O Universo De Sophie escrita por Filha de Hades


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Bom eu estou postando esse capitulo tão rapido por causa do feriado que estou com tempo livre, porem normalmente demoro um pouquinho mais para atualizar.

Okay?



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Quando eu era menor imaginava coisas bem mais, como poderia dizer?! Possíveis do que imagino hoje. Como por exemplo, certa vez imaginei que o piloto de um avião poderia me ver lá de cima se eu acenasse bem e não deixasse ele me perder de vista. Então acenei e corri, quando dei por mim estava caída no chão com a mão na cabeça porque tinha batido no relógio de energia, aqueles que usam pra medir a conta, bem na quina. Me lembro de não ter chorado até olhar a minha mão e ver que tinha sangue. Foi nesse dia que meu sonho de ser médica foi por agua a baixo. Uma profissão descartada, agora só faltavam 999.

Eu como toda criança já imaginei alguma vez na pele de uma princesa. Mas diferente da maioria das meninas não queria encontrar o príncipe encantado e sim lutar contra o dragão.

Eu por muito tempo da minha vida não tive ninguém para brincar então tinha mesmo que forçar a imaginação para arranjar algo pra fazer sozinha. Eu fui filha única por 7 anos até meu irmão nascer, mas ai já era tarde demais, eu já tinha idade o bastante para odiá-lo. Coisa de amor de irmão, acho que vocês sabem como é. Quando tive companhia para brincar na infância esses eram meus primos. Sim eu era a única menina no meio o que se tornava motivos de provocação.

“- Vem logo Sophie, é só uma arvore e você tem que subir.

Ou

- Vem logo Sophie, eu te desafio.

- Mas eu estou com medo.

- Tsc’, você está parecendo uma menininha.”

Admito que com o tempo essa frase foi se tornando uma ofensa. Mesmo eu sendo uma menininha. E foi assim que eu me tornei uma “moleca” como dizia a minha avó. Isso continuou até eu entrar pra escola, eu só tinha amigos meninos, porque considerava as meninas chatas, e isso acabava fazendo as outras meninas falarem mal de mim ou não quererem estar comigo, não que isso realmente me afetasse, eu não queria estar com elas. Não conseguia faze-las entender o MEU mundo, diferente dos meus verdadeiros amigos... Dois no total. É, eu nunca fui muito popular. Porque será?

Eu vou chama-los de E e V. E, V e eu formávamos uma grande equipe pra tudo. Desde trabalhos até criar novas brincadeiras que apenas nos três entendíamos e ninguém mais podia entrar. Uma vez eu e o codinome E, encontramos uma mudinha de uma arvore arrancada e jogada para a morte no meio do mato que havia crescido em torno da quadra do colégio, ficamos com dó dela e imaginamos tudo, desde como ela estaria sofrendo morrendo aos pouquinhos até em como a mamãe e o papai arvore estariam se sentindo com a perda de sua mudinha. Demos um nome a ela, admito que não me lembro qual era o nome, mas quando damos nome a qualquer coisa nos apegamos isso é fato. Achamos uma sacolinha, enchemos de terra e plantamos a mudinha nos comprometendo a cuidar dela. Um dia quando fomos levar água pra ela, fomos descobertos.

“ – O que os dois estão fazendo sozinhos aqui?

- N-nada professora.

- Tem certeza?”

Fomos obrigados a mostrar a nossa plantinha e ela nos convenceu que o melhor para ela era ser plantada no lugar de uma arvore igual a ela que havia sido cortada a pouco tempo atrás. Então foi o que fizemos, plantamos a pequena bem atrás do pequeno toco que havia sobrado da mais antiga. O problema era que nos não podíamos mais vê-la, afinal ela estava na área protegida. Protegida pela placa de “NÃO PISE NA GRAMA”. Essa proibição conteve meus instintos por algum tempo e os do codinome E para sempre. Um dia estávamos parados bem onde a barreira começava imaginando como ela estava. E eu não me aguentei.

“- Não da mais. Eu preciso saber como ela está.

- Mas você não pode. E se eles te pegarem?

- Deixo meus lápis de cor pra você e meu apontador do titanic pro V.

- Mas...

- E... É pela nossa bebê.”

Ele ficou sem argumentos e eu fui. Quando a vi ela tinha morrido sem cuidados e eu não pude fazer nada. Chorei uma semana sempre que passava ali na frente. Minha primeira experiência com a morte foi horrível. Minha segunda foi muito pior, anos depois vi minha cachorrinha ser atropelada por uma moto na primeira vez que escapou pelo portão, e mais uma vez eu não pude fazer nada. A frustração me tomou completamente de tudo que tinha haver com a morte. Em resumo, enfiei na minha cabeça que tudo morria e agente nada podia fazer quanto a isso. E escrevendo isso agora vejo que pode ter sido resultado da primeira frustração com a medicina.

Mas voltando a infância eu fui de tudo, desde a primeira mulher a pisar na lua, sempre tive uma paixão incontrolável pela lua apenas bem depois fui descobrir que ela é a regente do meu signo. E fui também a primeira mulher cavaleiro a usar uma armadura de ouro, quem assistiu cavaleiros do zodíaco vai entender, e foi por causa desse anime também, que a minha paixão por astrologia e mitologia grega começou e isso faz parte de mim até hoje.

Eu sempre fui também apaixonada pela pequena sereia, ou seja, já me imaginei por diversas vezes em aventuras no fundo do mar. Já chorei muitas vezes assistindo o rei leão, e admito que isso ainda acontece. E o primeiro filme que consegui assistir inteiro foi Edward mãos de tesoura, peguei as tesouras da cozinha pra fingir que era ele, isso não deu muito certo. Mas hoje sou apaixonada pelo trabalho do Johnny Depp, e por ele também.

Eu sempre vivi num mundo de fantasia e isso nunca foi segredo algum para mim, na verdade a maior parte das crianças vive, livros, filmes, desenhos e tudo mais encanta e inspira a criatividade e a vontade de fazer parte de algo maior. O problema é que a maior parte das pessoas perde isso com 14 ou 15 anos que é quando a infância acaba, isso na minha época, porque hoje em dia vejo crianças de 10 anos se comportando como se tivessem 20, e isso ao menos para mim é preocupante. Mas o meu caso é especial, eu acho que eu não perdi isso. Já percebi isso sozinha, mas como eu sou suspeita pra dizer já brigaram comigo por causa disso, sob o pretexto de que eu tenho que ‘sair do meu mundinho e viver a realidade’.

Mas que culpa eu tenho se a realidade é escura e fria e o meu mundo é bem mais acolhedor?


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Notas finais do capítulo

Continua...