"On once in my life

It's gonna feel real good

Gonna make a difference

Gonna make it right"

– Michael Jackson

Point Of View Zach

Era nítida a felicidade nos olhos de Harold e Gabriela. Desdo pedido feito pelo meu amigo os olhos da mais baixa brilhavam como duas pérolas, mas não tão lindas quanto os olhos de Valerie.

Suspirei pesadamente e alisei a mão de Valerie, que estava sobre a mesa, enquanto conversava animadamente com Juliet sobre um assunto aleatório.

Ela olhou para mim rapidamente e sorriu tímida entrelaçando nossos dedos e voltando sua atenção para a amiga. E então olhei para sua mão e lembrei que ela estava sem a aliança.

Uma pontada de tristeza se acumulou sobre meu peito e eu fechei os olhos tentando ignorar aquele detalhe sem importância. Ao abrir os olhos vi todos meus amigos conversando uns com os outros animadamente, todos felizes e rindo e eu decidi ignorar tudo o que havia passado em minha mente e começar a interagir com os outros.

Quando deu quase meia noite e meia as três garotas reclamaram de sono e nós tivemos que voltar para a casa de Nathan. O caminho todo foi silencio total, com Gabriela praticamente dormindo no ombro de Harold, Juliet conversando aos sussurros com Liam, Leonard dirigindo, Nathan dormindo ao seu lado e Valerie de olhos fechados, mas acordada, ao meu lado, com suas mãos entrelaçadas as minhas.

Todos, ao chegarmos, foram para seus respectivos quartos e eu fiquei mais uma noite sozinho no meu quarto, desejando dormir com Valerie, abraçar seu frágil corpo enquanto ela dorme, protege-la e vê-la dormir como um anjo.

Passei minha mão em meu rosto e baguncei meus cabelos me jogando na cama e encarando o teto. Se controle Zach, pare de pensar bobeira, ela já lhe disse que gosta de você, por quê insiste em ficar se torturando? Me perguntei encarando o teto e retirando minha roupa para dormir.

Não demorou muito para eu dormir, pois o dia havia sido muito cansativo. Acordei com o barulho do meu celular tocando e vibrando sobre o criado mudo próximo da cama.

Peguei o aparelho sentindo meus olhos pesados, desejando tacar o celular na parede para não ouvir mais aquela musica irritante. Virei de barriga para cima e atendi o celular nem olhando direito para a tela do aparelho.

– Alô? - disse com voz de sono coçando meu olho com as costas da mão para tentar despertar.

– Bom dia Zach, te acordei? - a voz de Simon ecoou pelo aparelho. Suspirei pesadamente querendo realmente atacar o celular na parede e voltar a dormir - Te acordei? - perguntou preocupado.

– Sim, mas não tem problema - ri falsamente me sentando na cama e coçando minha nuca.

– Ah, que ótimo, então eu queria conversar com todos vocês, mas como está cedo acho que você pode dar o recado para os outros garotos mais tarde né? - revirei os olhos e encostei as costas na parede, olhando para um ponto fixo da parede oposta prestando atenção no que o empresário falava.

– Eu quero que vocês voltem para Londres um pouco antes do final das férias de vocês, Zach. Nós precisamos começar o novo CD urgente, é muito importante vocês voltarem daqui uma semana e meia...

Ele queria que nós deixássemos as garotas para voltar para a Inglaterra? Fechei os olhos e encostei a cabeça na parede, dobrando os joelhos sobre a cama.

– Eu aviso os garotos - fora a única coisa que consegui dizer.

– Ótimo, mais tarde irei ligar para Liam e falar melhor com todos vocês, até mais Zach - e depois disso Simon desligou a chamada. Joguei o celular na cama, que deu alguns pulinhos por causa do colchão e quase caiu.

– Que perfeito - resmunguei desejando voltar a dormir para ver se aquilo não era apenas um sonho, mas então alguém bateu na porta.

– Zach? - Valerie abriu lentamente a porta do quarto, deixando apenas seu rosto aparecer. Sorri largamente ao vê-la e mandei entrar.

Ela fechou a porta novamente e se aproximou de mim se sentando na cama.

– Eu acordei e ouvi você falando sozinho, estava no telefone? - ela riu tímida e eu quis enche-la de beijo. Me aproximei dela e beijei seu rosto, pois eu ainda não havia escovado os dentes.

– Simon me ligou... Ele quer que nós voltemos para Londres em uma semana e meia - disse triste alisando sua bochecha. Valerie, que tinha um lindo sorriso nos lábios, entristeceu, ficando séria.

– Você vai embora?

– Não é tão ruim assim, eu... Nós vamos nos ver, vamos conversar sempre - tentei arrumar alguma resposta à ela, mas até mesmo eu não conseguia ver uma solução e não iria largar de Valerie, ainda mais finalmente namorando-a!

– Vou me trocar - tentei mudar de assunto rapidamente saindo da cama e indo para dentro do banheiro para escovar os dentes e me trocar.

Vesti um jeans e uma camisa preta de manga longa. Quando voltei para o quarto Val ainda estava sentada na minha cama, olhando para as próprias mãos, tristonha.

– Quer tomar café da manhã fora? Sem ser Starbucks – disse sorrindo ao ouvir um riso baixo saindo de Val.

– Pode ser, vou pegar meu casaco – ela disse saindo do quarto e indo para o dela. Peguei um sobretudo preto e sai do quarto indo para a sala de estar esperar Valerie.

– Não vai vir aqui comer não, bro? – ouvi a voz de Harold, e ao olhar para os lados vi a imagem do mais novo da banda de pé, com as mãos no bolso da calça.

– Não, valeu, irmão, vou sair com a Valerie – disse dando de ombros. Harold assentiu e se sentou na poltrona ao meu lado. Não demorou muito para Valerie voltar. Ela estava de toca e com um casaco escuro e fofo.

– Vamos? – ela perguntou e eu me levantei logo em seguida. Me despedi de Harold com um breve soco em seu ombro, o que o fez rir. Segurei a mão de Valerie e fomos até a van. Sabia que era um carro muito grande para apenas só nós dois, mas eu estava sem meu carro e não iria leva-la a pé até uma cafeteria no centro da cidade.

Em vinte minutos chegamos no centro de Moher. Lá era pequeno e aconchegante, Valerie parecia uma criança em um parque de diversões, olhando para todos os cantos admirada com a beleza da cidadezinha. Estacionei o carro em um estacionamento publico e fomos andando até a cafeteria. Os comércios estavam começando a abrir, pois estava cedo e não havia muita gente pelas ruas.

– Aqui é tão fofo – Val sussurrou enquanto observava tudo com os olhos brilhando. Mordisquei o lábio feliz por vê-la feliz e a puxei para um abraço.

Ela encaixou seu rosto em meu ombro, sem reclamar por ter puxado-a, e apertou meu corpo contra o seu. Seu perfume e o aroma de seus cabelos invadiram minhas narinas, me deixando embriagado.

Segurei sua mão e beijei sua testa. Caminhamos um ao lado do outro até entrarmos em uma cafeteria pequena, onde na placa havia um duende verde feliz.

Assim que entramos arregalei os olhos. Tudo lá era verde, até mesmo as cadeiras, os pratos, as paredes, os guardanapos, tudo!

Valerie começou a rir e se sentou em uma das mesas verdes, fiz o mesmo e fiquei olhando tudo com o cenho franzido, tentando assimilar toda aquela cor.

Então um homem, também vestido de verde, se aproximou de nós com um pequeno bloquinho de anotações. Ele olhou para mim e para Valerie com um sorriso que não me agradou em nada.

– No que posso ajudar? – ele perguntou ainda olhando para Valerie.

– Dois cafés – disse arqueando uma das sobrancelhas. O cara escreveu algo no bloquinho e voltou sua atenção a Valerie. Trinquei o maxilar e fechei os punhos, olhando para o cara que não parava de encarar a minha namorada.

– Eu também vou querer algumas torradas – ela disse simpática, talvez nem notando que o cara estava comendo-a com os olhos. Ele escreveu de novo e voltou seus olhos para minha garota, com um sorriso malicioso, que me deu vontade de arrancar de seu rosto na base do soco.

– Algo mais?

– Não – respondi ríspido olhando para Val que sorria para mim como um anjo. Finalmente o cara saiu de perto de nós, nos deixando a sós.

Segurei sua mão e entrelacei nossos dedos, deixando meu braço esticado sobre a mesa. Eu não queria deixar Valerie, não queria que as férias acabassem, eu simplesmente não iria conseguir ficar longe dela.