POV SAKURA

A vida está claramente me avacalhando e ao mesmo tempo me ajudando. Não sei se rio ou se choro, acabei de ser sorteada a fazer dupla com o garoto de quem sou afim e que acabou de me chamar de patética.

– Sra. Anko – Levantei-me e fui em direção à mesa da professora. – Eu posso fazer sozinha ou até não fazer, mas por tudo que é sagrado não me coloque com o Uchiha.

– Eu sou a favor disso também. – Falou o moreno, que sem eu ter notado estava atrás de mim. – Prefiro repetir o ano a fazer dupla com essa put...

– CALA A BOCA! – Gritei. Meio que a sala toda olhou para mim, usei a terapia do foda-se. – Se você ousar me chamar do que ia chamar eu juro que te mato! E para você saber, eu nunca, eu disse NUNCA, blefo!

Não sou de desesperar assim, podem me chamar de tudo, mas se me chamarem daquela palavrinha com “P” eu fico uma fera. (Inner: Ui, dramática/ Sakura: Você sabe melhor que ninguém o porquê de ninguém poder me chamar assim. ~ Le ficando deprimida./Inner: Verdade foi mal Saky.)

Vendo que eu ia mandar o Sasuke tomar naquele lugar, Hinata veio até mim e falou para a professora.

– Ela está só um pouquinho estressada Anko, a Sakura aceita fazer a dupla e pede desculpas.

– Tudo bem Srta. Hyuuga, mas da próxima vez não interrompa. Queria tanto ter visto onde ia dar. – Falou fechando os braços e fazendo uma gota plantar em nossas testas.

Nós três fomos para nossos lugares e a professora começou a explicar o trabalho, mas eu estava ocupada admirando o teto e pensando em como iria explicar para minha amiga o que deu em mim, pois do jeito que ela é vai querer saber.

Meus pensamentos foram interrompidos quando o sinal tocou, esse era nosso (Meu e da Hina) horário vago, então fomos para a biblioteca estudar. Mentira íamos conversar.

– Você pode me explicar agora o porquê de você ter se estressado por ele ter tentado te chamar de puta? – Não falei que ela ia querer saber? Estão me devendo cinco pratas! – Pelo que sei já te chamaram de coisa pior.

– Não quero falar sobre isso Hinata, é apenas um traumazinho bobo. E você, como está se sentindo ao fazer dupla com o futuro pai de seus filhos? – Falei tentando mudar de assunto, ela viu o que estava tentando fazer, mas ignorou.

– Acho que vai ser legal, escrever o roteiro de uma peça deve ser divertido...

– O que?! Peça? Como assim?!

– Sabe a hora em que você ficou boiando legal depois da discussão com a Anko?

– B-boiando? Eu nunca bóio, só estava apreciando a bela cor de branco cu que a nossa escola tem. – Falei arrancando risadas da Hina.

– Ok, então você sabe. O trabalho é assim: Cada grupo vai escrever uma peça original, criada pelos integrantes. A melhor vai ser encenada na frente da escola inteira, os papeis principais serão os criadores e os outros serão sorteados na classe. Você ganha ponto em português e em Artes Cênicas.

– Fudeu, eu tenho criatividade zero. Aposto que você vai ganhar e o gênero vai ser romance, já que é seu gênero favorito e você é tipo, tão doce e tão meiga que me dá vontade de correr atrás de você com uma faca. – Falei naturalmente.

– Olha quem fala. – Droga, minha casca de durona nunca funciona com a porra/fofa da Hinata! – A menina que vivia vendo livros e filmes românticos, sabe de cor as falar de Romeu e Julieta, ama ouvir músicas românticas... Preciso continuar?

– Eu era assim, da próxima vez que for lá a casa vai ver que meus livros e filmes foram doados, meu MP3 só tem rock pesado e eu nem me lembro de como era aquela peça inútil.

– O que aconteceu com você Sakura? A Ino tinha me contado que quando mais nova era diferente, ai depois de alguma coisa começou a esconder o corpo em roupas largas, tentou pintar o cabelo e mudou o jeito. Esse “acontecimento” também é a causa de ninguém poder chamá-la de pu...

– É Hina, esse acontecimento é a causa de tudo isso. Satisfeita? – Perguntei irritada, ela ia responder, mas o sinal tocou e eu fui em direção á aula de Artes com o professor Sai, não sei o porquê, mas esse cara parecia não ter sentimentos, nunca sorri nem nada do gênero.

– Queridos alunos, hoje vou fazer uma experiência com vocês, segundo um livro que li, para que vocês se divirtam tenho que dar liberdade. – Ele deu um sorriso tão falso que eu quase me matei. – Vamos passear pela escola e vocês vão escolher uma pessoa e desenhá-la sem que ela perceba. Mas caso eu souber que um de vocês fez coisas inapropriadas não terei pena em chamar a diretora Tsunade para vocês. (Inner: Qual o problema desse cara? Sakura: Quando eu souber conto pra você.)

Resolvi ir à biblioteca, as pessoas ficam paradas lá, então vai ser mais fácil. Chegando lá vi uma coisa que não acreditei. Naruto lendo Romeu e Julieta sei que tinha um trabalho a fazer, mas uma chance zuá-lo seria única e como amiga da Hinata tenho que atormentar o quase namorado dela, é o meu dever! ~Le pose de herói.

– Vejam só, ele está lendo um livrinho fofinho de romancezinho.

Ele me olhou assustado, mas depois deve ter se lembrado de onde me viu e aliviou.

– Oi, Sakura né? Estava apenas tentando arrumar inspiração para fazer o trabalho de português, Hinata disse que gosta de romance. – Olha como o amor é inútil, o moleque está tentando agradar a Hina.

– Hum. Aqui, tenho que fazer um trabalho de artes e nele tenho que desenhar alguém. Posso te desenhar?

– Ok, eu sei que sou lindo. – Falou ele brincando. Gostei desse garoto, ele ganhou meu selo de aprovação como namorado de minha Best.

Já que eu manjo dos paranauê terminei o desenho faltando dez minutos para voltar pra sala, então resolvi interrogá-lo.

– Olha, como uma boa amiga eu tenho que fazer um pequeno teste para saber se você é bom o suficiente pra minha amiga.

– Tudo bem, manda a ver, sou demais!

– Já teve quantas namoradas? É pegador de vadias igual o idiota do seu amigo? Gosta de romance? Dormiu com quantas garotas? Tem um minuto.

Naruto corou, me segurei para não rir da cara dele.

– 2. Não. Mais ou menos. Nenhuma. – Ele respondeu um pouco encabulado.

– Livro, filme e comida favorita?

– A resposta para todos: Tomates verdes fritos. – Não aguentei continuar com a cara amarrada, esse garoto é uma peça.

– Aprovado. Só um aviso: Se você a magoá-la vou te esmagar igual a uma uvinha, ok? – Falei fazendo meu olhar assassino,

– O-ok.

O sinal tocou e eu me despedi e voltei para a sala de aula.

(JÁ QUE SOU PREGUIÇOSA) No final da aula, para ser mais exata, na saída/entrada da escola...

Hinata me irritou pra cacete no intervalo, então ia contar para ela e para Ino em minha casa o que foi o tal “acontecimento”.

O carro de minha prima buzinou e nós entramos.

– Então meninas, como foi à aula? – Perguntou Ino animada.

– Nós duas xingamos muito a VaKarin e a Hina arrumou meio que um namorado.

– Falem a verdade, eu sou foda, consegui fazer duas rejeitadas virarem isso. – Falou apontando para nós. – Essa transformação merece uma ida ao shopping, com direito a roupas novas!

– Ino, realmente muito obrigada, mas hoje gostaria que vocês duas fossem lá em casa. Quero contar uma coisa.

– Tudo bem.

Na casa de Sakura...

Estávamos no sofá. Ficamos em silêncio, até que Hina o quebra.

– Então... O que houve para que você mudasse tanto?

– É isso que você vai contar? – Perguntou Ino.

– Sim, mas jurem por tudo no mundo que isso vai morrer aqui. Prometem?

Elas assentiram. Agora eu ia desenterrar segredos obscuros que escondi por muito tempo...