Cigarette Smoke escrita por Mary


Capítulo 31
Seja bem-vinda à Cidade da Luz!


Notas iniciais do capítulo

Uau, fiquei um tempão longe né '-'
Desculpa ai pra quem ainda lê e ficou esperando, mas a escola está difícil esse ano e, como é o ultimo, preciso pegar pesado (aha, como se isso fosse verdade)...



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P.O.V Jeremy

Último dia em Paris e ainda estou pensando em como direi para ela.

Talvez seja a decisão mais babaca que eu já tenha tomado na vida... Mas é o que eu quero, é o certo! Bem, eu acho que seja o certo.

– Ei, está acordada?

– Sim.

Coloco meu braço sobre sua cintura e me aproximo, tentando ficar o mais perto o possível dela.

– Preciso te contar algo.

– Pode me contar o que quiser Jeremy.

Posso claro que posso... Mas devo? Ela vai ficar tão irritada! Talvez fique magoada, ou brava. E tudo o que eu não quero é que ela fique mal por minha causa.

Algumas coisas na vida acontecem por acaso, por exemplo, quando por acaso Amélia resolveu me trair, e eu, por acaso, resolvi voltar a morar com meus pais, que, por acaso, pediram a Sarah que cuidasse de mim. Tudo pelo simples acaso... Ou destino. Mas não tenho muita certeza se acredito que já estávamos fadados a ficar juntos... Quem em sã consciência juntaria minha mente pervertida com a mente psicótica de Sarah? Devia estar muito, mas muito maluco pra ter escrito nossa história, bem bêbado ou algo assim. É por acaso também que resolvi fazer isso, só não acho que deva forçá-la, ou até mesmo pedir, pra que entra nessa comigo.

– Sarah, eu...

– Então?

O telefone toca, um zumbido tão intensamente chato que por alguns segundos me esqueço até mesmo quem sou. Coloco o travesseiro sobre a cabeça e berro para que Sarah acabe com meu tormento.

– Alô? Madison? Aconteceu algo?

Espio por um vão do travesseiro enquanto ela se levanta da cama. Observo seu pijama de flores se apertar nos lugares mais engraçados do seu corpo. Sua bagagem chegou no quinto dia, Sarah quase morreu de felicidade, e quando digo quase morreu quero dizer literalmente. A empresa aérea ligou pela manhã e disse que a mala da senhorita Harue já estava em Paris, então ela enlouqueceu, pulou dentro de um táxi e quando chegamos ao aeroporto, se jogou para fora do carro e quase foi atingida por outro. Só não virou asfalto porque a tirei do caminho. Rio internamente me lembrando de sua cara de espanto e do beijo que me deu de agradecimento.

– Vocês o que? Enlouqueceram de vez? Eu sei que sim Mads, mas só faz dois anos! E daí? E daí que é muito pouco tempo!

Pausa. Sarah está vermelha feito um pimentão, passa a mão no cabelo e depois sobre o rosto. Que estranho.

– Vocês querem que eu o que?

Me sento na cama e ela finalmente olha para mim. Aproxima-se, o cabelo todo bagunçado descendo pelos ombros, e se senta ao meu lado. Tento abrir a boca para perguntar o que está acontecendo, mas ela é mais rápida e segura meus lábios entre seus dedos.

– Ah deuses! Tudo bem, já entendi... Não vou nem tentar fazer vocês mudarem de ideia... Quando vai ser? O que? Semana que vem? Só pode estar de brincadeira! Porque tão rápido? A Zoe o que? Ah, uau...

Sarah fica mais vermelha e, cara, ela fica linda assim! O que será que as gêmeas estão aprontando pra ter deixando a Ninfa nesse estado?

– Ah deuses novamente! Conversamos quando eu chegar ai... Sim, amanhã. Até.

Sarah desliga o telefone e me encara, como se estivesse pedindo ajuda. Sorrio de lado e ela me beija.

– O que aconteceu?

– As gêmeas vão casar. E Zoe está grávida.

– Nada mais me surpreende quando se trata das gêmeas.

Ela me beija novamente, beija até me encostar na cama, me beija até eu não ter ar e desejar morrer, pra que assim ela nunca mais me solte. Então a culpa toma conta de mim. Preciso contar pra ela.

– Sarah...

– Hm?

– Eu preciso te dizer...

– Poderia ficar quietinho e me abraçar, apenas.

Passo os braços ao seu redor, mas é como se meus braços fossem de borracha.

– Sarah...

– Jeremy, por favor. Você poderia ficar quieto e continuar me abraçando?

Sarah se ajeita até que seu corpo se alinhe perfeitamente na curva do meu, seu cabelo loiro invade minha boca e eu cuspo tentando me livrar do gosto de morango. Acabo cochilando minutos depois.

Sinto ela se mexer ao meu lado, tirando meu braço de sua cintura. Não me mexo, fingindo que ainda estou dormindo, posso ouvi-la soluçando. A cama se mexe, mas antes que Sarah se levante seguro seu pulso com força e a mantenho no mesmo lugar.

– Porque está chorando?

– Não... Não estou.

– Está sim.

Minhas mãos se prendem aos seus braços e continuo fazendo força pra que fique sentada.

– Vá pra merda pirralho!

– Não fale assim comigo Sarah! Porque está chorando?

Ela consegue se soltar e se levanta, mas quando penso que ela vai sair correndo e se trancar no banheiro, se vira na minha direção, os olhos vermelhos e os punhos cerrados, e começa a berrar desesperadamente.

– Você vai me deixar!

– O que? Como você...?

– Talvez eu já soubesse no fundo da minha alma... Montar um quebra-cabeça não é tão difícil assim, mesmo que você seja quase impossível de se decifrar.

– Sarah...

– Por que vai me deixar Jeremy?

Fico de pé num pulo e a abraço, Sarah tenta me empurrar, mas eu apenas a aperto mais. Ela coloca os braços entre nós, só que começa a chorar convulsivamente antes que possa sequer me socar.

– Eu não estou te deixando... Quero que você fique comigo.

– E-eu... Não posso simplesmente ficar...

Um peso de dez toneladas é jogado nas minhas costas. Ela não quer ficar, ela me ama, mas não o suficiente para ficar...

Me solto dela vagarosamente, no modo automático. Arrasto os pés até fiar de frente para a mesa e me escoro ali mesmo, quase desmaiado sobre a madeira.

– Entendo.

– Jeremy?

– Você tem muitas coisas lá... Tem uma vida... Eu não tenho nada Sarah, a única coisa que eu tenho não quer ser minha.

– O que?

Estou fora de mim, é como se eu assistisse tudo do lado de fora do meu corpo... Eu a quero tanto! Quero que fique comigo, aqui, é tão difícil assim de aceitar? Mas não posso obrigá-la... Não posso.

– Você quer ir embora... Pode ir... N-não vou te obrigar a ficar...

Aperto o tampo da mesa até os nós dos meus dedos perderem a cor. Escuto sua voz a distância, sinto suas mãos em mim, mas parece que não estou aqui... É como se eu fosse um filme...

– O que você está dizendo?

– Pode ir...

– Cala a boca Jeremy! Você... Você não quer que eu... Fique?

– É tudo o que eu quero Sarah! Mas você não...

Ela ri, uma daquelas risadinhas de tranquilidade de quando você percebe que sabe sim a resposta da prova e pensava que não. Porém, não gosto dessa risada! Por que ela está rindo?

– Jemy!

– Do que está rindo?

– De você! Você pensa que não quero ficar com você, mas o que eu ia dizer era que não posso simplesmente abandonar tudo sem dar uma explicação! Tenho que voltar e falar com todos!

Levei um soco na cara. Morri, fui parar no céu e me deixaram voltar.

Cacete!

– Nunca. Mais. Faça. Isso. Comigo. Sarah! Eu quase morri do coração! Pensei que teria que viver sozinho pro resto da minha vida!

– Você não ficaria sozinho por resto da sua vida, ô pirralho dramático!

– Ficaria sim! Sabe por quê? Porque desde o segundo que nos beijamos pela primeira vez, mesmo que fizesse parte de planos malignos, eu já sabia que estava condenado! Vamos viver juntos Ninfa, e depois morrer de mãos dadas!

Ela se joga nas minhas costas, já que até esse momento eu nem tinha notado que ainda estava de costas para ela, seus braços se apertam em meu peito e sua respiração ofegante faz meus pelos se arrepiarem.

– Isso foi tããão gay.

– É.

– Eu também te amo pirralho.

– Vai ficar mesmo comigo?

– Ainda restam dúvidas?

Faço-a ficar de frente para mim e a sento sobre a mesa, suas pernas se enroscam na minha cintura. Ela é tão bonita e loira e cheia de pintas... Ah deuses, como pude pensar que ela não me queria! Consigo ver isso nos olhos dela, posso sentir em suas mãos que me seguram com toda a força do mundo.

– Fazemos assim: voamos de volta amanhã, como o combinado, você tem uma semana pra resolver tudo, vamos ao casamento e nos mudamos de vez.

– Vamos morar onde?

– Eu vou pedir ajuda a um amigo...

– O senhor metido lá de baixo?

– Ele tem um nome, sabia?

– E qual é?

Hm... Boa pergunta.

Mas não darei o braço a torcer, então a distraio com um beijo.

– Ok, não me importo. Apenas me beije e ficaremos bem.

Sorrio de lado e encosto minha boca na sua levemente, depois a mordo. Sarah ri e então a beijo mesmo, seguro seu corpo contra o meu, bem apertado, afinal, nunca mais vou soltá-la.

– Ah, sim, ficaremos muito, muito bem. Seja bem-vinda à cidade da luz!


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Notas finais do capítulo

Isso ae o/



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