As Cartas Malditas escrita por urbaninha


Capítulo 2
Capítulo 2




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Durante dois anos, andou pelo mundo, buscando inspiração para suas músicas e poemas. Dois anos foi andarilho, nômade, vendo tudo que podia, sentindo novos cheiros, provando novas comidas, conhecendo pessoas maravilhosas e ruins. Como mago, não tivera muitos problemas, um ou outro incomodo, exceto a saudade...

Nunca mandou noticias. Mas deixou ordens expressas a Nakuru e Spinel que a servissem mesmo se ele nunca mais retornasse.

Ela estava bem. Sabia disso.

Quando ele chegou, Nakuru assustou-se.

- Eriol!!! Você??? Que bom revê-lo!!! – e o abraçou fortemente – ficou tanto tempo sem dar noticias!!!! Você é muito mau, sabia? – e encheu o rapaz de protestos melosos, fazendo-o sorrir. Acabou sorrindo também.

- Desculpe Nakuru. Como estão vocês?

- Spin está bem, agora está estudando língua egípcia (ai quando ele resolve treinar comigo fico doida!). Eu também estou ótima. Kaho está se recuperando muito bem também.

- Se recuperando? De que?

- Venha ver!!!

E puxando-o pela mão, levou-o até um quarto decorado em tons de rosa. Lá, em um dos cantos mais acolhedores, estava ela.

- Lhe apresento Eleanora. Ela não é linda?

Dentro de um berço, estava um anjo adormecido. Linda.

- Pegue ela no colo.

-Ela está dormindo! Não faça isso!...

Nem adiantou. Nakuru colocou a pequena criança no seu colo. Quentinha e com aquele cheirinho de neném que acalma qualquer um.

- Ela é tão linda!

- Kaho teve um parto complicado. Ainda não está podendo cuidar dela sozinha – e passando a mão na cabeça da pequena, diz – e mesmo que quisesse não ia deixar. Não fico longe da minha doçurinha...

Eriol colocou com cuidado a bebê no berço. Encarou Nakuru.

- O que?

- Kaho poderá te contar melhor. Ela está na outra sala.

Entrou. Numa poltrona reclinada, Kaho estava desajeitadamente tentando tricotar alguma coisa. Ao vê-lo ficou branca que nem papel.

- Erio-ol? É...vo-você?

- Hai.

Ela levantou e abraçou o rapaz. Com uma certa dificuldade.

- Você desapareceu! Quanto tempo não te vemos!!

- Você está bem? Soube que foi complicado...

- Foi. Mas estou ótima. Nakuru tem me ajudado imensamente.

Então ele foi sabendo aos poucos. Ela estava casada. Conhecera um professor, um homem muito bom e honesto. Um físico renomado. Bastante educado, culto, mas de coração enorme e maneiras simples. Exatamente o que ele desejava a Kaho. Ela engravidara, mas teve vários problemas no parto. Quase morreu, mas agora estava quase reabilitada por completo.

O marido de Kaho chegara logo ao anoitecer.

- Então você é o irmão de Kaho? Queria ter te conhecido antes! Mas ela me contou que você queria conhecer o mundo. É mesmo? Por isso ficou tanto tempo longe?

- Sim. Conheci lugares fantásticos. Tenho muito a relatar a vocês!

- Que ótimo! Então vamos jantar? Com fome o raciocínio e a memória ficam comprometidos! – e puxando o lugar para Kaho sentar-se, começou a bombardeá-lo de perguntas enquanto comiam.  Ela dissera que era seu irmão para protegê-los. Isso explicaria seu envolvimento com ela e a presença de Nakuru. Não se zangou; ao contrário. Simpatizara com ele de imediato. Mas o que, sobretudo, aqueceu seu coração foi o sorriso de Kaho. Ela estava tão feliz... Feliz como ela nunca estivera com ele. E a pequena criança no seu colo era a prova viva disso.

Decidiu viver sozinho, embora Edward, marido de Kaho, tivesse lhe implorado para que aceitasse morar com eles. Deixou Nakuru morando com eles, para cuidar de Eleanora. Sentiu forte poder nela; era melhor que ficasse sob os cuidados dela e sob proteção de Rubymoon. Além disso, tornara-se mais responsável, embora não tivesse perdido seu eterno jeito infantil. Ele moraria com Spinel. E depois que lançou seus livros e músicas, nunca mais teve tamanho sossego nem ficou sozinho. Sempre cercado de gente.

Agora Eleanora estava adorável, nos seus dois aninhos. Era muito esperta e meiga. Adorava ouvir “Tio Elol” contar como eram outros lugares muito longes, ou suas histórias de seres mágicos. Edward realmente o considerava em profunda estima, e sempre insistia para que ele fosse morar com eles.

Ele estava satisfeito.

Agora ia ver outra família surgir...


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