Meia Noite Na Árvore Forca escrita por Thais Souza, Mell Silva


Capítulo 2
1-O Fim De Um Noivado




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A garota estava perdida em uma floresta, ou pelo menos era algo parecido com uma floresta. Ela se depara com uma enorme árvore, um ipê rosa, e fica deslumbrada com a beleza do lugar. Algumas borboletas bailam ao seu redor e apesar confusa e perdida, fica encantada com tudo. Mas algo acontece... A garota está caindo, cada vez mais... Está tudo escuro, mas ela vê uma pessoa familiar, e mesmo sem enxergar sabe que é ele. O garoto que assombra seu pesadelo. O garoto que ela não conhece e nem ao menos viu alguma vez. Apesar de tentar ver seu rosto, ela sabe que é inútil, ele sempre está de costas. Mas acontece algo impressionante e ela consegue perceber uma coisa... Ela viu um número em sua camisa...

(...)

Sabe aquele sonho que você sabe que sonhou mas não sabe o que foi?! Hoje acordei com essa impressão, mas isso não é de agora. Tenho tido esse mesmo pesadelo há muito tempo. Na verdade me lembro que o sonho era bom até um momento, mas depois tudo piora... Assim, do nada. Mas eu fui salva do meu terrível pesadelo pelo meu heroico e pontual despertador. Não posso dizer que gostei que gostei de ter acordado, porque acordar significa ir ao colégio. E eu não estou com a mínima vontade de ir. Não é pelos estudos não, já que eu sempre adorei estudar. Mas é que eu tenho certeza de que lá encontrarei o meu ex-noivo, Jack Wellwood. E ele com certeza vai tentar, novamente, reatar o nosso compromisso. Mas isso não vai acontecer, posso ter perdoado mas jamais irei esquecer o que ele me fez. Olho para o relógio e vejo que terei que me apressar se não quiser chegar atrasada, então corro para o banho. Enquanto programo o chuveiro para um banho relaxante tento me lembrar do sonho. Nada. Entro na ducha e deixo a água clarear minhas ideias. Meus sonhos são sempre assim, nebulosos e esquisitos, e eu nunca consigo juntar as partes. Saio do chuveiro e visto minha roupa, uma blusa vermelha e uma saia preta. Escuto Emma, nossa governanta, me chamar e desço para tomar café da manhã. Ela me olha e diz.

–Animada para ir ao colégio?-Enquanto isso põe panquecas, waffle com mel e suco de laranjas na minha frente.

–Não muito, como sempre. Papai está em casa?-Perguntei, mais por costume do que interesse. Mas ele não deveria estar, nunca estava.

–Não, seu pai não está. Mas coma rápido para não se atrasar, o motorista já está te esperando.-Emma disse aquilo normalmente, mas eu sabia que ela não gostava de ter que me dizer que papai não estava, ela achava que meu pai não me dava atenção. Emma estava certa, mas eu nem ligava mais para isso. Afinal ele é o Aristarcco Fairbain, não tem tempo para ninguém, nem a própria filha. Termino meu café e digo.

–Tenha um bom dia Emma, estou saindo. Chego para o jantar. Tchau! -

–Bom dia Rose! E boas aulas!-Ela diz inocente. Ah! Ela não fazia ideia de como as aulas não seriam boas. Aliás, nada na minha vida estava dando certo.

No caminho par o colégio pude perceber o qunto a Capital está destruída. Antes era tudo colorido, belo e magnífico, e agora parece que passou um furacão por aqui. Mas não foi um furacão, foi a guerra, que é milhares de vezes pior. Eu simplesmente não entendo essa guerra dos distritos contra a Capital. Porque os rebeldes fazem isso? Destroem tudo que veem pela frente? Jamais entederei porque o homem é capaz de destruir seu semelhante, ainda mais de um jeito tão banal. Enfim chegamos à entrada principal da minha escola, Capitol Elite High, que é a maior e mais sofisticada de toda Panem. A mais cara e rígida também, não há como negar. Assim que entro sinto uma sensação de que algo ruim irá acontecer, mas não temos por isso. Minha vida não pode ficar pior. Me dirigo até a sala e assisto às aulas no modo automático, se eu não fosse o motivo das fofocas de toda a Capitol High, aposto que ninguém notaria minha presença. O sinal toca para o recreio. Essa era a hora que eu queria sumir, tentei evitá-lo mas não terei saida. Jack com certeza tentará ao menos falar comigo, mas o que ele fez não tem explicação. O que explica trair sua noiva um mês antes de seu casamento? E ainda por cima em sua própia casa? Bem, pra mim não existem desculpas que expliquem. Vou para o refeitório e me sento em uma mesa. Avisto Jack andando em minha direção.

–Nós precisamos conversar Rose.-Ele me diz isso de um jeito que mostra que não terei escolha a não ser ouvir.

–Não me chame de Rose, isso não significa mais nada para mim. Mas o que você quer comigo? Já não basta o que você me fez? Quer acabar mais ainda com a minha vida?-Eu digo, tentando segurar as lágrimas.

–Eu estou arrependido. De verdade mesmo. Você não sabe o quanto me arrependo por ter feito aquela besteira. Eu fui um idiota, infantil e cretino. Mas estou aqui novamente para te pedir desculpa. Me perdoa?-Ele suplica, e pela primeira vez vejo que ele está ao menos chatiado com essa situação. Mas não tem volta.

–Eu já te perdoei, mas como eu disse, não dá mais. Eu não quero isso pra mim. Não quero entrar em uma relação em que não há confiança. E você perdeu a minha confiança, e nada que você faça vai mudar isso. Nosso noivado acabou no momento em que você não foi verdadeiro comigo para expressar seus sentimentos. Como você pode dizer que me amava, Jack? Como pode me enganar?-Sinto que as lágrimas que eu tanto lutei para não derramar, escorrem pelo meu rosto em uma velocidade descontrolada. Sinto uma dor em meu peito, começo a soluçar e tremer. Devo estar horrível.

–Eu me precipitei dizendo que te amava, mas só naquele momento. Com toda verdade e certeza eu digo agora, eu te amo Amelia Rose! Me perdoa por tudo! Eu te amo e ainda quero me casar com você!-Por um momento fico sem palavras diante da declaração, mas apenas por um momento. Não posso me deixar levar por suas palavras, eu sei que não é verdade. Desmancho o nó que estava em minha garganta, enxugo minhas lágrimas e tento me acalmar para parecer segura.

–Tarde demais, eu não quero me casar com você! Eu não quero você nem agora nem nunca mais! Não sei como fui tão tola de achar que você me amava.-Tive medo que minha voz tivesse falhado, mas ela soou com convicção, como eu precisava. Não consigo mais nem definir o que estou sentindo. Angustia, tristeza, culpa, raiva... Tudo isso me parece pouco.

–Então é isso?! Você não quer mais se casar comigo? É essa a sua escolha? Tem certeza?-Sinto que ele está prestes a chorar, ou gritar, não teria muita diferença agora.

–Sim.-E com essa palavra eu acabo de vez com um noivado e destruo dois corações, o de Jack e o meu. Ele sai da mesa furioso, fazendo um enorme barulho para colocar a cadeira no lugar. Tenho certeza de que ele vai para algum canto chorar, ele não faz isso em público. Volto para minha sala e conto as horas para voltas para minha casa. Não aguento mais ficar aqui, pensando em como estará Jack. Mas não devo pensar nele, tenho que me concentrar nas aulas. Finalmente toca o sinal do término das aulas, estou louca para chegar em casa e falar com Emma, contar tudo qie aconteceu e chorar mais um pouco pelas minhas tristezas, que não são poucas. Mas enquanto passo pelo corredor escuto um murmúrio direcionado à mim. Então vejo aquela cena que pensei que não veria tão cedo. Jack aos beijos com alguém, e para quem disse hoje mesmo que me amava até que me esqueceu rápido. Mas quem é a garota? Parece uma pessoa que eu conheço. Não... Não pode ser! Porque ela? Justo ela... Minha melhor amiga... Ou melhor EX-MELHOR AMIGA!


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Notas finais do capítulo

Pessoas lindas dos nossos corações! Esperamos que tenham gostado! E advinham o que vem para o próximo capítulo? Barraaacooo!
Queremos agradecer as lindas que mandaram review! Vocês não sabem o quanto nos animaram! Ainda sonhamos com uma recomendação! Mas só queremos que vocês a façam quando acharem que nós merecemos de verdade combinado?
Amo vocês!
Beijos