raro eu ter vontade de ajudar as pessoas, e espero que Naruto se sinta especial por isso, embora eu não vá falar sobre isso em voz alta. E não, eu não vou hoje para a psicóloga de novo, porquê estou com tanta raiva de Tsunade, que se eu ficar no mesmo lugar que ela por muito tempo, não vou me espantar quando estiver arrancando o cabelo dela. Acho que eu já posso dizer que abandonei aqui lá, mas como a minha mãe não quer que eu fale assim, então não, eu não abandonei e só estou muito ocupada com os deveres da escola. A única sorte que tenho, é que hoje é sexta, e no caso, eu terei dois dias sem precisar olhar para a cara de Hinata.

Estou começando a sentir um vazio enorme dentro de mim. Geralmente eu fico assim quando estou longe de Naruto, porquê quando estou perto, ele me faz rir e me sentir melhor, mas agora, aqui, andando sozinha nessa rua sem vontade de voltar para a casa, eu não me sinto nada bem. Então dou meia volta, e pego o caminho mais perto de casa, porquê sei que ficar aqui andando sem rumo nenhum, não vai me fazer nada bem. E enquanto volto, penso em como eu não saio de casa, e em como eu não sabia que tinham aberto uma pamonharia perto da minha casa, e em como o parque que eu costumava ficar louca para ir foi fechado... Eu gostaria de sair mais, só que não consigo. No começo, eu fico louca de ansiedade, mas quando chega o segundo de passar pela porta e ir para o mundo, a coisa fica mais complicada.

–– O que aconteceu com você?! –– pergunta minha mãe desesperadamente quando entro em casa.

–– Eu vou tomar banho. –– digo somente, jogando a mochila no chão e subindo.

E como eu já sabia, comecei a chorar depois de 3 minutos de água caindo na minha cabeça. Assim, sem nada, eu me sinto uma estranha cheia de cortes... Mas eu sou exatamente assim; uma estranha que se corta para esquecer dos problemas, para se desligar do mundo por pelo menos 3 segundos que seja; que já está se acostumando com metade do mundo a deixando sem olhar trás, para pelo menos perguntar um “você vai ficar bem?”. E desde que eu comecei a ser humilhada, descobri que a melhor coisa que uma pessoa pode fazer nesse mundo, é ficar sozinho. Porquê pelo menos sozinhos, não vai surgir uma pessoa para te julgar, ninguém vai te abandonar, e o principal, não vai haver mais nenhum sofrimento ou choro por causa de despedidas.


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Notas finais do capítulo

Queria saber a opinião de vocês: continuo com capítulos grandes, ou diminuo? É que, bem, eu tenho medo de que o capítulo fique chato e vocês o larguem pela metade, sabe... Coloque a sua opinião aqui que vai me ajudar muuuuuuito mesmo! Até mais ♥



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