As Cores Do Outono escrita por SakuraHimeT


Capítulo 16
Capitulo 16- O Primeiro Segredo


Notas iniciais do capítulo

Oie! Mais um capitulo ! Vamos ver o que a Sakura descobriu? O que irá acontecer depois? Boa leitura! ^^



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Estava deitada num mar de folhas amarelas e castanhas. O céu era cinzento e não via o brilho do sol. Sentei-me observando o rio à minha frente.

O que tinha acontecido? Onde estava?

Olhei para trás e vi o carvalho. A clareira...

Levantei-me e não vi ninguém. O baloiço nem estava lá. Mas porquê? O carvalho estava vivo, porém onde estava o baloiço?

Andei até à casa da tia, mas quando cheguei à berma da estrada não havia a casa da tia. Nem o chalé dos Lis.

O que estava acontecer? Onde estavam todos?

Eu avisei-te.

Assustei-me com uma voz, contudo não via ninguém.

Vai-te embora.

Não! Quem és tu?

Eu avisei-te para te manteres longe. Consequências virão, Sakura.

Não!

Depois fui envolta por chamas amareladas queimando tudo ali presente, inclusive o meu corpo.

–Ahhh!- gritei.

–Sakura!

–O fogo! O fogo!- gritei sentando-me na cama, olhando para a fogueira.- O fogo...!

–Calma, está tudo bem. Tiveste um pesadelo. Queres que apague a fogueira?- Syaoran perguntou, preocupado.

Pisquei duas vezes. Fora tudo um sonho. Ele estava ali, sentado ao meu lado, lindo e nu.

E era só meu.

–Não.. Desculpa não te queria fazer preocupar. Tive um sonho estranho. Não estavas lá..

Ele curvou-se e abraçou-me.

–Está tudo bem, estou aqui meu amor.- Beijou-me os cabelos.- Calma.

–Eu acho que devíamos voltar.- Afirmei olhando-o.- Está a ficar tarde e depois não queria chegar de noite a casa.

–Sim, claro. Além disso os cavalos devem estar esfomeados.

Merda! Não me tinha lembrado dos animais. Há quanto tempo estávamos ali? Parecia uma eternidade.

Syaoran levantou-se e recolheu as suas roupas do chão. Admirei o seu belo corpo atlético, devido aos treinos de artes marciais. Ele era tão lindo. Um Deus Grego.

Vestiu-se lentamente depois virou-se para mim.

–Vais ficar ai o dia todo?- perguntou.

Voltei a piscar os olhos e corei de vergonha por estar admira-lo. Levantei-me rapidamente enrolando-me na colcha e recolhi as minhas roupas. Contudo não me queria vestir a frente dele.

Ah boa, Sakura. Fizeste amor com ele e agora queres te esconder?

A minha mente acordou do seu belo sono de beleza. Revirei os olhos.

Syaoran reparou na minha expressão.

–Não tens nada aí que já não tenha visto.- Falou abraçando-me por trás. Eu dei um gritinho excitado. O vermelho era o rei das minhas bochechas. Beijou-me o pescoço e rimos os dois. -Estás bem?

–Sim, estou.- Ambos olhamos para a cama improvisada. Uma pequena mancha de sangue era visível no lençol. Voltei a corar, aquilo era demasiado íntimo.

–Desculpa..- Voltou a sussurrar.

–Tudo bem, acontece a todos, Syaoran.- Sorri para ele.

–Vá, despacha-te.- Ralhou e deu-me uma palmada no rabo.

–Syaoran!- gritei completamente em chamas. Eu sempre quis aquilo, desde o dia em que ficara doente.

Uma boa palmada de Syaoran Li.

–Sim, senhor mandão!- mostrei-lhe a língua e vesti-me rapidamente.

Como ele dissera, os cavalos estavam esfomeados. Por um lado senti compaixão por eles. Nós no bem bom e os animais a morrer de fome. Mordi o lábio, culpando-me.

Regressámos a casa com o por do sol ao longe. A tempestade foi embora, mas o frio cortava os ossos.

Syaoran ajudou-me a sair da Ice e foi guardar os animais. Acompanhou-me até casa e a tia já estava a preparar o jantar.

–Boa noite, então por onde andaram?- perguntou a mulher de mãos na cintura. Ah, a minha tia inquisidora.

–Olá tia.. Fomos dar um passeio a cavalo.- Falei, não comentando tudo.

–Foi bom?

–Mais que bom.- Falou Syaoran.

Eu senti a cara arder. Dei-lhe um beliscão no braço sem Maki perceber.

–Ai sim?- Ergeu as sobrancelhas, curiosa.- O que mais fizeram?

–Nada!- apressei-me a responder.- O que é o jantar de hoje? Tenho imensa fome.

A tia gargalhou diante a minha figura corada. Syaoran piscou-me o olho. Detestava quando faziam isso comigo.

–Tenho de ir embora.

–Não ficas para jantar? -pedi.

–Não , hoje não.

Acompanhei-o à porta.

–Até amanha, obrigada pelo passeio de hoje.- Meti de pontas dos pés e beijei-o nos lábios.

–Obrigado também, foi magnífico.- Sussurrou corado.

Fechei a porta e quando voltei para trás a tia estava a vinte centímetros de mim.

–Ai! Tia!- gritei assustada.

–Hm, vais me contar o que houve?- voltou a perguntar, manhosa.

–Não!

–Não? Então houve alguma coisa, só que não mo queres contar.. hm hm!- sorriu de lado.

–Ah, eu vou tomar banho, hoje andei de cavalo. Até logo!- e fugi pelas escadas acima, ouvindo as gargalhadas dela.

Era embaraçante!

Mais tarde, estava deitada no sofá da sala a brincar com Kero e Maki pediu-me para ir ao sótão da casa buscar uma caixa de lãs, para tricotar. Não me apetecia levantar-me do quentinho, no entanto fui contra vontade.

O sótão estava igual desde o Halloween. Ainda haviam alguns tecidos do meu fato lá espalhados e o espelho comprido. Abri o baú das linhas e tirei a caixa das lãs, porém no baú do lado estava fechado a cadeado. Fiquei curiosa o que teria de tão importante para estar fechado à chave?

Se calhar nem pertencia à tia, perguntei-me a mim mesma. Mas a curiosidade falava mais alto. Iria descobrir o mistério que ali guardava.

Voltei a fechar o outro baú e desci para a sala.

–Todos os baús são de tecidos?- perguntei, entregando a caixa à mulher.

Maki ficou tensa, depois relaxou observando-me.

–Porquê? Sim, são. Eram da tua avó.- confessou rapidamente.

Eu engelhei o nariz.

–Mas há um diferente... tem um cadeado.

A mulher torceu-se na poltrona, parecia incomodada.

–Sim, esse não é propriamente de tecidos. Guarda algo valioso.

–O que é?- perguntei.

A tia não respondeu. Fechou os lábios numa linha fina e percebi que a conversa terminara por ali.

Finalmente deitei-me na minha cama,exausta.Kero também deitou-se sobre os meus pés. Fora um dia grande, desde o passeio, a casa abandonada, fazer amor com Syaoran...

Fechei os olhos, ainda o sentia sobre mim beijando-me penetrando-me lentamente. Era tão profundo.

Depois tivera o pesadelo, e depois aquele baú mistério pairava-me na mente.

Virei-me para o lado e deixei o corpo descansar. Amanhã, iria descobrir tudo.

O galo cantou os bons dias, como sempre e acordei. Espreguicei-me pelo comprimento todo da cama e sorri. Sentia-me bem, diferente.

Mudei de roupa e desci para a cozinha, a tia ainda estava em casa.

–Bom dia!

–Bom dia, Sakura. Vejo que acordas-te bem-disposta.- sorriu.

–Sim. Não está atrasada?

–Vou já embora, só estava a preparar o meu almoço, hoje não venho a casa. Está ali o resto da sopa de ontem, aqueces na lenha e comes sim?

Arrumou a cesta e acompanhei-a até ao Chevrolet carregado de mercadoria.

–Até logo.- despedi-me e observei-a a desaparecer pela estrada.

Ótimo, mãos à obra.

Corri para casa e fechei a porta. Depois respirei fundo e fingi ser uma espiã de 007, subindo as escadas até ao quarto da tia com as mãos juntas e os dedos em forma de arma. Quem visse, diria que era doida.

Mas já és doida.

Cala-te.

Doida por Syaoran.

A porta estava fechada, guardei a minha arma fingida num bolso qualquer do meu casaco e com o punho do tecido abri a porta devagar.

Os espiões não deixam impressões digitais. Pensei vitoriosa.

O quarto era simples, arrumado e limpo. Na penteadeira haviam caixas de jóias e alguns cremes para a pele.

Certamente chaves guardavam-se por entre as jóias. Abri-as mas sem efeito. Voltei arrumar tudo direitinho e depois ajoelhei-me para abrir as gavetas. Eram só roupas de velha. Mas onde estaria a chave?

Uma ideia pairou-me na cabeça. Já sei!

Abri o seu guarda-roupa, e lá estavam três gavetas. Abri a primeira e encontrei uma pequena caixa de cabedal. Estava lá a chave de ferro, grande e pesada.

–Ah ha! Encontrei-te!- guardei-a no bolso do casaco e deixei tudo em ordem para que a tia não desconfiasse.

De repente ouvi um gemido e dei um pulo assustada. Kero estava à porta do quarto da tia. Por momentos pensei que era a própria mulher vigiando-me.

–Kero, que susto!-choraminguei, peguei-o ao colo.- Não me faças mais isso, anda vamos ver o que a tia tem escondido, sim?- ele miou e sorri.

Subi para o sótão. Abri a janela entrando luz por tudo o recinto e sentei-me no chão à frente do baú. Tirei a chave e respirei fundo.

Sentia-me mal por estar a fazer aquilo. Era invadir a privacidade da tia, mas estava completamente cega de curiosidade. O que escondia ali?

Voltei a respirar fundo e enfiei a chave que abriu o baú num só estalo. Um bafo de pó fez-me tossir, certamente que estava fechado há imensos anos.

Encontrei várias cartas em pergaminho antigo. Todas correspondidas para Maki Kinomoto, mas sem assinatura. Falavam de amor e relação de famílias. Não li todas, pois eram muitas. Tirei-as para o chão e encontrei uma outra caixa mais pequena. Deviam ser mais cartas. Posei-a no chão e depois no fundo do baú estava um saco de couro. Abri-o e lá estava um vestido branco, rendado. Era lindo.

Puxei-o para fora, levantando-me e exclamei surpresa.

Era um vestido de noiva.

A tia ia se casar? Oh meu deus. Mas com quem?

Encarei-me ao espelho e coloquei o vestido à minha frente. Parecia ter as mesmas medidas que eu. Ela devia ser muito jovem naquela altura.

No baú já não havia mais nada. Então voltei-me a sentar no chão e peguei na caixa que ainda não abrira.

Eram fotografias. Fotografias a preto e branco, mas dava para perceber que era a tia mais nova. Devia ter uns vinte anos. Depois outras, estava acompanhada. Um rapaz alto, cuja cara não me era estranha. Mais fotos juntos, no rio, deitados nas folhas do Outono, aqui em casa.

Cada vez mais que olhava para o homem, lembrava-me de alguém. Os olhos eram familiares, as sobrancelhas também. Só não conseguia ver a cor, porque era preto e branco.

Foi depois que tudo pareceu cair sobre mim. E num furacão de pensamentos dei por mim levantando-me e jogando todas as fotos para o chão, tapando os lábios para não gritar.

Fazia todo o sentido. Claro que fazia.

Era o tio de Syaoran.


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Notas finais do capítulo

Tadha~ consequências virão para a nossa protagonista? O que acharam? Proximo Capitulo Sabado a tarde! Beijos a todas! ;)



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