Era uma noite fria e chuvosa, era mais ou menos 2:30 da manhã e você já tinha me ligado dezenas de vezes, eu apenas ignorei.

"Grande erro", penso hoje.

Já eram 4:00 da manhã e você já tinha parado de me ligar a algum tempo, estava voltando pra casa, já tinha esfriado a cabeça.

"Porque eu estava nervoso mesmo?. . ." é mais uma das perguntas que fasso hoje.

Quando abri a porta, lá estava você, estirada no chão com um frasco vazinho de remédio. Eu entrei em desespero, como nunca em minha vida, corri até você e a peguei nos braços, subi as escadas correndo e a deitei em nossa cama.

"Ainda posso chama-la de nossa, certo?"

Estava do seu lado e não sairia dali até que você me pedisse.

-Vai ficar tudo bem, você vai ficar bem Lucy. . .- já não conseguia conter as minhas lágrimas.

Olhei para seu rosto sereno, você parecia um anjo, aos poucos foi abrindo seus belos olhos achocolatados.

-Me desculpe - ela me pediu assim que me viu.

-Não tenho o que desculpar, meu anjo. Eu que lhe devo desculpas - seus olhos estavam cheios de lágrimas.

"Como você sempre consegiu ser mais forte que eu? Você estava despedaçada e ainda sim, segurava tuas lágrimas . . ."

-Está tudo bem - você deu um sorriso lindo pra mim.

-Agora pare de falar, e. . . - fui interrompido por você.

-Não adianta mais . . . Por favor, não se culpe por isto sim?- disse fraca, levou sua mão até meu rosto e limpou, em vão, algumas das lágrimas que ali tinham.

-Lucy, por favor, aguente mais um pouco não me deixe- as grossas lágrimas voltaram a cair, assim como no momento que lhe vi estirada no chão.

-Desculpe -me deu outro de seus sorrisos, mas agora diferente de antes, uma fina lágrima lhe escorria no rosto- Eu. . . eu sempre te amei, e sempre irei te amar, Natsu - sua voz estava falha, e com o fim desta frase você fechou os olhos.

"Aqueles lindos olhos que jamais poderei ver novamente. . ."

-NÃO! Lucy, por favor! Não vá. . .- disse abraçando-lhe - Eu também te amo, meu anjo - tomei-lhe os labios pela ultima vez.

Fiquei abraçado contigo até o amanhacer, que não tardou a chegar.

Aquele foi um dos amanheceres mais lindos que já presenciei, seria uma linda despedida para ti, meu pequeno anjo. . . Lucy.

ALGUNS ANOS DEPOIS:

Hoje estou aqui, de joelhos na grama, enfrente ao seu túmulo com doze rosas vermelhas, suas favoritas.

-Hoje vim para conversar um pouco- abri um grande sorriso. Não, eu não tinha superado sua morte, só que sei que não gostaria que chorasse assim por ti.

-Sei que você ficaria mais feliz se eu seguisse em frente, mas, por enquanto, eu não posso - olhei para o céu, um lindo por-do-sol, estava a me proporcionar lembranças tuas :

Nós, andando de maos dadas . . . 

Nós fazendo aquela promessa, de que nunca iriamos terminar

E varios outros momentos nossos. 

Quando dei por mim, a noite já caira, me proporcionando o céu noturno que tu, meu pequeno anjo, tanto amavas, e ainda amas.

-Eu sei que seria tolice dizer que não amarei mais ninguem alem de ti, certo?- perguntei fitando seu túmulo- Mas quero lhe dizer que, mesmo que eu comesse a amar outra pessoa eu nunca, nunca mesmo, irei lhe esquecer ou deixar de amar te, minha Lucy- me levantei e segui rumo a minha casa, a nossa casa . . .

Nós, andando de maos dadas . . .

Nós fazendo aquela promessa, de que nunca iriamos terminar

E varios outros momentos nossos.