Truly, Madly, Deeply escrita por Mrs Loki, amanda c


Capítulo 5
O Casamento


Notas iniciais do capítulo

Tenho algumas observações para fazer aqui tá? u_u1ª obs: Nós pulamos alguns dias para adiantar o casamento u_u [2ª obs: Eu sei que o casamento foi de tarde, mas para ficar bonitinho, colocamos de noite :)3ª obs: De agora em diante, as coisas vão começar a ferver!



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"If you don't know if you should stay

And you don't say what's on your mind

Baby just breathe

There's nowhere else tonight we should be"

– Bon Jovi

Só podia ser brincadeira. Só podiam estar de sacanagem comigo.

Eu estava de frente para o espelho de corpo inteiro com um vestido roxo tomara que caia que terminava poucos dedos depois dos meus joelhos. Eu de vestido! Isso é um absurdo!

Só aquelas duas loucas para conseguirem me colocar dentro de um vestido assim. Além dele ser um vestido, ser roxo e ser curto, ele tem um laço! Um laço enorme do lado direito da minha cintura!

Eu devia estar drogada no dia em que eu disse sim para ir nesse casamento de pessoas que não faço ideia de quem são.

Algumas semanas atrás Gabriela e Juliet faltaram nos seus trabalhos e foram comprar vestidos para experimentamos e vermos com qual iríamos. Eu, obviamente, não faltei no trabalho e deixei as duas fazerem esse trabalho...

Péssima ideia.

O único vestido que não era rosa ou vermelho era aquele que eu estava usando no momento. Odeio rosa e vermelho me faz lembrar sangue e eu não gosto de sangue... Então o que me restou fora esse vestido curto...

– Pare de reclamar, Valerie, você está linda – disse Juliet fazendo uma trança nos próprios cabelos negros.

– Eu nem abri a boca! – protestei arregalando os olhos e me virando de frente para minha amiga. Estávamos a sós no quarto, pois Gabriela havia ido buscar não sei onde a maquiagem de festa.

– Seus olhos te acusam – ela gargalhou gostosamente se levantando sobre aqueles enormes e assustadores saltos. Como ela não consegue quebrar o pé nessa coisa?

Revirei os olhos e me aproximei das minhas coisas a procura de um tênis que combinasse com aquela roupa. Não existe nada que fique bom o bastante! Mas quer saber? Não estou nem ai para isso!

Peguei um All Star branco de couro e calcei-o enquanto Juliet estava de costas para mim. Caso ela visse a casa iria para baixo com seus gritos...

Com os tênis calçados e o vestido no corpo nem Deus me faria tira-los. Odiava ficar trocando milhares de vezes as roupas, isso cansava minha beleza, e olha que eu já não tenho tanta...

– O que acha desse co... – Juliet começou a falar, mas assim que notou o tênis branco em meus pés engoliu todas as palavras e ficou me encarando com os olhos em chamas – O que é isso?

– Um tênis – respondi apenas começando a andar em direção a porta para sair do quarto, mas Juliet brotou do chão na minha frente me fazendo parar.

– Você não vai ir de tênis em um casamento, né? – seus olhos azuis brilhavam como gelo, tão frios que me causavam arrepios.

– Mas é claro que vou – franzi o cenho – O que te levaria a pensar que vou usar esse desejo de suicídio? – apontei para seu sapato de salto alto e a mesma mudou o peso do corpo de uma perna para a outra.

Ela estava pronta para descarregar todos os tipos de xingamentos e palavrões que um ser humano conseguiria pronunciar, mas por sorte – minha é claro – Gabriela voltou para o quarto com uma maleta quase do tamanho dela em mãos.

– Achei, meninas. Está um pouco velha, mas tem de tudo aqui – ela colocou a maleta na cama e bateu palminhas.

Gabriela estava com os cabelos presos em um rabo de cavalo alto, seu corpo estava sendo protegido por um lindo vestido rosa choque e preto de um ombro só e nos pés um desejo de suicídio – salto alto – preto.

– O que é exatamente isso? – perguntei com medo me sentando na cama ao lado.

– Um kit completo de maquiagem – Gabriela disse como se aquilo fosse óbvio abrindo os trincos da maleta.

Limitei-me a balançar a cabeça assentindo com aquilo. Não iria passar maquiagem no rosto, então para que iria ficar ali?

Levantei-me, mais uma vez, preparada para sair do quarto, quando recebi um olhar assassino das minhas duas amigas.

– O que agora? – perguntei cruzando os braços na frente do peito.

– Você vai se maquiar sim, Marie Valerie! – Juliet se aproximou de mim e me puxou pelos pulsos me fazendo sentar novamente na cama onde estava antes.

– Eu odeio maquiagem, me fazem espirar – bufei.

– O problema é seu, nós vamos te maquiar – Gabriela disse delicadamente.

– Está bem, eu me maquio, mas só se eu fizer isso – disse arregalando os olhos já imaginando um palhaço no lugar do meu rosto.

Ambas sorrirão para mim me estendendo coisas que eu nem sabia os nomes. As peguei e corri para o banheiro para poder fazer o que eu bem entendesse no rosto.

Rímel...

Batom...

Lápis de olho...

Uma coisa que faz os cílios ficarem maiores...

Glos...

Isso é pó?

Enfim, a única coisa que eu passei fora o lápis nos olhos e o rímel, pois gostava do tamanho dos meus cílios. Ao sair do banheiro devolvi as coisas para as meninas e vi o olhar frio e calculista de Juliet sobre mim mais uma vez.

– É o máximo que vou fazer, Juliet! – revirei os olhos e sai do quarto, finalmente, indo até a cozinha para pegar algo para comer.

Casamentos costumam ser chatos e cumpridos, por isso vou comer alguma coisa antes de ir.

***

– Eu já ouvi esse nome - Gabriela disse pela milésima vez enquanto observava o convite do casamento.

Bufei e revirei os olhos querendo morder minha própria língua para não mandar uma das minhas melhores amigas ir tomar no cu.

– Já sabemos que você já ouviu esse nome, Gabi - resmunguei olhando para frente, vendo o taxista entrar na rua da igreja.

Era uma rua estreita, de prédios baixos e sem saída. No seu fim havia uma capela muito simpática, onde iria acontecer o casório.

– Você deve estar confundindo com alguém, Gabi - Juliet disse pegando a micro bolsa para pagar o motorista.

– É, pode ser - ela disse suspirando derrotada.

Saímos do táxi assim que Juliet pagou. A capela era realmente muito bonita e simpática, mas se não estivéssemos naquela ocasião, provavelmente eu iria adora-la muito mais.

Juliet precisava de ajuda para andar, pois seu vestido era longo demais e o vermelho que ela usava fazia os olhos de qualquer um arderem.

– Valerie, pare de reclamar e me ajude - ela disse rangendo os dentes e estendendo a mão para que eu ajuda-se-a a subir os poucos degraus até a capela.

– Eu não abri minha boca - resmunguei segurando sua mão e a ajudando.

– Seus olhos lhe acusam - ela disse sorrindo ao conseguir dar um passo sem ajuda de ninguém.

Nós nos sentamos nas ultimas fileiras da igreja, pois além da capela estar totalmente cheia, nós não queríamos pagar mico com a Gabriela chorando feito um bebê por causa de pessoas que nem conhecemos.

A noite mal havia entrado na igreja, e a dos cabelos vermelhos já estava aos prantos de emoção.

Não posso negar que o vestido da noiva era lindo.

Gabriela não parava de chorar, talvez nem estivesse olhando para os noivos, pois seus olhos estavam todos embaçados. Juliet parecia ser a mãe da noiva, pois a cada segundo ela suspirava com orgulho da Estela.

Eu estava quase babando de dormir quando ouvi a capela inteira vibrar de emoção.

Os noivos saíram e foram recebidos por uma chuva de arroz, que poderia muito bem estar dentro de uma panela da minha casa, mas não sou eu que mando aqui né?

– E agora? - perguntei bocejando e me levantando.

Por um segundo jurei ter visto o rapaz moreno, da boy band marqueteira, que tive que servir no meu primeiro dia de trabalho. Mas graças a Deus fora apenas um delírio meu.

– Vamos para a festa de casamento, ué - Juliet disse batendo palma como se fosse a Gabriela.

– Vai ter comida? - perguntei sentindo meu estomago reclamar.

– Obvio. Faminta - Gabriela disse secando o rosto, que já estava sem nenhum vestígio de maquiagem no rosto.

A festa de casamento seria em buffet na esquina daquela rua sem saída. E graças a Deus eu estava de tênis e consegui andar sem precisar me apoiar em nada ou ninguém, diferente das minhas duas amigas.

– Me ajude aqui, Valerie! - Juliet e Gabriela gritaram ao mesmo tempo e eu só conseguia gargalhar de rir ao ve-las quase engatinhando para conseguir andar.

As ajudei assim que consegui parar de rir e ao chegarmos no buffet meu queixo caiu.

O lugar era enorme! Era lindo! Era perfeito!

Um enorme lustre de cristal estava pendurado no teto da recepção, do lado direito uma pequena fonte jorrava água e do outro uma mesa branca, para combinar com todo o restante da recepção. Uma mulher negra, atrás da mesa, fazia contraste com todo o restante do local.

– Me mostre o convite e o RG, por favor - a mulher estendeu a mão e Juliet entregou-a o convite que havíamos recebido de Estela e seu RG.

– Aproveitem a festa, senhoritas - disse a mulher entregando os pertences de Juliet.

Entramos no buffet e eu quase cai sentada. O lugar era muito maior do que eu imaginava.

Um lustre ainda maior do que o primeiro estava pendurado no centro do local. Luzes negras focavam no lustre fazendo-o iluminar o salão inteiro. Mesas redondas estavam espalhadas pelo lugar e sobre elas um lírio branco combinava com todo o resto.

No final do salão se encontravam duas mesas distintas. Uma estava com o bolo de casamento, que possuía três níveis e em seu topo um casal de bonecos abraçados e na outra mesa estavam alguns doces.

A musica Never Say Never do The Fray soava pelo salão inteiro, ainda não chamando a atenção dos convidados para a pista de dança no centro do salão.

Começamos a andar ao mesmo tempo a procura de uma mesa vazia, ou no caso de Juliet, de achar os noivos para parabeniza-los.

Eu estava distraída olhando para as mesas para ver se tinha alguma sem estar ocupada, Juliet olhava aos redores e Gabi fazia o mesmo que eu.

De repente senti algo bater com força no meu corpo me fazendo quase cair no chão. Eu havia esbarrado em alguém.

– Descul... - comecei a falar, mas assim que olhei para frente e vi a pessoa que menos queria ver respirar na minha frente.

Zach, da boy band marqueteira, estava me encarando com curiosidade. Ao lado dele estava um loiro, mais baixo que ele, que também era da sua banda.

– Ai. Meu. Deus - ouvi Gabriela gritar e logo em seguida vi a ruiva cair para trás, fazendo eu abafar um grito com as mãos. Mas por sorte, ou não, havia alguem atrás de nós, que segurou a garota, a tempo dela não cair de costas no chão.

Os cachos castanhos de Harold balançavam sobre o rosto de Gabriela que parecia realmente estar desmaiada, mas graças a Deus não estava, pois consegui ouvir ela dizer:

– Estou sonhando?


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