The Lair Of Hell escrita por Jooy Nii


Capítulo 3
A floresta das sombras.


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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...

A cada passo dentro daquela floresta fazia meu estomago revirar. A neblina no começo da noite se manifestou, mas não era nada que me fizesse parar. As árvores tornavam-se mais assustadoras do que o normal, estava começando a arrepender-me por não ter esperado o amanhecer.

Por mais assustador que aparentava, segui tranquilamente pela floresta, logo pude avistar um brilho vermelho entre as folhagens. A mistura de sentimentos naquele momento foi confuso, não sabia se estava aliviada por sair daquela floresta ou desesperada com o fogo logo à seguir, de qualquer modo serrei meus dentes e bati levemente no cavalo com os pés, fazendo-o seguir mais rapidamente.

A imagem vista a minha frente fora devastadora. Avistei a enorme montanha avermelhada tão de perto, porem o caminho manchado de sangue me conturbou, e ao avistar os paladinos caídos logo ao pé do vulcão me causou náuseas, segurei minhas lagrimas o máximo que pude, prendi a respiração e segui em frente, teria de procurar por sobreviventes.

Quanto mais subia o vulcão mais angustiante era o odor de enxofre. O cavalo recusava a seguir em frente, nada pude fazer, amarrei o animal ao pé de uma árvore. – Volto logo, Kuro. _ Acariciei o animal e terminei a subida sozinha, até encontrar uma fenda entre as rochas.

Passei por grandes pedras até conseguir chegar á fenda. Sua entrada estava manchada de vermelho, um calar frio subiu em meu estomago, respirei o máximo que pude e passei pelas rochas.

- Meu deus... _ Tampava minha respiração com minhas mãos, o odor de enxofre misturava-se com o cheiro de sangue seco e quase desmaiei ali mesmo. Escalei com dificuldade até encontrar uma pequena ponte que fora construída por extratores de pedras, peguei impulso e corri pela madeira da ponte o mais rápido que pude, e ao levantar meu olhar avistei algo horrível.

Não importava a direção que olhava, os corpos dilacerados estavam em todos os lugares, não havia nem como alguém sobreviver de tal maneira, ainda mais por uma semana. Aquilo só podia significar uma coisa: Berkas retornou.

O medo percorreu pelo meu corpo, fazendo-me estremecer. Não teria como permanecer naquele lugar, não, ao menos sair de lá vivo seria impossível. O desespero passava por minha mente naquele momento, até que meus pensamentos foram cortados por um gemido vindo mais a frente.

Andei em direção ao barulho, ergui a katana que levava comigo. – A... A-aguem... ai?

A escuridão não me permitiu enxergar, acendi uma pequena tocha e movimentei de um lado ao outro, trêmula.

- V-você... _ Quase deixei a tocha escapar de minhas mãos ao avistar um jovem caído em um canto, corri até o mesmo preparando os medicamentos de primeiro socorros. – Aguente firme...

Verifiquei seus batimentos pelo seu pescoço pálido, foi quando notei que o mesmo perderá o braço e tentou estancar o sangramento com um pedaço de pano, sua situação não estava nada bem.

- F-fuja... _ Segurou em meu braço fazendo-me guiar os olhos até os deles, eram dois rubis hipnotizantes.

- Não posso fazer isso._ Amarrava uma faixa em seu braço fortemente, o garoto franzia as sobrancelhas ao sentir o aperto. Encharquei um pano branco com água que levava comigo.

- Idiota, você vai morrer.

- Você também. _ Retrucava suas palavras enquanto limpava seu rosto coberto por sangue seco, sua pele tinha um tom arrochado, aparentava sensível ao toque. Levei minha mão por baixo de sua cabeça o levantando, foi quando senti sua pontuda orelha e constatei. – Você não é um paladino.

- Não que eu saiba. _ Dizia em um tom de sarcasmo. – Mais você é uma louca suicida.

- Não importa o que você diz, não vou sair daqui sem ao menos um sobrevivente. Louca seria se eu te deixasse assim neste estado. _ O levantava delicadamente, ele estava fraco de mais para se erguer sozinho, perdeu muito sangue com aquele ferimento, com muita hesitação dava passos lentos.

Olhava ao redor tentando encontrar algum local na qual poderia trata-lo com mais calma, foi quando avistei uma pequena caverna não muito distante. Não era um lugar muito espaçoso, na realidade era bem pequena, mas não tinha escolha. Depositava-o delicadamente em um canto ao chão, usando a bolça que levava comigo como apoio para sua cabeça.

- Esta sentindo algum mal estar? _ Levava minha mão até sua testa verificando a temperatura, na qual estava absurdamente alta, molhava novamente uma toalha colocando-a em sua testa.

- Preocupe-se consigo mesma. _ Desviou seu olhar do meu. Suspirei fundo e me sentei ao seu lado.

- Olha, tenho um objetivo para estar aqui, e isso inclui a sobrevivência de qualquer individuo. _ de fato este era meu objetivo, mas não creio que incluía outras pessoas que não fossem paladinos, mas meu ego não deixaria alguém morrer aos meus olhos. – Colabore.

Ele fitou-me por alguns segundos, e logo ergueu sua mão até a testa,fechando os olhos em seguida. – Água...

- Ham? Ah... Ok. _ Procurava pela garrafa de água que havia deixado junto á caixa de primeiro socorros. Não encontrava em lugar algum. – Er...

Virava-me novamente para o garoto, e avistei-o com a garrava bebendo desesperadamente o líquido, ao terminar respirou fundo e voltou a encarar-me. - Você realmente é inútil.

O comentário do mesmo deixou-me furiosa, mas consegui conter a raiva. – Escute! Vá descansar. _ Encostei minha cabeça na parede da caverna, soltei meus cabelos deixando-os cair pelos meus ombros. Retirei um pequeno agasalho de dentro da bolça e joguei sobre o garoto. – Amanhã vamos sair daqui, então melhore até lá.

Alguns minutos se passaram, ele não havia retrucado como fez antes, então pude descansar em paz.

...

Lá fora o sol raiava, e não somente por lá. As frechas de luz batiam em meu rosto, ardendo meus olhos azulados, que nesta hora da manhã provavelmente estariam avermelhado.

Ainda sonolenta levei meu olhar por toda parte, esperando ser um sonho tudo que vivi, mas não tem como a realidade ser tão amigável assim. Olhei para o garoto ao meu lado, parecia tão gentil dormindo, seu rosto era traçado delicadamente, e sua pele levemente arrochada parecia se realçar com o sol da manhã.

Despertei do transe e me direcionei para fora da caverna, procuraria por algum alimento na floresta. Lembro-me de ter passado por algumas arvores frutíferas.

A tranquilidade daquela manhã fez-me sentir protegida por um momento, e com isso tomei coragem para caminhar. Logo a frente uma robusta macieira chamava minha atenção, aproximei-me e com saltos não tão altos alcancei algumas maçãs, colhi o suficiente para satisfazer tanto a mim quanto ao garoto quando acordasse. Levei algumas maçãs para o cavalo que descansava nas sombras, e voltei a me despojar na grama esverdeada e levemente úmida. A manhã estava realmente perfeita, se não fosse pelo fato de estar em território inimigo.

Retirei de meu bolço o elegante leque que havia recebido de Alenkast. O ergui delicadamente, encantada com o desenho de belas flores de cerejeira que enfeitava o tecido grosso do utensilio, perguntei-me varias vezes o porquê de tê-lo recebido em um momento como este, foi quando memorias vagas de minha lembrança voltaram à tona. Sempre quando criança costumava praticar uma dança muito elegante, na qual trajava um kimono de seda e um leque, e aos festivais dançava perfeitamente para agradar aos Deuses. Nunca fui boa em manter a postura em tal dança, mas adorava faze-la.

Levantei-me ficando de frente a uma árvore, então ergui o leque á cima de minha cabeça – como costumava fazer nas danças – e o movimentei delicadamente. Pude sentir uma pulsação de vento saindo do mesmo, meus dedos estremeciam com a pequena rajada. Tentei mais uma vez, com mais força, e pude ver um pequeno tornado de vento há minha frente. – Não pode ser... _ Balancei minha cabeça negando a acreditar em meus pensamentos, e logo deitei sobre o gramado novamente.

Espreguicei-me sobre a grama apoiando a cabeça em um tronco de uma árvore, por momentos senti uma pulsação vinda de baixo da terra, e se não fosse pelo meu reflexo teria minha cabeça esmagada. – Era o que faltava. _ Retirei minha katana de minha cintura e posicionei de frente a criatura em minha frente. – O que um Ente enorme faz aqui... _ Resmunguei em um tom baixo enquanto desviava de seus ataques lentos. Mas aquele Ente tinha algo diferente dos demais que já enfrentei, sua folhagem possuía uma coloração avermelhada, e sua força era maior – pelo que constatei ao vê-lo socar o chão –deixei os pensamentos de lado e saltei de encontro á criatura, o partindo em pedaços desgovernados.

Caminhei até o local que deixei as maças e recolhi-as depositando em minha saia de seda. E menos que perceba já havia chegado em frente da caverna.

- Hey. Trouxe algumas frutas...

Ele não estava mais lá.

- Droga! _ Deixei cair as frutas que carregava comigo, e sem pensar já me via novamente na floresta. – Droga, droga! Hey, garoto. _ Eu não entendia o porquê do meu desespero,somente me via gritando desesperadamente, e sem resposta.

- Garoto... Ei... _ Apoiava em uma árvore buscando ar, desisti da corrida e segui caminhando. – Você dos olhos vermelhos! _ suspirei. - Por que não perguntei seu nome? Como sou lerda.

Passei pelas as árvores e a cada passo sentia a brisa mais fresca. Andei entre as gigantescas pedras cobertas de musgo, até avistar uma pequena cascata logo à frente. Apressei meus passos, e ao passar por uma enorme árvore tentei o máximo conter meu grito com as mãos. Neste momento pude sentir meu rosto arder.

...

Continua...


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